More Sonekka »"/>More Sonekka »" /> Sonekka - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Sonekka

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Osmar Ricardo Lazarini é pequeno empresário, comanda a Agência Trampo de estratégias digitais.

Sob o codinome artístico Sonekka e lançou diversos álbuns autorais como Incríveis Amores, Agridoce e Cisma, ainda que sua carreira remonte de meados dos anos 80.

Como produtor acumula projetos especiais de todos tipos de vertentes como o infantil Palavrinhas Mágicas, singles como Sabe Deus, o EP do GRES Casa do Caralho, as bandas Tropeçalistas e Tonq como instrumentista e compositor. Suas músicas já integraram diversas coletâneas lançadas no Brasil e no exterior e como autor, foi gravado por mais de 50 artistas independentes. Ao todo são cerca de 100 canções gravadas, incluindo artistas como Zé Rodrix, Luiza Possi, Nilson Chaves e Sá e Guarabyra.

Entre seus parceiros figuram tanto compositores incipientes, quanto compositores de longa estrada de sucesso como Zé Rodrix, Paulinho Tapajós, Sérgio Napp, Zé Edu Camargo, Manoel Gandra, Manuca Almeida, Juca Novaes, Celso viáfora, Nilson Chaves, Guarabyra e Alexandre Lemos.

É produtor do meme “Nesse ritmo nosso não” de Joãozinho Del Duque que acumula 800 milhões de plays no Tik Tok como trilha de mais de 800.000 vídeos de usuários. É um compositor que trafega em toda a extensão da música que se faz no Brasil, não se rotula e não se isola.

É criador do site Clube Caiubi de Compositores que uniu cerca de 8000 compositores do Brasil e do exterior em uma mostra permanente de música nova e um círculo virtuoso de criação musical. Ao todo já compôs mais de 1500 canções. Como jurado de festivais já acumula mais de 100 eventos.

Em 2021 lança o meme “Nesse ritmo nosso não” com Joãozinho Del Duque e diversos singles como Amar, Amar e Amar…, Hortência, Tá com tudo e Logo eu.

Em 2021 continua a saga dos singles como “Vacina” com Kleber Albuquerque, “Dia feio”, com Zé Edu Camargo, etc.

Em 2020 é gravado por Nilson Chaves, um dos mais importantes artistas do Norte do país com “Das mangueiras”.

Em 2004 e 2003 Lança Incríveis Amores em CD e participa de coletâneas de MPB. Em 2005, junto com Zé Edu Camargo, produziu o espetáculo “Dois em Umas” só com parcerias de ambos. Inovador, no dia seguinte quem foi ao show pôde baixar a gravação e gravar num CD virgem que foi distribuído com encarte na entrada do show.

Em 2006 integrou bandas de Lowfi rock como Os Tropeçalistas com Vlado Lima, Ricardo Soares, Ricardo Moreira, Lucio Manosso, Zé Rodrix e também o Tonq com Wilson Rocha e Ayrton Mugnaini.

Em 2008 lança o site do Clube Caiubi online congregando compositores do Brasil e do mundo aos milhares. Em 2008, como intérprete, participou da trilha sonora da novela “Amor e intrigas” da Rede Record. Em 2008 o CD Agridoce recebe o Prêmio “London Burning” de Disco do ano na categoria MPB. Sua verve melódica também pode ser ouvida em trilhas instrumentais em parceria com Nando Lee, em documentários do www.museudapessoa.net

Em 2011 lançou Forró Avacaiado, álbum de humor. Em 2010 vence o concorrido Festival FAMPOP de avaré com “Logo eu”. 

Em 2012 lança Cisma, em aplicativo para Android, CD e mobile site. Em 2012 relança o Agridoce em formato de aplicativo para dispositivos móveis.

Em 2013 Luiza Possi grava “Logo eu”, parceria de Sonekka e Zé Edu Camargo. Em 2014 gravou um álbum infantil digital, Palavrinhas Mágicas com Adeilson Sales, ainda não lançado. Em 2015 estrelou 8 shows “as canções de ZÉ Rodrix” junto Tavito e Barbara Rodrix e apresentado pela Jazz Big Band, com 18 músicos.

