Valmir Ribeiro de Carvalho, nome artístico Bilora, nasceu em Santa Helena de Minas, Vale do Mucuri, MG, divisa com o sul da Bahia e com o Vale do Jequitinhonha. Atualmente reside em Contagem, MG.
Formado em Letras pela FENORD – Fundação Educacional Nordeste Mineiro, Teófilo Otoni – MG, atuou por 10 anos como professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira em Santa Helena de Minas e depois Ataléia, MG e por 3 anos como instrutor de Oficina de Música em Teófilo Otoni, MG. Atua na música desde 1990 quando começou a participar de Festivais da Canção na região do Vale do Mucuri.
É um dos compositores mais premiados em festivais da canção pelo Brasil, em cidades de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás. Citando alguns: premiado no Canta Minas – 95 com três prêmios (Organizado pela Rede Globo Minas) com a música Viola Inviolável; Vencedor das duas edições do festival “Canto das Águas” de Três Marias, MG em 2008 e 2010; vencedor da FAMPOP, Avaré, SP, em 2005. Cerca de 140 prêmios no total, todos com músicas de sua autoria, como Calango na cidade que conquistou 33 prêmios no total.
O prêmio mais notável foi o 3º lugar com a música “Tempo das Águas” no Festival da Música Brasileira de 2000, organizado pela Rede Globo. Em 2014 foi o vencedor do Festival de MPB de Ilha Solteira, SP, com a música Contramão, com os prêmios de Primeiro Lugar do Júri e Aclamação Popular. No ano de 2005 foi um dos selecionados no Festival de Música da TV Cultura, com a música “Sertão Urbano”. Em 2011 foi um dos selecionados no Projeto Música Minas Intercâmbio Internacional para show em Buenos Aires, Argentina.
Gravou 4 CDs: De Viola e Coração, Tempo das Águas, Nas Entrelinhas e o mais recente “Balanciô” com composições voltadas para sua região natal e com participações da comunidade de onde nasceu, do seu filho Djavan Carvalho (Djah) e de índios Maxakali. Este CD recebeu o “Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira 2013”, como Melhor CD de viola do ano.
Em 2018 publicou seu primeiro livro “Certa Feita… Causos do Vale do Mucuri”, onde narra histórias engraçadas, costumes e lendas de sua região natal. Tem músicas gravadas por variados músicos, grupos, corais e orquestras do país. Tem músicas incluídas em dezenas de CDs coletivos.
É um dos 6 violeiros do projeto VivaViola – Sessenta Cordas em Movimento, de muito sucesso de público e crítica em Minas em 2008/09 e 2010 e que resultou e dois CDs gravados. Junto aos violeiros realizou Ações Socioculturais na comunidade rural onde cada um nasceu. Foi um dos criadores e presidente da ANVB (Associação Nacional dos Violeiros do Brasil). Ajudou a realizar e participou de Encontros de Violeiros e Seminários de Viola Caipira e Cultura Popular. Integrou o projeto “Causos e Violas das Gerais” do SESC/MG, que percorreu o interior do estado de Minas com shows, de 2003 até 2016.
