More Kiko Lisboa »"/>More Kiko Lisboa »" /> Kiko Lisboa - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Kiko Lisboa

Compartilhe conhecimento

O cantor e compositor baiano Kiko Lisboa muito cedo foi morar em Bom Jesus da Lapa – BA, onde teve os primeiros contatos com a música.

Teve uma infância muito marcada pela música de Luiz Gonzaga, Fagner, Zé Ramalho, The Beatles, Roberto Carlos e Sá e Guarabyra, pela literatura e pelo cinema, o que o influenciou a escrever e a compor desde os 15 anos de idade.

Iniciou na música em 1984, quando, com a sua primeira composição, participou de 1º Festival Estudantil de Música de Bom Jesus da Lapa e foi premiado com o 3º lugar. Em 1990 cria a banda de rock O Lombra, em Bom Jesus da Lapa. Muda-se em 1995 para Salvador – BA, onde ingressa no curso de Sociologia da UFBA e funda a banda RUADABADERNA, onde mistura o rock com e a música popular brasileira, com ênfase nos ritmos nordestinos.

Em 1999 funda a banda de rock progressivo PUNHAL DE PRATA, fazendo uma música mais experimental, ainda flertando com a música brasileira em fusão com o rock progressivo e a música árabe.

Em 2001 ingressa no Bando Virado no Mói de Coentro, a convite de Fernando Corisco e Ney Modesto, onde fica até novembro de 2003. Em 2004, participa da idealização e fundação da banda A Volante do Sargento Bezerra. Com A Volante, toca no Fórum Cultural Mundial, Mercado Cultural, Grazzie a Dio (São Paulo), Projeto Sua Nota é um Show, Feira da Música de Fortaleza – CE, além mais de 500 shows em Salvador e outras cidades.

Em 2006 participa do álbum “Mais mundo”, da banda A Volante do Sargento Bezerra (onde tem co-autoria em cinco composições). Em 2007, é premiado com A Volante em três categorias do Troféu Caymmi. Em 2012 lança o álbum “Som Bahião”, com A Volante do Sargento Bezerra. A Volante se desfaz em 2014.

Muda-se para Bom Jesus da Lapa em 2015, onde faz uma série de shows tributo a Raul Seixas e Roberto Carlos, realizando um sonho de adolescência. Toca nas três edições do Lapa Moto Rock, um festival de rock e motociclismo que acontece anualmente em Bom Jesus da Lapa.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Kiko Lisboa para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 26.04.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Kiko Lisboa: Nasci no dia 20 de julho de 1969 em Salvador, Bahia. Registrado como Marcus Vinícius Lisboa.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Kiko Lisboa: Cresci numa casa onde a música era uma constante. Meu avô (Domingos Cassiano Lisboa) gostava de Vicente Celestino e Luiz Gonzaga, a minha avó (Palmira Magalhães Lisboa) cantarolava sempre músicas de Noel Rosa e Pixinguinha, o meu pai (Amélio Magalhães Lisboa) e meus tios ouviam Beatles, Caetano Veloso, Gal Costa, Novos Baianos, Ary Lobo e, principalmente, Roberto Carlos. Meus primeiros contatos com a música foi através deles. Eles escutavam e eu escutava também.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Kiko Lisboa: Tenho formação em Sociologia pela UFBA – Universidade Federal da Bahia. Na música sou autodidata.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Kiko Lisboa: As influencias principais foram as dos artistas que escutei na minha infância: Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Beatles, Sá e Guarabyra, Zeca Bahia, dentro outros.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Kiko Lisboa: A primeira experiência com a música foi em 1984 num festival de música estudantil em Bom Jesus da Lapa – BA, em que fiquei em 3º lugar com uma composição que fiz em parceria com dois amigos. Em 1986 comecei a cantar em festivais estudantis na cidade de Catu, Bahia, onde fui estudar. Em 1988, já de volta a Bom Jesus da Lapa, criamos uma banda de rock rural, em 1989 uma banda de hard rock.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Kiko Lisboa: Com A Volante do Sargento Bezerra lancei três álbuns, e mais um álbum com o Bando Virado no Mói de Coentro.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Kiko Lisboa: A banda Volante do Sargento Bezerra, banda que fundei com amigos, fazíamos um estilo que costumávamos chamar de pop nordestino, uma mistura de ritmos nordestinos e rock.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Kiko Lisboa: Não formalmente. Sou um autodidata que foi desenvolvendo a técnica observando e ouvindo cantores que gosto, além de procurar estudar por minha conta.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Kiko Lisboa: A técnica vocal e os cuidados com a voz dão mais amplitude e longevidade à voz.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Kiko Lisboa: Agostinho dos Santos, Agnaldo Timóteo, José Rico, Ronnie James Dio, Frank Sinatra, Roberto Carlos, dentre outros.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Kiko Lisboa: Geralmente fico com uma melodia martelando na cabeça por algum tempo, até o dia em encontro ou escrevo uma letra que se encaixe. Aí a composição vem.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Kiko Lisboa: Meus principais parceiros de composição são: Kleber Aguiar, violonista da Volante do Bezerra, e João Filho, poeta de Bom Jesus da Lapa radicado em Salvador – BA.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Kiko Lisboa: O lado positivo de ser independente é a ausência de amarras ou imposições ao seu trabalho, o negativo é a dificuldade de chegar na grande mídia.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Kiko Lisboa: Quando estava na ativa, tocando e compondo para A Volante do Sargento Bezerra, focávamos o nosso trabalho em várias frentes: internet, produção de material para divulgação do nosso trabalho, distribuição dos discos e shows. Todo o planejamento era feito pelos sócios do grupo, onde atribuíamos a cada um uma área de atuação.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Kiko Lisboa: Hoje não tenho a música como uma atividade prioritária. Faço alguns shows ao longo do ano, mas sem grandes pretensões além da diversão e do prazer em estar no palco.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Kiko Lisboa: A internet facilita bastante o desenvolvimento de qualquer carreira musical, pois possibilita uma visibilidade que a depender de como se faça, pode ser muito grande.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Kiko Lisboa: Hoje ficou muito mais fácil gravar música, o que é bom. Mas, essa mesma facilidade tem despejado no mercado muitas músicas descartáveis e sem apuro técnico e artístico.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Kiko Lisboa: Como disse, hoje não tenho nenhuma pretensão além do prazer de estar no palco. Mas, quando ainda estava na ativa com A Volante do Sargento Bezerra, deixávamos a nossa música falar por nós, era o nosso diferencial.

