Jarbas Mariz me surpreendeu por sua simpatia, humildade e bom gostos artístico e estético desde de sua sala de estar bem decorada com muitas imagens e cores à audição dos seus CDs.
Ele não se enquadra no estereótipo do artista largado, relaxado, estrela, impontual, egocêntrico qualidades e defeitos que fazem parte do currículo de muitos artistas. Jarbas nasceu na estrada literalmente quando os seus pais viajavam. O mesmo nasceu em 14/03/1952 na cidade de Aimorés – MG fronteira de Minas Gerais com Espírito Santo, mas foi criado em João Pessoa –PB. É autodidata na música e na vida construindo seus primeiros instrumentos. Sua vida profissional é marca por envolvimentos em projetos musicais de grandes estrelas da música brasileira como: Zé Ramalho, Elba Ramalho, Cátia de França, Jackson do Pandeiro, Marinês, Lula Côrtes, Chico César, Paulo Diniz e Quinteto Violado, Tom Zé (Trabalham juntos desde 1991) e etc, etc, etc e tal, tal…
Essa relação não é para dá importância estrelas ao trabalho de Jarbas Mariz, mas para mostrar sua capacidade ímpar de se relacionar com os mais variados estilos musicais e de pessoa. Eu pessoalmente acredito que essas experiências musicais e pessoais são responsáveis pela personalidade tranquila do: cantor, compositor e do ser humano que tem uma obra que se enquadra na regra da qualidade superando a quantidade. É um CD autoral: Vamos Lá Pra Casa. Um CD em parceria com Lula Côrtes: “Bom Shankar Bolenajh”. E um CD em homenagem a Jackson do Pandeiro. Mais participações em CDs de: Chico César, Zé Ramalho, Cátia de França, Tom Zé e outros. Jarbas teve como primeira escola musical os bailes da Jovem Guarda, depois ritmos nordestinos e mpb.
Hoje o seu trabalho é brasileiríssimo, usando toda suas influência e suingue mostrando porque o Brasil é reconhecido por sua música. Muitas composições de Jarbas Mariz estão presentes nos trabalhos das estrelas e das novas gerações de músicos brasileiros. Uma das principais qualidades de Jarbas é poder circular livremente no meio artístico sendo respeitado por todos.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Jarbas Mariz Martins para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01/04/2002:
01) Ritmo Melodia: Fale como a música entrou na sua vida.
Jarbas Mariz: Olha meu primeiro contato com a música eu era garoto, sempre tive uma atração pela música, desde do final de 1950, começando com a Bossa Nova e depois a Jovem Guarda que para a gente que era mais garoto era mais fácil de assimilar.
Por conta da ingenuidade da letra. Eu fui muito influenciado pelo movimento da Jovem Guarda. E ouvia Beatles, Roling Stones. E a Jovem Guarda despertou a música em mim através dos artistas, não necessariamente só Roberto Carlos, mais os outros artistas e principalmente as bandas de bailes. Eu comecei me interessar por música e deixar o cabelo crescer, usava umas roupas extravagantes para época, o pai da gente nunca gostava desse tipo de coisa. Cabelo grande era um problema naquela época.
Tem até uma historia engraçada que eu falo para os meus amigos, na minha casa somos em quatro irmãos e temos um tio chamado Marsílio que mora em Natal – RN, o qual era um cara que eu projetava minha vida na dele. Ele é engenheiro e músico e amigo de Sivuca. Eu fiz até o quarto ano de engenharia na Paraíba e sou músico.
Então nós éramos quatro irmãos e eu gostava de música e naquela repressão não podíamos usar camisa estampada nem deixar o cabelo crescer, mas minha irmã mais velha tinha um professor particular de Violão. E esse tio que eu projetava minha vida na dele, deu o Violão para minha irmã. Eu pensei, puta merda, que cara sacana, eu querendo um Violão e o cara vai deu um para minha irmã.
Quando minha irmã não estava em casa eu pegava o Violão e tentava entender as lições dela. E minha mãe me puxava pela orelha e eu persistia por puro interesse pela música. Hoje minha irmã tem uma escola de música em João Pessoa, mas eu fui um cara mais ousado que fui à luta. Eu mesmo fazia meus instrumentos, porque papai não dava grana para comprar e eu ia na serraria dos amigos, cortava madeira para fazer aquelas guitarras bem precária. Eu sempre fui autodidata.
02) RM: Qual a sua cidade de origem?
Jarbas Mariz: Eu sofro da síndrome de Carmem Miranda e Milton Nascimento. Uma é portuguesa, mas representa o Brasil no mundo e Milton é carioca e algumas pessoas acham que ele é mineiro.
A minha história é a seguinte, meu pai trabalhava no Banco do Brasil e viajava bastante, quando minha mãe estava grávida de mim, eles estavam viajando para Minas Gerais, eu nasci no dia 14/03/1952 numa fronteira entre Minas Gerais e o Espírito Santo, numa cidade chamada: Aimorés-MG e até hoje eu não conheço essa cidade, quem nasceu lá foi Altemar Dutra. Eu fui criado em João Pessoa-PB na rua Camilo de Holanda, 752.