Segue abaixo entrevista exclusiva como Bilora para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.12.2021:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Bilora: Nasci no dia 29 de abril de 1966 na comunidade rural do Córrego do Norte, município de Santa Helena de Minas, Vale do Mucuri, Minas Gerais. Registrado como Valmir Ribeiro de Carvalho.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Bilora: Meu primeiro e maior contato foi através do rádio, programação sertaneja das manhãs e depois na adolescência, a programação com a MPB. Também tive contato direto com foliões e a tradição do batuque quando criança.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Bilora: Sou formado em Letras pela FENORD – Fundação Educacional Nordeste Mineiro, em Teófilo Otoni, MG. Na parte musical, sou autodidata. Aprendi a tocar violão, influenciado por um tio sanfoneiro da comunidade, o tio Armindo, e por um amigo, Adalberto, que arranhava uns acordes e me ensinou os de Dó maior. Mas foi um processo solitário. No primeiro dia de aprendizado, que não me esqueço nunca, passei um domingo inteiro tentando tocar “Estrada da Vida”, de José Rico, junto a um outro amigo, o Zé de Alcide Preto, que mais tarde virou sanfoneiro. Depois fui praticando sozinho, tirando as músicas de ouvido e, quando podia, mandava trazer da capital revistinhas cifradas que ajudavam muito. Isso por volta dos 14 anos de idade. Somente depois de já ter começado a trilhar os caminhos da música, nos primeiros festivais de música, e conhecer os violeiros Miltinho Edilberto, Pereira da Viola, Josino Medina que fui fisgado pelo som da Viola Caipira. Adquiri a primeira viola trocando por três leitões. A partir daí nunca mais quis saber de outro instrumento, nem do violão. De uns tempos para cá, com a necessidade de utilizar no estúdio, tenho retomado a prática no violão e estudando piano/teclado. Mas, posso garantir que, meu instrumento musical é a Viola Caipira.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Bilora: No passado, a princípio, as duplas sertanejas: Tião Carreiro e Pardinho, Liu e Léu, Dino Franco e Mouraí, dentre outras. Depois na adolescência, tocando violão, fui tocado e influenciado por Djavan, Chico Buarque, etc e depois ao começar a compor, a influência, além dos citados, veio da Banda de Pau e Corda, Almir Sater, Renato Teixeira… já na estrada, gosto de citar os violeiros: Miltinho Edilberto, Pereira da Viola, Josino Medina, como também inspiradores no ato de tocar viola, cantar e saber lidar com a função de ser um profissional dessa arte. No presente, acredito que procuro me inspirar mais na cultura popular, nos mestres tocadores e cantadores que aprendi a valorizar depois de já ter caminhado na música. Como minha música é cantada, com letra, gosto de citar quem me inspirou nesse quesito: o fato de ter me formado em Letras e trabalhado como professor no ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, foi de suma importância. Aí, cito Guimarães Rosa, Cecília Meireles, José de Alencar. Os cordéis lidos na infância e ouvido declamados também me influenciaram muito. Nenhuma influência deixou de ter importância. Continuam me inspirando estrada afora.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Bilora: Comecei na roça, tocando nas celebrações da igreja católica, encontros de amigos, de jovens… Em seguida, em show de calouros da região: Santa Helena de Minas, Machacalis, Umburatiba, Águas Formosas. Depois que descobri os festivais da canção, já compondo, comecei a caminhar mais longe.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Bilora: Gravei cinco CDs, sendo que um deles, de Forró, não cheguei a lançar. Ficou somente entre amigos da região. Os outros foram: “De Viola e Coração” (1998); “Tempo das Águas” (2001); “Nas Entrelinhas” (2005), “Balanciô” (2012). Diante de minha cobrança por qualidade, aprendizado, passei a me incomodar com os três primeiros gravados por algumas questões técnicas, algumas obras fora do contexto, etc. Por isso, resolvi fazer uma coletânea deles, regravei a maior parte e lancei nas plataformas digitais com o título “Coletânea” (2018). No ano de 2018, publiquei meu primeiro livro: Certa Feita… Causos do Vale do Mucuri.
07) RM: Como você se define como Violeiro?
Bilora: Continuo um aprendiz nesse ofício. Quando acho que sei, me vem uma técnica nova, um “toque” diferente, antigo que não conhecia… sou mais das emboladas. Me dou bem com os “pinicados”, os ponteios que “falam” junto com as palavras cantadas nos calangos, cocos e repentes. Mas, na verdade mesmo, acho que sou um Violeiro/Compositor. As duas coisas caminham juntas.
08) RM: Quais afinações você usa na Viola?
Bilora: Utilizo Cebolão em Ré (A, D, F#, A, D) e Mi (B, E, G#, B, E) e, raras vezes, a Rio Abaixo (G, D, G, B, D).
09) RM: Quais as principais técnicas o violeiro tem que conhecer?
