O cantor, compositor, multi-instrumentista (guitarra, acordeon, harmônica, guitarra de dez cordas, percussões) poeta e ator, Celo Costa é mestre em música pela Universidade Federal da Bahia.
Recebeu em 2017, com o show, O VELHO HOMEM RIO o prêmio Caymmi de Música, prêmio este, que revelou artistas como Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, dentre outros.
Em 2003, apresentou-se na Europa pela primeira vez, passando pela Itália, Suíça e França. Nesta última, participou do importante festival de acordeonistas na cidade de Tulle, tocando também em uma das casas de espetáculos mais conhecidas de Paris, Favela Chic. Fora da Europa, Celo se apresentou em países da América Central, incluindo República Dominicana – Caribe.
Ao longo de sua carreira, vem trabalhando ao lado de grandes nomes da nossa música brasileira, dentre eles, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Margareth Menezes, Elomar, Xangai, Moraes Moreira, Hermeto Pascoal, dentre outros.
Celo é membro do fórum permanente do Forró de Raiz na Bahia, ocupando a cadeira de instrumentista. O fórum atuou junto ao IPHAN – Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional para registro do forró como patrimônio imaterial brasileiro.
Morando em Porto – Portugal, desde junho de 2021, além de concertos incluindo repertório em língua inglesa, o artista cria em parceria com o músico Diego Mendes e a cantora Alinne Araújo, o trio de Forró Raiz do Norte, promovendo a cultura nordestina brasileira também na Europa.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Celo Costa para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 19.02.2024:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Celo Costa: Nasci no dia 19 de fevereiro de 1979 em Umuarama, Paraná. Aos 4 anos de idade, minha família se mudou para o interior da Bahia, cidade de Santa Maria da Vitória. Registrado como Marcelo Oliveiro Costa.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Celo Costa: A própria cultura nos insere no contexto musical, seja pelas canções de ninar, hino nacional, dentre outros, porém, na altura dos 8 anos de idade, morei por um ano em Brasília – DF, onde tive aulas de música na escola.
Depois, quando voltei a morar no interior da Bahia, em Santa Maria da Vitória, comecei a observar as bandas filarmônicas que desfilavam na cidade em datas comemorativas. Eu imitava as células rítmicas das percussões em latas velhas que eu achava no quintal, o que chamou a atenção de meu vizinho, músico, que começou a me ensinar bateria.
Aos 12 anos de idade, uma professora de inglês (Bida), sugeriu que cantássemos alguma música em inglês ao invés de fazermos a prova da disciplina. Com mais dois colegas, montamos uma banda e em menos de um mês aprendemos a tocar a “Don´t Cry”, do Guns N´ Roses. Eu fui o vocalista e também toquei o contrabaixo na apresentação.
Daí em diante, comecei a me interessar pelo violão, guitarra, iniciando minhas aulas de violão e teoria musical com meu primeiro grande mestre, Ademazinho, até decidir fazer uma faculdade de música alguns anos depois.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Celo Costa: Não tenho formação fora da área musical. Sou mestre em música pela Universidade Federal da Bahia.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Celo Costa: A minha primeira influência foi meu vizinho, Rogério do Sax, e meu primeiro professor de violão, Ademazinho, não só como músico, mas também como pessoa. Nesta época, eu como grande parte dos adolescentes ouvíamos muito rock, desde bandas nacionais como Engenheiros do Hawai e Legião Urbana, Garotos Podres, Olho Seco, Sepultura, Angra, Head Hunter às internacionais, como Guns N´ Roses, Skid How, Metallica, Iron Maiden, Slayer, Nirvana, Pantera, dentre outras.
Quando saí de casa e fui morar com um tio meu, ouvi na casa dele, um álbum chamado “Cantoria”, com Xangai, Vital Farias, Geraldo Azevedo, Elomar, esse álbum mudou tudo, passei a me interessar por assuntos e musicalidades ligadas à regionalidade, à música cantada em português, dialetal, à poesia, aos “causos”, aos cordéis, começando a compor neste período minhas primeiras canções.
Nessa época, também ouvia muito “Malásia” um disco de Djavan, ouvi muito mesmo, é um disco importante em minha formação. Como eu estudava violão, pesquisava artistas que tinham trabalhos gravados só com voz e violão, como João Bosco e Geraldo Azevedo. Destaco estes dois pois foram e são importantes referência até hoje.
Já na faculdade, fui descobrindo outros artistas, eu morava em Salvador – BA e ficava impressionado com a versatilidade dos músicos que faziam “Voz e Violão” na noite soteropolitana, com destaque para o cantor Wilson Carvalho e sua talentosa família. Especificamente em relação ao violão, dois nomes me influenciaram muito, Roberto Mendes e Lenine, pela forma percussiva que tocam o instrumento.
