More Maurício Duboc »"/>More Maurício Duboc »" /> Maurício Duboc - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Maurício Duboc

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O cantor, compositor carioca Maurício Duboc com quinze músicas gravadas por Roberto Carlos.

Também com músicas gravadas por Maria Bethânia, Chitãozinho & Chororó, Simone, Emílio Santiago, Joana, Maurício Manieri, Cláudia Leite, Angélica, Babado Novo, Paulo Ricardo, Cauby Peixoto, Padre Fábio de Melo, Ornella Vanoni, Cris Dellano, Padre Marcelo Rossi, Roupa Nova, entre muitos outros. Com seis músicas temas de novelas, como a abertura de “Desejo Proibido” – TV GLOBO.

Como produtor musical lançou álbuns com músicas instrumentais para meditação, e outros para reflexão, que integram visões aparentemente separadas de filosofias, religiões e ciências, incentivado pela entidade filantrópica: “Casa de Padre Pio”, para onde os recursos são destinados.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Maurício Duboc para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 19.01.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Maurício Duboc: Nasci no dia 20/03/1951 no Rio de Janeiro – RJ.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Maurício Duboc: Meu primeiro contato com a música foi através de minha mãe (Alda Barrozo Netto), que era professora de piano.

03) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Maurício Duboc: Inicialmente do repertório de música clássica. Ainda criança fui também influenciado pela programação de rádio que tocavam as músicas de Frank Sinatra, Tony Bennett, Nat King Cole, Carpenters, jazz, etc, e das Orquestrações da rádio Tupi.

Posteriormente, na adolescência, os Beatles foram o start para beber da fonte do rock e suas ramificações. Da música brasileira, a Bossa Nova, principalmente.

04) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Maurício Duboc: Em junho de 1967 (16 anos de idade) eu entrei em um grupo vocal recém montado. Por ocasião da Guerra dos 6 dias entre Israel e os vizinhos, um de seus membros, judeu, saiu do quarteto para se alistar às forças israelenses.

Tive a oportunidade de conhecer o criador do grupo, Raimundo Bittencourt, que era amigo de meu primo Sérgio Barrozo (baixista) em um aniversário na casa de meus tios. Pedi para fazer um teste comigo, mas ele inicialmente disse que não, porque eu era muito jovem. Insistindo, ele cedeu e ficou impressionado com a facilidade que eu já tinha para vocal e pela extensão de minha voz ainda adolescente no agudo.

Em julho, o nosso grupo vocal, foi convidado a se apresentar no programa da Jovem Guarda de Roberto Carlos. Pouco antes de entrarmos no palco, o Carlos Manga, produtor do programa, perguntou o nome do grupo. E como o nome ainda não havíamos escolhido, fomos apresentados como “O GRUPO”, nome que permaneceu.

Roberto Carlos gostou muito de nossa apresentação e nos apadrinhou, convidando a permanecermos participando de seus programas semanais, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo), onde apresentávamos um standard americano e em seguida acompanhávamos ele em músicas da MPB. Isso se estendeu até o final do ano de 1967.

Ainda neste ano, acompanhamos Roberto Carlos no III FESTIVAL DA RECORD com a música “Maria, Carnaval e Cinzas”, ano em que a campeã foi Ponteio, de Edu Lobo e José Carlos Capinam.

Com a maioria da plateia sendo amantes da MPB e diante de um cantor da Jovem Guarda, foi um misto de muitas vaias e uma minoria de aplausos, sendo a única vez que Roberto Carlos passou por essa experiência.

Em 1970, com a entrada de mais três integrantes, “O GRUPO” vira uma banda de baile. O novo guitarrista viria a ser o meu parceiro de composições musicais, Carlos Colla.

Em 1971, eu, acompanhado de Carlos Colla, fui procurar Roberto Carlos que, naquela noite, fez um show no Canecão (RJ). Pedimos então a ele que nos cedesse uma música para o LP que iríamos gravar.

Ele nos disse: “se vocês compuserem uma música para mim, eu farei o mesmo pra vocês. Com este enorme incentivo, eu e Carlos Colla nos reunimos para uma tentativa inédita para nós de compor. Deste encontro nasceram duas canções “A NAMORADA” e “NEGRA”.

