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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Ilca Menezes

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A música chegou cedo à vida da cantora e compositora cearense Ilca Menezes. Aos três anos de idade divertia as pessoas cantarolando músicas que ouvia em sua casa.

O pai (Durval Aires), um jornalista e escritor que incentivava toda expressão de arte e a música, em especial, fazia parte do repertório cotidiano de sua família. Ilca Fez diversas participações em Festivais de artes de sua cidade natal (Fortaleza) e participou do CD – “Fruto“ de Cláudio Menezes, e cantou em algumas casas de shows de Fortaleza ao lado seu marido Ricardo Nazareno. Passou a se dedicar a música cristã a partir do ano de 2000, aonde também vem atuando desde então.  É autora da maioria das musicas de seu primeiro álbum.

O CD – “Acima de Todo Nome” traz em sua essência a boa música popular brasileira com letras que falam predominantemente do amor de Deus, visando alcançar o coração de todos que ouvirem a mensagem da cruz. Conta com a direção geral de Ricardo Nazareno (parceiro nas composições); Davi Menezes (seu filho, como guitarrista e voz na faixa 4); Com a direção musical de Miqueias do Santos e traz também outros nomes de peso da musica Cearense. Foi gravado e mixado no estúdio Som do Mar, em Fortaleza (CE). Esse trabalho foi um sonho que foi crescendo ao longo de sua caminhada, desde o dia em que decidiu seguir o evangelho de cristo, e a gora torna-se uma realidade.

Segue abaixo entrevista exclusiva com  Ilca Menezes para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Ilca Menezes: Nasci no dia 26 de dezembro de 1972 em Fortaleza – CE.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música?

Ilca Menezes: A música sempre fez parte da rotina da minha casa. Eu amava estar no quarto dos meus irmãos mais velhos e lá tinha uma “radiola” com diversos discos da MPB. Eu adorava à tarde ir para aquele quarto de beliches, um universo tipicamente masculino, mas com a leveza da arte da música. Eu me lembro do contato com música na escola, através da dança, lembro claramente de músicas que não saiam da minha cabeça: “Eu sou uma borboleta \ sou meiga e feiticeira, ando no meio das flores procurando quem me queira”. Eu passava o dia com aquela melodia na cabeça. Mas, o primeiro contato mesmo, eu tinha uns nove anos de idade quando o meu irmão começou a tocar Violão. Aí eu comecei a ter mais intimidade com a música, ele me chamava sempre para cantar. E um dia ele chamou o meu pai que ficou do lado ouvindo e achou bom demais (risos). Nesse dia eu cantava uma música da Nana Caymmi e eu percebi no olho de um e do outro como se dissessem: “Que voz é essa”?. Depois eu me peguei fazendo backvocal em uma música do grupo “Sempre Livre”, formado só por mulheres que tocava na época: “Eu sou free, sempre free…”(risos),  entendi que eu conseguia fazer uma voz diferente. Então, o primeiro contato foi na escola e em casa. Sempre que tinha uma festa me chamavam para cantar. Eu bem pequena, entrava no ônibus cantando e a minha irmã ria e o pessoal todo olhava para mim, e ria e achava engraçado. Eu ia à viagem todinha vendo a paisagem na janela e cantando, e eu só tinha 3 a 4 anos de idade.

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?