Morei quando tinha três anos na cidade de Areias-PB, mas em João Pessoa eu vivi mais. A família da minha mãe é os Mariz e são de Sousa, cidade do sertão da Paraíba. E a família do meu pai é os Martins de João Pessoa.
03) RM: Quando você iniciou a sua carreira musical?
Jarbas Mariz: Depois da fase de construir os instrumentos, baseados nas guitarras da Jovem Guarda, colocava uma capitação vagabunda, comprava os trastes, eu era um autodidata e luthier rústico. Em 1967 eu e meus amigos compramos umas “guitarrinhas”, mais descente, as populares Janine, preta e vermelha. Começamos a tocar nos assustados (festas na beira da praia) e 1968 montamos um conjunto: “Pedras Rolantes” que era uma versão dos Rolling Stones: Jarbas Mariz (Guitarra Base e Vocal), Tarcísio Marques (Contra-Baixo), Dandam (Guitarra Solo) e Lélo (Baterista, já falecido) com o apoio do melhor conjunto da Paraíba na época: “Os Quatros Loucos”: Golinha (Bateria), Floriano (Contra-Baixo), Vital Farias (Guitarra solo), Zé Ramalho (Guitarra Base). E fomos crescendo e tem uma história engraçada que nunca contei e que vai ser registrada num livro sobre a história da música da Paraíba. Juntamos alguns integrantes dos conjuntos: “Pedras Rolantes” e “Gemines-6”, mais um vocalista que cantava músicas românticas, porque eu cantava mais MPB, e formamos “Os Selenitas” com a seguinte formação: Fernando (Bateria – Gemines-6); Tarcísio (Baixo-Pedras Rolantes); Dandam (Guitarrista-Solo-Pedras Rolantes); Junior (Tecladista – Gemine-6); Jarbas Mariz (Vocal – Guitarra Base); Gilson Reis (Vocalista). Montamos esse Conjunto em 1969 e fizemos muito sucesso na Paraíba. Superamos todos os outros conjuntos de baile da época. Em julho do mesmo ano os americanos foram a Lua e como o nome Selenita significa: Habitantes hipotéticos da Lua. Fizemos várias festas pela Paraíba e por outras cidades do nordeste, inclusive em Campina Grande-PB, tocamos no Campinense Clube. Colocaram um Foguete na Frente do Clube e ficou conhecido como a Festa Espacial. “Os Selenitas” era o conjunto de baile mais requisitado e popular no Nordeste e ficamos tocando juntos até 1975.
04) RM: Depois dos Selenitas qual foi seu caminho musical?
Jarbas Mariz: Nesse período de 1975 com esse movimento de conjunto de Baile que tinha em João Pessoa, muitos dos integrantes desses conjuntos começaram a despertar para carreira musical própria. Zé Ramalho e Vital Farias foram os primeiros a se destacarem. Em 1975 já tinham um trabalho próprio reconhecido como compositores. Eu comecei a despertar para compor em 1972 e fazer os primeiros shows solo influenciado muito por Zé Ramalho e somos parentes de quarta geração. Como a Paraíba é um Estado pequeno e Sousa a cidade de origem da minha família é muito pequena, as famílias se misturavam. Era família Mariz com Ramalho, Gadelha, Cordeiros, Queirogas. E trabalhamos muitos tempos juntos, quando Zé montou o primeiro show em João Pessoa, depois de ter morado no Rio de Janeiro e participado de coletâneas. Ele me procurou, porque que eu tinha uma cabeça mais aberta para o movimento de música independente, para trabalhar a carreira de um compositor interpretando as próprias canções. Na época ninguém queria saber de trabalhar uma proposta autoral. Os músicos na época só queriam montar um repertorio para baile copiando o que a turma tocava no eixo Rio – São Paulo. O primeiro show de Zé chamava-se “Atlântida: O Continente Desaparecido”. E montamos o grupo: “Os Filhos de Jacó”. E ensaiávamos na minha casa com “Os Selenitas”. Nessa época os caras não acreditavam no trabalho pessoal de um compositor, chamava agente de doidos. Não havia uma visão ampla na Paraíba naquela época. E Zé chegou com essa visão e influenciou muita gente como Pedro Osmar, Jarbas Mariz, Hugo Leão. A carreira de Zé Ramalho começou em João Pessoa. Fizemos um show em 1975, no teatro Santa Rosa chamado: “Três Aboios Diferentes”. Era Jarbas Mariz, Zé e Hugo. Em 1977 eu recebi uma proposta no Pará, fui visitar um irmão meu que morava em Belém. Estava surgindo uma gravadora nova lá, fui convidado para fazer um compacto duplo, meus amigos falam que eu sou do tempo do compacto duplo. Mas eu tenho maior orgulho de falar: “Bicho eu gravei um compacto duplo em 1977”. Eu tinha chegado com uma linguagem diferente em Belém e os caras gostaram e fiz esse trabalho que chamava: “Transas para o Futuro”. Em 1980 em voltei para João Pessoa e Cátia de França já tinha lançado um disco produzido por Zé Ramalho. Zé já tinha feito sucesso em 1979 com a música: “Avôhai”. Cátia fazia parte da banda de Zé tocando sanfona e vocal junto com Elba Ramalho. E Zé produziu o primeiro disco de Cátia que se chamava: “Vinte Palavras Girando ao Redor do Sol”.
