More Amilton Godoy »"/>More Amilton Godoy »" /> Amilton Godoy - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Amilton Godoy

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O pianista paulista Amilton Godoy participou e venceu importantes concursos de piano a longo de sua carreira. Com Rubens Barsotti (bateria) e Luiz Chaves (baixo), participou da formação, em 1964, do hoje histórico Zimbo Trio, grupo que gravou 51 discos e aonde apresentou-se em mais de 40 países.

Hoje segue o ZIMBO TRIO (50 anos) como AMILTON GODOY TRIO onde lançou em setembro de 2013 o CD – AUTORAL 1 e em 2019, o CD Amilton Godoy Trio – TRIBUTO AO ZIMBO TRIO.

Como maestro e arranjador, produziu diversos álbuns, entre eles dos da coleção Piano Solo Compositores Brasileiros. Como solista, é considerado um dos maiores pianistas do mundo e atuou como convidado de orquestras regidas por maestros como Júlio Medaglia, Chiquinho de Moraes e Simon Bleche e em 2019 com o maestro Tiago Costa ao lado da Orquestra Jovem Tom Jobim.

Em 1973, com Rubens Barsotti e Luiz Chaves e o baterista João Ariza, fundou, em São Paulo, uma das mais importantes escolas de música do Brasil, que já formou mais de 40 mil alunos, o CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical) aonde hoje é único diretor e responsável de uma extensa metodologia musical com dezenas de métodos editados.

Em 2012, gravou ao lado do jovem gaitista Gabriel Grossi o CD “Villa Lobos Popular” e em novembro de 2013, lançou ao lado da flautista Léa Freire o CD – “Amilton Godoy e a música de Léa Freire” e em 2017 lançou, novamente ao lado de Léa Freire, o CD – “A Mil Tons”, agora com composições de Amilton Godoy. Com esses CD o DUO fez duas turnês internacionais, em 2017 (setembro) e 2018 (agosto) em quatro estados dos EUA (Califórnia, Oregon, Washington e Florida). Na turnê de 2018, o DUO gravou um CD nos EUA junto com o Saxofonista Harvey Wainapel com lançando em 2019.

Em 2017 e 2019, Amilton também seguiu em turnê no Chile com o músicos Alejandro Espinosa e Christan Gálvez. Também em 2017, Amilton seguiu com Marcel Powell, filho de Baden Powell, em turnê pela Caixa Cultural de Salvador, fazendo uma homenagem ao mestre Baden, com a participação de Fabiana Cozza. O projeto continuou em 2018, também pela Caixa Cultural, em Curitiba em setembro de 2018.

Em 2018, Amilton ganhou o Edital do BNDES para prestar sua homenagem ao mestre Jacob do Bandolim em parceria com Gabriel Grossi e Fabio Peron. Projeto esse que gravaram um novo álbum lançado em 2019.

Setembro, Outubro e Novembro de 2018 – Amilton seguiu com AMILTON GODOY TRIO em projeto pelos SESC e dois festivais de Jazz prestando sua homenagem ao Samba Jazz e ao Zimbo Trio.

Em 2019, gravou o álbum – Tributo ao Zimbo Trio, ao lado dos músicos Sidiel Vieira e Edu Ribeiro lançado oficialmente em março no Itaú Cultural e no BLUE NOTE em abril 2019. Também em março de 2019, foi convidado para fazer parte do TRIO de João Parahyba, Trio Mocotó, para fazer parte se sua comemoração de 50 anos de carreira.

Em março de 2019 esteve ao lado da Orquestra Jovem Tom Jobim como solista em um show com a regência do maestro Tiago Costa. Em agosto de 2019, lançou nos EUA do seu álbum com a flautista Léa Freie e o saxofonista Harvey Wainapel.

Amilton segue com sete trabalhos distintos: Amilton Godoy Trio com a baterista Edu Ribeiro e o baixista Sidiel Vieira, com o álbum – “Tributo ao Zimbo Trio”.

Amilton Godoy e Gabriel Grossi com os shows: “Villa Lobos Popular” e “Compositores Brasileiros”.

Amilton Godoy, Gabriel Grossi, Fabio Peron: Homenagem a Jacob do Bandolim com álbum lançado em 2019.

Amilton Godoy e Léa Freire com os álbuns: “A Mil Tons” e “A Música de Léa Freire”. Amilton Godoy, Léa Freire, Harvey Wainapel com o álbum “Caminhos”. Amilton Godoy e Marcel Powell com o álbum “Uma homenagem ao Baden. Amilton Godoy e Christian Galvéz. 

Segue abaixo entrevista exclusiva com Amilton Godoy para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.02.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Amilton Godoy: Eu nasci no dia 02/03/1941, em Bauru – São Paulo. Registrado como Amilton Teixeira Godoy.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Amilton Godoy: O meu primeiro contato com a música aconteceu naturalmente, porque eu nasci numa casa onde todo mundo tocava um instrumento. Então desde cedo eu me acostumei a ouvir música e comecei a me interessar muito por música, porque meu pai tocava, meu tio tocava, minha mãe tocava e isso foi muito influenciador pra mim, teve uma força muito grande na minha formação.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Amilton Godoy: Eu comecei a estudar música acho que com nove anos de idade (em 1950), por aí, lá em Bauru – SP com uma professora Anida Marchione, e com ela estudei durante alguns anos, aquelas músicas normais de quem é iniciante, né? Aqueles métodos musicais. Depois eu fui me aprimorando, cheguei a fazer conservatório de música aqui em São Paulo, tirei o diploma no Conservatório Henrique Osvaldo e fui aluno da escola Magdalena Tagliaferro, onde eu estudei e ali tive a minha formação musical completada.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Amilton Godoy: A minha influência musical foi bem eclética, bem diversificada e mesmo hoje eu acho que todas elas tiveram uma importância muito grande na minha formação. Da mesma forma que eu estudava música erudita, eu tocava música popular, estimulado pela minha família. Então eu comecei muito cedo a ir pro palco, né e todas essas influências, fui organista de igreja, então eu acho que tudo contribuiu pra minha música e o desenvolvimento da minha musicalidade.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Amilton Godoy: A minha carreira começou em Bauru – SP, meu primeiro trabalho profissional eu tive quando tinha treze anos de idade (em 1954). Eu usava calça curta ainda, aliás minha mãe achava bonitinho, usei calça curta até os quinze anos. Foi num restaurante que tinha lá em Bauru, substituindo um pianista que tinha lá e às vezes ele me chamava pra tocar no lugar dele. Era um grupo com guitarra, contrabaixo, bateria e mais o piano. Depois comecei a trabalhar com grupos formados lá na cidade mesmo, de dança que tocava em clubes, e daí foi embora, né.