Quando entrei na faculdade, foi uma loucura, comecei a estudar Viola Caipira, tendo como referência Almir Sáter e Roberto Corrêa, a estudar os mestres barroco: Bach, dentro e fora da música erudita, os que vieram depois, Heitor Villa-Lobos, Egberto Gismonti, Hermeto, Pascoal, Dominguinhos, Guinga, Rumpilezz, os blocos Afros da Bahia, muita gente boa.
Com relação ao acordeão, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Cicinho de Assis foram as primeiras e fundamentais referências. Depois, fui descobrindo outros mestres, como Mestrinho, Toninho Ferragutti, Cezzinha, Gennaro, Rafael Meninão, Jefinho Dias, a lista é grande, tem uma geração de sanfoneiros jovens incríveis na atualidade que eu admiro e estudo. Nenhuma influência perdeu a importância, todas fazem parte da minha história.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Celo Costa: Se for pra considerar uma data, o dia 8 de janeiro de 2000 foi o início profissional, pois pela primeira vez fiz um show autoral, com assessoria de impressa, tivemos casa cheia, usei pela primeira vez o nome artístico Celo Costa, divulgado em jornais, tv locais, penso ter sido o início da profissionalização.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Celo Costa: Três álbuns e um DVD. “Silêncio Vizinho”, “Cantoria de Forró”, “Pros Chegados” e o DVD foi um documentário intitulado “Luiz Gonzaga tocava Assim”, prêmio FUNARTE 2012, onde entrevistei Dominguinhos, sendo inclusive o último documentário feito com ele, que não chegou a assistir, pois faleceu meses depois.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Celo Costa: Na base, vejo-me como um cantador, um fazedor de música regional inspirado por influências diversas.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Celo Costa: Estudei técnica vocal.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Celo Costa: Conhecer no sentido fisiológico o funcionamento da voz, além das técnicas, falsetes, etc, ajudam a desempenhar melhor o ofício do canto, de forma mais segura também.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Celo Costa: Algumas delas, Maria Bethânia, Bia Marinho (família Marinho, do Pajeú), Elis Regina, Mariene de Castro, Margareth menezes, Monica Salmaso, Alinne Araújo, Ana Barroso, Lilian Racquel, são muitos nomes, tem muita gente que eu gosto e me inspira, com certeza não conseguirei dizer todas.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Celo Costa: Na maioria das vezes, quando posso, componho sozinho. Quando vem a inspiração, ou algo que motiva, sinto necessidade de me isolar, ou ir para um ambiente desconhecido, funciona melhor assim, preciso da sensação de ninguém saber o que estou fazendo, enquanto estiver criando a música e letra, geralmente faço tudo junto.
Já fiz musica por encomenda também, trilhas sonoras, jingles e o processo é o mesmo, preciso de silêncio para me concentrar, as vezes é demorado o processo de criação, por isso, trabalhar com um prazo em canções encomendadas é fundamental.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Celo Costa: Não tenho muitos parceiros musicais, no período em que eu estava na faculdade, conheci o escritor e cineasta Jarbas Éssi, fizemos muitas canções juntos, acho que foi a pessoa com quem mais fiz canções. Além dele, Maviael Melo, Alisson Menezes, Jackson Costa, Marcelo Nunes, são parceiros e amigos preciosos.
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Celo Costa: Destaco as bandas Flor Serena e Estakazero por terem sido as primeiras a gravarem e tocarem canções minhas em seus shows.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Celo Costa: O pró é a autonomia em todas as etapas, desde escolha de repertório, mixagem, distribuição, etc, porém, investir em todas estas etapas com recurso próprio requer um bom planejamento.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Celo Costa: Dentro do palco, a estratégia é fazer o melhor com o que tenho disponível, isso inclui questões técnicas e mesmo a minha disposição pessoal. Fora do palco, as coisas vão mudando e as estratégias também.
A primeira vez que trabalhei com assessoria de imprensa, por exemplo, fiquei encantado com os resultados, nesta época, eu morava na Bahia, tinha algumas coisas que funcionavam no circuito do Forró, nas festas juninas, tais como distribuir CDs gratuitamente durante os shows, customizar o ônibus da viagem com plotagens, essas coisas funcionavam bem naquele contexto regional, não sei se em outros. Hoje, procuro ter uma comunicação mais constante e direta com o público, as redes sociais mudaram estas relações, aproximou o artista do público.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Celo Costa: Observo pessoas, artistas, empresários que admiro como profissionais e seres humanos, vejo como elas trabalham, examino o porquê que certas ações fazem sentido e vou adaptando e aplicando à minha realidade.