05) RM: Fale um pouco de sua participação na Banda de Cátia de França.
Jarbas Mariz: Quando cheguei em João Pessoa em 1979 ela estava formando uma banda para gravar o segundo disco no Rio de Janeiro: “Estilhaços”. Ela me chamou para tocar Violão. Quando sai dos conjuntos de baile e comecei a me apresentar como Jarbas Mariz, busquei tocar um instrumento que não fosse a Guitarra, mas que usasse bem a mão direita que é mão do ritmo. Escolhi Violão de doze cordas que você pode tocar com palheta. Porque o Violão de seis cordas não é correto tocar com palheta, mas sim dedilhando. Como eu não tinha a pegada do Violão, minha técnica era com palheta e muito suingue. Então fui tocar Violão de doze cordas na banda de Cátia de França e viajei pela primeira vez de avião e conheci o Rio de Janeiro. Esse é um disco de Cátia muito bom e bem produzido. Aí começou a surgir às coisas, quando o que a gente faz é verdadeiro, então me dê o direito de acreditar. A minha família ficou na Paraíba e fui investir na minha carreira no Rio de Janeiro. Naquela coisa, passava três meses no Rio e um mês em João Pessoa ficava o ano todo nessa rotina, pra lá e pra cá. Os outros integrantes da banda de Cátia desistiram logo. Firmino percussionista se deu bem de cara. Arrumou um trabalho com o MPB 4 que na época era um sucesso e depois foi tocar com Chico Buarque. Firmino chegou com uma linguagem diferente, ele tocava zabumba com um Ganzá do lado ou um Agogô. E era uma novidade naquela época. A banda era formada por: Eu (Violão de 12 e Vocal), Firmino (Percussão), Hugo Leão (Teclado) e Babi (Baixo). Eu e Cátia fazíamos um dueto. Ela eu prezo muito, porque aprendi muito com Cátia de França, nos identificamos muito por sermos bons ritmistas. Antes de Cátia com a influência da Bossa Nova e seus milhões de acordes tronchos e dissonantes, ela me quebrou essa história, mostrando que com muito suingue e acordes simples pode-se criar melodias maravilhosas. Ela fez escola com seu jeito de tocar o Violão.
06) RM: Vocês faziam uma música popular em que o maior valor estava na letra, suingue e melodia?
Jarbas Mariz: O nosso referencial na época era as sofisticadas dissonâncias e acordes difíceis. A exemplo dessa realidade é o cantor e compositor Marcus Vinicius que é hoje Produtor Musical que tem essas qualidades de fazer músicas com acordes difíceis.
E outro é o Vital Farias e Elomar. Mas a Cátia de França quebro esse dogma musical. E fiquei trabalhando com Cátia no Rio de Janeiro. Temos um timbre de voz muito semelhante, a minha aparência física lembra um pouco a dela e temos o mesmo suingue.
Formos uma Dupla Caipira na época: Jarbas & Cátia. Ela começou fazer um trabalho importante na época dentro do Projeto Pixinguinha que viajou por todo o país. Colocaram-na dentro do projeto junto com Anastácia e Jackson do Pandeiro.
07) RM: Você já era pós-graduado no ritmo. Trabalhando com Anastácia e Jackson foi seu doutorado, ou não?
Jarbas Mariz: Foi um marco muito forte na minha história musical e pessoal. Eu já era ritmista, tocava percussão e tinha suingue na guitarra e no Violão. Em 1980 pintou esse trabalho e eu fiquei chapado na época, porque o projeto Pixinguinha tinha essa coisa de integrar os artistas. E no primeiro ensaio Eu e Cátia para o projeto no Rio de Janeiro, Jackson do Pandeiro me viu tocando e chamou para eu tocar com ele. Eu comentei com Cátia: – Caramba, o Jackson do Pandeiro me chamando para tocar com ele e o que eu vou fazer. Ela falou: – Vai lá bicho. Bateu o medo de tocar com um mito. Ele me chamava de nêgo e falou que eu era muito bom de ritmo. A banda dele tinha um Violão de sete cordas, Sanfona, Agogô, Triangula, Pandeiro de Centro, ele com um Pandeiro de Solo e não tinha um Violão fazendo o suingue. Foi meu doutorado no ritmo e suingue. Ele mandou o Severo que era o sanfoneiro passar as harmonias das músicas. Eu fazia os vocais com os irmãos dele. E foi quando passei a conhecer mais o trabalho do Jackson e quando terminou o projeto fui fazer shows com ele. E depois abria o Show dele com minhas músicas e tocava para ele na sequência.
08) RM: Como foi a sua amizade com Jackson do Pandeiro fora do palco?