06) RM: Quantos CDs lançados? Cite os CDs que já participou como Tecladista/Pianista?

Amilton Godoy: Como pianista do Zimbo Trio foram 51 álbuns, eu falo discos porque teve a fase dos discos e depois é que vieram o CDs. No total foram 51 discos, isso só com o Zimbo Trio. Depois eu preciso fazer um levantamento direito, porque teve muito disco que eu gravei, e com outros artistas também. Fiz discos de piano solo, acho que foram dois; com Gabriel Grossi fiz um trabalho sobre Heitor Villa-Lobos, chamado Villa-Lobos Popular; com a Léia Freire acho que foram dois discos e com o Wine Apple que é um saxofonista americano. Estou tentando somar todos os mais recentes. Um disco de piano chamado “Instrumental” com a artista saxofonista Débora de Aquino; um disco com meu filho chamado Juntos, com um grupo com formação até sexteto, que é mais recente. Foram bastantes. Minha filha me falou, o de 80 anos de carreira, que foi o último, foi meu 79ª.

Discografia: Disco Vinil: Em 1964, “LÍGIA” (Selo RGE).  ANA LÚCIA (Selo RGE). Em 1965, ZIMBO TRIO – Vol. I (Selo RGE), AGOSTINHO DOS SANTOS (Selo RGE), “O FINO DA BOSSA” (vários artistas) – faixa GAROTA DE IPANEMA (Selo RGE). Em 1966, “ZIMBO TRIO – Vol II”, “BOSSA NO PARAMOUNT” (vários artistas) – faixa Nana (Selo RGE). Em 1967, “ZIMBO TRIO – Vol. III”, “14 SUCESSOS DE OURO”, ZIMBO TRIO E ELIS “O FINO DO FINO” – ao vivo (Selo Philips). Em 1968, “ZIMBO TRIO, ELIZETH CARDOSO, JACÓ DO BANDOLIN E ÉPOCA DE OURO ao vivo no Teatro João Caetano – Vol. I e II (Selo MIS), “14 SUCESSOS DE OURO, “ZIMBO TRIO + CORDAS “É TEMPO DE SAMBA” – Vol I (Selo RGE). Em 1969, “ZIMBO TRIO + METAIS “DECISÃO” (Selo RGE), “14 SUCESSOS DE OURO”, “ZIMBO TRIO + CORDAS – Vol. II” (Selo RGE). Em 1970, ZIMBO TRIO E ELIZETH CARDOSO “É DE MANHÔ – ao vivo na Boite Sucata (RJ) (Selo Copacabana), “14 SUCESSOS DE OURO”, ZIMBO TRIO E ELIZETH CARDOSO “BALANÇAM NA SUCATA” – ao vivo (Selo Copacabana). Em 1971, ZIMBO TRIO STRINGS AND BRASS PLAYS THE HITS (Selo Philips). Em 1972, OPUS POP – Vol. I (Selo Philips). Em 1973, OPUS POP – Vol. II (Selo Philips). 1974, ZIMBO TRIO FM STÉREO (selo Phillips). 1976, ZIMBO TRIO, HECTOR COSTITA E HERALDO DO MONTE (Selo RGE). 1977, ZIMBO TRIO, ELIZETH CARDOSO E JACÓ DO BANDOLIN – ao vivo no Teatro João Caetano – Vol. III (Selo MIS). Em 1978, ZIMBO TRIO + HERALDO DO MONTE (Selo Clam Discos). Em 1979, ZIMBO TRIO CONVIDA SONNY STITT (Selo Clam Discos). Em 1982, ZIMBO TRIO CONVIDA SEBASTIÃO TAPAJÓS (Selo Clam Discos), ZIMBO TRIO CONVIDA PROFESSORES e ALUNOS – com a participação de L. SHANKAR (Selo Clam). Em 1984, ZIMBO TRIO “TROCANDO EM MIÚDOS, A TRISTEZA DO JECA” (Selo Clam).

Discos: Em 1985, ZIMBO TRIO INTERPRETA MILTON NASCIMENTO – ao vivo (Selo Clam Discos). Em 1986, “COMO UM SONHO” (12 Canções Dulce Auriemo) vinil (selo Clam) relançado 2000 CDs selo D.A. music. Direção Artística Amilton Godoy e participação especial Zimbo Trio. Em 1987, ZIMBO TRIO E O TOM “TRIBUTO A TOM JOBIM” – Vol. I – (Selo Clam Discos). Em 1989, ZIMBO TRIO E AS CRIANÇAS (Selo Clam Discos). Em 1992, CLÃ DO CLAM (Selo MoviePlay). Em 1994, ZIMBO TRIO, ELIZETH CARDOSO, JACÓ DO BANDOLIN E GRUPO ÉPOCA DE OURO – JAPÃO (SELO TARTARUGA > COPACABANA).