Bilora: A técnica do coração, do sentimento… claro que é importante pesquisar, ouvir, conhecer, estudar… mas com o tempo, vai desenvolvendo sua própria pegada, seu estilo. Acho que não se deve copiar ninguém. Pode até partir dali e buscar seu jeito, mesmo simples. Importante é a sua digital, sua identidade, sua verdade.
10) RM: Quais os violeiros que você admira?
Bilora: Eu já citei nas influências: Almir Sater, Miltinho Edilberto, Pereira da Viola, Levi Ramiro… mas tem uma moçada nova aparecendo por aí muito bacana.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Bilora: Sou totalmente solitário na hora de compor. Gosto do isolamento. Mesmo em viagem ou com pessoas ao lado, quando surge um trecho de melodia ou um verso, eu procuro guardar, gravar, pra terminar em casa, com a viola nas mãos e uma água mineral (risos).
12) RM: Quais as principais diferenças técnicas entre a Viola e o Violão?
Bilora: Além dos acordes, número de cordas e sonoridade, tem suas diferenças de pegada. A viola tem a tradição do ponteio, das escalas duetadas. A mão direita é fundamental nisso. Porém, nada impede de querer reproduzir na Viola, a forma de tocar Violão, ou vice-versa.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Bilora: O lado bom é que você não fica dependente de alguém, selo, gravadora, produtora… Mas essa sua liberdade pode ter um preço se você não procurar se descobrir, saber qual o seu caminho a seguir, o que você quer de verdade. Corre o risco de copiar alguém, copiar o que está na moda, seguir conselhos nem sempre enriquecedores, etc. Conquistar seu espaço, uma carreira sólida, um público, não é nada fácil, mas, sendo sincero com sua arte, já é um ótimo começo e facilita.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Bilora: Acho que as duas coisas se encontram. No palco, eu procuro ser verdadeiro com o que faço, dar o melhor de mim. Fora dele, procuro me acercar de pessoas que falam a mesma língua ou bebem no mesmo poço. Acho que devemos procurar a “nossa turma”. Acredito nos trabalhos coletivos. Eles fortalecem o seu trabalho individual. Sou produtor de mim mesmo. Talvez esse seja meu maior empecilho. Mas tenho sobrevivido.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Bilora: Descobri que não basta compor e tocar. Você precisa somar parcerias, desbravar fronteiras. Sou parte de um grupo de violeiros pensante e atuante em Belo Horizonte – MG. Nele, compartilhamos nossas alegrias, conquistas e dores também. Incentivei e ajudei a criar um grupo de batuques na comunidade rural onde nasci, com o objetivo de retomar essa tradição popular. Virou ponto de Cultura e desenvolvemos projetos diversos no lugar. A intenção é estender regionalmente. No momento, estou em processo de gravação de um novo álbum.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Bilora: Ajuda na divulgação, no compartilhamento, difusão do trabalho. Ainda não se firmou como um meio de sobrevivência. A internet ajuda a vender o produto físico, ou seja, o cd, mas, pelo fato dele estar em declínio, há que se descobrir ou criar outras formas. As plataformas digitais não trazem ganhos financeiros suficientes pra sobrevivência de um músico independente sem um público considerável. A gente sobrevive de shows, apresentações. A internet apenas ajuda a divulga-los, por enquanto. Falo por mim.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Bilora: No geral, não vejo tanta necessidade, desde que você encontre ou pague alguém que o faça pra você. Mas, no meu caso, foi de suma importância. Tenho um home estúdio. Ele é meu refúgio, meu lugar de aprendizado, criação e produção. Gosto desse processo. Além do meu trabalho, gravo e produzo outros músicos. Porém, nem todos tem o interesse e a paciência pra tal empreitada. Mas não deixa de ser importante ter um equipamento de gravação em casa.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar o CD não é mais o grande obstáculo. Mas concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Bilora: Eu procuro estar nos lugares onde minha música seja bem recebida. Acho importante também valorizar e buscar relacionamentos com pessoas que agregam, que apreciam o meu trabalho. Fuçar, nas redes, espaços, projetos, eventos…
19) RM: Como você analisa o cenário da música Sertaneja. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Bilora: Falando da música sertaneja raiz e/ou regional, que numa definição mais universal seria o folk, eu cito Wilson Dias, Fernando Sodré e numa linguagem mais ousada e com qualidade, o Ricardo Vignini. Tem mais gente boa por aí… não acho que alguém tenha regredido, mas gostaria de ouvir um trabalho novo do Miltinho Edilberto com aquela sua bela Viola… e acredito que virá.