Na época, Roberto Carlos morava no bairro Morumbi (São Paulo). Naquele mesmo ano (1971), fui até a casa dele, que coincidiu estar ensaiando para uma participação que iria fazer acompanhado de seu conjunto “RC7” no programa do Flávio Cavalcanti.

Ele parou o ensaio, me pediu para mostrar no piano o que tinha trazido. Ele elogiou a única música que mostrei (A NAMORADA), e ainda ironizou com o seu pianista: “Isso é que é harmonia, simples, sem os acordes complicados que você faz”. Achei que estava tirando sarro de minha cara. Envergonhado, agradeci, deixando a fita K-7 com as duas gravações e fui embora.

Naquele mesmo ano de 1971 gravou o que viria ser a primeira de muitas músicas nossas com ele, “A NAMORADA”. no ano seguinte gravou a segunda música que deixei naquele K-7, “NEGRA”. Com estes dois resultados ingressamos na carreira de “compositores profissionais de Roberto Carlos”.

O rei cumpriu sua promessa, nos dando para gravar o tema de abertura que ele compôs para a novela da Record (1971) de Valter Negrão, “EDITORA MAIO, BOM DIA”.

05) RM: Quantas músicas você fez com Carlos Colla?

Maurício Duboc: Em 1986, após eu e Carlos Colla termos gravado 15 músicas com Roberto Carlos e muitas outras tantas com outros artistas: Emilio Santiago, Nelson Gonçalves, Simone, Maria Bethânia, Cláudia Leite, Paulo Ricardo, Cauby Peixoto, Maurício Manieri, Chitãozinho & Xororó, entre muitos outros, eu parei de compor com Carlos Colla por dois motivos:

Primeiro foi por falta de tempo, quando passei a me dedicar integralmente à minha Banda Varda, que passou a ser, por décadas, presença certa nos maiores eventos da colônia judaica do Rio de Janeiro.

Segundo era um momento eu estava sentindo um grande vazio criativo na composição. Queria alçar novos caminhos musicais e não mais compor apenas por interesse financeiro, já que tinha o lastro dos shows de minha banda que me davam a segurança necessária.

Nossas músicas em parceria: “A Namorada” (com Carlos Colla) gravada por Roberto Carlos (1971); “Negra” gravada por Roberto Carlos (1972); “Sonho Lindo” gravada por Roberto Carlos (1973); “Falando Sério” gravada por Roberto Carlos (1977); “Por Uma Vez Só” gravada por Emílio Santiago (1978); “Me Conte a Sua História” gravada por Roberto Carlos (1979); “Passatempo” gravada por Roberto Carlos (1980); “Teu Caso Sou Eu” gravada por Joanna (1986); “Spot Light” gravada por Cauby Peixoto (1986); “Fogão de Lenha” gravada por Chitãozinho e Xororó (1987).

06) RM: Fale dos novos parceiros musicais.

Maurício Duboc: Tive novas experiências na composição principalmente com Paulo Silveira e Luiz Augusto de Queiroz, que me direcionaram mais para o caminho da busca existencial para questões relacionadas à espiritualidade, como: “Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Das parcerias com Paulo Silveira, meu parceiro em projetos instrumentais para uso de meditações e Luiz Augusto de Queiroz (músicas com letras), deu origem ao canal no You Tube “CANÇÕES DE AMOR INFINITO”, com músicas instrumentais para fundo de meditação, saúde holística e harmonização de pessoas e ambientes.

E músicas cantadas, que se utilizam de mensagens profundas sobre questões sociais, humanas, ambientais e que se encontra em sintonia com quem busca o caminho de evolução espiritual.

07) RM: Quantos CDs lançados?

Maurício Duboc: Em 1968 o primeiro álbum de “O GRUPO”. Em 1969 o segundo álbum de “O GRUPO”. Em 1971 o terceiro álbum de “O GRUPO E COISA E TAL”.

Em 1979 lancei o compacto “Pai” – Maurício Duboc com duas músicas.

Em 1980 lancei o álbum Éxitos Franceses Del Millón – Colección Del Millón Vol. 4 – Maurício Duboc com doze músicas.

Em 1996 o álbum “Música Paz e Amor” – Maurício Duboc – Prêmio Sharp / melhor álbum Revelação, produzido por Roberto Menescal. Em 1999 o compacto de “VIOLA ENLUARADA” (Milton Nascimento & Marcos Vale O Grupo).