19) RM: Como você analisa o cenário do Rock no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Kiko Lisboa: Não sou um grande conhecedor dos novos grupos do rock brasileiro. Dentre os grupos antigos, gosto da Plebe Rude, e de Lobão, que ainda mantém um trabalho consistente.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Kiko Lisboa: Foram muitas situações inusitadas que passei. Desde viajar mil quilômetros pra chegar numa cidade e descobrir que a nossa banda não estava na grade de shows por uma falha de comunicação da produção do evento com o nosso produtor, calotes dados por produtores inescrupulosos, show em cima de uma Rural Aerowyllis. Foram muitas histórias, algumas engraçadas, outras nem tanto, mas que valeram a pena ter vivido.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Kiko Lisboa: A minha grande felicidade foi ter lançado o álbum – “Mais Mundo”, com A Volante do Sargento Bezerra, assinando cinco das dozes músicas do disco. A maior tristeza foi ver o quanto a qualidade musical deixou de ser importante ao longo do tempo.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Kiko Lisboa: Acredito em Dom musical! O Dom é um atributo dado por Deus, que confere a quem o possui o domínio sobre um instrumento, a composição ou a voz.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Kiko Lisboa: Improvisar é sempre o resultado de muito estudo somado à inspiração.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Kiko Lisboa: Não creio em improvisação sem estudo e inspiração.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Kiko Lisboa: Essa é uma pergunta que não consigo responder.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Kiko Lisboa: Essa é uma pergunta que não consigo responder.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Kiko Lisboa: As minhas músicas tocam em algumas rádios, como a Educadora da Bahia, Toka Fm, dentre outras. Nenhuma dessas rádios nos cobrou jabá para tocá-las. Mas, em muitas outras, creio que tocariam se pagássemos.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Kiko Lisboa: Se você realmente quer trilhar a carreira musical, se prepare para tanto, monte uma estrutura empresarial em torno de si. Música também é um negócio, por isso aja de forma profissional.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Kiko Lisboa: No passado os Festivais de Música revelaram muito mais. Hoje, existem grandes novos talentos que não chegam ao grande público devido ao desinteresse da grande mídia.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Kiko Lisboa: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é totalmente parcial, visando somente o lucro. O talento, a qualidade musical nem sempre conta tanto quanto o potencial de venda de um artista.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Kiko Lisboa: Fizemos alguns shows no Sesc e Sesi. Esses espaços são importantes por ainda darem oportunidade a artistas emergentes que não são o padrão da grande mídia.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Kiko Lisboa: Tenho um projeto de um álbum autoral e um show de comemoração de 40 anos que cantei a primeira vez.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Kiko Lisboa: [email protected]

| https://www.instagram.com/kikolisboaaa

Canal: https://www.youtube.com/@sargentobezerra3963

Lançamento do álbum Mais Mundo, dA Volante do Sargento Bezerra no Spotify! https://open.spotify.com/album/6ensiEarEqgHHgTcnzrnNM?si=MaFRgLNDTCeXe_QSl7yu6A

Confira Mais Mundo by A Volante do Sargento Bezerra em Amazon Music:
https://music.amazon.com.br/albums/B0CZ1XHDM9?ref=dm_sh_g4kYhDEGlKNBEJtRHT67XoIMr

A Volante do Sargento Bezerra – Da janela pro terreiro: https://www.youtube.com/watch?v=tGYsjPpbcXQ

A Volante do Sargento Bezerra ao vivo no Teatro do Irdeb – Show completo: https://www.youtube.com/watch?v=kxAhCHsn9pM

Playlist A Volante do Sargento Bezerra: https://www.youtube.com/watch?v=J5bZTG6icqM&list=PL939D30E66EB915C9

A Volante do Sargento Bezerra: https://www.palcomp3.com.br/avolantesosargentobezerra


Compartilhe conhecimento

Comments · 1

Deixe um comentário

*

Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.