More Marcelo Melo »"/>More Marcelo Melo »" /> Marcelo Melo - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Marcelo Melo

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O cantor, compositor, violonista paraibano Marcelo Melo é filho de uma família com cinco filhos, foi o terceiro e todos tiveram iniciação musical particular e com o apoio de um piano na sala de casa.

Manteve esses estudos musicais dos seis aos oito anos. Mudou-se nos anos 50 para o Recife – PE e fez durante quatro anos conservatório de música, teoria e prática em piano. Encantado com a sonoridade dos instrumentos de corda, buscou o violão como meta para dedicar sua musicalidade intuitiva.

Assim, aos 12 anos de idade (1958), iniciou seu relacionamento apaixonado pelo Violão, do qual não mais se se parou. Encontrou alguns professores práticos, e com métodos não acadêmicos foi descobrindo caminhos, sempre interessado pela música popular, ouvindo Dilermando Reis, Luiz Bonfá, Os índios Tabajaras, até chegar no Baden Powell.

Pegando sempre “de ouvido” as músicas, tinha facilidade na execução. Continuou seus estudos formais concluindo a formação superior como Engenheiro Agrônomo pela UFRPE – Universidade Federal Regional de Pernambuco. Pós-graduado no exterior na Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e ainda iniciando um terceiro ciclo na Sorbonne em Paris (França).

Durante seus estudos acadêmicos, manteve sempre paralelamente atividade musicais amadoras, na área de teatro musical e Cultura popular. Como violonista e cantor gravou com Geraldo Vandré, Nara Leão, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jair Rodrigues, etc.

No Recife – PE fez parte de alguns grupos de pesquisa de pesquisa musical com montagens e produções e participando em festivais de música.

Em 1971, retornando da Europa, idealizou e fundou com o parceiro musical Toinho Alves um grupo musical dedicado à música popular regional que foi denominado QUINTETO VIOLADO que em 2023 comemora 52 anos de existência e com uma história dedicada à música popular brasileira.

O grupo QUINTETO VIOLADO (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/quinteto-violado/) já ganhou vários prêmios e fez várias turnês nacionais e internacionais, uma obra com mais de mais de 60 álbuns entre LPs, 60 álbuns entre LPs, CDs, DVDs, três livros CDs, DVDs, dois livros biográficos, um de autoria de Gilvandro Filho (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/gilvandro-filho/) e outro de autoria de José Teles (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/jose-teles-frevo-ao-manguebeat/).

Marcelo Melo é o único remanescente original do grupo QUINTETO VIOLADO, continua ativo em suas produções e composições musicais.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Marcelo Melo para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 23.11.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Marcelo Melo: Nasci no dia 12/02/1946 em Campina Grande – Paraíba. Registrado como Marcelo de Vasconcelos Cavalcanti Melo.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Marcelo Melo: Iniciei meu contato com a música no trabalho do meu pai (Lauro Cavalcanti Melo). Era comerciante de eletrodomésticos e vendia discos nos anos 50 na sua loja L C Melo na rua Maciel Pinheiro – Centro de Campina Grande – PB. Estava sempre ouvindo e em contato com os lançamentos da música em geral. Ouvia tudo com o encantamento de criança.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da música.

Marcelo Melo: Minha formação acadêmica fora da música é de Engenheiro Agrônomo pela UFRPE – Universidade Federal Regional de Pernambuco em Dois Irmãos no Recife. Na turma de 1967 e sou pós-graduado no exterior na Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e ainda iniciando um terceiro ciclo na Sorbonne em Paris (França).

Na Música, toda a minha formação e prática é intuitiva sem formalização acadêmica.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Marcelo Melo: Minhas influências musicais do passado, sempre foram descobertas na música brasileira, no choro, na sonoridade dos grupos regionais, os sambas de Noel Rosas, Augusto Calheiros, Nelson Gonçalves, Miltinho, Elizete Cardoso, etc. Até chegarmos à Dolores Duran e finalmente Elis Regina, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Sérgio Ricardo, Geraldo Vandré, Elomar, Gonzaguinha, Dominguinhos…etc.

05) Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Marcelo Melo: Minha carreira musical profissional na música começou no início dos anos 70. Fui convidado a atuar em dois álbuns (LPs): “STORA STORA” gravado em Roterdam (Holanda) com músicos de Cabo Verde e ainda na França, convidado pelo Geraldo Vandré, participei do LP “Das Terras do Benvirá” em Paris (França).