Jarbas Mariz: Criamos uma boa amizade e fiquei íntimo da família dele. Conversávamos muito e como cada cabeça é um tempo. Se fosse hoje eu iria explorar mais os conhecimentos do rei do ritmo. Mas eu ficava encabulado. Mas ele gostava muito de mim e quando chegávamos nas cidades ele me chamava para passear para olhar as vitrines. Eu esperava que ele falasse suas experiências musicais naturalmente. Ele dizia para mim que o Forró dele era um Forró Sambado. Ele tinha a cozinha de Forró com um Pandeiro em cima. Ele tinha experiência como Baterista e um radialista em Pernambuco descobriu que ele tocava um pandeiro diferente. E como ele gostava de filmes de Faroeste, tinha o nome artístico de Jack. Mas o radialista achou melhor colocar: Jackson do Pandeiro. O primeiro sucesso dele foi “Sebastiana” em 1953 depois do sucesso de Luiz Gonzaga. Dos Conjuntos de Baile a Jackson do Pandeiro valeu muito como aprendizado. Essas experiências de tocar com outros músicos me deram condições ser um músico completo. Toquei com Marinês e depois com Paulo Diniz. E o Paulo era outro mito para mim e em 1981 fiz o projeto Pixinguinha com Paulo Diniz e Quinteto Violado. Quando terminou o projeto fiz uns shows com ele em Belém do Pará e Manaus. Paulinho já estava doente da paralisia dele nessa época. Eu com meu amplificador e minha Viola e ele com o violão dele. Entravamos no Bar e tocávamos meia hora, depois corria para outros Bares e fazíamos uns quatro shows em uma noite. E fizemos um show para encerrar no teatro Amazonas. Eu sempre tive essa habilidade de trabalhar com outros artistas.
09) RM: Você relatou histórias que mostram uma irmandade pela arte. Como você vê a realidade do mundo artístico hoje?
Jarbas Mariz: Talvez porque as pessoas vêm para uma cidade grande como estou aqui em São Paulo e começam a ficar tudo muito distante; cada um por si e Deus por todos. Naquela época vinha todo mundo junto da Paraíba, veio primeiro uma safra e depois a segunda safra, incluindo eu. E tinha uma unidade e hoje em dia não tem mais.
10) RM: Existia até o “padrinho musical”, que era um músico que se destacava e dava “uma força” ou o aval para outro da mesma região ou gênero musical que estava despontando. Hoje existe isso?
Jarbas Mariz: Naquela época já era raro isso. Você vê que o Zé Ramalho só apadrinhou Cátia de França e Elba Ramalho. Em uma certa época você fica até perturbado, questionando os motivos do amigo que você trabalhou no início da carreira, estourou com um sucesso e não “puxou você”. Mas depois você entende que é o momento dele e que não tem que “puxando ninguém”. Se depois quando estiver com uma carreira consolidada quem sabe dá uma “força ou não”. No momento nem quem está no sucesso tem a maturidade de tentar puxar nem você tem a compreensão de entender o esquecimento. Com o amadurecimento vem a respostas a essa dúvida tanto para um, como para o outro. No Rio de Janeiro eu morei na mesma casa com Lenine, Alex Madureira, Ivan Santos. E Lenine questionava porque Alceu Valença nunca “puxou ninguém” dessa leva de novos compositores. Mas hoje em dia não existe ressentimento porque já entenderam esse processo do sucesso. É o ciclo comercial normal como em qualquer outra profissão e você começa a conviver com outras pessoas que estão investindo em sua carreira musical e vai perdendo um pouco das suas amizades que eram tão próximas. Hoje se tornou um processo normal. Alguns ficam ricos e viram estrelas. A experiências mais ressente que aconteceu comigo foi com Chico César que trabalhei em João Pessoa quando ele chegou com quinze anos de idade de sua terra natal Catolé do Rocha, sertão da Paraíba. Fico orgulhoso por ele está fazendo sucesso, mas aconteceram uns ressentimentos, que é normal e superados. Ele gravou uma música minha e dele no CD: “Beleza Mano”. E mandou a produção dele me convidar para ir no show de lançamento no Palace ou no Tom Brasil. Fiquei muito orgulho pelo sucesso alcançado por ele. Trabalhamos muito tempo junto em João Pessoa no Grupo Jaguaribe Carne de Pedro Osmar e Paulo Ró e no Rio de Janeiro nos encontramos muito e fizemos muitas músicas em parcerias e que são boas canções inéditas que estamos soltando devagarzinho. E fico orgulhoso de ver o sucesso de Chico César, porque ele toca e compõem muito bem e tem uma voz legal. E fui para ver o show e minha música em parceria com ele: “Carinho Carimbó” é bem animada. E foi a música que encerrou o show e a casa estava lotado, mas ele não registrou de praxe que a música era dele com Jarbas Mariz. Eu fiquei triste no momento, mas depois pensei que dependendo do momento e como estava eufórico em puro êxtase e esqueceu de registrar. As vezes o Tom Zé esquece de apresentar a Banda e os músicos não gostam. Eu as vezes esqueço de apresentar os músicos de minha Banda, foram poucas vezes, mas já aconteceu e eu pedi desculpa para eles. Eu quero acreditar sempre que foi um esquecimento e não falta de querer. Para eu não precisar brigar com toda humanidade. O barato da vida é você aprender a conviver com o defeito das pessoas. Mas adoro o trabalho do Chico César e fizemos um show no carnaval de João Pessoa para trezentas mil pessoas. Eu fiz um show no qual cantei uma música minha em parceria com Chico de Abreu e ele estava na plateia e não falei no nome dele. Acontece e temos que viver superando essas falhas humanas.