De 2009 a 2019 integra o corpo de jurados do Fun Music um festival universitário, junto com Carlos Rennó, Kid Vinyl, Juca Novaes, Sabrina Parlatore e Tavito. Em 2009 estreia o show “Dois em Outras” com canções dele e de Zé Edu Camargo. Em 2018 compõe canções para a peça Verde Perto junto com Renata Pizi.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Sonekka para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06.12.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Sonekka: Nasci no dia 15/03/1970 no bairro de São Miguel Paulista na zona leste de São Paulo. Mas fui criado desde os 2 anos de idade em Tabatinga – SP e registrado como Osmar Ricardo Lazarini.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Sonekka: Muito cedo, meu irmão 10 anos mais velho que eu, já falecido, tocava e eu me encantava. Depois comecei aprender violão com um amigo aos 12 anos de idade (1982).

Separo o que é primeiríssimo contato com a música e o que é contato com a arte de tocar. Quando eu era muito pequeno, tipo 4 ou 5 anos de idade meu irmão – que era 10 anos mais velho – já construía instrumentos de sucata e tirava um som bacana. Eu estava sempre junto com ele nas “brincadeiras de banda”.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Sonekka: Musical, muito pouca teoria. Completamente autodidata, daqueles de mergulhar nas revistinhas VIGU até ter os acordes nas mãos, o ritmo já era nato. Tive algumas aulas de harmonia, mas que ao todo não deve ter dado seis meses de estudo. Fora na música eu sou formado em Processamento de Dados e possuo uma centena de cursos diversos inclusive pós e MBA.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Sonekka: Passado os artistas dos festivais da TV Record dos anos 60 e João Bosco, Chico Buarque, Gilberto GilCaetano Veloso, Marina Lima, Guilherme Arantes, Kleiton e Kledir, Celso Viáfora, Cazuza, Sá, Rodrix e Guarabyra, Xangai, Elomar, Gonzaguinha, festivaleiros diversos das décadas de 80 e 90 que nunca deixaram de me influenciar.

Os que tocavam bastante nos anos 80 como Barão Vermelho, Cazuza, Rita Lee (o rock brazuca). E por morar no interior, muita moda de viola. Eu sempre gostei de música nova, de gente desconhecida do grande público.

No presente e no passado recente os compositores do Clube Caiubi como Vlado Lima, Rica Soares, Marcio Policastro, Álvaro Cueva, Gabriel de Almeida Prado, Elio Camalle, Kleber Alburquerque, Henrique Rosa, Alexandre Lemos, Glauco Luz. Dos semi contemporâneos: Chico César e Zeca Baleiro. Talvez os que perderam importância foram os seresteiros e o João Gilberto, a Bossa Nova toda perdeu terreno no meu gosto.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Sonekka: Em 1986 nos bares do interior de São Paulo por acidente. Um amigo, Emílio Carlos estava ticando no bar chamado Casablanca. Ele teve que se ausentar e me pediu pra “rende-lo”. Eu tinha 16 anos de idade e já estava trancado no quarto por uns três anos construindo um repertorio de MPB de boteco e encarei.

Aí o bar começou me chamar uma vez por semana e fui adiante. A composição sempre foi paixão, mas veio bem depois, embora já nesta época eu tivesse tentado algumas coisas. Foi um acidente causado, eu sempre quis. Tinha fascinação por instrumento.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Sonekka: Lancei três CDs físicos. E muitos outros projetos de álbuns digitais, coletâneas, projetis especiais e singles à rodo.

Em 2003 lancei o primeiro CD – Incríveis Amores, participaram na gravação Nando Lee, Fábio Schmidt, Ivan Peliciotti, Rodrigo Peninha.

Em 2005 tive um projeto ao vivo, de tiragem limitada, só com canções minhas e do Zé Edu Camargo (Nando Lee, João bani, Fábio Schmidt e Ricardo Bocate).

Em 2007 lancei o Agridoce, um livro-CD com arte de Murilo Martins e muitas participações, além de Nando Lee, Schmidt, Ricardo Bocate, tivemos Ayrthon Boka, Paulo Faria, Sizão Machado, Roberto Lazzarini, Zé Rodrix, Fábio Andrade, Cajé, Guarabyra, Celso Viáfora, 4+1, Chris Wells, Élio Camalle e muitos outros.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Sonekka: Música Brasileira Livre. Odeio rótulo, odeio ter que agradecer ao gosto. Gosto de MPB, Forró e xote, Samba, pop, música caipira. Acho chato ter que me encaixar em estilo, adoro trabalhos que variam os ritmos e assuntos.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Sonekka: Uns meses com o Tato Fischer que fizeram enorme diferença, mas não dominei a arte de nunca desafinar.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Sonekka: Cantar desafinado é mais feio do que tocar mal.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Sonekka: Zé Alexanddre é o top plus master entre os homens, mas gosto do Edmundo Santos, Zé Luiz Mazziotti, gosto de vozeirão. Voz pequena já chega a minha. Das cantoras a Renata Pizi, minha mulher, é uma bela voz de verdade.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Sonekka: Já foi intuitivo, já foi por insistência, já foi por inspiração, por comparação e por técnicas. Hoje em dia é uma mistura de tudo isso, mas, acima de tudo, uma necessidade física, um chamado, é quase uma vontade de chorar, é tipo um grito de esperança de que alguma coisa vai acontecer a qualquer momento e trazer um tempo de felicidade plena.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Sonekka: O Zé Edu Camargo é parceiro de vida e de sonho, na esteira de parceiros eu tenho dezenas, alguns mudaram minha forma de ver melodia e letra, é o caso do Alexandre Lemos, Gilvandro Filho, Leo Nogueira.

