More Le Daros »"/>More Le Daros »" /> Le Daros - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Le Daros

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O músico, compositor, produtor musical gaúcho Le Daros iniciou sua trajetória como baterista, tendo atuado em diversas bandas tais como Loquaz, Nariz de Porcelana, Cartel, Vox Populi, Violeta Pop.

Em 2005, lançou seu primeiro CD – Choques Elétricos, com dez faixas inéditas. Neste trabalho, arranjou, cantou e tocou quase todos os instrumentos. Em 2008, lançou seu segundo CD – Artimanhas, com treze faixas inéditas. Este trabalho foi co-produzido por Éder Bergozza e teve a participação de vários músicos da região. Ambos foram financiados pelo Fundoprocultura de Caxias do Sul. Em 2009, passou a atuar também na área do audiovisual e desde então já lançou os curtas  “Ilha das Janelas Fechadas”, (roteirista, produtor executivo e trilha sonora original), “Garoto Minuano” (trilha sonora original), “Rua dos Aflitos,70” (roteirista, diretor e trilha sonora original) e O “Grande L” (roteirista, diretor, produção executiva e trilha sonora). Além disso, nesse ano passou a atuar pelo Clube Caiubi de Compositores, um grupo informal de pessoas ligadas a criação musical, com ramificações em todo o Brasil e no exterior. Em 2010, produziu junto com Cardo Peixoto e Janice Comper o show “Canções de Amarrar em Estrelas”, onde os artistas apresentaram suas músicas em versões novas, acompanhados por uma banda de apoio. Além disso, passou a ter seu CD – Artimanhas distribuído para todo o Brasil pela rede Saraiva (http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/3003034?PAC_ID=30393). Desde 2011, realiza anualmente o “Nossa Voz – festival de música autoral” em parceria com Cardo Peixoto e o Centro de Cultura Ordovás de Caxias do Sul, além de outros eventos como o  Caiublues, festival de blues autoral, e shows com banda para a série “Grandes Nomes” homenageando grandes ícones da música. Também tem participado de diversos eventos regionais, incluindo mais recentemente a série de apresentações no MÚSICA DAQUI, onde contou com os músicos Maurício Ramos na percussão e Marcelo Franar no baixo.

Atualmente, além de trabalhar na divulgação do seu curta “O Grande L”; coordena o lançamento do 2º CINESERRA – Festival do Audiovisual da Serra Gaúcha e prepara músicas inéditas para gravação em estúdio.

Segue abaixo a entrevista exclusiva com Le Daros para a  www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 16 de julho 2014:

01) RitmoMelodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Le Daros: Nasci no dia 08 de agosto de 1968, em Caxias do Sul – RS.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Le Daros: Provavelmente o primeiro contato foi através do rádio. Mas meu pai tinha vários discos também (Samba, Tango, MPB), e fitas K-7 com Elvis Presley, Luiz Ayrão, Clara Nunes, tudo misturado mesmo. Assim como minha irmã do meio, ouvia Roberto Carlos, Michael Jackson. E eu, logo que aprendi a lidar com o equipamento da época, já estava colocando esses discos e fitas pra rodar.

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica (Teórica)?

Le Daros: Eu comecei lá pelos 14 anos de idade e de maneira autodidata, tocando percussão e bateria. Aliás, a bateria é até hoje o instrumento com o qual me sinto mais confortável. Aos 16 comecei a aprender os primeiros acordes tocando numa guitarra emprestada de um amigo de escola. E já compus as primeiras músicas (risos). Mas em seguida tive aulas de teoria musical e técnica, já com Violão, com o professor Ivan Montanha. Anos depois fiz técnica vocal com o professor Carlos Rodrigues (cantor lírico) de Porto Alegre – RS. E ao longo dos anos participei de workshops diversos. Mas minha curiosidade sempre foi muito grande e acabei aprendendo a tocar um pouco de Baixo (que adoro, mas toco somente em estúdio) e Teclado (bem básico). Também estudei Gravação Digital e Mixagem. E me formei em Administração – UCS – Universidade Caxias do Sul – RS. E fiz o curso intensivo de Audiovisual na Academia Internacional de Cinema em São Paulo – SP. E estudei inglês na Inglaterra. E além da atuação com a música, sou Produtor cultural e audiovisual.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Le Daros: Aqui a lista seria interminável. Eu sempre tive a música muito, muito presente em minha vida. Mas da infância, lembro-me de canções que instantaneamente me marcaram como, por exemplo, “My Sweet Lord” do – George Harrison, “It’s Now or Never” do Elvis Plesley, sambas como “Não Deixe o Samba Morrer” na voz da Alcione e assim por diante. Com a chegada da adolescência eu acabei por descobrir verdadeiramente o mundo do Rock e suas vertentes (até então minha leitura de Rock era Elvis Presley e The Beatles). E aí fui a fundo com bandas como Led Zeppelin, Queen, Rolling Stones,  Jimi Hendrix Experience, Supertramp, Deep Purple, Mutantes, etc… Com o passar dos anos, minha atenção foi se desviando para Rock Nacional, num primeiro momento e depois MPB e Black Music o que me fez também pesquisar muito sobre Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina, Stevie Wonder, Jorge Bem Jor e todos os grandes nomes dos 60 e 70, Tom Jobim (e a Bossa Nova como um todo), e por aí vai… No entanto, nunca deixei de me interessar pelo Rock/Pop (aí entrando bandas dos 80, 90 como U2, The Police, Tears for Fears, etc) Também curto Jazz, especialmente Cool Jazz. No presente procuro ouvir novos artistas, inclusive aqui da cena local, onde tem muita gente legal. Mas também ouço um pouco de tudo da minha discoteca, depende do momento. Ultimamente, por exemplo, estou numa fase de (re) curtir Yes, Gilberto Gil, Police, Pedro Luís e a Parede, Peter Gabriel… Acho que o que importa é a qualidade da música, não o gênero.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Le Daros: Eu cito como marco zero, quando gravei bateria no LP do colega Roberto Niederauer (em 1988). Foi muito marcante, por ter sido o primeiro artista local (de Caxias do Sul) a gravar um disco (algo quase impossível na época) e eu participei como baterista em todas as faixas. Mas já vinha tocando e recebendo alguns cachês há dois ou três anos antes disso, com minha primeira banda (chamada Loquaz). Depois toquei em diversas bandas como baterista (e eventualmente backing vocal) entre elas Nariz de Porcelana, Cartel, Vox Populi, Klam e Violeta Pop.