11) RM: Jarbas Mariz até que ponto essa sua predisposição de trabalhar projetos pessoais de outros compositores lhe impediu de se destacar com um trabalho autoral nacionalmente?
Jarbas Mariz: É uma coisa engraçada, as vezes fico pensando se minha missão na minha vida é essa, porque trabalhei com muitas pessoas, longe de pensar que servi de trampolim para ninguém. Porque ninguém precisa de trampolim, cada pessoa que trabalhei tinham talento próprio. Mas meu trabalho é igual ou/e superior a quem está na grande mídia, quando eu subo no palco faço um show no mesmo patamar dos grandes músicos brasileiros. Mas me sinto um vitorioso porque sai da Paraíba e vim morar em São Paulo e sobrevivo da minha música. E até porque sei tocar com outras pessoas. E sei conviver comigo em relação a esse tipo de coisa. Eu podia parar de tocar com outras pessoas e fazer um trabalho autoral. Mas minha missão na vida é essa de trabalha com outras pessoas. Eu sou autodidata na música e na vida.
12) RM: Como você começou a trabalhar na banda de Tom Zé?
Jarbas Mariz: A história como conheci o Tom Zé é muito engraçada. Eu cheguei a São Paulo em 1989 e mandei fitas do meu trabalho para todos os lugares que tem projetos em São Paulo. E a FUNART me ligou e disse que minha fita tinha sido selecionada para fazer um show e um paraibano que trabalhava lá, o Walter Martins, não é meu parente. Ele me disse que o show tinha que ter uma direção e falei que não conhecia ninguém e ninguém me conhecia para dar credito ao meu trabalho. No Rio de Janeiro eu tinha conhecimento com muitas pessoas. Ele disse que ia me apresentar a Tom Zé, mas eu falei para ele que jamais Tom Zé vai ouvi Jarbas Mariz que ele não conhece. Ele estava saindo da fase de ostracismo e ele teve um problema com a capa do CD: “Todos os Olhos”. Porque tinha um ânus na capa e uma bola de gude na função de um olho. Ele contou isso num show, mas nunca mais contou. O Cara que bolou a capa trazia vários ânus para ele escolher. Ele dizia esse não estar legal e trouxe um ânus, que todo mundo gostou, mas a crítica e a imprensa ficaram com um pé atrás e deu uma congelada no Tom Zé. Quando me apresentaram ao Tom Zé na FUNART, ele chegou dizendo meu querido como já me conhecesse há mil anos. E dirigiu meu show, no ensaio eu ficava tocando e ele andando entre as cadeiras dentro do anfiteatro e dizendo vá cantando. Ele montou um espetáculo no qual cada música que eu tocava, eu iria pegar um objeto para montar no final um Totem. Para no final do show o público dizer que imagem que era e fizesse o que quisesse. Eu entre uma a duas músicas colocava um objeto no lugar e fazia uma reza. A ideia era deixa o público pensar o que quisesse. Depois o Davi Byrne “descobriu” o Tom Zé através de um disco em Sebo no Rio de Janeiro. Ele ligou para mim e disse: – Jarbinha (em 1991) você topa ceder dois anos de sua carreira para trabalhar comigo. Eu estou montado uma Banda, porque o David Byrne que investir na minha carreira musical e lançou uma coletânea de todos os meus discos no exterior e está vendendo muito lá. Ele que gravar um disco novo e fazer uma série de shows no exterior. Eu disse, com maior prazer, como disse a você essa é a minha missão de vida. Esses dois anos, em 2002 viraram onze anos de trabalho com Tom Zé. Meu sucesso é trabalhar com pessoas maravilhosas e conheci o mundo todo. Sem falar, das pessoas que chegam em São Paulo e me envolvo com os trabalhos e arrumo shows, viabilizo os projetos que tenho acesso. Como meu amigo Fuba quando esteve em São Paulo abri todas as minhas portas e toquei no show do dele.
13) RM: Jarbas essa sua postura faz de você uma pessoa e um profissional diferenciado. Porque já entrevistei e conheço outros músicos que por serem generosos foram passadas para trás e não tiveram o devido reconhecimento nem recíproca de sinceridade. Como você vê essa triste realidade?
