BR’s é a contração de Brasileiros e Brasileiras! Surgiu no início de 2009 e teve sua insígnia criada na Rua Nestor Pestana, nº. 87 (Condomínio Guaporé) – Consolação – São Paulo/SP.
A partir de encontros no ambiente do antigo centro acadêmico da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), contendo na primeira formação, os estudantes (e músicos) dos cursos de gestão ambiental: Diodones (cavaquinho e voz), Rafael (violão e voz), Roberto (violão e voz), obstetrícia: Felipe (percussão e voz) e ciências da natureza: Nicolas (flauta doce e voz).
Este contexto efêmero possibilitou reunir as singularidades das formas de composições e pensamentos em experiências de criação musical, que são facilmente notadas a partir das músicas e letras, para a promoção do lazer, do conhecimento e da multiculturalidade brasileira, através da facilidade de compor melodias que retratam o nosso modo de vida, que criticam de forma surpreendente as relações cotidianas, que afirmam a necessidade de mudança da consciência cultural e ambiental na sociedade, que cantam a identidade social brasileira com discussões filosóficas onde a mistura das ideias tem que continuar produzindo a diversidade humana…
Uma boa imagem na tentativa de representar o som das (os) BR’s, desde a música barroca até a música do mundo, é uma colagem de diferentes ritmos, danças, estilos e gêneros que iluminam os espectros da autoria na vida fundidos em ondas sonoras envernizadas pelos pincéis do reggae, emolduradas pela postura rock’n’roll e expostas em telas da música extemporânea brasileira.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Nicolas idealizador do projeto musical BR’s para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 12/03/2025:
01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento dos músicos da Banda BR’s?
BR’s – Nicolas: Simbolicamente o projeto musical nasceu no dia 20/04/2009 com músicos de quatro cidades: Curitiba – PR (Sul), Recife – PE (Nordeste), Borborema – SP, São Paulo – SP (Sudeste).
Os músicos da primeira formação eram: Diodones Lisboa (cavaquinho e voz, saiu do projeto em 2013), Rafael Viu (violão e voz, saiu do projeto em 2013), Roberto (violão e voz, saiu do projeto em 2010), Fernando (saiu do projeto em 2010), Túlio Saenz (saiu do projeto em 2013), Felipe Manoel (percussão e voz, saiu do projeto em 2010), Nicolas Menezes Barreto (flauta doce e voz). Atualmente Nicolas é acompanhando por banda de apoio.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
BR’s – Nicolas: Na formação de um quarteto, em um contexto experimental de práticas de conjunto com instrumentos de percussão, cordas, sopro e voz.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
BR’s – Nicolas: Formação rítmica, melódica, harmônica e dinâmica das ciências da natureza humana nas escolas formais e não formais da vida.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
BR’s – Nicolas: Muitas influências, já que, estamos em constante processo de incorporação de novas formações. A cada dia, todas ganham mais importância nas pesquisas de análises do desenvolvimento dos quatro elementos básicos da música. De Mozart ao grupo Rumo, nossa auscultação tenta antropofagizar, secularmente, a profana sacralidade da música como fenômeno estrito da humanidade. Nenhuma deixou de ter importância!
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
BR’s – Nicolas: No início de 2009, em encontros semanais às quartas-feiras para práticas de conjunto, nos intervalos das aulas do ciclo básico, dos cursos de graduação da EACH/USP, na Vila Guaraciaba, no distrito do Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo – SP.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
BR’s – Nicolas: Lançamos o álbum Bora Que BR’s É Um Barato com 12 músicas, contemplado em 2012 pelo programa de valorização de iniciativas culturais (VAI 1), da secretaria municipal de cultura da cidade de São Paulo/SP. Músicas: Bora Que BR’s É Um Barato, Matemática Urbana, Flores Sob o Sol, A Mata e o Rio, Canto da Rua, Aqueles que Abdicam dos Aplausos com Medo das Vaias, Partícula Alfa, Guerra e Paz, Selva de Pedra, Vai Passar, Ave Árvore e O Sol Saiu.