Ilca Menezes: Minha formação no curso de Letras- Português/Literatura. As artes se encontram, quando, por exemplo, ao estudar literatura portuguesa encontrava a melodia do Fagner na poesia da Florbela Espanca. Na voz de Olivia Hime, os versos de Manuel Bandeira em “Vou me embora pra Pasárgada”, entre outros. Eu não tenho uma formação musical acadêmica, formal, mas  tenho um conhecimento empírico, de ouvir música de forma atenta, de ouvir grandes cantoras, intérpretes, de gostar muito da rádio universitária de Fortaleza na qual conhecia gente que estava fora da grande mídia comercial que me influenciaram muito como Olivia Byington, Sueli Costa, Olivia Hime, Fátima Guedes. Meu pai (Durval Aires) era um jornalista, escritor e gostava muito de música e tinha grandes amigos letristas, músicos, poetas, como Wilson Cirino e Belchior. Meu pai foi um dos grandes incentivadores de Antonio Carlos Fernandes Belchior, para que ele abraçasse a carreira efetivamente, porque não tinha como ele fugir disso, já que as letras eram extraordinárias – sorte nossa. Ele tinha esse gosto pelas artes, em especial a música e a literatura. Meu irmão é músico (Cláudio Menezes), meu marido (Ricardo Nazareno) é músico fez a direção e os arranjos do CD – “Acima de todo nome”, meu filho (Davi Menezes), também músico toca guitarra e canta comigo em uma das músicas do disco e tenho uma sobrinha musicista, enfim uma família bem musical.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Ilca Menezes: No passado, além dos que citei anteriormente, não posso deixar de falar da minha maior influência: Chico Buarque de Hollanda, aliás, é uma influência atemporal, me acompanha até hoje. Elis Regina como intérprete e João Gilberto, com a sofisticação da Bossa Nova. Atualmente, admiro a autenticidade da Mart’nália. Gosto da Roberta Sá e da Vanessa da Matta e a mais nova descoberta é a Zanna. No cenário musical cearense gosto muito da Teti e no segmento chamado gospel destaco João Alexandre, Guilherme Kerr Neto, Gerson Borges, Laura Souguellis e Zazzo Araújo (de Brasília que tivemos o prazer de conhecer recentemente).

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Ilca Menezes: Na verdade nunca planejei uma carreira profissional. Cantei esporadicamente em eventos, participei do CD – “Fruto” de Cláudio Menezes em 2004, mas sempre me esquivei dos convites. Passei a cantar somente na igreja. Ano passado sim, decidimos fazer um registro das diversas canções que ao longo tempo eu e meu marido Ricardo Nazareno compusemos em parceria e também de forma individual. Para esse trabalho não abrimos mão do profissionalismo. Investimos para fazer um trabalho de qualidade. Contamos com a participação de uma excelente equipe de profissionais, mas não foi fácil.

06) RM: Fale do seu primeiro álbum.

Ilca Menezes: Esse é o primeiro, se Deus quiser, de muito (filho único, imagina aí…), gravado ao longo  de 2017 e lançado no início de 2018. Os músicos foram fundamentais para o resultado do disco e são: Ricardo Nazareno (violão e arranjos), Miqueias dos Santos (contrabaixo e direção musical), Thiago Almeida (teclados), Adriano Azevedo (bateria), Davi Menezes (guitarra), Hoto Junior (percussão), Ferreira Junior (sax soprano), Barney Oliver (trombone), Thiaggo Niga, Suelen Sales, Dyane Guedes (vocais), Anfrisio Rocha (segundo violão na faixa 4 e direção vocal nas faixas 2 e 11 ), Marta Carvalho ( direção vocal nas demais faixas), Anfrisio Rocha e Netinho de Sá ( técnicos de gravação), gravado no estúdio Som do mar em Fortaleza. O perfil do disco é música popular brasileira com mensagens cristãs. As músicas que caíram no gosto do público: “Plante o amor”, “Você sabe”, “Teu salvador vem” e “Em tua presença”.

07) RM : Como você define o seu estilo musical?

