O rotulo de Brega esteve em evidencia na década de 90 com ascensão das duplas sertanejas (Rotuladas de “breganejas”) que recebiam criticas de todos os lados, em geral por venderem muitos CDs com músicas de apelo “sentimentaloíde”. A principio não se discutia a qualidade ou falta de qualidade musical. Mas sim, a conta bancária mudança de padrão de vida e espaço na mídia.
Mas o termo brega ou cafona começou se propagar nos anos 60 para distingui os jovens que faziam música de “boa qualidade” (Engajadas) ou de “baixa qualidade” (Alienadas). Havia uma distinção entre as músicas politizadas, de lirismo poético das de apelo romântico e temas
cotidianos. As de melodias, harmonias e acodes simples das de melodias, harmonias, acordes dissonantes e complexos. Ou seja, discutiam sobre as diferenças estéticas e técnicas de cada gênero.
O preconceito cultural e social deturpava o “principal objetivo” de chegar a uma pretensa “conclusão” da tal de boa qualidade. Um possível consenso era a existência de música boa e ruim em qualquer gênero. Que não se dá pela quantidade de acordes nem pela dissonância existente ou não. Uma boa melodia é a essência musical. A apreciação de uma letra depende da vivência pessoal, cultural, social, do estado de espírito, realidade histórica e grupo social de uma pessoa. E se uma boa letra é vestida por uma boa melodia terá uma boa aceitação. O que impede que uma música rotulada de Brega não possa cair no gosto de um dito intelectual ou que uma música com melodia, letra mais elaborada ou de lirismo poético não agrade o ouvido dito popular?
Existe muita coisas mal feita e chata tanto na música MPB “pura” quanto na dita Brega. No passado os gêneros musicais eram bem distintos e existiam as disputas e preconceitos. Mas a escolha de ouvir ou tocar um gênero era respeitado pela convicção da escolha. A MPB nos anos 60 tinha exclusividade na mídia e o Brega era excluído, tendo espaço só nos Bordéis. Mas quando o Brega chegou na mídia (Anos 90) começou o celeuma no meio artístico. A democratização do espaço na mídia é que fará o publico optar por um ou mais gênero sem discórdia. Existi música para todos os gostos, estilos, nível social e cultural, momentos e movimentos. Não é a suplantação de um gênero em beneficio de outro que fará a evolução musical, mas o conhecimento da diversidade de gêneros para uma escolha musical consciente.