Ficha técnica:
Andréia Volponi: backing vocal
Carlos Coveiro: backing vocal
Darcy Marola: bateria ( https://www.ritmomelodia.mus.br/entrevistas/darcy-marolla)
Diodones Lisboa: banjo, cavaquinho e voz
Felipe Manoel: percussão
M&B, Nicolas: flauta doce e voz
Túlio Saenz: baixo e guitarra
Rafael Viu: violão e voz
Produção executiva: Andréia Volponi, M&B, Nicolas, Rafael Viu
Gravação, mix e master: estúdio Produssom.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
BR’s – Nicolas: Música Extemporânea Brasileira! A mistura das influências musicais adquiridas em vida pelas (os) integrantes que fizeram e vão fazer parte das possíveis formações das (os) BR’s. Além (de no prelo quase eterno) do estudo da inclusão de desenvolvimento sinfônico nas canções.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
BR’s – Nicolas: Sim! Sempre que podemos, atualizamos o estudo em oficinas, palestras, masterclass, cursos livres, aulas particulares, cursos regulares, e principalmente na mediada do impossível, tentamos praticar os exercícios todos os dias.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
BR’s – Nicolas: O cuidado com a voz e o estudo da técnica vocal são essenciais para termos uma voz boa e forte, desenvolver suas qualidades positivas e protegê-la de abusos físicos. Cuidar e estudar a voz nos possibilita conhecer e entender nossos aparelhos respiratório e auditivo, nossos bloqueios inconscientes.
Além de utilizar da forma mais adequada as nossas necessidades a impostação, a respiração, os ressonadores, a dicção, a classificação, a postura, a percepção, a teoria, a emissão, etc. Lembrem sempre de alongar o corpo e realizar os exercícios de respiração e ressonância (aquecimento)!
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
BR’s – Nicolas: O rol é vastíssimo, são muitas e muitos como dissemos, anteriormente … mas elencaremos algumas (ns) poucas (cos) (risos): Adoniran Barbosa, Alceu Valença, Alcione, Alice Cooper, Alton Ellis, Amy Winehouse, Anelis Assumpção, Aretha Franklin, Arrigo Barnabé, Ataulfo Alves, Belchior, Black Alien, Bnegão, Bobby McFerrin, Bob Marley, Caetano Veloso, Carmélia Alves, Cartola, Cassiano, Chet Baker, Chico Buarque, Chico César, Chico Science, Clara Nunes, Criolo, Dani Black, David Bowie, Djavan, Dominguinhos, Dorival Caymmi, Edi Rock, Edson Gomes, Edu Lobo, Elis Regina, Elza Soares, Emílio Santiago, Erasmo Carlos, Eric Clapton, Estrela Ruiz Leminski, Fausto Fawcett, Fernando Lona, Fito Páez, Frank Zappa, Gal Costa, Gene Kelly, Geraldo Filme, Gilberto Gil, GOG (Genival Oliveira Gonçalves), Gregory Porter, Hananza, Ian Anderson, Ice Blue, Iggy Pop, Itamar Assumpção, Jack White, Jair Naves, James Taylor, Jards Macalé, Jimmy Cliff, Jimi Hendrix, Jorge Bem Jor, Jorge Mautner, Junior Reid, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Luther Vandross, Mano Brown, Mamafya (Vera Luz Nehring), Marcelo D2, Maria Bethânia, Marina Lima, Maurício Natal, Michael Jackson, Michael Sullivan, Miriam Batucada, Miriam Makeba (Mama África), Nara Leão, Norah Jones, Neil Young, Nelson Sargento, Paul Simon, Paulinho da Viola, Paulo Massadas, Peter Tosh, Prince, Raul Seixas, Robert Johnson, Rosa Passos, Serena Assumpção, Sérgio Sampaio, Sine Calmon, Tânia Maria, Teedra Moses, Tetê Espindola, Tim Maia, Tom Jobim, Tom Zé, Walter Franco, Wilson Simonal, Xangai, Zé Ramalho … e ainda faltam tantas (os) outras (os)!
11) RM: Como é seu processo de compor?
BR’s – Nicolas: Em parcerias que podem ser em duplas, trios, quartetos ou individuais… A música A Mata e o Rio foi composta a quatro mãos. Aqueles que Abdicam dos Aplausos com Medo das Vaias a letra e a música já vieram prontas, individualmente. Selva de Pedra e Guerra e Paz foram compostas por diferentes duplas.
Já Flores Sob o Sol foi composta em trio! Não existe um padrão, cada parceiro ou parceira tem um modo próprio de imaginar e registrar a letra ou a música das canções. A letra de Vai Passar teve contribuição de duas amigas que não faziam, oficialmente, parte da 2ª formação.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
BR’s – Nicolas: Agildo Antônio, Andréia Volponi, Erickson Luna, Diodones Lisboa, Mário Panza, Moisés Barreto, Priscila Ferrari, Rafael Viu, Túlio Saenz e M&B, Nicolas.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
BR’s – Nicolas: Os prós são o domínio do ecossistema da nossa música, principalmente, em relação ao mundo dos espetáculos, mas também em relação a música gravada e a obra musical. Só existe um contra: orçamento!