Logo em seguida retornei ao Brasil e reencontrei meu parceiro Toinho Alves, com quem havia participado de um conjunto vocal “Os Bossanorte“, um quarteto que tinha entre os integrantes o percussionista Naná Vasconcelos.

E, definitivamente, em 20 de outubro de 1971 teve início verdadeiramente meu trabalho, com a criação do grupo QUINTETO VIOLADO, que mantenho como minha atividade principal até hoje.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Marcelo Melo: Considerando as alterações nos formatos das mídias, como obras fonográficas: LPs, CDs, DVDs, tenho lançadas, aproximadamente, 60 obras. Ao longo de 52 anos de carreira.

Foi em janeiro de 1970 a primeira formação: Toinho Alves (1943 – 2008) (voz e baixo), Fernando Filizola (viola), Marcelo Melo (voz, viola e violão), Luciano Pimentel (1941 – 2003) (percussão) e Alexandre dos Anjos, o Sando (flauta).

Atual formação: Dudu Alves (Tecladista e diretor musical do Quinteto Violado), Ciano Alves (flauta), Marcelo Melo (voz, violão e único remanescente da constituição original da banda), Roberto Medeiros (bateria) e Sandro Lins (baixo), substituto de Toinho Alves a partir de 2010.

Álbuns com o grupo Quinteto Violado:

(1972) Quinteto Violado
(1972) Coleção Música Popular do Nordeste, com Zélia Barbosa
(1973) Berra Boi
(1974) A Feira
(1975) Folguedo
(1976) Missa do Vaqueiro
(1977) Antologia do Baião
(1978) …Até a Amazônia?
(1979) Pilogamia do Baião
(1980) O Rei e o Jardineiro (Opereta Infantil)
(1981) Desafio
(1982) Notícias do Brasil
(1983) Coisas que Lua Canta
(1984) Enquanto a Chaleira não Chia
(1985) O Maior Forró do Mundo
(1986) O Guarani
(1987) História do Brasil
(1989) Ilhas de Cabo Verde
(1989) Kuiré – O Concerto
(1991) Missa do Vaqueiro (segunda versão)
(1993) Algaroba
(1994) Retrospectiva em 5 movimentos
(1994) Criar e Recrear
(1994) Ópera do Bandoleiro
(1994) Vanja Orico & Quinteto Violado
(1996) 25 Anos Não São 25 Dias
(1997) Quinteto Canta Vandré[7]
(1999) Farinha do Mesmo Saco
(2001) Forrozada
(2001) Visão Futurística do Passado
(2003) Retirantes de Sanfonas e Violados
(2008) 100 Anos Depois… É Frevo no PE
(2008) Uma Canção que virou Concerto – com Orquestra Sinfônica Jovem de PE
(2008) Quinto Elemento
(2010) Quinteto Canta Adoniran Barbosa & Jackson do Pandeiro
(2011) Quinteto Violado 40 Anos
(2012) Quinteto Canta Gonzagão
(2014) Eu disse freeevo!
(2015) Quinteto Violado Canta Dominguinhos

DVDs:
(2005) 5 Peba na Pimenta
(2008) Uma Canção que virou Concerto – com Orquestra Sinfônica Jovem de PE
(2008) Quinteto Violado 40 Anos
(2012) Quinteto Canta Gonzagão – Indicado ao XV Latin Grammy Awards

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Marcelo Melo: Eu considero, concordando com os responsáveis pelo Prêmio da Música Brasileira, para o qual tivemos onze indicações e recebido quatro, sempre com o Melhor grupo de Música Regional.

No entanto, nosso “padrinho” Gilberto Gil, quando retornou do exílio, passando pelo no Nordeste, nos ouviu e comentou em seguida para imprensa que o grupo Quinteto Violado tem um estilo que ele considerou “Free-Nordestino”: por trazerem para a música nordestina, influências dos elementos da cultura regional, da música erudita, do cancioneiro popular, do jazz, além do Pop mundial. Tudo isto, com liberdade, sem perder a essência da cultura popular nordestina! Achei curioso! Não discordamos dessa ideia!