Jarbas Mariz: Eu aprendi a conviver e a entender que o processo do artista existe várias formas de comportamento. Exemplo, Tom Zé, eu adoro o trabalho dele. Ele é temperamental, mas eu consigo conviver com esse lado dele tranquilamente, ouvindo e falando, porque eu também falo na hora de falar. Eu sou ruim de dizer não, mas quando estou aperreado, eu falo mesmo. Eu convivo com Tom Zé há onze anos (de 1991 a 2002) e teve um momento que a banda dele e a minha era a mesma. Eu tive que desfazer porque começou a coincidir os nossos shows. Mas eu nunca cantei uma música minha no show dele. Ele em onze anos nunca disse: – Jarbas enquanto vou tomar uma água toca uma música sua. E eu consigo administrar tudo isso na minha vida e na minha carreira. E falo isso só como registro como falei dos outros casos. Isso já me incomodou no começou, mas não incomoda mais. Eu sou humilde e não sou temperamental. Sei convive com as estrelas e fiquei feliz por ser reconhecido pelo meu trabalho. Recentemente a minha namorada encontrou no Portal Terra tinha mais de duzentas páginas falando sobre o meu trabalho. Eu fiquei surpreso. E tinha duas músicas minhas que entrou na campanha da Paz Mundial e fiquei sabendo pela internet. Foram as músicas: “Balada Para Quem Nunca Morre” e “Forró Para Mundo Inteiro”. Eu por conviver com meu trabalho e com o de outros artistas proporcionou eu conhecer os dois lados da moeda e faz com que eu brinque com os meus músicos numa boa.
14) RM: Quantos discos lançados?
Jarbas Mariz: O primeiro disco foi um compacto duplo. Em 2000 gravei um vinil que depois saiu em CD: “Bom Shankar Bolenajh”. Esse foi um trabalho que fiz com meu parceiro: Lula Côrtes de Recife-PE que mostra a identidade musical oriental e ocidental. O Lula, já trabalhava com a música oriental. E o primeiro disco dele chama-se: “Sativa”, que gravou com Lailson. Ele no Tricórdio e Lailson com uma Viola. Esse meu CD – “Sativa” foi nos anos noventa, mais bem trabalhado e gravado. Foi meu trabalho em vinil pela gravadora Continental. Tentamos mostrar com esse disco a influência do oriente dentro da cultura nordestina. Foi um disco que fizemos várias experiências. A tradução do nome do disco é: “Desperte Um Deus em Você”. Depois fiz um CD com minhas canções e depois de anos de amadurecimento que se chama: “Vamos Lá Pra Casa”. Que é um buquê de todo meu trabalho e mostrar esse é Jarbas Mariz. Esse CD tem músicas que foram gravadas por outros cantores como: Marinês e Gilberto Gil (Quatro Cravos), Chico César (Carinho, Carimbó). Tem música de Lis (De Xamego em Xamego) e Dida Fialho (Trem Coração de Ferro) e a participação de Tom Zé na música: “Palavreado”. E na sequência era uma velha promessa minha, de quando tivesse condições financeiras, bancaria um CD em homenagem a Jackson do Pandeiro, por ele ter me proporcionado aquela força espiritual e rítmica que eu precisava naquele momento. É uma homenagem sincera e foi apoiado pela família como: Cícero (irmão) que infelizmente faleceu, das suas esposas: Almira (a primeira), Neuza (a segunda) e da filha Geralda. Na Paraíba vai ser lançado o primeiro livro sobre Jackson do Pandeiro escrita por Fernando Moura e lançada pela Editora 34. Enquanto o Luiz Gonzaga teve treze biografias escritas, o Jackson do Pandeiro vai ter a primeira. E cita a minha participação com o trabalho de Jackson. E lancei o CD: “Forró Do Gogó Ao Mocotó”. Lancei o CD em João Pessoa e depois na cidade natal dele: Alagoa Grande. Foi lançado pela gravadora Atração. Bati nas portas de várias gravadoras e ninguém quis fazer o trabalho. E Chico Pardal estava assumindo a direção de produção de lançamento da Atração. Entre os trabalhos que já estavam para ser devolvidos para seus autores, ele encontrou o meu antes de ser devolvido. Chico Pardal viu as participações de peso que tinha no CD como: Chico César, Marcos Suzano, Mestre Ambrósio, Bocato, Toninho Ferragutti, Vange Miliet. Essas participações mostram claramente minha credibilidade no meio musical.
15) RM: Como foi a pesquisa para selecionar o repertório dessa homenagem ao Jackson do Pandeiro?
Jarbas Mariz: Esse é o meu CD atual de trabalho e as pessoas perguntam porque: “Forró do Gogó Ao Mocotó”. Quando comecei a escolher as músicas para fazer esse CD, ouvi as fitas dos shows que fiz com Jackson. Aqui em casa tenho várias fitas históricas como: Show com João do Vale, o primeiro show de Elba Ramalho em Campina Grande-PB, quando ela gravou o primeiro disco: “Ave de Prata”. Um amigo meu era o operador de som e me deu essa fita. O primeiro show de Zé Ramalho do início da carreira. Eu tinha várias fitas de shows ao vivo do Jackson do Pandeiro. Eu queria gravar os sucessos e também algumas coisas desconhecidas do grande público e que eu gostava de cantar. Eu tenho uma fita gravada em Blumenau-SC. Teve um momento do show que estava animado pra caramba e foi quando Jackson que falava bem explicado: “E o Forró Não Pará. É Forró do Gogó ao Mocotó”. Aí eu disse: -Bicho esse vai ser o título do meu disco. Não era música e não existi essa frase em canto nenhum. E foi o mestre que falou. Eu abro o disco com o próprio Jackson falando essa frase. Tenho trabalhado muito esse CD e tive críticas positivas de comunicadores brasileiros como: Carlos Calado que fez uma crítica muito boa e Ricardo Anísio que é o bicho papão da Paraíba, que mete o pau em todo mundo. Elogiou-me pra caramba. Eu só tenho recebido elogios sobre esse trabalho. A gravadora já fez uma segunda tiragem.