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Celo Costa: Ajuda muito, dá uma autonomia maravilhosa, o difícil é ser ouvido ou visto em meio à tanta oferta.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Celo Costa: As vantagens são enormes, na qualidade e no tempo de realização de tarefas, a inteligência artificial, por exemplo, na música, é uma revolução no modo que produzir, divulgar, consumir música. Não vejo desvantagem.
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Celo Costa: Partindo do princípio de que cada artista é único, assim como cada pessoa, não me preocupo com essa diferenciação, somos sempre diferentes, a questão é ser o mais você mesmo possível (risos).
Eu gosto de cantar em inglês, e morando na Europa, já cantei canções em língua inglesa em shows de Forró e senti que me conectei com pessoas na plateia que não falavam português. Elas vibraram, felizes por ouvir o idioma delas em um contexto musical nordestino, mas não fiz isso como estratégia, apenas incluí algo que gosto no meu trabalho, obviamente não usual na cena do Forró, embora já existam outros artistas cantando forró em inglês.
20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Celo Costa: O cenário do forró é dinâmico e à cada década, artistas se destacam dentro do gênero com estéticas e propostas inspiradas nas matrizes Gonzagueanas e nos que o antecederam.
Escrevi um capítulo sobre essa questão em minha dissertação de mestrado, em regra, a cada dez anos, uma nova geração revisita a matriz Gonzagueana imprimindo alguma alteração, preservando elementos básicos na instrumentação, temas das letras, dentre outros aspectos.
Sendo assim, quanto mais preservam referências como instrumentação e claves rítmicas, por exemplo, mas fácil a identificação como segmento ou inovação dentro do mesmo gênero.
Da geração mais recente, destaco Mestrinho, Trio Dona Zefa, o trio Nordestino que atravessa gerações, Jefinho Dias, dentre outros. Quanto a regredir, acho que sempre andamos para frente, mesmo cometendo erros, estamos sempre melhorando, não acredito em regressão.
21) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Celo Costa: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Carla Visi, Geraldo Azevedo, Ademario Coelho, Flávio Leandro, Mestrinho, são muitos.
22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?
Celo Costa: Já toquei com equipamento de som que queimou no meio de uma apresentação em praça pública, já inseri no show um tema instrumental de surpresa à banda para que eu tivesse tempo de ir ao banheiro, outra vez ganhei uma galinha viva de presente de uma fã que adentrou o ônibus da banda com a “penosa” em mãos no meio da madrugada após uma apresentação.
Já estive tão cansado em uma turnê que comecei a fazer introdução de uma música e cantar outra, fiz isso em alguns shows até que filmaram e me mostraram. Teve um contratante que disse que a gente iria ficar em um hotel “De Primeira”, e quando chegamos não tinha hotel, era uma residência pequena com vários quartos, uma casa de interior.
Quando o nosso produtor questionou o “De Primeira” o contratante disse que era a “primeira” vez que a casa era usada para hospedagens, pois os moradores haviam morrido e o único herdeiro resolveu alugar a casa para a prefeitura hospedar os artistas que iriam tocar na festa da cidade.
Também já precisei separar uma briga feia entre dois músicos num estúdio, eu convidei os dois para gravar no mesmo dia e não sabia que existia um desafeto, foi terrível, mas conseguimos acalmá-los.
Outra vez um contratante acertou de pagar metade do cachê na “subida do palco” e como não apareceu, decidimos aguardar e não começar a apresentação até recebermos o combinado, foi aí que o locutor que anunciava a festa foi ao nosso encontro para saber o que estava acontecendo.
Quando falamos o motivo, ele se desesperou e disse; “eu também não recebi”, e abandonou o evento, insatisfeito com a atitude do contratante. Após algum tempo, o contratante apareceu e deu-nos um cheque, e então fizemos o show.
Por sorte, dormimos na cidade, pois no dia seguinte, ao tentar compensar o cheque, descobrimos que o mesmo não tinha fundos, foi uma dor de cabeça, mas conseguimos receber.
Já fiz show e não fui pago também, tendo inclusive que entrar na justiça para receber. Já fui cantado também, mas mesmo quando solteiro não era muito de namorar com fãs. Hoje sou casado há quase vinte anos, tenho uma família consolidada, não alimento esse tipo situação.
23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Celo Costa: A música consegue me equilibrar, independente de questões profissionais, preciso tocar em casa, para ficar feliz mesmo, tenho necessidade de estar próximo à música e também à poesia, para não esquecer que viver vale muito à pena.
O que me deixa mais triste é ver pessoas com muito talento, geniais, que não conseguem viver da sua arte com dignidade, passando por dificuldades financeiras, isso é terrível, dói muito, sei que estas questões passam pela habilidade que cada pessoa tem para gerir as suas finanças pessoais e/ou carreira artística.