CD’S: Em 1988, ZIMBO TRIO E O TOM “TRIBUTO A TOM JOBIM” – Vol. I (Selo Clam Discos). Em 1990, ZIMBO TRIO E ELIS REGINA “O FINO DO FINO” (Selo Polygram). Em 1991, PIANO SOLO COMPOSITORES BRASILEIROS VOL. I ÁLBUM / CD.  Produção Artística: Dulce Auriemo e Amilton Godoy. Execução: Amilton Godoy. Em 1992, ZIMBO TRIO “AQUARELA DO BRASIL” (Selo Movieplay). Em 1993, ZIMBO TRIO CONVIDA SONNY STITT (Selo Fresh Sound), ZIMBO TRIO + CORDAS E METAIS “CONVITE PARA OUVIR” (Selo RGE), AS 20 PREFERIDAS DO ZIMBO TRIO (Selo RGE), SÉRIE ELIS REGINA “NO FINO DA BOSSA” – 3 volumes (Selo velas). Em 1994, ZIMBO TRIO E CLAÚDIA “ENTRE AMIGOS” (Selo Movieplay), ZIMBO TRIO E AS CRIANÇAS (Selo Movieplay). Em 1995, ZIMBO TRIO “CAMINHOS CRUZADOS” (Selo Movieplay), ZIMBO TRIO INTERPRETA MILTON NASCIMENTO (Selo Movieplay). Em 1997, ZIMBO TRIO E ORQUESTRA SINFÔNICA DE TATUÍ – SÉRIE MÚSICA VIVA (Selo Tom Brasil), PROJETO BRASIL MUSICAL – SÉRIE MÚSICA VIVA – participação em 7 CD’S (Selo Tom Brasil) Entre 1993 e 1997. Em 1999, ZIMBO TRIO 35 ANOS (Selo MoviePlay). Em 2000, PIANO SOLO COMPOSITORES BRASILEIROS VOL II ÁLBUM / CD. Produção Artística: Dulce Auriemo e Amilton Godoy. Execução: Amilton Godoy. Em 2001, A MÚSICA BRASILEIRA DESTE SÉCULO PARA SEUS AUTORES E INTÉRPRETES – ZIMBO TRIO – SESC SP. Em 2002, ÁLBUM CD SELO Dulce Auriemo MUSIC ESPANTAXIM E O CASTELINHO MÁGICO, quatro canções de Dulce Auriemo. Participação Especial Zimbo Trio em todas as faixas. Em 2003, TRIBUTO A ELIS REGINA (MOVIEPLAY). Em 2007, ZIMBO TRIO AO VIVO (ELDORADO). Em 2008, MEU PRIMEIRO ÁLBUM DE PIANO SOLO ÁLBUM / CD SELO D.A. MUSIC. Composições: Dulce Auriemo. Arranjos para Piano Solo e execução Amilton Godoy. Em 2012, Zimbo Trio Autoral Vol. 1 (DG Produções). Em 2012, Amilton Godoy e Gabriel Grossi – Villa Lobos Popular (DG Produções). Em 2013, Amilton Godoy Trio Autoral Vol 1 (DG Produções). Em 2014, Amilton Godoy e a música de Léa Freire (Selo Maritaca). Em 2017, “A Mil Tons”Amilton Godoy e Léa Freire (Selo Maritaca). Em 2019, Amilton Godoy Trio – TRIBUTO AO ZIMBO TRIO com Sidiel Vieira e Edu Ribeiro (DG Produções) – Novos Caminhos – “San – São” – Com Léa Freire e Harvey Wainapel (Selo Maritaca). Em 2020, junto com Tico d’ Godoy (Tubo Bem).

07) RM: Apresenta a CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical.

Amilton Godoy: Em 1973, os integrantes do Zimbo Trio (Luís Chaves Oliveira da Paz “Luís Chaves” – no contrabaixo, Rubens Alberto Barsotti “Rubinho” – na bateria e Amilton Godoy – no piano), nos unimos com o João Rodrigues Ariza, que era um baterista, e fundamos o CLAM, Centro Livre de Aprendizagem Musical. Essa foi uma escola muito importante na época, que era a única opção que existia para o ensino tradicional, que era como Conservatório/Faculdade de Música.

E as pessoas que estavam nos procurando queriam estudar música popular dentro daquele estilo que nós tocávamos no Zimbo Trio. Nós criamos uma editora chamada Zimbo Edições para poder preservar o nosso sistema que criamos e fomos aperfeiçoando, que era um sistema diferente, né? Com metodologia própria. Mais tarde essa mesma sigla serviu para o Clube dos Amigos da Música, totalmente ligado ao CLAM, tivemos oportunidade de lançar muita gente nova nesse selo.

E o CLAM tem uma trajetória muito bonita, completamos em 2023, 50 anos de existência em que nós temos uma quantidade enorme de alunos, por volta de 40 mil alunos passaram pela escola nesse tempo e muitos desses alunos se tornaram profissionais famosos que estão aí até hoje. Nós pensamos que ou colocaríamos no palco alguém bastante consciente ou melhoraríamos o nível do gosto musical da plateia e o CLAM teve uma proposta vitoriosa, porque até hoje ele subsiste dentro dessa filosofia, desse pensamento.

08) RM: Como é o seu processo de compor?

Amilton Godoy: Algumas músicas vêm normalmente na minha cabeça. Lembro-me da primeira composição que eu fiz: tive uma inspiração, fui pro piano, comecei a tocar e dali pra frente eu resolvi que quando tivesse esse impulso, iria pro instrumento anotar e ver o que é que saia.

Outras composições foram pensando em aplicação de conhecimentos do processo de Harmonia que eu desenvolvi no CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical, eu precisava de um exemplo para mostrar como é que as progressões harmônicas se encadeavam, e eu comecei a compor músicas dentro daqueles temas, como um exemplo da aula. E algumas coisas interessantes que saíram, eu acabei gravando, e escrevi um álbum inclusive de composições assim.

09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição? 

