Nelson Coelho é arquiteto e artista multimídia e atua nas áreas de música, de artes plásticas, de animação em 3D e também na área de arquitetura, tendo se graduado pela FAUUSP em 1985 e obtido título de Mestre em Comunicação e Estética do Audiovisual pela ECAUSP em 2004.
Pandelirium é um relato multimídia da experiência pessoal de Nelson como paciente grave de COVID-19 em março de 2020, no começo da pandemia, aos 60 anos de idade.
Em projeto multimídia, escritor compartilha desafios decorrentes do período da pandemia “Pandelirium”, livro de estreia do arquiteto e artista multimídia, descreve os delírios, sensações e reflexões existenciais do autor durante seu processo de recuperação.
Em um mundo repleto de incertezas e desafios, os relatos esboçados por Nelson Coelho, arquiteto, artista multimídia e guitarrista da banda Dialeto, surgem como faróis de esperança em meio ao desconhecido. Em “Pandelirium – Um Relato Multimídia da Covid-19”, o autor mergulha profundamente em sua vida durante o início da pandemia quando, aos 60 anos de idade, contraiu a doença.
Neste projeto, ilustrados com pinturas realizadas pelo próprio autor e um disco da banda Dialeto com músicas compostas para o projeto, Nelson relata os detalhes de sua longa internação, incluindo os períodos de intubação, inconsciência e recuperação, descrevendo seus delírios, sensações e reflexões existenciais.
“O impulso para compartilhar essa história surgiu de maneira espontânea, pois sempre que me encontrava com familiares ou amigos, eles manifestavam interesse em saber o que havia acontecido. Conforme eu narrava os eventos, percebi a importância de registrar essas experiências. Afinal, são lembranças sombrias que merecem ser lembradas e compreendidas. As músicas que acompanham o livro capturam a atmosfera de tensão vivida durante esses momentos.” – Nelson Coelho, autor do livro.
Com o desafio de temperar a emoção das lembranças com a fluidez da narrativa, “Pandelirium – Um Relato Multimídia da Covid-19” não se trata apenas de mais um relato sobre a pandemia; é uma jornada rumo à essência da condição humana. Ao longo das 96 páginas deste livro e em sinergia com a playlist do Dialeto, testemunhamos os medos, a coragem e a determinação de Nelson enquanto ele enfrenta um dos maiores desafios da vida: a incerteza.
A obra será lançada no dia 11 de abril, quinta-feira, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista nº 509. Além da tradicional sessão de autógrafos, Nelson irá expor duas das pinturas que ilustram a obra e que ajudam a contar a história de superação contida nas páginas do livro. Quadro ‘A Visita’ – óleo sobre tela – 120x80cm – 2023.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Nelson Coelho para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 07.06.2024:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Nelson Coelho: Nascido no dia 22 de agosto de 1959 em São Paulo, SP. Registrado como Nelson Coelho Nascimento.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Nelson Coelho: Acho que eu era muito pequeno para me lembrar, mas o contato que mais me marcou foi com os discos da minha irmã mais velha quando eu tinha 12 ou 13 anos de idade (em 1972). Ela tinha três discos que me despertaram muito o gosto pela música, Jimi Hendrix Band of Gypsys, Janis Joplin Cozmic Blues e Emerson, Lake and Palmer, Trilogy.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Nelson Coelho: Meus primeiros estudos de guitarra e de música foram aos 18 anos (em 1977) com o guitarrista Paulo Belinatti, do grupo Pau Brasil, fora da música sou Arquiteto formado pela FAUUSP e com mestrado em Comunicação e Estética do Audiovisual pela ECAUSP.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Nelson Coelho: Minhas maiores influências foram e continuam sendo Jimi Hendrix, King Crimson, Frank Zappa, ELP, Gentle Giant, John McLaughlin, Pink Floyd, Miles Davis e basicamente Rock Progressivo e Jazz Rock.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Nelson Coelho: Em 1983 comecei minha carreira musical como guitarrista e compositor da Banda Zero.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Nelson Coelho: Com minha banda Dialeto temos seis álbuns Lançados.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Nelson Coelho: Pessoalmente não gosto de definir meu próprio estilo musical, acho que é tarefa dos críticos analisar a música e catalogá-la no gênero que consideram mais apropriado. Nossa música tem sido catalogada nos gêneros de Prog-Rock, Art-Rock, Fusion, Avant-Prog, Progressive Jazz, Heavy Prog e semelhantes.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Nelson Coelho: Não me considero um cantor, sou guitarrista e compositor e nossa música é primordialmente instrumental.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Nelson Coelho: Qualquer área da música exige estudo constante.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Nelson Coelho: John Wetton, Greg Lake, Peter Hammill, David Bowie, Robert Plant, Jimi Hendrix, Janis Joplin.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Nelson Coelho: Costumo usar uma ideia ou conceito musical e ir improvisando sobre ele até encontrar algo que considero interessante o suficiente para ser estendido.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Nelson Coelho: A maioria das composições são individuais, mas gosto de compor em grupo também, geralmente a partir de improvisos. Na banda Zero, da década de 80, e também em outros projetos como Stereotrips, Lux e AMT1, meu grande parceiro foi o Fabio Golfetti, da banda Violeta de Outono.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Nelson Coelho: A grande vantagem de ser um artista independente é a liberdade de criação e a grande desvantagem é a falta de suporte para divulgação profissional.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Nelson Coelho: A internet proporcionou aos artistas independentes um mínimo de divulgação para nichos específicos no mundo todo permitindo alguma sobrevivência, talvez não em termos exatamente financeiros, mas certamente em termos de reconhecimento artístico.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Nelson Coelho: As vantagens são inúmeras, a facilidade de gravação hoje em dia, com a tecnologia digital, permite que muitos os projetos possam ser realizados com poucos recursos financeiros e qualidade profissional. Não consigo pensar em desvantagens, talvez o tamanho reduzido dos home studios, que inviabiliza gravações ao vivo com bandas completas.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Nelson Coelho: Como nossa música não é POP ou com objetivos comerciais, mas sim movida puramente por uma vontade formar, já somos naturalmente diferenciados, mesmo no nosso nicho musical, de modo que essa nunca foi uma preocupação nossa. O próprio nome da banda, DIALETO, já expressa essa diferenciação, sabemos desde sempre que nossa música se forma a partir de uma linguagem musical muito própria.