CDS DO SELO RESSONÂNCIA: MAURÍCIO DUBOC & PAULO SILVEIRA.

RESSONÂNCIA ESPIRITUAL / SOL NASCENTE / PORTAL DE HARMONIA / CÂNTICO MARIANO / FLORESCER. CDs beneficentes produzidos para a “CASA DE PADRE PIO”: Maurício Duboc e Amigos da Casa de Padre Pio. “CANÇÕES DE UM MAR INFINITO”; “O DESPERTAR DO SOL”; “FOGO DO ESPÍRITO”

PARTICIPAÇÕES EM FESTIVAIS DE MÚSICA:

Em 1969 – IV Festival Internacional da Canção – O Grupo fica em 7º lugar com a música QUEM MANDOU de Sérgio Bittencourt

Em 1971 – VI FESTIVAL INTERNACIONAL – 4º lugar – com canção pra Senhora, música de Sérgio Bittencourt.

Músicas gravadas por Roberto Carlos:

A NAMORADA (1971); NEGRA (1972); SONHO LINDO (1973); EXISTE ALGO ERRADO (1975); COMENTÁRIOS (1976), FALANDO SÉRIO (1977) HABLANDO EM SERIO HONESTLY; MAIS UMA VEZ (1978); ME CONTA A SUA HISTÓRIA (1979); PASSATEMPO (1980); DOCE LOUCURA (1981); QUANTOS MOMENTOS BONITOS (1982); A PARTIR DESSE INSTANTE (1983); AS MESMAS COISAS (1984) EX-INNAMORATI; DA BOCA PRA FORA (1985); EU SEM VOCÊ (1986).

COM ALGUNS OUTROS INTÉRPRETES:

TEU CASO SOU EU – JOANNA (1986); NELSON GONÇALVES – SPOT LIGHT – (1990); FOGÃO DE LENHA: CHITAOZINHO & XORORÓ – PADRE FÁBIO DE

MELO – SÉRGIO REIS; TUA PRESENCA (1982) E SPOT LIGHT (1986) – CAUBY PEIXOTO; FALANDO SÉRIO: SIMONE / MARIA BETHANIA / CLÁUDIA LEITE / BABADO NOVO.

COMPOSIÇÕES EM NOVELAS: TODO PODEROSO (1979) NA BAND; DESPEDIDA DE SOLTEIRO – NÓS DOIS (1992); A USURPADORA – SONHO LINDO (1999); LUZ DO SOL – SIDNEY MAGAL (2007); NOVELA DESEJO PROIBIDO – SONHO LINDO – TANIA MARA (2007/2008).

08) RM: Como você define seu estilo musical?

Maurício Duboc: Meu estilo musical se consolidou com a experiência como crooner de baile feitos com a banda “O Grupo” e posteriormente com outra banda que montei em sociedade com Varda Usiglio, “BANDA VARDA”.

09) RM: Como você define seu estilo musical?

Maurício Duboc: Não estudei técnica vocal.

10) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Maurício Duboc: Se tivesse estudado técnica vocal eu teria me evitado muitos problemas que tive com as cordas vocais.

11) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Maurício Duboc: Roberto Carlos, Emílio Santiago, Elis Regina, Milton Nascimento, Rita Lee, Tony Bennet, Frank Sinatra, Nat King Cole, Andrea Bocelli, Paul McCartney, Celine Dion

12) RM: Como é seu processo de compor?

Maurício Duboc: Na época com Carlos Colla, eu fazia a melodia e ele as letras. Depois de 1986, comecei a compor letras para minhas próprias melodias, totalmente ciente de que a verdadeira inspiração vem de um campo que transcende os sentidos humanos. Na nova fase, procurei dar vazão ao meu estilo próprio de compor.

13) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Maurício Duboc: Carlos Colla, Paulo Silveira, Luiz Augusto de Queiroz. Mas tenho obras também em parceria com Paulo Sérgio Vale, Ronaldo Bôscoli, Aldir Blanc, Eduardo Lages, entre outros.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Maurício Duboc: Peneirar boas parcerias foram fundamentais no meu caso.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Maurício Duboc: A falta de estratégias me trouxe vários prejuízos. Mas em compensação tive duas grandes oportunidades que agarrei com unhas e dentes e que foram divisores de água na minha trajetória como compositor e produtor musical.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Maurício Duboc: A porta aberta por Roberto Carlos exigiu de mim e meu parceiro muita dedicação e empreendedorismo. Após Roberto Carlos gravar as duas primeiras músicas, nós fomos pioneiros em dois passos: Fomos os primeiros no Brasil a gravar demos musicais em estúdios de gravação, com qualidade profissional e nos valendo de músicos também.