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
BR’s – Nicolas: Detalhamos a organização musical com uma agenda de trabalho a longo prazo, direcionamos o foco da carreira musical no futuro, percebemos o ambiente artístico onde estamos inseridos, realizamos ajustes de rotas e adaptações nos processos de trabalho e gastamos menos do que arrecadamos. Além de sempre buscar a satisfação do público, a produtividade e a qualidade do produto cultural, o entrosamento dos músicos, a harmonia da equipe técnica, a eficiência dos produtores, a colaboração entre os membros da equipe (músicos, técnicos e produtores), a construção de cenários e diagnosticar nosso momento atual.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
BR’s – Nicolas: Declaração de visão e missão, definição de objetivos específicos, estabelecimento de metas, aferição dos resultados a curto prazo, escuta dos membros da equipe, união do talento com a gestão, decisões moderadamente arriscadas, persuasão de rede de contatos, busca por informações e oportunidades, persistência no comprometimento com nossa obra musical.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
BR’s – Nicolas: Ajuda na distribuição impulsionada dos materiais de divulgação tanto para a formação de público quanto para as (os) contratantes. Prejudica na distribuição orgânica destes materiais, já que os modelos de negócios na e da internet, não fogem à regra dos comerciais publicitários das “grandes mídias do passado”: televisões, rádios e jornais.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
BR’s – Nicolas: Depende mais uma vez e sempre de cada orçamento! Pouco orçamento, home estúdio desvantajoso com pouco acesso às tecnologias de gravação. Muito orçamento, home estúdio vantajoso com muito acesso às tecnologias de gravação. É como dizem nas “perifas” da cidade de São Paulo: existem os microfones das (os) filhas (os) de fazendeiras (os) e existem os microfones das quebradas.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
BR’s – Nicolas: Realmente o “registro fonográfico” de uma “letra/música” já foi muito mais caro, mas isto não quer dizer que já esteja mais acessível. A “fórmula da composição” (direitos autorais, licenciamento e exclusividade) continua por aí entre merréis R$ 5.000,00 e R$ 25.000,00 dependendo do gosto do freguês.
Então “gravar uma música (gravar um disco)” com qualidade, para nós, ainda é um obstáculo, já que, o preço de uma música para ser lançada pode variar entre R$ 450.000,00 e R$ 2.000.000,00 e a concorrência no “mercado musical” (na próxima resposta já podemos chamar de Música Pestaneja Brasileira?) têm em comum misturar estratégias de mercado com questões estéticas e estilísticas da solteirice, sofrência, traição, pornografia infanto juvenil e violência como se fossem tema do cotidiano de todas as pessoas no Brasil.
Isto não quer dizer que não vamos, efetivamente, comercializar nossas músicas, mas que a nossa estratégia de identificação é, justamente, o oposto a esta estética estilística do sofrimento na cultura do medo.
O que nos diferencia deste cenário vegetativo é mostrar para as pessoas com a eficaz assertividade das canções, que elas também possuem a estesia de expressar em suas vidas a independência, a autoconfiança, o progresso, o respeito, o bem-estar, o amor-próprio, a beleza, a felicidade, a amizade, etc.
19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião, quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
BR’s – Nicolas: Totalmente manipulada, monopolizada! Fora da mídia (mainstream das televisões, rádios, jornais, festas e baladas pelo país afora) no séc. XXI, não é mesmo? Então, na nossa opinião, as revelações musicais nas últimas décadas foram os “novos ídolos” dos escritórios artísticos e grupos empresariais de diversos ramos da “indústria” agropecuária, neste sentido todos os novos ídolos agroboygirlbabilônicos são um regresso (observem bem: não estamos falando de música raiz caipira).
Por outro lado, artistas que nos atravessaram nas últimas décadas são: Adão Negro, Ato Libertário, Charlie Brown Jr., Djambi, Duo Assad, Duovert, Fábrica X, Funk Como Le Gusta, Furto, Hermeto Pascoal, Isca de Polícia, Jahcareggae, Jigaboo, Júpiter Maçã, Legião Urbana, Língua de Trapo, Mystical Roots, O Rappa, Orquestra Afro Brasileira, Orquídeas do Brasil, Planet Hemp, Premeditando o Breque, Quaternária, Quarteto Brasileiro de Violões, Racionais, Rapsicologia, Reggae Style, Rosália Paranóia, Rumo, SP Funk, Titãs, Vibrações Rasta … e por aí já fomos ou estamos indo, alguns permanecem outros já não mais. Mas, nossa pesquisa permanece ativa!