06) RM: Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as musicas que entraram no gosto do seu público?

Le Daros: Bom, sem contar as participações em CD’s de outros artistas e bandas, eu tenho dois trabalhos lançados: “CHOQUES ELÉTRICOS” de 2004 e “ARTIMANHAS” de 2008. O primeiro foi inteiramente produzido no meu home-studio. Nesse trabalho fiz algumas programações e gravei as baterias, baixos, teclados e violões. Mas tive várias participações especiais com destaque para: Vaney Bertotto na percussão, Kiko Fávero e André Tamanini nas guitarras e Syane Salvador nos backings. Já no caso do ‘Artimanhas”, dividi a produção musical com o tecladista Éder Bergozza, e desta vez apenas cantei e toquei violão e alguma percussão (exceto a faixa bônus “Love Is Priceless” em que toquei batera). Neste trabalho utilizamos um grupo de feras: Fábio Alves (baixos), Lázaro Nascimento (guitarras), Maurício Meinert (bateria), Roberto Scopel (Trompete) e Siane SalvadorMaikol NoraRoberto Niederauer e Rafa Gubert em backings variados.  Acho que as músicas que mais se destacaram foram “Choques Elétricos”, “Céu e Terra” e “Umbigo” do primeiro CD e “Sossegado”, “Luz Amarela” e “Tempestade” do segundo álbum.

07) RM: Como você define o seu estilo musical?

Le Daros: Eu acabo usando as tags MPB e Pop dependendo das músicas. Mas na verdade minha música é o resultado dessa mistura enorme de influências. Acho que você percebe elementos de diversos gêneros ao ouvir as músicas, e às vezes fica difícil rotular. O que me importa é que o resultado seja harmonioso.

08) RM: Como é seu processo de compor?

Le Daros: Não tenho uma maneira única de compor. Às vezes começo desenvolvendo uma harmonia, às vezes uma melodia se impõe. As letras geralmente, mas não sempre, vem depois.

09) RM: Quais são seus principais parceiros musicais?

Le Daros: Ao longo dos anos trabalhei com muita gente boa. No momento, meus parceiros são Maurício Ramos (percussionista) e Marcelo Franar (baixista/guitarrista).

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Le Daros: Especialmente desde o início da década passada dá para dizer que não há muitas alternativas (risos). É isso ou nada. A não ser que você tenha um trabalho que se encaixe nos moldes da “onda” do momento e consiga chegar até as pessoas “certas”. Mas sim, há vantagens, como você fazer somente o que deseja, sem se submeter aos ditames do “mercado”.

11) RM: Você é membro do Clube Caiubi de Compositores, não é?

Le Daros: Sim! Esse é um capítulo a parte. Desde 2009 tenho tido o prazer de compartilhar minha música com dezenas, centenas de colegas da música, sejam compositores, letristas, músicos, produtores, através deste grande canal musical. E o que é mais importante, fazendo amigos. O trabalho do Sonekka e sua trupe é formidável.

12) RM: Quais as ações empreendedoras  que você prática para desenvolver sua carreira?

Le Daros: Eu tenho dividido minhas atividades artísticas entre a música e o audiovisual desde 2009. Então, tenho feito trilhas sonoras, tocado em diversos eventos, participado de coletivos que geram e multiplicam ações de visibilidade. No momento, estou iniciando um processo de produção de gravação de novas músicas.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira?

Le Daros: A internet hoje em dia é um dos principais caminhos para alavancar a carreira musical de qualquer artista, músico, etc. Mas, ações presenciais nunca serão descartadas. O contato com o público nos shows, nos eventos sempre terá uma importância vital.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia  de gravação (Home Studio)?