Até então os compositores gravavam suas demos em fitas K-7, com violão ou piano. Com isso, caímos nas graças do Rei. Só depois de muitos anos, os demais compositores, sabendo disso, passaram a fazer o mesmo.

17) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Maurício Duboc: Na época que a Banda O Grupo fazia bailes pelo Brasil, obviamente cobrando muito pouco, os antigos membros acabaram abandonando o barco e eu acabei ficando sozinho com a aparelhagem nova que tinha comprado com os recursos dos direitos autorais que ganhava.

Continuei a jornada com novos músicos. Depois de muito ralar, um dia surgiu uma oportunidade interessante. Havia um conjunto chamado Bingo Sete, cujo dono, Roberto Palhano, era um alto funcionário se aposentando no Banco do Brasil e que na época resolveu também se aposentar na música.

Ele assistiu um evento da minha banda e gostou muito. Ao me procurar, disse: “Estou dando de presente para o meu guitarrista o nome e equipamento do conjunto, mas tem um nicho de meu mercado que não se adapta ao perfil dele: a COLÔNIA JUDAICA.

Mas a sua banda tem o perfil exato pra isso. Pra isso, minha esposa Yara precisa passar o repertório judaico para que você possa realizar um evento já marcado. Eu me dediquei a aprender o repertório.

Quando me deparei com a festa majestosa do primeiro evento judaico, no Hotel Intercontinental (RJ), em seguida tracei uma arriscada estratégia: liguei para o meu empresário e lhe disse que a partir daquela data ele não vendesse mais nenhum evento, porque queria me dedicar somente ao novo mercado dos casamentos e bar, pois não existia nenhuma banda nesse nicho. Amarguei alguns meses sem eventos, os músicos foram embora.

Depois de 6 meses surgiu um segundo evento, cujo cliente tinha assistido o anterior. Deste segundo, a agenda foi preenchida e como não havia concorrência o valor da banda foi gradativamente aumentando.

Passou alguns anos, quando o mercado começou a deixar de crescer, eu convidei uma cantora judaica, a Varda Usiglio, para cantar na banda. Por ser judia, excelente cantora e comunicadora, a banda explodiu. Tornando-a minha sócia, eu passei a cuidar da parte musical e ela a parte comercial.

E a banda foi rebatizada com seu nome: Banda Varda. Por isso, considero vital uma boa parceria. Um exemplo de prejuízo pela falta de planejamento: o gasto de US 21.000, que tive na produção do CD “Música, Paz e Amor”.

O resultado musical foi excelente e me gerou um Prêmio Sharp (melhor CD Revelação) sendo unanimidade por parte dos juízes. Sou muito grato e reconhecido a Roberto Menescal e Luiz Avelar pela alta qualidade do CD. Porém a falta de estratégia de minha parte que não fez o CD ser divulgado e distribuído.

18) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Maurício Duboc: Só ajuda, pois me sintoniza com pessoas afins.

19) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Maurício Duboc: O home estúdio é como uma moeda, tem dois lados. A qualidade musical vai de um extremo a outro, sendo a emoção deixada em 2º plano, em detrimento da preocupação técnica.

20) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Maurício Duboc: Compor seguindo as diretrizes de minha consciência e de meu coração. O termômetro disso são as mensagens de gratidão pelos mais diversos motivos, seja por tirar pessoas de estados depressivos, por contribuir para estados de equilíbrio, paz espiritual e emocional. Ou simplesmente por identificarem ali música agradável aos ouvidos e de estilo bem pessoal.

21) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Maurício Duboc: Um padrão antigo implementado por certos produtores musicais, faz décadas, foi entendido subliminarmente nos ouvidos da grande massa o que queriam que ouvissem nas rádios e TVs, através da prática de jabás e modismos.