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Marcelo Melo: Apenas alguns cursos avulsos com fonoaudiólogos e técnicos de postura vocal, respiração e trabalhos de diafragma. Embora reconheça a importância, nunca fui muito disciplinado nessa prática.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Marcelo Melo: Considero muito importante para quem pretende desenvolver com técnica e qualidade, o canto. Cuidados com todo o aparelho vocal, com as técnicas de respiração é fundamental para a qualidade do canto.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Marcelo Melo: Sempre admirei com respeito várias: Elis Regina, Elizete Cardoso, Gal Costa, Marisa Monte, Mônica Salmaso, entre as principais.  Para os vários cantores, destaco com admiração pela qualidade: Nelson Gonçalves, Emílio Santiago, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e tantos outros.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Marcelo Melo: Normalmente, coloco melodia nas letras. Tenho poucas composições com letra e melodia, quando leio um poema já imagino um desenho melódico e começo a trabalhar com o violão. Daí surgem os ritmos ou as levadas.

Algumas vezes, vêm de letristas que me identifico, por exemplo, o meu parceiro Gilvandro Filho manda às letras que possui uma métrica já bem definida, com uma estrutura ritmada. Encontro caminhos melódicos com certa facilidade. Poucas alterações são necessárias. E quando é preciso, procuro ser fiel a ideia que está contida no poema. Converso e ajusto com meus parceiros.

12) RM: Quais são seus principais de composição?

Marcelo Melo: Atualmente tem sido com mais frequência, o excelente letrista Gilvandro Filho, temos uma boa afinidade de ideias, o que traz bons resultados.

Mas, venho desenvolvendo boas composições musicais com o parceiro Nosly Marinho, maranhense excelente violonista e que tem desenhado comigo belas melodias.

Tive alguns registros de muito boa parceria com meu saudoso companheiro violado, Toinho Alves. E, recentemente, iniciei uma bela experiência com o Zeca Baleiro, em linda composição conjunta com o companheiro Nosly.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Marcelo Melo: Os prós são muitos! Você conseguir produzir trabalhos que representam sua expressão artística, onde fica destacada a sua identidade musical própria. Sua marca, etc. No entanto, precisa que você tenha recursos para desenvolver.

Custam caro às gravações, os músicos que participam, os arranjos e as produções necessárias para a finalização dos produtos e sua veiculação, divulgação, etc.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Marcelo Melo: Observando o que vem acontecendo com os artistas brasileiros, na qualidade onde me identifico, sinto que está ficando difícil conseguir que minha produção artística, coerente com a linguagem do grupo Quinteto Violado, faça boa presença na grande mídia tradicional.

Então vejo como estratégia as redes sociais. Buscando no Facebook e no Instagram, buscando os espaços nas plataformas digitais, etc. Enfim, caminhos da internet.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver sua carreira musical?

Marcelo Melo: Estou tentando aproveitar da minha carreira, os momentos mais marcantes, os álbuns e projetos mais expressivos, como A Missa do Vaqueiro, os Concertos Aula, o Berra Boi, ”Até a Amazônia”, etc,  penso sempre reeditar alguns desses trabalhos, trazendo para uma linguagem mais atual, e assim ir renovando nosso público admirador e alcançando os mais jovens.

Considero que a   proposta musical, minha e do Quinteto Violado permanecem ainda muito atual. Temos recebido propostas para reedição dessas obras pelo SESC.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Marcelo Melo: Acho que só ajuda e torna-se cada dia mais imprescindível, com as frequentes mudanças nos formatos das mídias e nas transformações trazidas para a comunicação e a divulgação cultural. Busco sempre estar atualizado com os mecanismos e a tecnologia, para fazer uso e buscar estar presente no mercado.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Marcelo Melo: Acho que só encontro vantagens. A única dificuldade está no alto custo de montagem dos equipamentos necessários, para que você tenha um produto de qualidade, competitivo com o mercado fonográfico.

Conseguindo isto, temos que estar perfeitamente afinados com os caminhos tecnológicos necessários para que seu trabalho chegue com presença e qualidade no mercado.

Mas, certamente você contando com um (home estúdio) para trabalhar é sem dúvida um elemento facilitador de importância grandiosa na sua produção musical.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje, não é mais um obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Marcelo Melo: O mundo da produção fonográfica mudou radicalmente. As relações entre gravadoras e artistas não é mais como aconteciam no passado. No entanto, os mecanismos de divulgação e concorrência de mercado, continuam presentes, jogando nas produções culturais.

Você tem que acreditar e impor seu produto com inteligência, fazendo valer sua qualidade e originalidade. Cair em campo e buscar seu reconhecimento, seu trabalho artístico cada vez mais. Precisa ter identidade.