Amilton Godoy: Só tive uma música em parceira feita com a compositora Dulce Auriemo, ela escreveu uma letra para minha melodia: “Notas que Falam”.

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Amilton Godoy: No começo da nossa carreira no Zimbo Trio, tivemos a sorte de ter uma gravadora, a RGE, que nos impulsionou e nos ajudou muito. Conseguir uma gravadora naquela época era fundamental para dar ao músico os recursos necessários para fazer o que ele queria. Tivemos a sorte de ter liberdade em nosso primeiro disco para escolher as músicas que queríamos gravar e tocar da maneira que gostávamos. O dono da RGE, o Sr. José Scapena, gostou muito do nosso trabalho e acreditou em nosso ideal de ir para o palco fazer música instrumental, algo que era bastante ousado na época, já que os músicos eram geralmente contratados para acompanhar cantores. Ele acreditou em nosso potencial e foi o primeiro a lançar nosso disco em 1964.

Foi muito importante para nós encontrar uma gravadora que entendesse nosso trabalho e nos desse condições para realizar nossos objetivos musicais. Mais tarde, quando mudamos para a Philips, começamos a ter conflitos quando os produtores da gravadora começaram a interferir em nossa música e a ditar o que deveríamos gravar e como deveríamos fazê-lo. Alguns discos não refletiam nossa verdadeira visão musical, pois a gravadora estava mais preocupada com as vendas. Foi então que nos tornamos independentes e começamos a fazer os discos da maneira que queríamos, escolhendo as músicas e fazendo os arranjos. Foi um período de descoberta e liberdade criativa, que nos permitiu mostrar nossa verdadeira realidade e pensamento musical. Alguns dos discos que mais gostamos foram o disco em parceria com Heraldo do Monte e Hector Costita, um disco apenas com Eraldo e um disco com convidados.

11) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco? 

Amilton Godoy: Depende muito do momento em que eu estou vivendo profissionalmente. Às vezes eu faço um trabalho com outro artista, e esse trabalho exige arranjos, ensaios, quando eu sinto que tem a ver com a minha proposta musical, essa é a minha estratégia. Eu me dedico, faço o melhor do que eu posso e me concentro naquilo até encontrar o resultado final, que sempre acaba dentro de um registro de gravação de um álbum.

12) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Amilton Godoy: Todas as ações condizentes com a proposta que eu pretendo atingir.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Amilton Godoy: Eu acho que a internet veio pra melhorar as condições, né? Você tem uma forma de poder publicar o que você está fazendo e ampliar o seu campo sem depender dos veículos de divulgação, que ficaram muito concentrados naquilo que é de sucesso. O Brasil é um país que procura premiar, liberar os espaços principalmente de televisão, rádio, com os o que é moda, né? Tá certo que o modismo é uma das condições da música popular, né? Mas às vezes a concentração em cima de um caminho musical é tão grande como se outros caminhos não existissem, né? E não é assim que deveria ser. Então por isso que a internet ajuda a gente a poder ter uma alternativa. Também funciona como uma alternativa de divulgação daquilo que você faz da forma como você gosta de fazer.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)? 

Amilton Godoy: Eu acho que não tem desvantagem com advento do home estúdio, só vantagem. A tecnologia ajudou muito a gente, já que você tem hoje instrumentos melhores, eletrônicos, pra registrar o que você faz. Era muito difícil antes, você não tinha nenhum recurso. O primeiro disco que eu fiz eu não tinha nem estéreo ainda, era monofônico. Depois é que veio o estereofônico. Nos três primeiros discos do Zimbo Trio, acho que o estereofônico foi o terceiro, quarto ou quinto.

Mais pra frente os estúdios começaram a gravar com mais de um canal: com dois. Então tem estúdio com oito, nove, dez e você até tinha a chance de poder refazer alguma coisa se tivesse algum problema numa gravação. Então essa tecnologia que evoluiu, melhorou a qualidade de som, melhorou a condição de gravação. Isso tudo são vantagens, eu não vejo desvantagem nisso. Principalmente para um músico que faz o trabalho que eu sempre fiz, que é como se você tocasse ao vivo. Você chega lá e toca. O que você conseguiu é o que vai ficar registrado.

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Amilton Godoy: O que eu sempre fiz, acho que eu venho fazendo a mesma coisa desde que eu iniciei a minha carreira. Vou para um palco, toco, me preparo pra isso. Gosto, sempre gostei de estudar, acho que o espírito humano é por natureza criativa e eu vou com muita satisfação pro meu instrumento procurar pensar.

16) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Amilton Godoy: O cenário musical brasileiro de algum bom tempo pra cá, eu acho que nada foi bom no Brasil, né? Nada andou pra frente no Brasil. A música reflete exatamente aquilo que está acontecendo. A música brasileira atingiu um padrão tão alto, está e vem sendo mais reconhecida fora do Brasil do que dentro dele. E o país está aí com um primitivismo muito forte. Como se a gente não precisasse nem estudar música pra fazê-la. O Rock já foi uma amostra disso. 

Antonio Carlos Jobim dizia: “eu estava esperando o terceiro acorde e depois veio essa música aí”. Então está caminhando pra trás. Eu não acho que quem fez e faz obras consistentes de alguma forma regrediu. Não é isso. É que as pessoas que fazem música de qualidade encontram uma porta muito estreita para poder ter acesso ao público. Se o público não tem chance de ouvir, como ele vai ter o direito de dizer se gosta ou não? Se você ligar a televisão é sempre a mesma coisa, são os mesmos estilos, uma repetição, sabe? Então fica muito difícil para uma pessoa criativa poder ter um espaço para mostrar a sua obra. Tem tanta gente de talento aí. Eu acho que continua nascendo, claro, um país desse tamanho como o nosso, com essa riqueza cultural que nós temos, tem muita gente fazendo coisa boa, só que não chega até as pessoas, que é o caminhar pra trás que eu vejo como um problema daqui, entendeu? Não acho que alguém tenha regredido, acho que quem faz coisa boa continua fazendo coisa boa e vai fazer sempre.