Isso trouxe à cultura musical um retrocesso, estreitamento de estilos e reprodução de modelos estrangeiros, fazendo com que grandes compositores, músicos e intérpretes serem mais reverenciados no exterior do que no Brasil.

22) RM: Como você analisa o cenário da Música Instrumental Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Maurício Duboc: Falta renovação. Após o desaparecimento dos grandes festivais da canção, podemos hoje em dia apenas pinçar grandes valores, que normalmente não são amparados pela mídia convencional. Por sorte temos as mídias sociais, que nos trazem caminhos estreitos para novos valores e caminhos musicais.

23) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Maurício Duboc: Já levei um tombo de um palco com dois metros de altura. No hotel Intercontinental, na recepção oferecida à princesa da Áustria, a faltou luz. Com a banda impedida de se apresentar eu e Varda Usiglio ficamos cantando somente na mesa dela, acompanhado apenas por violão.

24) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Maurício Duboc: FELIZ: sinto somente gratidão pelo curso musical de minha vida, pelas conquistas e percalços, que me trouxeram lições importantes de vida.

TRISTE: a morte de meu parceiro musical Carlos Colla (faleceu no dia 13 de janeiro de 2023 aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, onde passou por uma cirurgia para tratar dois aneurismas da aorta abdominal. Segundo o filho, Carlos Colla Jr., o pai teve uma parada cardiorrespiratória, fruto de uma pneumonia e insuficiência renal).

25) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Maurício Duboc: O dom herdamos de Deus e precisamos compartilhar com muita responsabilidade, pensando no que isso trará de benefícios para o coração das pessoas e da humanidade.

26) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Maurício Duboc: Improvisação vem da inspiração que transcende o pensamento racional e que brota no momento presente. Quanto mais aprimorado o canal receptor e maior a qualidade de seu coração, melhor a transmissão que brota do inesperado.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Maurício Duboc: Atualmente meu trabalho está inteiramente voltado para a internet / redes sociais, buscando gradativamente pessoas que estão na mesma sintonia.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Maurício Duboc: Ser coerente com o seu coração, ter perseverança e buscar se

especializar em alguma atividade(s) paralela(s) que lhe seja igualmente prazerosa, levando em conta a instabilidade do mercado dos dias atuais.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Maurício Duboc: Sim.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Maurício Duboc: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é movida por interesses políticos e jabás.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Maurício Duboc: É uma pena que existam poucos espaços culturais como pelo SESC, SESI e Itaú Cultural.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Maurício Duboc: Tenho 72 anos e meu projeto é viver o momento presente com

gratidão pelo que a música me trouxe e continua me trazendo.

33) RM: Quais seus contatos?

Maurício Duboc: [email protected]

| https://www.instagram.com/mauriciodubocoficial

Canal: https://www.youtube.com/@MauricioDuboc

Os 72 Nomes de Deus – Mantra para Meditação | Maurício Duboc: https://www.youtube.com/watch?v=jplOqLbpD-k

Música para meditar e relaxar com sons de riacho e natureza – Acalmar os pensamentos: https://www.youtube.com/watch?v=MDTqbbXWBc4

Quaresma de São Miguel Arcanjo – Oração | Meditação | Mantra | Prece – Maurício Duboc e Luiz Augusto: https://www.youtube.com/watch?v=6tV2kFJ_58o

Músicas Maurício Duboc | Coletânea de Músicas | Canções de um Mar Infinito Vol. III: https://www.youtube.com/watch?v=sQ4fTaeEzUM

Entrevista com Maurício Duboc | Disco Voador | Temporada 4 | EP05: https://www.youtube.com/watch?v=Spuy1xWeCY8

Discografia: https://www.last.fm/pt/music/Mauricio+Duboc


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Comments · 3

  1. É raro apreciarmos uma entrevista onde as perguntas são de altíssima qualidade e as respostas mostram o nível de percepção e inteligência musical do entrevistado. Mauricio você é uma enciclopédia da música brasileira e com certeza inspirador dos que se beneficiam dos teus ensinamentos. Fico no aguardo do lançamento do livro da tua vida! Pedro

  2. A qualidade das perguntas mostra a experiência musical do entrevistador e as respostas são cheias de passagens que o entrevistado nos passa e que nos deixa ainda mais admirados do seu trabalho. Como admirador sugiro que você lance um livro baseado nas tuas travessias musicais. Pedro

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.