Hoje, apenas ficou mais fácil realizar o produto. O restante continua. Tem que buscar como será como sua inserção no mercado. A luta é contínua.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião, quais foram as revelações musicais das últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Marcelo Melo: Vai depender do gênero desta música. Os critérios estão atirando em muitas direções. Do que considero MPB, nas últimas décadas, muitos artistas cantores/compositores chegaram bem e estão permanecendo, a exemplo do Lenine, Zeca Baleiro, Chico César, apenas para citar alguns.

Quero também comentar sobre um grupo de artistas que vem revelando muitos bons talentos em Pernambuco, o grupo Reverbo. Com liderança e coordenação de Juliano Holanda, podemos citar alguns exemplos como o Almério, PC Silva, Marcello Rangel, Martins, Flaira Ferro, Isadora Melo, Mayra Clara e outros.

Os pianistas Amaro Freitas e Zé Manoel, bem como o saxofonista Henrique Albino, também são artistas que estão em plena ascensão e com boa produção autoral.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condições técnicas, para shows, brigas, gafes, shows em ambientes com públicos toscos, cantar e não receber, ser cantado, etc)

Marcelo Melo: Essas situações ao longo de mais de meio século de carreira, naturalmente acontecem de tudo um pouco. No passado, entretanto, posso dizer que não foram muitos os casos desses tipos de episódio.

Aconteceram alguns eventos estranhos, durante o período que estive na França para gravar discos com o Geraldo Vandré, quando cheguei também a ser professor de violão da Françoise Hardy.

Tive noitadas musicais com a grande musa Caboverdeana Cesária Évora, show com participação improvisada do Hermeto Pascoal na Áustria. Participação no projeto Kalunga em Angola numa Caravana de artistas brasileiros liderados por Chico Buarque e Ruy Guerra.

Circuito Universitário realizado em São Paulo com Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Dominguinhos.

Alguns fortes momentos de emoção com música de qualidade, quando toquei com músico locais na Coreia do Sul repertório com os arranjos musicais do grupo Quinteto Violado.  

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical? 

Marcelo Melo: Sem dúvida o que me deixa mais feliz em minha carreira musical é estar no palco, tocando, cantando e transmitindo a emoção da minha música.

E, naturalmente, o que me deixa triste são os momentos que tive dificuldade para atuar e desenvolver minhas ideias musicais por alguns motivos que nos impediram, na falta de condições técnicas, empresariais ou políticas.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Marcelo Melo: Creio que existe dom. Isto pode ser notado, quando alguém diante de um instrumento, passa através dele, ou mesmo do seu canto, uma emoção que toca o coração das pessoas que lhe ouve.

A música transcende pela energia do espírito, a expansão dessa energia significa o DOM musical. Eu entendo assim e sei que esta qualidade está no músico. Nem todos a possuem. É para mim algo especial e transformador.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Marcelo Melo: Para mim, está perfeitamente ligado ao DOM musical. O que define esse conceito é a qualidade do músico que improvisa. Trata-se de uma viagem em desenhos melódicos dentro do tema e da harmonia.

Claro que existem regras musicais para essa viagem. Porém, cada um escolhe seu caminho e a beleza que vai descobrindo e agregando, de acordo com sua grandeza estética. É muito pessoal.

24) RM: Existe Improvisação Musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Marcelo Melo: Para mim, se você estuda antes e aplica depois, podendo até escrever na partitura, deixou de ser improvisação. Com falei anteriormente, obedecendo umas poucas regras musicais, o improviso do músico é um momento muito particular e inerente à sua genialidade.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação Musical?

Marcelo Melo: Talvez eu não seja a pessoa adequada para responder essa questão! Pela minha forma intuitiva de tocar e fazer música, acho- me suspeito para falar. Obedecendo aquele conceito que comentei para a Improvisação musical, ficarei de acordo com a formalização técnica do improviso.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia Musical?

Marcelo Melo: Para o meu entender, só encontro vantagens e prós nos métodos de estudos de harmonia musical.  É preciso trabalhar corretamente a construção musical. Não é aleatória. Tem as regras estabelecidas para sua formatação. Por mais liberdade criativa que se tenha, faz-se necessário a obediência aos princípios fundamentais da música.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do “jabá” as suas músicas tocarão nas rádios?