20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Bilora: Momentos imensamente felizes são: finalizar uma composição que me agrada. Não tem preço. O processo de compor já é muito prazeroso, mas quando percebo que estou fazendo algo bom, é muito gratificante; outro motivo de alegria é quando ouço pessoas cantando ou gravando músicas minhas. Por aí, percebe-se que o ato de compor é o que me dá mais prazer na música. Quanto à parte triste, ruim, acho que a falta de trabalho, de atividade, seja o pior momento.
21) RM: Quais os outros instrumentos musicais que você toca?
Bilora: Toco violão mais ou menos. Estou estudando Piano (Teclado) pra me ajudar nas gravações no estúdio.
22) RM: Quais as semelhanças e diferenças entre a música sertaneja atual e sertaneja caipira do passado?
Bilora: De semelhante, acho que só os duetos vocais. Tudo mudou. A Viola e o Violão foram substituídos por bandas mais completas, pesadas. Junto a isso, sofreu influência de outros segmentos musicais. A letra, que na música caipira, falava do universo rural, sertão, hoje fala dos encontros e desencontros amorosos, com apelo mais sensual. Não sou contra a nada, mas prefiro a simplicidade caipira. Não precisa voltar ao tempo e refazer o que já foi feito. Mas pode-se trazer essa linguagem para os dias atuais sem perder a essência.
23) RM: Quais os vícios técnicos o violeiro deve evitar?
Bilora: Não chamo de vício, mas acho que se deve evitar copiar o que está na moda ou o que lhe pedem pra fazer no intuito de fazer sucesso. Como disse antes, você pode copiar a técnica de alguém, mas, que seja um ponto de partida, exercício. Encontre sua técnica, seu jeito. Isso não é fácil, mas é o ideal. Também sinto falta de criação musical diferenciada. Vejo uma moçada nova (e alguns mais velhos também) executando o instrumento com uma habilidade incrível, mas sem apresentar composições novas que fujam do tradicional. Nem todos tem a veia de compositor. Se percebe isso, procure um, seja em parceria ou não. Há muitos bons compositores e compositoras por aí a procura de intérpretes e/ou parceiros/parceiras.
24) RM: Quais os erros no ensino da Viola?
Bilora: Eu ministrei aulas de Viola algumas poucas vezes no interior e em oficinas. Talvez um professor de Viola poderia responder melhor. O ato de ensinar a tocar Viola é de suma importância para o universo desse segmento musical. Não vejo como erro, mas aconselho os educadores e educadoras a não ficarem restritos nos estilos mais conhecidos e consagrados da Viola, como: o pagode, as modas de viola, guarânia, cateretê… eles são importantes, claro, mas precisa pesquisar mais e ensinar toques da tradição popular pouco conhecidos e praticados, como: o voltado inteiro, maxixe, calango, folia, batuque, etc.
25) RM: Tocar muitas notas por compasso ajuda e prejudica a musicalidade?
Bilora: Depende do que se propõe, do estilo de cada um. Depende também da obra que está executando. Pode ficar bonito ou pode atrapalhar. Uma coisa muito importante que acho é que se deve respeitar a obra. Nenhum instrumentista, intérprete pode ser maior que ela. Muitas vezes, a pessoa faz malabarismos pra mostrar serviço sem necessidade e acaba matando a beleza da música. É preciso ter esse cuidado. Um bom exemplo para isso é o Almir Sater. Ele interpreta obras como: Cabecinha no Ombro e Cabelo loiro de forma simples, como pedem as obras, deixa sua marca, sua pegada ali sem fazer firulas, sem encher de harmonias e solos diferentes. As músicas ganharam uma leitura diferente e não perderam sua essência. Mas quem tem a técnica da habilidade tem mais é que explorar isso. Quando feito no momento certo, encanta e faz cair o queixo.
26) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Bilora: Estude bastante, pratique muito, busque conhecer o máximo de estilos, tradição daquele seguimento e, acima de tudo, respeite os mestres. Humildade e fé. Acredite no sonho. Vai conseguir. Mas tenha muito cuidado com as ilusões. Sucesso é uma coisa; ser famoso e rico é outra. Sucesso na música e na arte como um todo, pra mim, é sentir-se realizado com o que faz. Não importa a quantidade de público que consegue atingir. Esse deve ser o objetivo. Ficar rico e famoso é uma rara consequência de trajetória que, no fim, tem mais chances de gerar decepção que conquista.
27) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música?
Bilora: Muita coisa melhorou. Mas é importante olhar pra dentro do Brasil, sua gente simples, suas tradições. Precisa ter o cuidado de não elitizar o processo. Heitor Villa-Lobos já apontava para isso na sua obra, bem como, Dorival Caymmi. O grande violeiro Paulo Freire, quando quis aprender a tocar Viola, foi para o interior de Minas Gerais, em Urucuia, atrás do mestre Seu Manelim.
28) RM: Existe o Dom musical? Qual a sua definição de Dom musical?
Bilora: Acredito no dom musical, mas ele não é definidor de aprendizado. Ele define o gênio dos demais. Muita gente que quer aprender a tocar um instrumento utiliza a desculpa de não ter o dom para desistir. Qualquer pessoa pode aprender a tocar um instrumento, desde que tenha paciência e muita prática. Thomas Edison disse que o sucesso é constituído de 10% inspiração e 90% transpiração. Outra pessoa, que não me lembro agora o nome, disse ser 5% contra 95%. É por aí.
29) RM: Qual a sua definição de Improvisação?
Bilora: É a liberdade do artista. É o momento em que ele se desprende da escrita, das regras. O coração nessa hora fala mais alto. Acho que Deus foi um grande Improvisador.
30) RM: Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Bilora: Existem as duas coisas. Quando se tem a técnica, o conhecimento e a prática elevados o improviso sai na hora, de fato. Quando se é mais limitado, melhor experimentar os caminhos primeiro. Mas tudo vale a pena.
31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia do cenário musical brasileiro?
Bilora: A grande mídia cobre a música de mercado, aquilo que está na moda. Mas é uma ilusão pensar que ela, que vive do mercado, possa apostar em outras alternativas que não trazem retornos imediatos. Não se deve contar com ela, esperar por ela. Há outros meios mais acessíveis e não menos importantes. Melhor descobrir esses meios que ficar reclamando ou esperando os mais famosos.
32) RM: Qual a importância de espaço como SESC, Itaú Cultural, Caixa Cultural, Banco do Brasil Cultural para a música brasileira?
Bilora: São de suma importância. Espaços assim tem sustentado muita gente fora da grande mídia, do grande mercado e aberto caminhos para a música popular brasileira alternativa, independente. Mas também é necessário lembrar: não são os únicos meios, espaços. Existem outros. Procure os seus.
33) RM: Quais os seus projetos futuros?
Bilora: Gravando um novo álbum.
34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Bilora: (31) 98891 – 5027 | www.bilora.com.br | [email protected]
| https://www.facebook.com/biloravioleiro
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCGWRLPq9a6EJLfADrdr973Q
Viola enfeitada: https://www.youtube.com/watch?v=_If4ya97sto
LIVE Bilora – “De Viola e Coração”: https://www.youtube.com/watch?v=VicrYjm7E1o
Cantador de Histórias – Bilora: https://www.youtube.com/watch?v=_BIgiWE5qV8
Bilora no Arrumação, Rede Minas, 2016: https://www.youtube.com/watch?v=BI1AJdKcFJQ
Playlist de apresentação Festivais de Música: https://www.youtube.com/watch?v=nQuGXo80a0g&list=PLxA6120Yrtpnl9SVH1Z0XmvNqdmfGT7HI