Ilca Menezes: Bem, o trabalho que eu acabei de gravar é um trabalho cristão, com um conteúdo cristão. E dentro dos diversos gêneros da Música Popular Brasileira eu encontro muitas influências. Eu encontro influência na Bossa Nova, encontro influência no Samba, no Bolero, e encontro inspiração até mesmo na música que se convencionou chamar Gospel. Mas, se eu fosse definir o meu estilo diria que o que predomina é Musica Popular Brasileira.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Ilca Menezes: Não. Mas, eu percebi a necessidade de preparar a minha voz para a gravação das músicas do álbum. E preparar a respiração; utilizar as técnicas da melhor forma possível; a postura, a dicção. Enfim, eu precisava preparar a voz para o trabalho do disco, que é um trabalho intenso e exige muito fisicamente.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Ilca Menezes: É de suma importância. O conhecimento e a utilização das técnicas vocais me deram suporte para que eu executasse e extraísse o melhor de mim em favor desse projeto. E quanto ao cuidado com a voz até mesmo os mais básicos, como tomar água na temperatura ideal e falar num tom equilibrado, fazem uma enorme diferença.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Ilca Menezes: Elis Regina (que inclusive tenho ouvido discos e áudios antigos que me emocionam até hoje), Lara Fabian, Diana Krall, Fátima Guedes, Nana Caymmi, Lenir Andrade, João Gilberto e Chico Buarque são meus prediletos.

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Ilca Menezes: No meu processo de composição não existe um planejamento, acontece quando estou fazendo alguma coisa e não estou pensando em compor, então a ideia vem geralmente à letra junto com a melodia. Eu paro o que estou fazendo, entro no meu quarto e registro tudo. Depois, eu chamo o meu marido Ricardo, mostro o que fiz e ele cuida de harmonizar. Depois pensamos em arranjos e outros retoques finais. Varia muito de música para música. Certas vezes ela já vem completa na mente, em outras demoramos meses aperfeiçoando e melhorando.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Ilca Menezes: Eu acho que tenho três parceiros: As pessoas que fazem parte das experiências que vivenciei, pois todas as minhas músicas retratam aquilo que eu presencio, percebo e sinto nas situações da minha vida. O segundo, já de maneira mais ativa, é o meu marido Ricardo. Ele me traz muito a questão da disciplina e de não desistir até que possamos dizer: “a musica está pronta”. Outra característica dele é o prazer que ele tem em compartilhar e dividir a criação das suas músicas comigo. Tem músicas que ele me atribui a parceria quando nem eu mesma lembrava. E o terceiro, sem querer espiritualizar, é sem duvida, a inspiração que vem de Deus, da sua Palavra e do nosso relacionamento pessoal e diário. “E assim eu te encontro, e assim eu me encontro” (Canta o Trecho da quarta música do CD – “Acima de Todo Nome”)

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Ilca Menezes: Ninguém. Esse é o nosso primeiro trabalho, mas se houver interesse será uma honra, nós escutarmos as nossas músicas na voz de outros artistas.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Ilca Menezes: Contras é o investimento financeiro que sai só de uma fonte. A confecção do disco foi prazerosa, mas na divulgação ainda estamos tentando equalizar e tudo fica mais difícil. Prós é Liberdade na criação do projeto. É muito mais confortável fazer um trabalho sem pensar em atender uma expectativa que não seja genuinamente a que está em seu coração.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Ilca Menezes: Em termos de estratégia, tomamos um rumo que parece ser da maioria dos artistas nesse momento. Nosso trabalho está em todas as plataformas digitais como: spotify, deezer, itunes, etc, fã page e estamos gravando vídeos clipes e liric vídeos. Entramos em contato com as rádios. Abro parêntese para já agradecer a rádio Plenitude de Fortaleza que nos concedeu espaço pra apresentar o CD e tem executado as nossas músicas. E ao cantor e compositor Zazzo Araújo que tem nos colocado em seu programa (playlist do Zazzo, na Rádio Palavra de Esperança de Brasília). E agradeço à revista RitmoMelodia que generosamente abriu esse espaço para falarmos da nossa carreira.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Ilca Menezes: Investimos na gravação do CD e no momento esta em processo a produção de vídeos para divulgação nas mídias.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Ilca Menezes: A internet hoje é a principal ferramenta de divulgação no trabalho de qualquer artista. Transformou-se em um palco virtual que, se bem usado, pode romper fronteiras. Por outro lado, é uma enxurrada tão grande de informação que se corre o risco de ser visto sem ser percebido.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia  de gravação (home estúdio)?

