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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Eu e o Contrabaixo

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Contrabaixo, violão, teclado, bateria… Saber qual é o seu instrumento, só tocando. O Tamborim foi o meu primeiro instrumento que toquei na Escola de Samba paulistana Vai-Vai. A minha primeira “frustração” no aprendizado musical aconteceu nas aulas de Violão, quando o professor Jacinto sentenciou que o Violão não era “o meu instrumento”. Mas quando aprendi tocar o Contrabaixo, simultaneamente aprendi tocar o Violão. Mas o Teclado foi o meu primeiro o estudo musical que me proporcionou uma visão ampla da teoria musical e de outros instrumentos.

O mestre Jorge Ribbas foi o responsável pelos os meus primeiros passos no sólido estudo musical na Escola Musidom, primeiro aprendendo Teclado, porém em menos de três meses de estudo, eu cheguei na aula de Teclado, como um Contrabaixo. O mestre Jorge sem entender muito bem a troca de instrumento, eu expliquei que pela falta de baixista na banda que formei, eu mudei para o Contrabaixo. Achei que seria fácil, pois troquei 61 Teclas por 4 Cordas. Na prática cada corda do Baixo pesa quase as 6 de um Violão. A banda acabou, mas descobri o instrumento que uniu o Amor e a Paixão nas primeiras lições de digitação. A minha facilidade com a percepção do ritmo facilitou no estudo do Contrabaixo, que tem no seu DNA o Ritmo e a Melodia.

Vinte anos depois (2006) ouvindo clássicos do rock americano percebi minha predileção pelas linhas (groove) do Contrabaixo nas músicas. Quem quiser saber o nascimento, crescimento e o amadurecimento do Contrabaixo Elétrico, basta escutar Rock e Blues e depois que o baixista domina e enjoa das linhas desses dois ritmos; basta ouvir Funk (Disco) e Jazz para as notas começarem a entortar e só os fortes continuam gastando os dedos nas cordas graves. O contrabaixista que usa o instrumento com a consciência melódica, entende que acima de tudo o Contrabaixo é contra canto da melodia da música.

O Contrabaixo e o Bumbo da Bateria já foram irmãos gêmeos, o baixista ficava colado na divisão rítmica que o baterista fazia no bumbo, só que a linha rítmica que o Baixo repetia do bumbo emitia notas musicais.  A sinergia baterista e baixista era o duo clássico nas bandas de Rock, Blues, Funk e Jazz, uma boa banda tem uma cozinha perfeita.

O contrabaixo se libertou de seguir como cativo à linha rítmica do Bumbo da Bateria e quando baixista tem vida própria à independência é total, mas o baixista consciente da sua função não comete o erro de querer substituir a função do solista da banda e se perder da função de condução e não se encontram mais… Quando o baixista quer voar como solista é o momento de tocar Violão, Guitarra ou Teclado. No time banda, o baixista é o volante que promove a segurança com o bom groove e conduz, distribui a bola e as vezes faz belos gols (solos).

O mestre Jack Lima foi o primeiro a me conscientizar da função do Contrabaixo como o contra canto, ou seja, foco na melodia da música. Quando criei e gravei as linhas de contrabaixo no primeiro álbum da Reggaebelde segui a lógica desse caminho melódico e não me arrependi. O Contrabaixo é o Peso que mesmo quando não escutado, se sente na música…


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