Outros que fizeram poucas, mas muito certeiras como o Rica Soares. Outros que fizeram algumas que mexeram com alguma coisa importante dentro de mim como o Celso Viáfora, Vicente Barreto, Sérgio Napp, Nilson Chaves. O certo seria fazer uma imensa lista.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Sonekka: Hoje em dia só tem pró, posto que o outro lado praticamente não existe. Ao menos para gente comum como eu. Tem que ter desprendimento porque o esforço algumas vezes é enorme e o resultado financeiro ou mesmo afetivo, é nulo.

Não existe uma carreira de compositor. Mesmo os compositores brilhantes que conheço e que fazem música pra gente bem famosa, não cultivam um resultado que os permita sobreviver apenas de música.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Sonekka: Procuro me encher de conhecimentos em todas as áreas possíveis (produção, streaming, áudio, plataformas, marketing, etc), para que eu tenha um bom poder de execução sem depender de projetos e equipe. Ainda me falta muita coisa.

Não tenho paciência ou tempo para os projetos de leis de incentivo, por exemplo, que é um instrumento importante e que poderia me levar mais longe.

Hoje em dia não me preocupo mais com o tamanho e relevância artística que vou ter e sim, no máximo possível que conseguirei deixar. Quem sabe um dia a música brasileira que se fazia no século XX volte a ter importância.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Sonekka: Lançar singles constantemente e buscar visibilidade pra elas nas redes. Não flerto com quase nada além disso. Não busco shows, nem tv, nem rádio. Acho que a fama é um sonho distante e que a música escolhe os preferidos meios ao acaso.

Admira-me os que sem entregam, mas me dói demais ver os que se entregam e não chegam a absolutamente nada. E são muitos.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Sonekka: Só ajuda. Não vejo quase nada que seja prejudicial, é um meio acessível. Talvez o prejuízo seja o de que a internet meio que “acomoda” a gente. Nos dá impressão de que estamos fazendo, lançando, acontecendo, quando na verdade é tudo extremamente efêmero. Talvez no analógico a gente tivesse a verdadeira chance de ser ouvido e compreendido.

Mas antes o “quase nada” do que o impossível absoluto. Aos 23 anos de idade (1993) eu tinha banda, público, mas não tinha música e nem dinheiro pra produzir. Hoje em dia eu não tenho o que tinha aos 23 anos. É uma bosta. Complô do tempo contra o sonho.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Sonekka: Pro compositor, só vantagem, é uma chance de existir sem ter que vender um rim.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Sonekka: Eu tento transformar minha música em algo relevante pra pessoas e transpasse o gosto pessoal. Embora fora do mercadão, a música do mainstream é muito oca, não fala com a alma das pessoas. No máximo dialoga com um ou outro problema comum da vida das pessoas, balançam o corpo e movem algum sentimento.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Sonekka: É uma pergunta problema, posso falar dentro do universo meu gosto pessoal, mas existe um mundo musical muito maior e desconhecido. Mas vamos lá, do que eu ouvia duas ou três décadas atrás não mudou nada, não apareceu ninguém que tenha mexido comigo.

Continuo achando que Chico César e Zeca Baleiro estão maiores porque seguem criando, e que Lenine, Paulinho Moska, Marina Lima e velha guarda da MPB estão encruando. Os monstros sagrados que formaram meu gosto, seguem monstros sagrados. Quem era do entretenimento e agradava, já não mexe mais comigo.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Sonekka: Eu não tenho memória suficiente pra lembrar de tudo, mas uma vez em Ibitinga – SP, fui tocar numa festa de sítio, tipo quermesse. Eu no palco, uma tempestade entre mim e o barracão onde estavam as pessoas. O microfone dava choque a ponto de sangrar minha boca e na volta o carro encalhou, caí na lama e o escambau.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Sonekka: Mais feliz é continuar fazendo e perceber que melhorou ainda que lentamente. E mais triste é não poder viver de música, ser mais gravado, mais ouvido e sobretudo a sensação nítida de que não vai dar tempo de voar mais alto que isso.