16)RM: Jarbas, você fez uma música em homenagem a São Paulo em parceria com Assis Ângelo. Como surgiu essa parceria?
Jarbas Mariz: Assis Ângelo é um grande companheiro de muito tempo. É um grande jornalista e admiro muito o trabalho dele como radialista e escritor. É um cara que cultua a música brasileira como ninguém. A casa dele é um arquivo da música brasileira, ele tem mais de dez mil discos. Tudo quanto documentos sobre música brasileira ele tem.
É um cara que respeito muito. E quando cheguei em São Paulo ele estava escrevendo um livro que vai sair um dia. O livro é sobre os compositores que fizeram uma música sobre São Paulo. Eu sugeri que ele fizesse em série de volumes, por que sempre aparece mais música em homenagem a São Paulo. Ele conseguiu catalogar mais de duas mil músicas.
Foi assim que surgiu a nossa primeira parceria, ele mandou uma letra sobre São Paulo para eu musicar e fiz umas adaptações. Porque quando você vai colocar melodia em um poema para arredondar dentro da melodia criada, é necessário modificações. Ele me deu essa liberdade. O nome do samba é: “São Paulo de Todo Mundo”.
E fiz outra música em homenagem a São Paulo que é uma embolada e se chama: “Cruzando a Pauliceia”. Eu sempre escuto o Programa de rádio dele: São Paulo, Capital Nordeste. Ele toca muito as minhas músicas e já tem um público que escuta Jarbas Mariz. Pediu recentemente para uma pessoa da Biblioteca Nacional-RJ ligar para mim para incluir minhas músicas sobre São Paulo em um livro.
17) RM: Quais são os projetos profissionais de Jarbas Mariz em 2002?
Jarbas Mariz: A minha pretensão esse ano é gravar um CD autoral, José Nêumanne acha-me um doido, por eu ter feito um disco de homenagem como o que fiz de Jackson antes de consolidar uma carreira autoral, com num mínimo quatro CDs lançados. Então eu quero esse ano de 2002 gravar um CD com canções minhas.
18) RM: Como você analisa a badalação do “Forró Universitário” na grande mídia?
Jarbas Mariz: Eu sempre falo que o “Forró Universitário” está para o Forró como o Pagode está para o Samba. É uma comparação que faço. A gravadora Atração lançou uma coletânea como sendo o melhor do “Forró Universitário” volume 2. Que tem Forróçacana, Morais Moreira, Jarbas Mariz, Quinteto Violado, Kátia de Tróia, Carlos Vilela. Um jornalista foi fazer uma entrevista comigo e me perguntou como era meu “Forró universitário”. Eu falei que meu Forró não era “Universitário”, meu Forró é pós-graduado, é doutorado. Nada contra ao Forró que os meninos fazem. Foi só para definir como os músicos mais tradicionais mostram a diferença do Forró tradicional para o Forró das bandas do Ceará, dos Tecladista e agora do “Forró Universitário”. Eu trabalhei com João do Vale, Marinês; que é uma das maiores intérprete da música brasileira. Ela é o “Luiz Gonzaga mulher”, o que o Luiz Gonzaga representou para música nordestina, ela também representa. Já trabalhei com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro. Eu penso que cada tipo de música se comunica com um determinado público.
19) RM: Jarbas Mariz, participou em CDs de vários artistas. Cite alguns?
Jarbas Mariz: Vamos começar por Tom Zé. Fiz: The Hips of Tradition, Com Defeito de Fabricação, Jogos de Armar-Faça Você Mesmo. Paralelamente fiz um trabalho com Zé Miguelsinho, que foi uma trilha para o grupo Porto de Minas Gerais que se chama: Para Belo. Eu fiz “Xixique” que foi a música tema para a equipe brasileira de nado sincronizado que ganhou uma medalha de Ouro. Cantei no disco de Lourival Tavares que é um músico maranhense que trabalha em São Paulo; Cantei e co-produzi o disco de Marco Mendes que é um músico de Campina Grande; fiz participação em trabalho do Chico César; Cantei no CD de Cacá Lopes; Cátia de França, Ney Couteiro; Sabáh Moraes, Lula Côrtes no CD novo tem duas composições minha, cantei em trabalhos de Zé Ramalho. Produzi o trabalho de um compositor de reggae raiz, João Terra (falecido no dia 02 julho de 2021); produzi um trabalho com cinco compositores da Freguesia do Ó e coloquei uma música minha. E meus discos quem produz sou eu. Elba Ramalho produziu um disco de Marinês, a qual ela é fã e influenciada. Elba cresceu ouvido Marinês e nesse trabalho tem uma música minha e de Chico César: “Fruto e Arte”. Eu tenho muitas músicas gravadas por outros interpretes e participações, no momento não dá para lembrar de todos.