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
BR’s – Nicolas: Foi em um boteco ao lado da universidade que tinha um “palco” (uma elevação de concreto) com duas caixas de som que não funcionavam, mas tinham uma mesa de som bem zuada e um caixa amplificadora.
Na época, éramos um quarteto (flauta doce, cavaquinho, violão-aço e violão-nylon), não conseguimos amplificar todos os instrumentos, só tínhamos um microfone com cabo emprestado, que a princípio, tentamos pendurar na viga do teto, mas desistimos e improvisamos um pedestal com um cone de trânsito, um cabo de vassoura e muita fita adesiva scotch.
No final conseguimos amplificar o violão com cordas de nylon e os outros instrumentos ficaram com som “acústico” em um ambiente caótico … a flauta, tadinha, sofria um bocado! Talvez as pessoas tenham conseguido ouvir a voz principal e o violão “amplificado”.
Outra situação, foi quando “tentamos passar o chapéu” no metrô Tatuapé, escolhemos um lugar mais silencioso perto da rampa de pedestres do shopping boulevard (risos), foi um fiasco. Não conseguiram nos pagar um hot-dog!
21) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
BR’s – Nicolas: O que nos deixa mais feliz é tudo que envolve a performance (tocar, dançar e cantar), tanto a nossa quanto a do público, principalmente, quando o público expressa sua satisfação dançando, cantando, sorrindo, conversando (não nos importamos, o orçamento da graxa está aí para isso), se divertindo, aplaudindo, soltando nu – uhu – aiaiaiaiai – eita lasquera – põe o capacete – bora.
O que nos deixa mais triste são: a concorrência desleal, contratante e público desrespeitoso (não gosta, não contrata, não vai), desvalorização dos custos do trabalho (ah, mas vocês vão poder “divulgar” o som de vocês), falta de profissionalismo, etc.
22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
BR’s – Nicolas: Não! Já sabemos não é de hoje que a música é uma disciplina científica. Isto quer dizer que a música possui competências, habilidades e saberes que são aprendidos … ninguém nasce cantando (a não ser o M&B, Nicolas – risos)… Assim, algumas pessoas terão mais e/ou menos facilidade de colocar em prática a teoria, devido as horas de dedicação no seu estudo. O que seria de Ludwig Van Beethoven, se não fossem o pai e a irmã de Beethoven?
23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
BR’s – Nicolas: É o da execução livre pelo intérprete (cantor e/ou instrumentista) de um trecho da canção ou da música escrita pelo compositor.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
BR’s – Nicolas: O improviso são os dois: a aplicação do estudo na execução/criação livre. Voltemos na questão 22 … ninguém nasce improvisando, a não ser … tocar ou cantar por improvisação, são nada mais nada menos que competências, habilidades e saberes desenvolvidos por tradição musical sobre bases rítmicas e melódicas de estruturas harmônicas fixas preestabelecidas pelos (as) executantes, que se alternam, cuja exposição apresenta um tema determinado entre oito a doze compassos. Foi assim que criamos as cadenzas, a música aleatória, o free-jazz, o blues e o rhythm’n’blues no ocidente, e o ragas da música indiana no oriente.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
BR’s – Nicolas: Prós, saber ensinar os (as) estudantes a praticarem a teoria das bases rítmicas e melódicas das estruturas harmônicas; contras, não saber ensinar. Acreditamos que o estudo da música deve ser iniciado pelas bases e quem nos auxilia muito nessa empreitada é o nosso amigo Paul Hindemith (já até o ensinamos a jogar bola, risos).
Ele nos ensina a exercitarmos primeiro o aspecto rítmico (depois treinar o ditado), segundo o aspecto melódico (depois treinar o ditado) e terceiro a ação combinada (depois treinar o ditado). Sugerimos para um excelente domínio dessas bases o livro Treinamento Elementar para Músicos – 5ª edição/2004 – Ricordi Brasileira S/A (não é merchan!).
26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
BR’s – Nicolas: Os mesmos da resposta anterior: saber ou não saber ensinar. Muitos torcerão o nariz, mas não se aprende harmonia (nem muito menos melodia e ritmo) se não souber um mínimo de proporção matemática. Tudo em música é técnica, matemática!