Mais feliz é quando alguém grava uma música minha. E triste é não ter muitos meios de veicular as minhas canções, formar público e etc. Fazer um show todo caprichado e ter que me virar do avesso pra conseguir plateia é a maior tortura, tenho evitado tentar.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Sonekka: Existe. Gente como Chico Buarque, Celso Viáfora, Pedro Altério, Dani Black, Breno Ruiz já faziam música adulta e madura com 16 anos de idade.

Defino como um poder mais apurado que o normal de perceber a vida, as coisas, as técnicas e conseguir transformar isso em plano de carreira.

A gente nasce sem DOM e tem que treinar, depois fica com medo de trilhar como carreira e quebrar a cara. Esses com DOM já nascem com a coragem.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Sonekka: Eu prefiro deixar isso pro pessoal da música instrumental. A canção é mais quadradinha. A improvisação talvez seja o laboratório do bom músico na hora de se inserir no arranjo. Acho bonito.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Sonekka: Existe o conhecimento e existe o bom gosto. Existe a técnica e a técnica aplicada com bom senso. Nem tudo caminha lado a lado. Já vi ótimos músicos cometendo improvisos horríveis pra mostrar que são bons mesmo, esses são piores.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Sonekka: Desconheço esses caminhos. Nunca fui dessa praia. Escala pra mim sempre foi chato.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Sonekka: Pressupõem que a gente sabe tudo de tempo e intervalos.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Sonekka: Eventualmente, em algum acidente qualquer. Tocar massivamente, jamais.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Sonekka: Sempre digo para terem um plano B. A música é traiçoeira demais pra merecer que a gente abdique de tudo pra sem entregar a ela de corpo e alma.

Desenvolva habilidades paralelas que você possa lançar mão caso algo dê errado. Agora, se o cabra é herdeiro, tem a vida mais ou menos resolvida, se joga, arrisca tudo e vá viver seu sonho. Eu não pude.

Faria uma pergunta clássica que o Zé Rodrix costumava fazer, começaria perguntando: – Você quer ser artista pra quê? Seja sincero. Definidas as razões claras, havendo certeza de que existe talento, o resto é trabalho, estudo, audição, leitura.

29) RM: Fale de sua experiência em Festival de Música.

Sonekka: Festival de Música Universitário na década de 90 principalmente, não mais que dez. Serviu pra que eu visse que não é um bom caminho. É um caminho, mas é mais “involutivo” do que evolutivo.

Submeter uma canção ao gosto de meia-dúzia de jurados com seus gostos pessoais não é o melhor dos mundos para um artista. Vejo gente boa demais que perde décadas de vida artística em Festival de Música e não encontra nem público e nem oportunidades, sobrevivem de prêmio aqui e ali.

Eu gosto da música que alguns fazem, mas o lance de passarem anos a fio defendendo em Festival, a mesma canção vencedora de sempre, acho uma crueldade com a própria carreira.

30) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Sonekka: Revela sim. Mas o que seria revelar? Revela ali, praquela meia dúzia de jurados e aquele público quase sempre moderado.

31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Sonekka: Cobrem a ponta do iceberg, incensam coisas que não tem a menor relevância a médio e longo prazo, não se aprofundam, não pesquisam, não arriscam revelar muita gente.

32) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Sonekka: Separemos? SESCs são vitais para manter um mínimo nível de acesso à música boa. Sesis tem os editais e beeem menos público e Itaú Cultural é um só num mar de artistas. tem mais artista sentado na mureta no Itaú Cultural do que lá dentro.

Mas deixo uma crítica ao SESC (embora admire e ache imprescindível). Eles criam uma estrutura viciada no baixo preço do acesso à cultura. As pessoas pagam 10,00 pra ver um artista de renome lá, como vão pagar 40,00 ou 60,00 ou 100,00 pra ir assistir alguém que não tem acesso aos SESCS? Popularizam o acesso a eles e o resto que não tem como se apresentar neles, fica meio refém. Fiz show no SESC uma única vez, foi incrível tocar com um som decente, cachê e entrada free.

33) RM: Quais os prós e contras do movimento Caiubi físico e online?