17) RM: Como você analisa o cenário da música instrumental brasileira? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Amilton Godoy: A música instrumental brasileira sempre teve um caminho próprio. Se você fizer um estudo em cima desse caminho musical que o Brasil desenvolveu a partir de 1964, nós do Zimbo Trio fomos o primeiro grupo instrumental com essa proposta. Em seguida criaram grupos fantásticos, o Tamba Trio com o pianista e cantor Luiz Eça, apesar de cantar, também tinha uma parte instrumental louvável, muitos os grupos que tinham nome. Manfredo Fest Trio, Pedrinho Mattar Trio, todo mundo começou a ter seu caminho, todo mundo fez os seus discos. O baterista Milton Banana (Antonio de Souza) tinha um trio excelente.

No Rio de Janeiro, Luiz Carlos Vinhas, pianista; Bossa Rio, que tinha o Edison Machado na bateria, que tocou muito bem, chegou a acompanhar Elis Regina; Dom Salvador, que hoje vive nos Estados Unidos. A música brasileira foi construindo o seu caminho, sempre embasado em conhecimentos relevantes com relação à criatividade, às progressões harmônicas, e esse caminho musical brasileiro influenciou uma geração enorme de músicos que continuam aparecendo e continuam fazendo música.

Eu acho que a música instrumental brasileira vai muito bem em função dos novos talentos que aparecem, e essa gente já vem com determinação, né? Preciso falar de Egberto Gismonti, que continua a sua carreira maravilhosa, Ivan Lins que é um grande compositor, Djavan, coisas que você pode tocar, cantores que fazem músicas, compositores que você vai pro instrumento e ele tem vida própria. Chico Buarque já fez isso há muitos anos atrás, Antonio Carlos Jobim, o nosso grande maestro. Mas se você pegar lá coisa de Heitor Villa-Lobos e botar numa linguagem atual, você vai ter Alberto Nepomuceno.

Eu gravei agora um disco comemorativo de 80, onde eu coloquei obras de Camargo Guarnieri, que eu gostava, que era uma obra erudita. O Ponteio 49 toquei com Trio, atendendo a um pedido dele, com baixo e bateria. Então depende se você buscar, no nosso acervo tem um material maravilhoso. Se não tem alguma coisa composta agora que vai preencher aquilo que você gostaria, procure no seu próprio folclore e faça uma concepção musical de arranjo. Então eu acho que a Música Instrumental Brasileira tem um caminho construído em cima de valores extremamente consistentes, melódicos, harmônicos, e por que não dizer também da poesia que mudou muito desde a Bossa Nova, né? É só procurar que você encontra.

Agora, eu já citei aí alguns dos nomes, não quero citar, mas eu tive a felicidade de ter alguns alunos no CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical que se destacam até hoje no cenário internacional, acho que sem dúvidas, uma das principais, na minha maneira de ver, foi minha aluna Eliane Elias, vencedora de vários Grammys, inclusive o de Jazz, uma categoria muito difícil, já que ela estava no meio do Berço do Jazz na América do Norte. Andy Breker, com o trio, Nico Assumpção que foi meu aluno, um grande músico que faleceu moço ainda, Wagner Tiso, um maestro, aluno nosso que foi para a Alemanha e voltou para cá. Tem o André Mehmari, que é um fora de série, Sidmar e Sidiel Vieira, tem a Débora Gurgel, Arismar do Espírito Santo, Ulisses Rocha, Nelson Ayres, Fabio Torres, Fabio Leandro, Edu Ribeiro, Tiago Costa, Christianne Neves, Salomão Soares, Gabriel Grossi, Hamilton de Holanda, Yamandu Costa. Olha, é tanta gente boa, tem tanta gente revelação, que estão construindo a vida, tem muitos que são novos. Enfim, não queria citar nomes, mas já citei, né?

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Amilton Godoy: Eu não me lembro de condições adversas na minha carreira, teria que pensar muito. Lembro mais das coisas boas que aconteceram.

19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Amilton Godoy: A música me deu tudo que eu tenho e tem me dado muita alegria e eu continuo feliz por poder ir pro meu piano tocar pra poder continuar trabalhando na minha escola então não tenho nada triste pra declarar, só alegria.

20) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Amilton Godoy: São Paulo, que eu abracei como a minha cidade, já que eu nasci no interior e vim pra cá, é uma cidade espetacular que abre os braços pra todo mundo. As chances estão aqui, depende de você. Se você se dedica àquilo que você gosta de coração e procura fazer o melhor, você vai ter o reconhecimento. É isso que eu tenho na cidade de São Paulo. Acho que a cena musical da cidade mostra caminhos para todos os caminhos. Tem espaço para todos os caminhos musicais. Essa é a riqueza da nossa cidade.

21) RM: Quais os músicos, bandas de São Paulo que você indica como uma boa opção? 

Amilton Godoy: Depende muito do momento, porque às vezes um bom lugar que costuma ter um bom grupo musical fechou, porque passou por um problema de dificuldade no momento. A pandemia do covid-19 atrapalhou a vida de muita gente, perdemos alguns locais de boa música, mas eu sei que está sempre surgindo gente com o espírito de propor novos locais de música, né? Dentro desse caminho que a gente gosta. Então eu acho que isso aí tem uma dinâmica de você estar acompanhando o que está acontecendo no movimento artístico da cidade. São Paulo sempre foi um lugar de amostragem. Então acho que se a gente procurar a gente acha o caminho que quiser ouvir de música aqui. Mas mesmo em dosagem menor para a música que eu gosto, por exemplo, Jazz, Música brasileira, o Jazz brasileiro, existem espaços que propõe esse tipo de atividade musical.

22) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Amilton Godoy: Não sei. Eu já fui surpreendido várias vezes por estar ouvindo o rádio e me ouvir tocando. Está certo que são algumas rádios que fazem isso, são pouquíssimas na verdade. Então, Jabá eu não teria condição de entrar nessa porque você teria que pagar e eu não tenho grana pra isso, para as pessoas tocarem a minha música a troco de dinheiro. Quando eu ouço é porque tenho algum amigo meu que com certeza em algum lugar, em alguma emissora, gosta do trabalho que eu faço e acha que merece uma oportunidade. É assim que eu penso.

23) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Amilton Godoy: Eu sempre mostro pra essas pessoas que o caminho está aberto e que ele tem que se desenvolver. O que eu sempre pensei é que o dinheiro seria um resultado do meu progresso, que eu estava abrindo o meu caminho porque eu melhorei naquilo que eu faço. Então é por aí que eu penso. Quando eu tenho que dizer alguma coisa pra alguém é: Estude. Estude o máximo que você puder, se esforce, faça o máximo que você puder, resolva os problemas, a barreira do músico é o instrumento, resolva os problemas musicais, adquira uma técnica, mas esta não é o objetivo final, ela é um meio, o importante é a musicalidade que você vai colocar através dela. Esses são os conselhos que eu dou pros meus alunos.

24) RM: Quais os Pianistas e Tecladistas que você admira? 

Amilton Godoy: É um monte, gente, é muita gente boa. Eu já citei alguns aqui e vou citar mais uns que eu admirei e aprendi a admirar com o tempo. Da música erudita quem eu gostava demais foi o Nelson Freire, que já faleceu. Tive a oportunidade de conhecê-lo, quando fazia música erudita, tocava em recitais com ele. Éramos jovens, mas ele era fora de série. Depois foram, em primeiro lugar, os jazzistas americanos, o inglês Geoger Scherer, que vivia nos Estados Unidos, Oscar Peterson, Bill Evans, Herbie Hancock, Chick Corea, Junior Mance, Wynton Kelly, são pianistas que eu ouvi muito e que me ajudaram a desenvolver o meu caminho musical.

No Brasil, quando eu comecei, tinha o Moacir Peixoto e o Dick Farney, que eram dois pianistas brasileiros que se diferenciavam. Esses músicos não faziam músicas brasileiras e sim americanas, mas eram bons pianistas. E hoje temos muita gente boa no piano, gosto sempre de citar o André Mehmari, eu gosto demais do trabalho que faz a Débora Gurgel, gosto muito do Fábio Torres com e sem o grupo dele (Trio Corrente), de qualquer jeito é excelente. Os excelentes pianistas Guilherme Ribeiro, Salomão Soares e Fábio Leandro, músicos que vale a pena conhecer. O meu irmão Adylson Godoy teve um papel importante também na história da música brasileira, ele era um compositor de Samba Jazz e o próprio tema Zimbo Samba, a primeira faixa foi composto por ele, lá no nosso primeiro disco, o Sem Paz foi a gente que compôs e depois a Elis Regina cantou em cima. Félix Wagner, como eu já citei, sempre me impressionou tocando, um menino muito criativo. A Eliane Elias também, já falei dela. Enfim tem muita gente boa por aí que vem fazendo coisa de qualidade, essa turma toda aí está fazendo coisas de muito valor e muita qualidade e muita profundidade.

25) RM: Quais os compositores eruditos que você admira?

Amilton Godoy: Nelson Freire. Eu já comecei falando aqui do Heitor Villa-Lobos, do Camargo Guarnieri, acho que esses dois foram os compositores brasileiros que eu toquei muitas obras e aprendi a admirá-los. Francisco Mignone eu cheguei a tocar algumas valsas de esquina dele, lindas maravilhosas, sonatinas que ele escreveu para piano tive oportunidade também de conviver com ele, mas infelizmente não tive com o Villa-Lobos, mas com Camargo Guarnieri eu tive chance de estar junto, eram pessoas sensacionais e grandes compositores, sem dúvida. Gosto de citar o Ciro Pereira como arranjador, como compositor também. Mas como arranjador eu trabalhei muito com ele, foi um músico que me ajudou demais no processo de orquestração, toda vez que tinha que fazer uma sinfônica eu pedia a colaboração do Ciro e ele sempre foi o nosso maestro. Chiquinho de Moraes também, enfim, essas pessoas faziam música popular, mas eu considero isso muito eruditizado, o conhecimento que eles tinham da música era maravilhoso.

26) RM: Quais os compositores populares que você admira?

Amilton Godoy: Eu começo admirando Ary Barroso, compositor de Aquarela do Brasil. Conheci as músicas dele quando eu era muito criança ainda. E essa foi uma delas, que depois eu vim tocar com o Trio, fiz uns arranjos mais modernos, até um disco que leva o nome dele, o disco nosso chamado “Aquarela do Brasil”, nós ganhamos um dos grandes prêmios que tinha da música brasileira. Enfim, esses compositores sempre estiveram presentes na minha vida. Tem o Vadico, né? Que era o compositor de Noel Rosa, tem muita música bonita dele que eu pude gravar também. Antônio Carlos Jobim, né gente, uma coisa fora do comum. Heitor Villa-Lobos pra mim pode ser as duas coisas, tanto erudito como popular, depende de como é a sua levada. Essa turma toda que eu já falei, Ivan Lins, Djavan, e eu esqueci de muita gente.

27) RM: Quais os compositores da Bossa Nova que você admira?

Amilton Godoy: Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, Marcos Valle, Paulo Sérgio Vale, são os compositores da Bossa Nova da época, que continuam até hoje aí, graças a Deus.

28) RM: Quais os compositores do Jazz que você admira?