22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Nelson Coelho: Acredito que algumas pessoas tenham mais facilidade para ouvir e identificar sons e mesmo para afinar ao cantar ou tocar um instrumento, mas não acho que seja um dom nato, muito provavelmente é algo desenvolvido rapidamente na infância ou conquistado com muito estudo e prática mais tarde.
23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Nelson Coelho: Para mim a improvisação é a arte de compor em tempo real.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Nelson Coelho: Existem as duas coisas, existe a preparação de uma base onde se pode criar melodias por cima, levando em consideração escalas e relações harmônicas pré-conhecidas e existe também a improvisação pura, de todos os elementos da banda onde tudo é surpresa e precisa ser identificado na hora ouvindo-se com atenção um ao outro.
A banda King Crimson, especialmente em meados da década de 70, praticava muito esse tipo de improvisação pura ao vivo, os famosos “Improvs”, com resultados impressionantemente criativos. Também o Pink Floyd praticava um tipo de improviso onde um músico vai ouvindo o outro e vai criando atmosferas no momento. E existe também a experiência do Free Jazz, mais livre e hermética.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Nelson Coelho: Essa é uma longa discussão.
26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Nelson Coelho: Não sei a que métodos de estudo se refere a pergunta, mas o estudo de harmonia musical é sempre benéfico e praticamente interminável.
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Nelson Coelho: Nas grandes emissoras com certeza minhas músicas não tocarão, mas muitas rádios web pequenas, de nicho, tocam música sem jabá porque gostam e querem apoiar os artistas independentes.
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Nelson Coelho: Vá em frente e ache o seu caminho, as dificuldades são enormes, a maioria dos músicos têm atividades paralelas para complementar o orçamento, mas muito mais difícil é desistir de ser músico, é praticamente impossível.
29) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Nelson Coelho: A grande mídia só cobre música POP e artistas já famosos ou celebridades, não existe fomento e curadoria, na verdade não tem nada a ver com música, tem a ver com atitude, comportamento, roupas, fofocas, etc.
30) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Nelson Coelho: O SESC e os centros culturais, são o que salva a música no Brasil, são espaços onde tudo é feito com excelência e tem uma variedade imensa na programação, inclusive com espaço para a música instrumental e de vanguarda.
31) RM: Fale de sua atuação como escritor.
Nelson Coelho: Minha atuação como escritor é uma novidade, escrevi este livro, PANDELIRIUM, porque achei necessário registrar minha história como paciente grave da COVID-19, minhas experiências e delírios do coma induzido pela intubação, reflexões existenciais sobre a incerteza da sobrevivência e o testemunho desse evento planetário que afetou a todos.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Nelson Coelho: No momento tenho vários projetos para séries de pinturas, principalmente com a técnica de óleo sobre tela. Alguns poucos de música, tenho um disco solo praticamente pronto esperando para ser lançado assim que a poeira abaixar. E nenhum livro em vista, não me considero um escritor.
32) RM: Quais os seus contatos?
Nelson Coelho: https://www.instagram.com/nelsoncoelho_necon
PANDELIRIUM – UM RELATO MULTIMÍDIA DA COVID-19 Capa dura – 15 março 2024 por NELSON COELHO (Autor): https://www.martinsfontespaulista.com.br/pandelirium—um-relato-multimidia-da-covid-19-1091691/p
PANDELIRIUM – UM RELATO MULTIMÍDIA DA COVID-19 Capa dura – 15 março 2024 por NELSON COELHO (Autor): https://www.amazon.com.br/dp/6500908708?ref_=cm_sw_r_cp_ud_dp_P30FTAWCDY6TTGEMQZ81
Para mais informações e entrevistas com o autor: Marcelo Boero – (11) 99603 – 2034 – [email protected]
Canal: https://www.youtube.com/@ncnascimento
DIALETO – Bartók in Rock – sample: https://www.youtube.com/watch?v=4uolwevjtp0
Cybele’s Journey by Edson X, Nelson Coelho e Miguel Lopez: https://www.youtube.com/watch?v=ky2DWEJZrCY
AI animation for Peter Gabriel´s I/O song: https://www.youtube.com/watch?v=J_6fOZ5Ubqk
Dialeto – Mme. Blavatsky: https://www.youtube.com/watch?v=D6C-2izkfSY
