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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Antes de pensar na fama, ame a Música!

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Editando a RitmoMelodia faço contato com vários músicos e percebo que muitos músicos amam mais o sucesso que a música, seja, os que já chegaram ao sucesso ou os que começaram subir a montanha.

Muitos não dão importância à arte musical e não se preocupam em ter uma formação musical: teórica, histórica, estética ou filosófica. Acreditam que nasceram com o Dom musical e já basta. Estudar para quê? É coisa para os músicos eruditos que vivem nas cavernas e labirintos dos sons complexos e que não sonham com a fama nem que as suas músicas toquem nas rádios FMs nem querem aparecer nos programas de TV.

Para alguns, que fazem música popular, o importante é ser ídolo. Querer ter êxito na profissão é legítimo e ganhar o sustento e ser reconhecido pelos frutos do próprio trabalho é digno. Desejar o sucesso não é o problema, principalmente, quando trabalhamos no que nos dá prazer. Mas, a dedicação exclusiva pelo sucesso a qualquer custo já deu exemplos desastrosos na história da música: tragédias, problemas com a polícia, justiça e tratamento psiquiátrico. O deslumbramento quando vem antes de uma obra musical consistente é o grande “Calcanhar de Aquiles” de alguns músicos.

Na história da música erudita também existiram e existem os egocêntricos, megalomaníacos e pescadores da fama. Mas estes músicos de alguma forma amam a arte musical, seja, por vocação ou por dedicação exaustiva aos estudos. Da mesma forma que existem músicos populares que se dedicam aos estudos e prática do seu instrumento musical. Mas, a maioria, por não ler biografias de músicos famosos ou sobre a história da música repetem os erros, ao invés de corrigi-los. Quem não conhece o passado, tropeça no presente e não constrói um bom futuro.

O sucesso midiático espontâneo é uma ilusão e para atingir este sucesso a qualidade da obra musical é o que menos importa, mas, o quanto o artista tem dinheiro para pagar o jabá. No passado o músico recebia cachê para se apresentar em programa de auditório na Rádio e na TV. Hoje, quem quiser ter a sua música na mídia (Rádio e TV) tem que pagar. Alguns músicos ingênuos sonham com a sorte de ouvirem as suas músicas tocarem de graça nas em Rádio e TV. Alguns músicos pagam “mico” em programas dominicais na ilusão de mostrarem a sua arte.

Na internet ainda existem espaços que não cobram ao músico para divulgar a sua obra, por enquanto. Mas, em breve adotarão a metodologia mercadológica das Rádios e TVs. Quem não faz música como arte, mas apenas como entretenimento, ama mais o sucesso. O músico que ama a música e faz um trabalho como uma expressão artística já atingiu o sucesso por deixar a sua obra musical para os contemporâneos e para futuras gerações. O êxito profissional é conquistado degrau por degrau como em qualquer profissão e ter uma obra importante e atemporal é o grande desafio.

O músico é um profissional liberal, autônomo, empreendedor e responsável pelo planejamento da gravação das suas músicas, a prensagem do seu disco (CD), a distribuição online ou física. E por manter o contato direto com seus ouvintes e receber elogios, críticas por e-mail, redes sociais e outros aplicativos de bate papo em tempo real.  É preciso descer do trono intocável de ser “O Artista”.

O músico que no passado fazia sucesso por sua aura misteriosa e divina já não tem mais espaço no mundo cibernético. Seja Músico sem deixar de ser Humano. Seja simples sem ser simplório. Seja mais músico do que artista.


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.