Ilca Menezes: Uma das grandes vantagens é a possibilidade de experimentar diversas ideias, sobretudo no diz respeito aos arranjos quando você tem um estúdio caseiro. Mas a tecnologia faz toda a diferença, porque seria impossível gravar um trabalho em alto nível sem todos os recursos tecnológicos necessários. A desvantagem é que acaba colocando tudo num pacote só: o trabalho bom e o ruim (risos).

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Ilca Menezes: Acho que o principal diferencial é exatamente não tentar se enquadrar numa tendência ou movimento; fazer o trabalho de forma mais verdadeira possível. Você se encontra no nicho de quem sente falta de ouvir a música que a gente também sente falta.

20) RM : Como você analisa o cenário musical gospel brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Ilca Menezes: A música gospel em pouco tempo ganhou um espaço enorme no cenário musical. Acho que evolui junto com a tecnologia, mas acho também que parte dela é muito parecida uma com outra. O mercado exigiu uma postura mais profissional, o que proporcionou crescimento, mas ao mesmo tempo tornou muito comercial. Existe muita coisa boa nesse segmento, algumas pouco conhecidas do grande público. João Alexandre, Guilherme Kerr Neto continuam nos emocionando em qualidade, entre outros. Dentre os mais novos, posso citar Luiz Arcanjo, Gerson Borges, Laura souguellis, Marcio Cardoso, o Zazo Araujo. É difícil enumerar tanta gente boa, sem cometer injustiça. Certamente deixei de citar muitos nomes nessa lista. Acho que sempre que ler essa entrevista vou lembrar-me de um nome que deveria estar aqui (risos).

21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Ilca Menezes: Qualidade artística, eu vejo nesses músicos já citados. Destaco como uma artista completa: Elis Regina em todos os aspectos, bem como Lenir Andrade.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Ilca Menezes: Já compararam a minha voz com a de cantoras de voz bem diferentes da minha; já esqueci a letra; já tive que cantar com a bateria cobrindo a minha voz (me perdi toda). E numa ocasião recente, cantei para um público bem pentecostal que parecia ter outra expectativa, mas no final foi “só a benção“…

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Ilca Menezes: O mais triste é ver o estado de espírito blasé de algumas pessoas que não compartilham da mesma alegria que nós ao apresentarmos nosso trabalho. E o mais feliz envolve o processo de criação, ouvir uma música pronta, saber por um amigo que ouviu o trabalho através de outros. Receber na minha casa gente que não víamos a tempo pra compartilhar do CD e gente que eu não esperava presentear a si e a outros com o trabalho. A parte boa suplanta a parte ruim.

24) RM: Você acredita que as suas músicas tocarão nas rádios sem o pagamento do jabá?

Ilca Menezes: Fizemos um primeiro contato com as rádios locais, mas não insistimos. Proposta de jabá não aconteceu; somente uma, de forma meio subliminar.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Ilca Menezes: Como todo sonho, deve ser buscado. Sabemos que nada vem fácil, portanto, dê o seu melhor.

26) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Ilca Menezes: O Festival de Música revelou muita gente. É uma oportunidade de conhecer pessoas, ideias e talentos. Acho que infelizmente diminuiu muito a cultura dos Festivais. Só vejo pontos positivos.

27) RM: Na sua opinião, hoje os Festivais de Música ainda revelar novos talentos?

Ilca Menezes: Sim, embora não seja como antigamente, a exemplo dos saudosos festivais da Record.

28) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical gospel brasileira?

Ilca Menezes: A música gospel alcançou o mesmo patamar da música secular em termos de grande mídia, que sempre trabalha com os mesmo parâmetros, visando o retorno.

29) RM: Quais as diferenças do mercado gospel para o mercado secular?

Ilca Menezes: Algumas peculiaridades caracterizam ambas. No gospel ainda da para vender o CD físico; a igreja na maior parte das vezes é o palco. Já na música secular, o espaço mais amplo.

30) RM: Quais os seus projetos futuros?

Ilca Menezes: Levar as canções do CD – “Acima de todo Nome” a quantos possam ser abençoados por elas.

31) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Ilca Menezes: (85)98842 – 2539 | [email protected] |

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.