20) RM: Você já fez shows em Campina Grande?
Jarbas Mariz: Fiz em 1998 e 2001 no Maior São João do Mundo fiz um show dividindo o palco com Alceu Valença e Biliu de Campina em uma homenagem a Jackson do Pandeiro. Mas em teatro nunca fiz, mas vai haver outras oportunidades.
21) RM: Jarbas Mariz, Como você vê o mercado musical em São Paulo?
Jarbas Mariz: Hoje eu sou paulistano pra caramba. Os amigos dizem que sou louco, porque quando vou para Paraíba e passo uma semana lá, quero voltar. Minha namorada é paulista e quando vamos para João Pessoa, ela quer ficar e eu quero vi embora. Eu adoro São Paulo, depois do amadurecimento no Rio de Janeiro, em Sampa, eu consolidei minha carreira. Eu sou muito profissional, cumpro meus horários bem certinhos e estou fora do dogma que artista é relaxado. Eu moro sozinho, mas minha casa é bem organizada e não gosto de acorda cedo, mas se tiver que acordar, eu acordo. O mercado musical em São Paulo está à frente e foi aqui que consegui consolidada a minha carreira, formar meus três filhos aqui. Sempre falo para meus amigos músicos da Paraíba, que venham para São Paulo, mas que as coisas não acontecerem do dia para noite. A batalha é diária levando material em todos os lugares. Hoje me vejo mais tranquilo para administrar um possível fama, mesmo sabendo das perturbações que a fama traz, como: O telefone que vai tocar muito mais e não vai ter a mesma tranquilidade de sair nas ruas e se cuidar para não ser vítima dos oportunistas. Mas São Paulo é tudo para mim.
22) RM: Como é sua convivência pessoal e profissional com Tom Zé?
Jarbas Mariz: O Tom Zé é um cara super amável, meu grande espelho, um cara com 65 anos de idade que tem uma energia impressionante em cima do palco. É um cara que atende todo mundo, é caseiro, escreve muito em casa, pensa e trabalha o dia inteiro com música. Eu aprendo muito com Tom Zé.
23) RM: Como você define a sua produção musical?
Jarbas Mariz: Eu gosto de música brasileira, canto Forró, Samba, Embolada com sotaque nordestino. Eu só não me vejo cantando música Sertaneja nem Pagode. Minha música envolve muito o ritmo e suingue.
24) RM: Fora à profissão musical quais são suas outras atividades culturais em São Paulo?
Jarbas Mariz: Eu faço a programação da Universidade Livre de Música Tom Jobim que é um departamento da secretaria estadual da cultura. E coordeno o projeto de música na FEBEM com os adolescentes e a gente montou em 2001, na FEBEM uma peça chamada: “Num Lugar Dela Mancha” que é uma adaptação do livro: Dom Quixote Da lá Mancha. As tradicionais brigas nas Tabernas a gente substituiu por uma capoeira. A diretora da peça é Valeria Di Pietro. A coordenação e as músicas são feitas por mim. Então fiz uma Ciranda, um Maculelé, Caboclinho, Maracatu, uma Excelência, Pagode. E penso que só assim os adolescentes terão outras opções. E na Universidade Livre de Música, eu tenho contato com os músicos de São Paulo que vão se apresentarem ou fazerem oficinas. Abre um leque para conhecer e ser respeitado pelos artistas de São Paulo.
25) RM: Jarbas Mariz, Como foi seu encontro com Tom Jobim e Jimi Page?
Jarbas Mariz: Eu convivi com Tom Jobim quando ele era reitor da Universidade Livre de Música (ULM) que hoje tem seu nome. Ele vinha em São Paulo para fazer as palestras que estavam dentro do contrato dele com a Universidade, fazíamos visitas as oficinas culturais de São Paulo. Eu tenho um crachá do evento que organizamos no Memorial da América Latina para ele tocar com a orquestra sinfônica de São Paulo no qual tem uma declaração carinhosa dele: “Jarbas Mariz amo você”. Eu o deixava está bem no momento dele. E outra tietagem minha foi com o Jimmy Page. A banda Led Zepelim foi para mim a melhor banda de rock. Quando participei do Rock In Rio com Tom Zé, tive o privilégio de encontra-lo no hall do hotel e com meu inglês tupiniquim, falei que era músico e seu fã. A princípio houve uma resistência, mas quando falei que estava participando do Festival, ele conversou comigo. Dei meus discos para ele, porque ele gosta muito de cultura brasileira.
26) RM: Jarbas Mariz, Qual a formação da sua Banda?
Jarbas Mariz: É formada por Silvio Franco (Bateria), Lula Alencar (Sanfona e Teclado), Eder Sandoli (Guitarra), Lígia (Percussionista), Petrio Sodré (Percussionista), Isaias Amorin (Baixo).
Contatos Jarbas Mariz : 11 – 3082 – 8330 \ 98100 – 5614\ [email protected]
AUTOESTIMA de Jarbas Mariz e Lourival Tavares: https://www.youtube.com/watch?v=wN-RkBk9Irs
Vídeo de Jarbas Mariz
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