Mas ainda é um trabalho desvalorizado, principalmente no Brasil, onde há um preconceito laboral com algumas profissões, dentre elas a música. Acho que todo músico já ouviu: Sim, você é músico, mas trabalhar mesmo, você trabalha com o quê?
24) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?
Celo Costa: É uma das gerações, conforme falei anteriormente, que buscam revisitar a tradição deixada por Luiz Gonzaga, principalmente na instrumentação, é muito importante para a salvaguarda do forró enquanto patrimônio imaterial brasileiro porque estimula as gerações mais novas a conhecer as matrizes.
25) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram sua atenção?
Celo Costa: À época, Forróçacana, Bicho de Pé, Rasta Pé, Falamansa, dentre outros.
26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Celo Costa: Acredito que as rádios tendem a desaparecer, nunca foi um objetivo meu tocar em rádios pagando jabá, nunca usei esta estratégia.
27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Celo Costa: Estude a biografia dos seus ídolos. Invista em autoconhecimento antes de investir em autodesenvolvimento. Preste muita atenção à palavra, dita, pensada, vivida, escrita, para si mesmo e para os outros procure equilibrar o sonho, o romantismo e a espiritualidade na música com questões mais práticas e burocráticas necessárias à uma carreira musical.
Escute seu coração, perceba o que faz o seu olho brilhar, o que te toca mesmo de verdade e siga nesta direção. Preste muita atenção nos sinais, nas pessoas, nas oportunidades. Seja grato, todos os dias.
28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Celo Costa: O estímulo, promoção e divulgação da produção musical. O contra é inserir a música num contexto de competição.
29) RM: Festivais de Música revelam novos talentos?
Celo Costa: Sim. Sempre.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Celo Costa: A grande mídia quase sempre atende à interesses comerciais e não artísticos, mas ela não tem mais tanta força quanto antes, a grande mídia hoje é a internet.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Celo Costa: Acho um importante e necessária iniciativa desses espaços. Os espetáculos que circulam nestes aparelhos são muito bons, rotulados como “alternativos” em outros espaços que promovem a cultura de massa.
32) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?
Celo Costa: Não sei o que você considera como “das antigas”, mas se forem bandas como Mastruz com Leite e Magníficos, por exemplo, eu acho que apesar das diferenciações estéticas na dança, inclusão de bailarinos no palco, mudanças nos andamentos e na instrumentação.
Ainda encontramos alguns elementos em comum com o Forró Tradicional, no forró Estilizado há um rompimento para com as referências estéticas e musicais do Forró Tradicional, principalmente nas claves ritmicas, na “levada de sanfona”, na instrumentação, nos temas tratados nas letras, é bem diferente, apesar do uso do nome “Forró”. Uma boa fonte para estudo desse tema pode ser encontrada em publicações do professor Felipe da Costa Trotta.
33) RM: Qual a sua opinião sobre o uso do Teclado no Forró?
Celo Costa: No meu trabalho, nunca usei, porque em geral, se tenho sanfona e guitarra na banda, já tenho uma harmonia satisfatória, mas um bom tecladista pode somar bastante, pois, é um instrumento com grandes possibilidades de timbres, pra quem usa samplers, VS, dentre outros, é um diferencial.
34) RM: Quais os seus projetos futuros?
Celo Costa: Fortalecer a cena do forró tradicional na Europa, através de palestras, seminários e apresentações. Em Portugal, criamos um quarteto chamado “Raiz do Norte”, com formação, sanfona, zabumba, triângulo e cavaquinho, que além de canções autorais revisita grandes artistas e compositores tradicionais do gênero.
Pretendo também lançar um trabalho novo com canções autorais, não necessariamente dentro do forró, além de retomar os projetos envolvendo teatro e música.
35) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Celo Costa: www.celocosta.com.br
| +351-9115-69835 (whathsaap)
| https://www.instagram.com/celo_cantador
Canal: https://www.youtube.com/@celocostaoficial
Playlist Celo Costa – Cd Silencio Vizinho: https://www.youtube.com/watch?v=vYTBqLuxxz4&list=PLWomyPx0IyWctBwOJiSghzqPtEqsfDawZ
Celo Costa e Dominguinhos: https://www.youtube.com/watch?v=NB98IfBJC_4
Luiz Gonzaga Tocava Assim parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=EO2MKmERsjw
Luiz Gonzaga Tocava Assim parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=NQPhUveaYBs
Mestrado Celo Costa – Entrevista Gennaro: https://www.youtube.com/watch?v=mSCrGNsmdwM
Viva o Célio! Gostei de conhecer.