Som do viajante do Lipe é uma viagem interna, sonoridade feita com a alma, misturando os ritmos em uma nova linguagem. As mensagens trazem um reflexo do Ser, mostrando aquilo que já aprendemos, mas de alguma forma ainda permanecem adormecidos.
A jornada já passou por diversas partes do Brasil e também pelo Uruguai levando a essência de um novo tempo. Hoje o projeto é acompanhado dos Elefantes Doug Vaz (Baixo) e Diego Fógs (Bateria). Dois grandes irmãos que somam nessa viagem psicodélica.
O Álbum nasceu após muitas vivências e desconstruções, trazendo a leveza “Do Universo ao Ser” no formato acústico, agregando cada partícula de ideia em uma fusão de sentimentos, acreditando na metamorfose dos seres e disseminando a visão de algo maior. O Viajante Felipe Nunes I. Monteiro (Lipe), cantor, compositor idealizador do projeto, nascido na cidade de Cerquilho interior de São Paulo, cresceu em meio aos batuques e levadas da capoeira.
Por intermédio de seus pais mestres nessa arte brasileira, aos 12 anos de idade iniciou os primeiros estudos musicais no “Projeto Guri”, fazendo canto coral e percussão, após três anos recebeu um convite para tocar percussão em uma banda de reggae, onde aperfeiçoou e ampliou sua visão musical passando por outros projetos, em formatos de banda e barzinho.
Aos 17 iniciou a jornada mais importante e decisiva, as mudanças de instrumentos utilizando a voz e o violão e as novas descobertas na composição. Em 2012 formou a “Yiê” uma banda formada por grandes amigos e que tinham o amor em comum pela música, pregavam a filosofia do respeito e da União. E isso se espalhou por muitos lugares levando a mensagens do cotidiano e do amor com o próximo.
A banda deu uma pausa nos trabalhos em meados de 2016, com isso o vocalista e fundador saiu em sua grande jornada, partindo para a ilha da magia Florianópolis (SC), onde encontrou uma nova família e que faria parte de uma trupe de grandes artistas, e com essa bagagem e aprendizados nasce o projeto musical Som do Viajante.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Lipe – Som do Viajante para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 04.02.2019:
01) RitmoMelodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Lipe – Som do Viajante: Nasci no dia 15.01.1992 em Cerquilho (SP). Fui registrado como Felipe Nunes I. Monteiro
02) RM: Conte como foi o seu primeiro contato com a música.
Lipe – Som do Viajante: Desde cedo escutando uma variedade de estilos musicais com meus pais, mesclando o samba de Benito Di Paula ao reggae do Inner Circle. Cresci rodeado dos batuques e levadas das rodas de capoeira. Aos 12 anos idade iniciei meus estudos no “Projeto Guri” no curso de percussão erudita e canto coral, com 17 anos me encantei pelo Violão e iniciei um novo caminho junto da composição.
03) RM: Qual a sua formação musical e acadêmica fora música?
Lipe – Som do Viajante: Cursei dos 12 aos 14 anos idade: Percussão Erudita, Percussão Popular, Canto Coral. Com 17 anos idade iniciei os estudos com Violão e usei-o para Composição.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?
Lipe – Som do Viajante: Minhas influências começaram com meu pai escutando Bob Marley, Inner Circle, Ben Harper, Benito Di Paula e minha mãe por outro lado escutando Tim maia, Bee Gees, Steve Wonder, Jorge Ben entre outros. Hoje as influências fluem desde o reggae do Bob Marley a psicodélica do Pink Floyd, o peso da percussão do grupo Nação Zumbi e do violão suingado Lenine. Creio que todo som teve sua importância em um determinado momento da minha vida.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Lipe – Som do Viajante: Em junho de 2007 entrei como percussionista na banda de reggae “Ideologia Reggae” da cidade de Cerquilho (SP).
06) RM: Quantos discos lançados?
Felipe – Som do Viajante: São dois álbuns. O primeiro álbum: “Mente Sã, corpo limpo”, lançado em 2016 com a banda “Yiê” (Doug, Mira, Willer, Rick, Tuba, Cauê, Chu). Um álbum que mescla o Reggae e o rock de diferentes formas. O segundo álbum: “Do Universo ao Ser” vem de uma forma mais intimista trazendo o Som do Viajante no formato Voz e Violão. Todas as músicas entraram de alguma maneira no gosto das pessoas, mas “Segure a ponta”, música do primeiro álbum e “Madá” do segundo álbum agradaram público.
07) RM: Como você define o seu estilo musical dentro da cena reggae?
Lipe – Som do Viajante: Difícil definir um estilo, pois existem muitas vertentes que fluem no som que faço desde rock, surf, baião, ragga e o blues.
08) RM: Como você se define como cantor/intérprete?
Lipe – Som do Viajante: Um eterno viajante na busca de evoluir junto do todo.
09) RM: Quais os cantores e cantoras que você admira?
Lipe – Som do Viajante: Gosto muito de Elis Regina, Cassia Eller, Otis Redding, Bob Marley, Janis Joplin, Joe Cocker, Eddie Vedder.
10) RM: Quem são seus parceiros musicais em composições?
Lipe – Som do Viajante: No primeiro álbum com a minha antiga banda “Yiê” fiz uma parceria com o Mira em algumas músicas.
11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Lipe – Som do Viajante: Acredito que toda experiência é necessária para desenvolvermos um bom trabalho, para ter autonomia sobre sua obra no lado independente sem as grandes produtoras, estúdios, porém para atingir uma grande publico acaba ficando um pouco mais difícil.