Le Daros: Vantagens são inúmeras: baixo custo, acesso facilitado, negociação entre as partes, parcerias. Talvez a única e paradoxal desvantagem seja o aumento exponencial de trabalhos gravados, o que automaticamente diminui um pouco o espaço de atenção de cada um. Ou seja: mais gente competindo pela atenção dos ouvintes musicais. Mas enfim, faz parte.

15) RM: E em relação a venda e distribuição dos seus CD’s e da sua música? Como tem rolado isso?

Le Daros: Bem, a gente sabe que o sistema “tradicional” de venda com gravadora, distribuidora, loja praticamente ruiu. Então o negócio é buscar modos alternativos. Eu consegui, por exemplo, através do Serginho da Sagitta Music colocar o meu CD – Artimanhas no site da Saraiva, para todo Brasil – o que já é uma vitória. E sempre acabo vendendo unidades quando faço shows. Mas o grande lance acho que será entrar nessas redes internacionais, tipo Itunes, AmazonMp3, Deezer que abrem janelas gigantescas para todo artista que tem trabalho próprio.

16) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Le Daros: Surgiram inúmeros nomes, mas você vê poucos darem continuidade porque a aposta da grande mídia é quase sempre em trabalhos descartáveis, que vendem muito e no ano seguinte ninguém lembra.  Há gente talentosa também fazendo sucesso, claro.  Um bom exemplo é o Lenine, que tem um trabalho de alto nível e consegue ser comercialmente bem-sucedido.

17) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Le Daros: Há tantos nomes… Mas que me ocorrem agora: Zeca Baleiro,  Chico César,  banda Cidadão Quem, Vitor Ramil, Pedro Luís, – isso sem falar das lendas… Tem também o Roney Giah, que está ficando conhecido e que tem feito um trabalho primoroso em todos os aspectos.

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Le Daros: Ah, acho que falta de condições técnicas foi o que mais aconteceu, entre essas coisas que você citou (risos).

19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Le Daros: Acho que tudo depende das suas expectativas. Como eu faço meu trabalho com os pés no chão, procuro apenas ser fiel ao meu estilo, sem me acomodar, mas também sem entrar em ondas, sem querer ser oportunista.  Mas o retorno das pessoas, principalmente desconhecidas que chegam para você e elogiam sua música, e se sentem tocadas por ela, isso é impagável.

20) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Le Daros: Caxias do Sul tem uma cena musical muito rica.  Tem gente no Hip-hop, Reggae, Pagode, Nativismo, muito Blues e Rock, incluindo Pop-Rock, Rock’n Roll, Heavy, Progressivo, etc.. Na minha praia, que é uma mistura de MPB com Pop, Jazz já é mais raro. Também tem uma galera muito boa na música instrumental.

21) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora  você indica como uma boa opção?

Le Daros: Bah. É difícil nomear porque a gente sempre acaba deixando de fora nomes legais. Mas que me ocorrem agora e atuantes no momento há: Velho Hippie, Grandfuria, Zava, Mindgarden, De Ros, Apocalypse, Projeto Ccoma, Oscar dos Reis, Valdir Verona, YTangos, Fernando Aver, Cristian Rigon, Cardo Peixoto, e por aí vai…

22) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Le Daros: Já tocou. Tive o prazer de ter músicas executadas em rádios aqui de Caxias do Sul e em outras rádios do interior. Mas na(s) capital (is), o furo é mais embaixo, se é que você me entende? No entanto, há as rádios Web que estão crescendo muito. Aqui em Caxias do Sul tem a Rockpedia, por exemplo, que prestigia os trabalhos de muita gente daqui, inclusive o meu. E o Luciano (que toca a rádio) tem ouvintes no mundo todo. http://www.rockpedia.com.br

23) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Le Daros: Não sei. Se o cara gostar realmente de música e tem um trabalho legal, em algum momento ele vai colher frutos. Ou não… (risos). Mas são tantas variáveis a se considerar que fica difícil dar conselhos. Tem a questão do investimento: Se você puder investir legal em estúdio, produção visual, marketing, videoclipe, as coisas poderão ficar mais fáceis. E hoje tem a questão de saber se comunicar via Youtube, redes sociais.  Esse talvez seja o caminho. Às vezes um cara cai no gosto do “povo” nem tanto pelo teor musical, mas pelo carisma, simpatia.

24) RM: Quais os seus projetos futuros?

Le Daros: No curto prazo, trabalhar a divulgação do curta O GRANDE “L”, cuja trilha sonora foi criada e produzida por mim. E coordenar, em parceria com o produtor Claudio Troian, a realização do 2º Cineserra. Também tenho dois projetos de videoclipe para desenvolver/trabalhar (como produtor) e outro curta (ficção) ainda para este ano.  Em relação ao meu trabalho solo, já começamos (eu e os parceiros citados) a produzir as bases para novas canções. E também queremos produzir um videoclipe (o que, aliás, tem feito muita falta). http://www.ograndeele.blogspot.com.br/

25) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Le Daros:  [email protected]


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