Percebam: combinação de notas musicais soando simultaneamente (ver: simultaneidade absoluta, simultaneidade distante e Gato de Schrödinger); produção de acordes formados por tríades ou tetrades; produção de progressão de acordes; determinação de um sistema estrutural de princípios que governam suas combinações; quesito que se refere à sincronia entre dança e música nos desfiles… (ver: espaço-tempo, relatividade restrita, relatividade geral e relatividade especial) ou seja, se não aprendermos as bases rítmicas e melódicas das estruturas harmônicas, a situação pode piorar se o (a) estudante precisar compreender harmonia aberta, em quartas, em quatro partes, em quintas, em terças, fechada, funcional e/ou tradicional (aceitamos pix, risos).
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
BR’s – Nicolas: Nunca, jamais, nem nos nossos maiores lindos sonhos doloridos … a não ser que um (a) radialista/locutor (a), muito, mas muito nosso (a) fã, hackeie a programação e nos deixe quebrar todas as frequências sintonizadas em sua nobre estação … E depois pode ser que seja mandado (a) embora ou que receba uma enorme promoção. Ficamos com a segunda opção!
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
BR’s – Nicolas: Estude, estude, estude, estude, estude, estude, estude muito, mas muito mesmo a música e o negócio da música. Seja seu próprio representante (“artist manager”)!
29) RM: Festival de Música revela novos talentos?
BR’s – Nicolas: Depende dos objetivos específicos de cada festival. No geral, pensamos que os festivais no interior do país tenham mais esta “tendência”. Nas grandes capitais, não fogem as fórmulas das perguntas 18 e 19: revelam, casting dos grandes escritórios!
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
BR’s – Nicolas: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira tautológica, vassala, monopolizada, subserviente ao beija mão do rei agro no plano safra, ou seja, é a fiel representante da música pestaneja brasileira.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
BR’s – Nicolas: Não somos sesc-sesi-itaú cultural dependentes! Trabalhamos com foco na qualidade das nossas músicas para o público decidir se vai ou não pagar os preços das bilheterias (isto não significa que não receberemos cachês fechado para sermos “socialmente sustentáveis” … pagando bem!).
É notório que estas instituições contribuem, mesmo com os impostos compulsórios dos seus setores (comércio, indústria e endividamento? risos), para “democratizar os serviços sociais” negligenciados pelos governos de plantão (municipais, estaduais e federal) na promoção e talvez, descapitalização da cultura, do esporte e do lazer.
Lembrando que vivemos em um sistema político capitalista, mesmo que seja “um capitalismo de estado”! Não somos capazes de emitir opinião sobre a quantidade e a qualidade da iniciativa privada de “difusão cultural” destas instituições, também nunca fomos contratados por nenhuma delas (olha a oportunidade aí, genteh!), mas o que NÃO QUEREMOS é ter o valor do nosso trabalho sendo subsidiado por impostos alheios (também pagamos muitos impostos, diga-se de passagem, os mais nocivos – indiretos, regressivos e cumulativos).
E muito menos por subsídios públicos (já fomos subsidiados pela prefeitura de São Paulo em 2012 para gerir R$ 28.000,00 em oito meses, ou seja, R$ 3.500,00 por mês ou R$ 116,66 por dia para oficinas educativas com lanches, pagar “cachês” de colaboradores, produzir CD, produzir DVD, organizar e realizar a apresentação, “produzir impacto” – só com a estrutura do palco foram R$ 5.000,00).
Ou seja, queremos educar nosso público a, justamente, não serem apreciadores da promoção sócio orientada dos cânones da cultura privada do “mercado midiático financeiro”, mas a participarem da cultura coletiva do nosso país ao aprenderem a se valorizar, para daí decidirem se pagarão o preço do nosso show. O artista não vai aonde o prejuízo está … Ditadura Monetária Financeira Nunca Mais … Ainda Estamos Bem e Aqui.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
BR’s – Nicolas: Estamos concentrados no trabalho de organização da formação de um quinteto (baixo, bateria, guitarra, teclado e voz) para as próximas apresentações ao vivo e muito focados no estudo da profissionalização da gestão artística.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
BR’s – Nicolas: 420brs420@gmail.com
Instagram: https://www.instagram.com/brs420brs
Facebook: https://www.facebook.com/BRASILEIROAs
You Tube: https://www.youtube.com/@brs0420
Sound Cloud: https://soundcloud.com/brasileiraos
My Space: https://myspace.com/bandabrs