12) RM – Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver sua carreira?
Lipe – Som do Viajante: Através das redes sociais, plataformas de streaming, contato direto com público nos shows falando sobre o projeto, vendendo CDs, desenvolvendo eventos para se movimentar na cena reggae.
13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira?
Lipe – Som do Viajante: A internet é uma ferramenta incrível para espalhar a mensagem, tendo sempre consciência do que quer apresentar e agregar na vida das pessoas.
14) RM: Como você analisa o cenário reggae brasileiro? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Lipe – Som do Viajante: Hoje vejo que o cenário está crescendo bastante, muitas bandas novas desenvolvendo um trabalho incrível. Sempre gostei do “Ponto de Equilíbrio”, “Natiruts”, “Mato Seco” bandas que continuaram firmes na missão de levar uma mensagem de transformação.
15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do fácil acesso a tecnologia de gravação (Home Studio)?
Lipe – Som do Viajante: A vantagem é poder ir lapidando o trabalho e com baixo custo. E as desvantagens dependendo do programa que use o investimento é alto na compra de plug-ins.
16) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Lipe – Som do Viajante: Gosto bastante do Criolo, Lenine, “Nação Zumbi”, “Ponto de Equilíbrio”, conseguem transmitir em todos os álbuns, shows, muito profissionalismo, dedicação e qualidade.
17) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, canar e não receber, ser cantado e etc)?
Lipe – Som do Viajante: Já rolou muitas das coisas citadas (risos). Uma vez fomos tocar em Sorocaba (SP) 8 horas nós dentro de uma Kombi, não sabíamos que a marcha da Kombi só estava funcionando duas marchas, nessa chegamos atrasados demais, muitos contratempos, stress (risos). Final das contas ainda foi um dos melhores shows.
18) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Lipe – Som do Viajante: Fico muito feliz em ver as pessoas cantando, entendendo a mensagem viajante buscando dentro delas um caminho para evolução. Entristece-me ver quantas pessoas talentosas param seus sonhos na carreira musical pela falta de incentivo, lado financeiro e até mesmo falta de apoio familiar.
19) RM: Nos apresente a cena musical na cidade que você mora?
Lipe – Som do Viajante: Atualmente moro em Florianópolis, onde tem uma cena que cresce a cada dia Muitas bandas conhecidas tanto no autoral e também que fazem especiais, tributos, No lado autoral é um publico menor, mas está se desenvolvendo e trazendo muita coisa boa.
20) RM: Quais os músicos ou/e bandas que você recomenda ouvir?
Lipe – Som do Viajante: Glorie Ilonde, Murillo Augustus, Markandeya, Pedra Branca, Cultivo.
21) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Lipe – Som do Viajante: Acredito que pode rolar sim, não na grande mídia, mas tem muitas rádios que seguem buscando o som no cenário underground.
22) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Felipe – Som do Viajante: Não desista nunca, estude, se dedique ao máximo em tudo que fizer, pois nada é fácil e seja verdadeiro sempre.
23) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com o uso da maconha?
Lipe – Som do Viajante: Acredito que tenha ligação desde o inicio, o uso da Cannabis Sativa voltado na religião rastafári. Muitas pessoas dentro do reggae fumam, consagram, e isso está dentro da cultura reggae. Vejo o lado negativo das pessoas que fumam e banalizam o movimento reggae.
24) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a religião Rastafari?
Lipe – Som do Viajante: Muitos artistas do reggae fazem parte da religião rastafári, o reggae está ligado diretamente ao rastafári, mas também existem muitos artistas que são do reggae e seguem outras linhas religiosas.
25) RM: Você é adepto a religião Rastafari?
Lipe – Som do Viajante: Simpatizo com a religião, porém não levanto uma bandeira. E respeito e admiro todos os irmãos que passam a mensagem de Amor, Respeito e União.
26) RM: Os adeptos a religião Rastafari afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa essa afirmação?
Lipe – Som do Viajante: O Reggae em sua origem tem elementos e ensinamentos Rastafári, porém não restringe a uma verdade absoluta, a música vem como forma de transformação e pode ser levada para todos os cantos sendo verdadeira onde for e tocar a alma.
27) RM: Na sua opinião porque o reggae no Brasil não tem o mesmo prestigio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?
Lipe – Som do Viajante: Apesar de o movimento reggae estar crescendo, falta bastante para chegar ao nível internacional. Acredito que o Brasil é um país muito grande e tem muitos estilos musicais e a mídia acaba focando em outros ritmos.
28) RM: Quais os prós e contras de usar o Riddim como base instrumental?
Lipe – Som do Viajante: Acho massa quem trabalha com Riddim e acabam tendo inspirações pra construir algo novo.
29) RM: Você faz a sua letra em cima de um Riddim já conhecido usando uma linha melódica diferente?
Lipe – Som do Viajante: Nunca fiz em cima de um Riddim, sempre com meu velho guerreiro Violão.
30) RM: Quais os prós e contras de fazer show usando o formato Sound System (base instrumental sem voz)?
Lipe – Som do Viajante: Sound system traz um trabalho potente, porém a falta do peso e o brilho que o som orgânico (da banda) emana.
31) RM: Quais os seus projetos futuros?
Lipe – Som do Viajante: Em 2019 voltamos ao Studio para gravar as novas músicas do novo álbum, e trabalhar em uma mini Turnê Viajante, levando a mensagem em todos os cantos.
32) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?
Lipe – Som do Viajante: Café Produções – Cisso (48) 999673 – 4201 | (48) 3207 – 7186 | Com Viajante é o (48) 99155 – 6262