Marcelo Melo: Tudo me leva a não acreditar! Pois, até mesmo com o referido pagamento minhas músicas são tocadas apenas esporadicamente, e de acordo com as eventualidades ou acontecimentos específicos. É assim mesmo!  Aliás existem várias formas de se constituir o “jabá”! Os interesses das mídias radiofônicas são muito estranhos.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Marcelo Melo: Dou a maior força! Vá em frente para ser feliz! Apenas, tome cuidado ao definir seu caminho, seja dedicado e estude bastante. Conheça ao máximo o seu ofício. Trata- de um trabalho duro e muito sério. Quanto maior o seu conhecimento, mais chances você terá de vencer os obstáculos e as dificuldades, que não são poucas. E assim, garantir o seu sucesso. Não se perca nas encruzilhadas. Encontre seu rumo certo, seu foco e atenção coerente com seu coração.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Marcelo Melo: Sem dúvida! Conheci vários talentos revelados em Festivais. Não quer dizer que após revelados sejam mantidos e evoluam. Às vezes sim, às vezes não. Depende de como sejam conduzidos.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical Brasileira?

Marcelo Melo: Com bastante cuidado e preocupação. De modo geral essa chamada “grande mídia” nunca está isenta. O capital fala mais alto. A educação do nosso povo é muito limitada e, como consequência, a cultura musical.

O ensino de música foi eliminado há bastante tempo dos currículos escolares. A ignorância musical ocupou a mente de nossas crianças e jovens, deixando esse universo ser povoado pelo lixo cultural do mundo.

E, naturalmente, desdobrando essas consequências vãs. Desse modo, o que estamos assistindo hoje na cultura musical brasileira é um empobrecimento generalizado. Arrisco dizer que ainda não está pior, graças a internet que mostra alguns caminhos para ajudar na curiosidade da nossa juventude.

31) RM: Qual sua opinião sobre os espaços abertos pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para a cena musical?

Marcelo Melo: Considero um alento para nossa cultura musical brasileira, sobretudo o SESC que destaco com muito entusiasmo, pela sua rede de excelentes equipamentos necessários, dedicados a cultura em nosso país. Saúdo a todas essas instituições com muito carinho.

Tenho muita saudade da nossa FUNARTE dos anos 70, com seu vitorioso e incomparável “Projeto Pixinguinha” (de Saudosa memória!)

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Marcelo Melo: O futuro a Deus pertence, mas continuo com muita fé, acreditando nos caminhos musicais que apontei ao longo dessas cinco décadas percorridas, com uma trajetória que me deixa orgulhoso, pela contribuição trazida para a Música Popular Brasileira, para a vertente regional.

E, naturalmente, dando continuidade à nossa proposta, temos sempre que buscar espaços para agregar nosso trabalho musical ao serviço da educação, a preservação do nosso meio ambiente, retomar nosso foco nos caminhos da compreensão melhor do mundo atual. Ocupar espaços na cultura e estar sempre presente junto aos editais.  Para viabilizar nossa missão junto a cultura brasileira.

33) RM: Quais os seus contatos para shows e para os fãs?

Marcelo Melo: (81) 99609 – 3612 | [email protected] | https://www.instagram.com/marcelomelo865

Canal: https://www.youtube.com/@QuintetoViolado 

Quinteto Violado e a Missa do Vaqueiro – DOC: https://www.youtube.com/watch?v=GGFwKsSbhyU 

LIVE “SÃO JOÃO DOS 50 ANOS”: https://www.youtube.com/watch?v=EbzsAnBpVoE 

BATE PAPO MUSICAL COM O QUINTETO VIOLADO – Para Alunos da Rede de Ensino Estadual e Municipal: https://www.youtube.com/watch?v=x6uCP7vBjaI 

Playlist Quinteto Violado e Duetos: https://www.youtube.com/watch?v=7Y25hxMtuiE&list=PL6K9oX0S2EickCzN4O8UqG5zs5WDARAJZ

Quinteto Violado – Só Quinteto Violado (Ao Vivo) – Álbum Completo: https://www.youtube.com/watch?v=Ow-Y_pD4dy8

Quinteto Violado – Canta Gonzagão (Ao Vivo) – Show Completo (Oficial): https://www.youtube.com/watch?v=DE6LLvoTqZw


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  1. Parabéns à Revista Ritmo e Melodia!!!
    Vamos nos deleitar com tanta diversidade artística autoral nesse Brasilzão! Proporcionar conhecer um pouco dessa criatividade multicultural!!! Desejo sucesso permanente, Antônio Carlos!!

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.