More Cleo »"/>More Cleo »" /> Cleo - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Cleo

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A cantora, compositora e cientista política mineira Cleo está inserida na cultura underground desde 2010. A sua proposta inicial foi o RAP e hoje alcança desde a MPB ao Samba. Enfrentou diversos desafios na cena independente, mas isso só a engrandeceu e fortaleceu seu trabalho.

Vem com uma proposta psicodélica, underground e ao mesmo tempo pop. Cleo também é ativista política, e atua no cenário político carioca há 10 anos. Já foi filiada a partidos como PC do B e PDT e hoje suas ideias a aproximam mais do PSOL.

Com o intuito de ser professora, Cleo jamais imaginou trilhar carreira artística ou política, mas as coisas foram acontecendo e aí está. Com muitos projetos e muita sede de inovar, empreender e revolucionar a cena.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Cleo para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 08.03.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual sua data de nascimento e sua cidade natal?

Cleo: Nasci no dia 07 de maio de 1992 em Poços de Caldas – Minas Gerais. Registrada como Cleo Gomes da Silveira.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Cleo: Meu primeiro contato com a música foi quando eu tinha 16 anos de idade, quando ganhei meu violão e compus uma música para um rapaz que eu gostava e eu chamava: Leonino, porque ele era do signo de Leão!  (risos).

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Cleo: Sou formada em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e fiz um curso de Produção Musical na Providencia, mas esqueci tudo (risos).

04) RM: Quais suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Cleo: Gosto muito de música internacional, posso fazer uma lista aqui das minhas influências, Mf Doom, o principal, Freddie Gibbs, gosto muito, Mac Miller, Dilated Peoples, Public Enemy, Pac Div, Blue & Exile, Madilib, Nas, Coomom, Murs, 9th Wonder, Aloe Blac, D Angelo e por ai vai..

Nacional, minha principal influência é: Marcelo D2, depois vem Speed, me inspiro muito em mulheres da MPB, como Maria Bethânia e do Samba Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Leci Brandão e etc. Conheço muita coisa de música internacional, mas prefiro música brasileira, mas antes conheci o que vem de fora, os gringos também fazem arte, não como nós, mas fazem! (risos).

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Cleo: Em 2010 no bairro Vila Isabel, berço do Samba do Rio de Janeiro, terra de Noel Rosa, é um lugar muito especial para mim e cheio de significados, pois a minha avó morou lá e meu pai foi nascido e criado lá. Eu tocava violão pros meninos rimarem e um belo dia fumei maconha e comecei a rimar a galera foi à loucura. E comecei a participar de batalhas de Rimas, aí me destaquei e aproveitei para lançar meus trabalhos.

06) RM: Quantos CDs lançados:

Cleo: Estou terminando de gravar meu primeiro álbum – “NUA”! Já lancei alguns singles.

07) RM: Como define seu estilo musical dentro do RAP?

Cleo: Sou mais underground, RAP de mensagem, música de protesto.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Cleo: Não. Mas pretendo estuda técnica vocal.

09) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Cleo: Maria Bethânia, Leci Brandão, Marcelo D2, Mf Doom, Mac Miller, Mart’nália (minha preferida) e por aí vai…

10) RM: Como é o seu processo de compor?

Cleo: Nos meus momentos de crise sempre saem os melhores rimas, não sei explicar minha criatividade vai ao pico.

11) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Cleo: Não tenho, componho minhas músicas sozinha, mas tem muitos amigos de trabalho que admiro e quero gravar com eles.

12) RM: Quais os prós e os contras de desenvolver uma carreira musical independente?

Cleo: O lado é bom, é que você pode ser você mesmo, e explorar sua criatividade e unicidade ao máximo, sem precisar se adequar ou mudar seu estilo como é feito em gravadoras. O lado ruim é que você não ganha dinheiro e fica mais difícil de viver da sua arte.

13) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Cleo: Ser de verdade e trazer um pouco de luz e paz pro mundo, acho que essa é a melhor estratégia.

14) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver sua carreira?

Cleo: Ensinar, sempre. O Artista só tem a ganhar quando troca informações e alimenta seu público com conhecimento.

15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira?

Cleo: A internet ajuda na divulgação dos projetos, ajuda a manter uma conexão com o público. Não atrapalha em nada, eu que me atrapalho as vezes (risos).

16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Cleo: A vantagem de produzir música em home estúdio é que sai mais barato e com uma qualidade boa. A desvantagem é que dependendo de quem grava, o som não fica com ar de profissional.