Amilton Godoy: Geoger Scherer, Oscar Peterson, Bill Evans, Herbie Hancock, Chick Corea, Keith Jarrett, Junior Mance, Wynton Kelly. O músico que gosta do jazz, não compra o disco por causa das músicas, mas sim por causa dos músicos, então o que vende o disco é o artista que está, o improvisador, o músico, seja ele pianista ou trompetista ou qualquer outro, então a gente aprende a admirar o músico e a gostar das músicas através da interpretação dos músicos, por causa da sua criatividade e por causa dos seus improvisos, principalmente.

29) RM: Nos apresente seus métodos para Teclado? Quais dos seus métodos que estão à venda? 

Amilton Godoy: Durante 50 anos da CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical, eu desenvolvi mais de 30 métodos de estudo específicos para Harmonia e Piano. Desde iniciação ao Piano, para quem está começando a tocar suas primeiras notas, como livros de Harmonia bem complexos. Mas vou destacar aqui meus livros: Princípio de Harmonia Moderna, volumes 1, 2, 3, 4. Distribuição e aberturas de acordes, volumes 1 e 2. Acordes de apoio, entre outros.

Hoje eu estou moderno, tenho além dos livros, alguns vídeos aulas e nesse ano estou com projetos de gravar mais 12 módulos de vídeos aulas diferentes. É muito bacana saber que você pode alcançar não só mais a sala de aula, mas levar a sala de aula em todos os cantos do mundo. Mas meus métodos mais solicitados são: Princípio de Harmonia Moderna vol.1 com vídeo aula. Princípio de harmonia moderna vol.2. Princípio de Harmonia Moderna vol.3. Princípio de Harmonia Moderna vol. 4 com vídeo aula.

Vídeo aula de Improvisação para Iniciantes. Vídeo aula de Improvisação avançada. Distribuição de Acordes vol.1 com vídeo aula. Distribuição de acordes vol. 2 com vídeo aula. Acordes de apoio. Estudos de tensões. Iniciação ao piano. E lanço em março de 2023, um livro de Improvisos Escritos, estará à venda.

30) RM: Quais as principais diferenças entre as técnicas de Piano e Teclado? 

Amilton Godoy: Não tem diferença de técnica. O importante é o tecladista desenvolver a sua técnica no Piano, por causa da relação do peso do teclado e do Piano. A técnica na verdade é a mesma.

31) RM: Quais as principais técnicas que o aluno deve dominar para se tornar um bom Pianista/Tecladista? 

Amilton Godoy: Volto a dizer que a técnica pianística é a que deve ser empregada para desenvolver o músico, o pianista. E ele poderá usar essa técnica no teclado.

32) RM: Qual a importância dos conhecimentos tecnológicos para o Tecladista? 

Amilton Godoy: O tecladista é que pode responder o que é mais importante pra ele, porque a tecnologia tem avançado demais, as opções de teclado hoje são muitas e os conhecimentos estão sempre inerentes aos recursos que aquele Teclado está apresentando. Então é importante que, se ele quiser ser um tecladista e se não se encontrou ainda com um Teclado, deve averiguar o que tem de condições naquele instrumento, o que ele pode reproduzir pra ver se ele atende aos seus anseios, certo? O que ele busca com aquele Teclado.

33) RM: Você é adepto ao uso de VST e VSTI? Quais você indica para o Tecladista?

Amilton Godoy: Na verdade eu sou adepto ao bom e velho piano. E quando tem que gravar eu parto para o bom e velho estúdio apenas.

34) RM: Quais os Teclados que você indica atualmente?

Amilton Godoy: Todos nós sabemos que algumas marcas são importantes no desenvolvimento dos Teclados né? Mas eu tenho um Roland no CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical que eu trabalho com ele, é um piano digital.

34) RM: Quais os Pianos Digitais que você indica atualmente?

Amilton Godoy: Eu sou daqueles que ainda prefiro o bom e velho piano, não troco por nada, mas também tive que me adaptar. Eu uso o piano digital ROLAND FP-80 quando preciso levar piano elétrico, mas a Roland, Yamaha, tem vários hoje em dia. Muda muito, já tem vários outros modelos mais novos do que o meu.

35) RM: Quais os principais vícios e erros que devem ser evitados pelo aluno de Piano/Teclado?

Amilton Godoy: Acho que o próprio pianista ou tecladista tem que perceber as suas deficiências, né? E a gente como professor examina cada caso particular. Tem muita coisa que tem que ser evitada para um aluno que começa a tocar o Piano, o Teclado e muita coisa que tem que ser aprendida. Quando bem orientado ele não vai cometer erros que possam prejudicar o seu desenvolvimento.

36) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música?

Amilton Godoy: acho que é preciso não generalizar. Tem muitas coisas boas nos métodos que ensinam música e não dá para medir quais são os erros principais. Cada método teria que ser analisado em particular e ver o que é bom e o que pode ser desprezado.

37) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical? 

Amilton Godoy: Eu acho que dom é uma predisposição natural que a pessoa tem, e já nasce com essa facilidade mais desenvolvida ou menos desenvolvida. Sempre pode ter essa predisposição maior, mas vai depender muito dele, através do seu estudo, da sua aplicação, do seu desenvolvimento. Nós não podemos ficar preocupados como professor de quem tem dom, quem não tem dom. Nós não temos essa bola de cristal. O que a gente sente é que certas coisas são mais fáceis para alguns do que para outros. E isso é normal dentro da nossa natureza humana, a melhor coisa mesmo é estudar música com amor, com atenção, com dedicação, sem se preocupar com isso.

E o professor também não tem que ficar preocupado com isso não, senão ele pode discriminar, vai cometer um erro gravíssimo e isso vai marcar a vida da pessoa que gosta de música. Se ele julgar erradamente, ele não tem que assumir esse compromisso: se colocar num pedestal e dizer para o aluno se ele tem vocação ou não. Eu já vi muitos erros e pude constatar isso como professor e como formador de professores, vi muitos erros que foram cometidos e muitas bobagens que foram faladas em relação a certas pessoas, que depois mostraram que tinham talento, e essa pessoa que fez o julgamento estava completamente errada. Então é melhor a gente não se preocupar com isso pra não cometer erros.

38) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Amilton Godoy: Realmente eu não posso dizer, eu teria que analisar cada método e fazer alguma observação em relação a ele, se tem erro de metodologia. Eu acho que cada um escolhe um caminho. Eu fiz assim, o CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical fez assim, fundamos uma editora e sempre publicamos o que achávamos ser a melhor forma de ser introduzida para que os alunos progredissem. E hoje temos um monte de resultados positivos, pra comprovar que a nossa decisão era acertada. E os métodos que fizemos, antes eram testados em aula para que se chegasse a melhor conclusão. Então é melhor ver as virtudes que cada método tem em vez de ficar preocupado com os erros.

39) RM: Qual a definição de Improvisação para você?  

Amilton Godoy: Improvisação eu acho que é o mais alto degrau da condição musical.

40) RM: Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Amilton Godoy: Existe a improvisação de fato, que é aquela que brota no momento, e existe a estudada, às vezes até ela é escrita para ser aplicada depois numa gravação ou numa apresentação. Mas é um momento sublime para um músico.

41) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia Musical?

Amilton Godoy: Acho que todo método contribui porque foi pensado, imagino assim, foi escrito para que possa contribuir para o músico. Pressupondo que ele, pra ser um bom improvisador, precisa ter um bom conhecimento da obra que expõe, ele precisa conhecer muita harmonia, conhecer escalas de improvisação, enfim toda esse emaranhado digamos assim, né? De encaminhamentos e substituições de acorde. E ele quando estuda, eu acho que ele busca encontrar em métodos alguma coisa a mais que ele precisa pra continuar o seu desenvolvimento. Pra onde encontra-se, acho que vai depender do resultado que será apresentado tendo músico condição de poder estudar esses métodos, ele mesmo poderá dizer quais são aqueles que realmente contribuíram pra sua formação. E por aí nós vamos saber o resultado positivo que aquele método teve na formação do músico.

42) RM: Quais os métodos que você indica para o estudo de leitura à primeira vista? Como chegar ao nível de leitura à primeira vista? 

Amilton Godoy: Não tem métodos de estudo pra leitura de primeira vista. Você chega a esse estágio, depois de muita prática que, de forma constante, faz com que você desenvolva, aquilo que no começo demora demais, conseguir aprender um compasso, dois compassos. Chega um ponto em que você consegue bater o olho ali e tocar de primeira vista. Mas isso é um amadurecimento que depende muito da prática de um estudo constante e você vai vendo que vai melhorando, mas é um pouquinho por dia que vai melhorando. Então essa leitura desejada de primeira vista, é um objetivo. Você alcança as vezes com mais facilidade dependendo do que está na partitura, da dificuldade que está escrito, mas o importante é estudar para que você não cometa erros e não se acostume com eles. A leitura à primeira vista é isso, não tenha pressa, estude com bastante concentração, com bastante senso de observação, desenvolvendo essa capacidade que um dia você chegará na leitura à primeira vista.

43) RM: Quais os seus projetos futuros?

Amilton Godoy: Além das vídeos aulas lancei e ainda lançarei, sigo em turnê com meu show “Trajetória”, que inclui músicas dos meus três álbuns recentes: “80 anos”, “Tributo ao Zimbo Trio”, “Autoral”, com os convidados: no contrabaixo Sidiel Vieira e na bateria Edu Ribeiro. Meu trabalho de Piano solo, chamado “Outros Caminhos”, composto por músicas eruditas; o já citado, Villa-Lobos Popular que lancei há mais de 10 anos ao lado do Gabriel Grossi, mas estamos nos preparando para entrar em estúdio no primeiro semestre de 2023 e fazer uma linda homenagem ao Milton Nascimento, aguardem! Tem meu projeto chamado “Juntos”, ao lado de meu filho Tico d’Godoy onde iremos preparar o volume 2. Fora isso já tenho uma série de shows marcado, mas acho que vale citar que em julho de 2023, estarei novamente no Amazonas Green Fest, um festival que adoro estar, mas dessa vez ao lado da grande pianista Eliane Elias, em que faremos um show de DUO!

44) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Amilton Godoy: Com relação a contatos para show e para os fãs é a Dani Godoy que cuida da minha carreira e do CLAM pelo: [email protected]

Temos os sites: www.amiltongodoy.com e http://clamescolademusica.com.br

| https://linktr.ee/amiltongodoy
Instagram: https://www.instagram.com/amiltongodoy |  https://www.instagram.com/clam.escolademusica

| https://www.facebook.com/amilton.godoy 

Para contatos: www.dgproducoesartisticas.com.br, o e-mail [email protected]  e, por fim,  (11) 5531 – 8675 | (11) 99616 – 6632.

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCz6oHbNaA8anzYHTvCZqPHQ 

Pianista Amilton Godoy lança disco especial – 80 anos: https://www.youtube.com/watch?v=vmizgeFcaAw 

AMILTON GODOY 80 ANOS: https://www.youtube.com/watch?v=03lmNq9xqOw

AMILTON GODOY 80 ANOS (DOCUMENTÁRIO): https://www.youtube.com/watch?v=6w6Ucw3y64c

Zimbo Trio | Programa Instrumental Sesc Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=mWOSyGsRviU

Villa-Lobos Popular | Amilton Godoy e Gabriel Grossi: https://www.youtube.com/watch?v=UqTh4I03vAk

Ritmismo.com entrevista Rubinho Barsotti (Zimbo Trio): https://www.youtube.com/watch?v=3w03Dg1Cjwo

Roube como um baixista | Luiz Chaves: https://www.youtube.com/watch?v=ODQ01fwcg2Q


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.