Sonekka: O Caiubi reuniu e ainda reúne muita gente boa de composição, no online democratizou esses encontros, o contra é que a gente envelheceu, que manter estruturas tem custos, que o desinteresse das pessoas e dos interpretes vai minando as forças de qualquer movimento autoral.

34) RM: Qual sua relação pessoal e profissional com Zé Rodrix?

Sonekka: De admiração plena e pura gratidão ao Zé Rodrix. Profissionalmente o que fizemos foi engatar uma parceira que prometia muita coisa, mas aí veio a deusa música e seus melindres e levou o .

35) RM: Fale de sua atuação com a agência/assessoria Trampo.

Sonekka: Eu sempre trabalhei com internet, trabalhei empresas grandes e aprendi muita coisa com gente bastante craque sobretudo no jornalismo. Hoje em dia tenho a minha agência onde fazendo tudo que se relaciona à visibilidade online de maneira estratégica.

36) RM: Como surgiu o apelido Sonekka?

Sonekka: É um apelido de infância, eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade quando adultos começaram me chamar de Soneca. Aí a história é sempre a mesma, cai na escola e acaba acompanhando a gente pra sempre.

Em todo lugar que eu fosse tinha alguém que conhecia o apelido e virava efeito dominó, em pouco tempo estava todo mundo me chamando de Soneca. Mas não é por dormir muito, tenho olhos pequenos e pacatos e que obviamente me dá cara de sono. Como eu percebi que dificilmente alguém esquecia do nome resolvi assumi-lo e pronto. Houve quem dissesse que era nome “nada artístico”, mas o mais importante que um nome seja bom, é que se tenha personalidade.

37) RM: Quem são os músicos conhecidos que você se espelha como um padrão de criatividade e profissionalismo?

Sonekka: Zé Rodrix, Tavito, Zeca Baleiro, Jammie Cullum, Jorge Drexler, Celso Viáfora, Pablo Milanês, Álvaro Cueva, etc.

38) RM: Você participou ou acompanhou o processo do movimento musical vanguarda paulistana?

Sonekka: Acompanhei apenas, te confesso que meu gosto não foi convencido. Quem sabe no futuro eu possa ver que era bom e eu não soube identificar. Mas me parece que o futuro é hoje em dia e nada mudou ainda. Tinha muita forçação e pouca beleza para se ouvir.

39) RM: Qual a semelhança do movimento do Clube Caiubi com a vanguarda paulistana?

Sonekka: A única semelhança é que era um grupo de autores que compõe entre si, se reúnem para tocar projetos juntos. Esteticamente são muito distantes, embora um ou outro autor lembre nuance dos vanguardeiros.

Participei desde o começo e o que vejo é que no Clube Caiubi são autores que fazem música porque gostam sem se importar se isso será sucesso ou não, alguns não se importam absolutamente nada. Mas a partilha de sonhos e parcerias é muito sadia.

40) RM: Quais os seus projetos futuros?

Sonekka: Deixar o máximo possível de canções gravadas com ao menos qualidade média.

41) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Sonekka: (11) 98773 – 5845 | [email protected] | https://clubecaiubi.com.br | https://agenciatrampo.com.br

| https://linktr.ee/sonekka | https://www.instagram.com/sonekka

| https://www.instagram.com/agenciatrampo

| https://www.facebook.com/sonekka

Canal: https://www.youtube.com/@sonekka 

Agridoce – Sonekka · Zé Edu Camargo: https://www.youtube.com/watch?v=8tRQu0VxNto 

Agridoce – CD de Sonekka (2008): https://www.youtube.com/watch?v=b0RYXEj1SoI 

Logo eu (sonekka/zé edu camargo): https://www.youtube.com/watch?v=DUB07vgGfYs 

Playlist Show: https://www.youtube.com/watch?v=VMyyk8q6F4M&list=PLvi8GoXdBF__VlpYLUCuvYNBvfj5xEIb4 

Playlist d álbum Cisma: https://www.youtube.com/watch?v=w-oSWEmd9a4&list=PLvi8GoXdBF_9ZzZkUtDnRxj_qsEvDoEzM 

DOIS EM UMAS dos compositores Sonekka e Zé Edu Camargo: https://www.youtube.com/watch?v=Dpvee_bnTc0

Playlist Sonekka: https://www.youtube.com/watch?v=9tOSOnJcsfc&list=PLvi8GoXdBF_8OZ7-XfVK63CxJAuMg9bfi

Sonekka no Spotify: https://open.spotify.com/intl-pt/artist/1rMkJWYedOy1Lqfmtx8kfz


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.