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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

O desafio é conseguir que alguém escute a sua música.

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No século XX para se escutar música era através de show, de discos, do rádio e da TV. O disco e toca-discos eram artigos de luxo. No disco tinha a advertência: “Proibida a execução pública e radiofônica”, mas com a popularização e prestigio das Rádios e dos aparelhos de rádio a música se tornou acessível as classes sociais.

A Rádio começou não só a poder tocar os discos como a cobrar das gravadoras para fazê-lo nascendo o termo e a prática do jabá. As gravadoras se adaptaram e criaram a tal música de trabalho/single que os seus divulgadores levavam para todas as Rádios AM e FM de grande e pequena audiência para entrarem na programação. Os ouvintes escutavam o “gosto” dos radialistas, dos nichos musicais das gravadoras que pagavam para terem os seus produtos (artistas) com suas músicas tocando em horários nobres. Existiam as exceções que tocavam sem pagar o jabá, mas se a música fizesse sucesso e alavancasse a carreira do artista a próxima música de trabalho pagaria o jabá. Mas esse acordo comercial não era de conhecimento dos ouvintes que apenas entendiam que se a música estava tocando na rádio tinha passado no crivo de bom gosto e seria sucesso. E a TV continuou com os mesmos modus operandi das Rádios por décadas até ter a sua identidade se diferenciando da Rádio.

Mas com a popularização da internet nos anos 90 e consolidação no novo milênio, a mesma passou a ser o oásis dos artistas sem gravadoras. Os dependentes de tudo que passaram a serem chamados de independentes. Ser independente era quase como um selo de boa qualidade. Mas os primeiros independentes eram os que não tinham contrato com gravadora ou os que foram dispensados por uma. A internet popularizou músicas boas e ruins. A internet nivelou por baixo o gosto musical dos internautas. No começo os artistas brasileiros que usavam as redes sociais eram os independentes. Já que os que ainda estavam em gravadora continuavam com os modus operandi do uso da Rádio e TV como ponte para se chegar ou se manter no conforto do sucesso.

Após duas décadas do século XXI, a internet se mostrou para a maioria dos artistas como um “oásis de ilusão de sucesso” rápido e criou o hábito da gratuidade em que a oferta é milhões de vezes maior que a audiência e que a oferta grátis passou a ser o modelo de serviço permanente. Conseguir a primeira audição de um single é quase a mesma alegria de se ganhar na loteria e será um “absurdo” esperar que o internauta escute um álbum. A cultura do single e vídeo clipe; práticas antigas, ressurgiram como sendo uma criação da nova era digital. As plataformas digitais vão nascendo e suplantando as anteriores que perderam o gosto de novidade. É igual mostrar sua música para amigos e entes queridos esperando que eles gostem e divulguem. No passado o grande desafio era gravar um disco, seja com músicas boas ou ruins. Hoje gravar música se tornou lugar comum. A maioria sem escutar já diz que não gostou.

É válido pendurar suas músicas em plataformas digitais, mas não é garantia de audiência. Plataformas digitais funciona bem para artistas consagrados. Água só corre pro mar. Conquistar audiência ainda é com práticas antigas: “boca a boca e corpo a corpo” e com o pagamento do jabá, hoje para as plataformas digitais. Hoje os meios de comunicações estão no celular e na palma da mão. Os códigos de éticas do relacionamento online são subjetivos. O que é invasivo quando feito por um artista desconhecido é normal feito por um artista famoso. A lista de transmissão pelo WhatsApp pode ser uma opção melhor de compartilhamento de música que os grupos; que se tornaram um lugar de relacionamento esquizofrênico, egóico e de “panelinha”. Todo mundo compartilha e quase ninguém é audiência. Mas seja seletivo na sua lista de transmissão e busque acertar nos “escolhidos” e segmentar seu público alvo.

Artista com dinheiro basta investir no marketing digital através de impulsionamento e várias opções de jabá online. No mundo do TER não tem almoço grátis e se você quer rir, os outros que prestam serviço para você querem ser pagos para rirem contigo. Quem só tem a grana para pagar a gravação de suas músicas só resta acreditar no valor do SER e no modus operandi da guerrilha cultural. É caçar na unha e conquistar sua audiência dentro do seu nicho musical; avançando cada dia e recuando quando as ações não forem exitosas. O importante hoje é povoar o mundo com músicas. Igual aos náufragos que lançavam garrafas ao mar sem saber quem iria pegar.


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.