17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje, gravar um disco não é mais um grande obstáculo. Mas a concorrência de mercado se tornou um grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Cleo: Eu sou eu mesma, sem máscaras, sem copiar ninguém. Isso que faz a diferença. É por isso que poucos se destacam, a maioria é cópia.

18) RM: Como você analisa o cenário do Rap Brasileiro. Em sua opinião, quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Cleo: Eu quase não ouço RAP nacional, mas gosto muito do Mahal, Bk, Start Rap, Passo a frente, pra mim foram as revelações. Black Alien permaneceu consistente com esse último álbum que lançou. E quem regrediu foi  Criolo, os seus sons antigos são muito melhores.

19) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Cleo: Mart’nália, Zeca Pagodinho, a galera do Samba em geral, muita qualidade, MPB também, no RAP acho que está faltando uma referência.

20) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Cleo: O mais feliz é poder fazer show e mais triste é não poder fazer show (risos).

21) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá suas músicas tocaram nas rádios?

Cleo: Sim, tudo depende do próprio artista, tem gente que paga o jabá e não fica nas paradas de sucessos… Depende do público alvo e da qualidade das músicas, eu acho.

22) RM: O que você diz pra alguém que quer trilhar carreira musical?

Cleo: Coragem! (risos).

23) RM: Quais os prós e contras do festival de música?

Cleo: Os pros de Festival de música é que enriquece a cena musical e promove muitos artistas, além de revelar muitos artistas também. O contra é que as vezes esses artistas não são tão bons.

24) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Cleo: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é lamentável. Artistas bons não tem a visibilidade que merecem e artistas medíocres se sobressaem, tudo gira em torno de dinheiro.

25) RM: Qual sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI, Itau, Banco do Brasil e CAIXA Cultural para a cena musical?

Cleo: Interessante, para promover a cultura, divulgar e dar espaço para novos artistas e novos talentos terem mais visibilidade.

26) RM: Qual sua análise política do governo Bolsonaro?

Cleo: Um governo de extrema direita, costumo dizer que nossa maior perda foi o fim do PSDB, era uma direita moderada, humanizada, que enriquecia o debate de ideias, diferente do bolsonarismo. O partido novo veio com essa proposta, de se tornar uma direita moderada, mas acabou se tornando um apêndice do bolsonarismo.

Perdemos o PSDB e ganhamos o Bolsonarismo, que configurou a conjuntura atual uma das mais violentas.  Ele surfou na onda do antipetismo, conceito que se tornou uma máscara, no qual os fascistas se escondem e em nome dela falam e fazem as maiores atrocidades já vistas em um governo. Foi o mais sinistro esquema de corrupção que esse país já viu, o esquema das vacinas durante a pandemia do covid-19. Foram mais de 500 mil vidas perdidas, tragédia anunciada… Ele merece ser preso.

27) RM: Qual sua análise política e expectativa do governo Lula?

Cleo: Um Surfou na onda do outro, o Lula também surfou na onda do anti-bolsonarismo. E não podemos esquecer que sim, o PT também é um partido corrupto. Não a ponto de matar 500 mil pessoas, mas é. Minha expectativa é que o Lula não se submeta ao congresso, porque ele tem o povo, nunca precisou de maioria, todos os acordos, compra de votos, entrega de ministérios etc, foram desnecessárias. E hoje, o maior desafio do PT é com a oposição, ele não pode mais dar motivos para essa oposição sedenta de sangue.

28) RM: Qual o impacto social e político da pandemia do Covid-19?

Cleo: Na pandemia do Covid-19 o maior impacto foi o econômico, milhares de pessoas perderam empregos, o poder de compra diminuiu, os preços subiram e a postura e incompetência do ex presidente Bolsonaro acentuou esse impacto.

29) RM: Quais são seus projetos futuros?

Cleo: Eu pretendo lançar outros álbuns, o resto fica em segredo pra dar certo (risos).

30) RM: Quais são seus contatos, para shows e para os fãs?

Cleo: [email protected]

| https://www.instagram.com/silveiracleo

Canal: www.youtube.com/cleozinha175

CD NUA COMPLETO – CLEO: https://www.youtube.com/watch?v=Zp7N_KilFJs

Sim – Cleo: https://www.youtube.com/watch?v=DU-yQGLMHK4

Despertador- Cleo: https://www.youtube.com/watch?v=x6FJXQNPhGA

Cléo – Vida: https://www.youtube.com/watch?v=YNsgxhXmYvI

Conselho – Cleo: https://www.youtube.com/watch?v=LuzZw2rq0C0

Amor de Bamba – Cléo: https://www.youtube.com/watch?v=PVVCJxaHfKg

Soundcloud: www.soundcloud/clecleo


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.