Cantor e compositor, vindo do Vale do Paraíba – interior de São Paulo – Tuia despontou nos anos 90 com a banda Dotô Jéka.
Surgida em 1993, com uma proposta ousada e inovadora de misturar rock com música caipira, a banda DOTÔ JÉKA se destacou pela sua originalidade. Seu primeiro trabalho, que contou com o mesmo produtor dos RAIMUNDOS, foi lançado pela gravadora VIRGIN/EMI.
Após várias apresentações em programas como: XUXA HITS, JÔ SOARES ONZE E MEIA E NO PROGRAMA LIVRE, entre outros, alcançou os primeiros lugares nas rádios do interior de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Nordeste. A versão de “ROMARIA” de Renato Teixeira (que participou do CD) e acabou ganhando também um clipe na MTV com diversas matérias na imprensa escrita, em destaque a revista BILLBOARD americana.
Em 2011 lançou seu primeiro trabalho solo em CD/DVD “Tuia ao vivo” que ficou entre os 20 mais vendidos pela Tratore (distribuidora independente), tendo destaque a música “O CÉU” nas rádios do Nordeste e Minas Gerais.
Veio em 2013 o disco de estúdio “Jardim Invisível”, que trazia uma versão mais intimista e leve do seu folk rock e fez com que Tuia conseguisse fazer uma turnê nacional com êxito, de maneira independente, nos moldes da canção estradeira de Renato Teixeira “Amanheceu peguei a viola enfiei na sacola e fui viajar…” O disco foi escolhido entre mais de dois mil títulos, para concorrer ao Prêmio da música Brasileira.
Em 2016 Tuia lançou seu terceiro disco “Reverso Folk” (pela primeira vez distribuída por uma grande gravadora a Sony music). Produzido no Vale do Paraíba (interior de SP) e São Paulo, o disco vem com esse tom natural rural urbano, mas que sai do caminho das raízes e dos novos “indies alternativos”, mantendo uma identidade mais “pop” e “brasileira”.
“Reverso” significa uma volta aos textos poéticos a serviço da melodia e esteticamente soa quase como uma “subversão” ao folk tradicional, deixando um pouco de lado o ícone Bob Dylan e trazendo a tona os “mestres” do folk brasileiro como Zé Geraldo em “Ainda a mosca” que traz uma referência “Raul Seixista”, Tavito com “Vermelho coração” mostra o lado mineiro cancioneiro e “Flor” com Guarabyra, convida a todos para uma “nova velha” viagem de volta a estrada dos amores rurais…
O primeiro single “A cor do dia” está na programação da rádio Nova Brasil FM. O disco também foi escolhido pelo importante site de música Tramp, como um dos 100 melhores discos do ano. Tuia tem feito shows com os maiores nomes da geração clássica e da moderna música brasileira, tais como Beto Guedes, Kleiton e Kledir, Tavito, Sá e Guarabyra, Zé Geraldo, Eduardo Araújo, Paulinho Pedra Azul, Marcelo Jeneci, Landau, entre outros…
Em 2017 Tuia, Tavito, Guarabyra e Ricardo Vignini se juntaram para realizar o projeto “As Gerações do folk e rock rural” tendo Tuia como proponente e anfitrião do show… O projeto estreou no edital da Caixa Cultural em Curitiba e Rio de Janeiro, com a turnê correndo para as principais capitais do Brasil, como Sescs e a nova Casa Natura de shows em São Paulo.
Começo do ano de 2018, Tuia fez dois shows com o “Encontro de Gerações” no SESC Vila Maria em SP, com ingressos esgotados, com a gravação do DVD, mais participação especial de Zé Geraldo…
“Versões de Vitrola vol.1” é o novo lançamento pela gravadora Kuarup que traz na voz de Tuia e nos novos arranjos inovação e modernidade para o futuro do folk e rock rural em versões ousadas de grandes clássicos mineiros e pantaneiros como “Espanhola” de Sá e Guarabyra e Flávio Venturinni, “Chalana” que ficou consagrada na interpretação de Almir Sater, “Senhorita” clássico de Zé Geraldo, “Linda Juventude” do 14 Bis que contou com a participação de Ana Vilela (cantora de maior sucesso da nova geração do folk pop, estouro do hit “Trem bala”) e Começo meio e fim de Tavito que foi um estouro na versão do Roupa Nova.
Também conta com um lado mais pop com a regravação de “Tudo é possível” de “Kiko Zambianchi” feita por encomenda com exclusividade para a rádio Nova Brasil FM. O trabalho também traz o frescor de duas canções de autoria de Tuia chamada “Flor”; “Céu”.
O disco foi produzido e mixado por Juliano Cortuah (produtor de grandes novos nomes do folk pop como Ana Vilela, Ana Vitoria e Outro Eu…) no estúdio Nave 33 RJ e masterizado por Felipe Tichauer no Redtraxxmusic em Miami (ganhador de 06 grammys latino) e Alexandre Fontanetti no Space Blues estúdio em São Paulo (produtor paulista de grandes nomes da MPB como Nando Reis e Zeca Baleiro).
A versão de “Linda Juventude” está na programação das maiores rádios de MPB do país como Nova Brasil FM, Alpha FM entre outras… E está entre as mais pedidas! A segunda música de trabalho “Tudo é possível” foi lançada exclusivamente pela rádio Nova Brasil FM em rede nacional.
“Tuia, parabéns pelo lançamento do cd Reverso folk, engrossando nossa turma do folk rock nacional. Interpretação e pegada forte, antevendo uma grande história nas estradas da canção. É um dos nossos” – Zé Geraldo.
“Eu, Zé Geraldo e Tavito somos da geração que está entregando o bastão… e está sendo muito bem entregue a pessoas e artistas como o Tuia” – Guarabyra.
E no final de novembro de 2019 entra em estúdio para gravar mais uma de suas grandes canções: “Céu” com participação da artista Elba Ramalho, que será lançada no final de dezembro nas grandes rádios MPB do Brasil!
Segue abaixa entrevista exclusiva com Tuia Lencioni para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 28.11.2019:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Tuia Lencioni: Nasci no dia 28.10.1972 em Jacareí Vale do Paraíba São Paulo. Registrado como Luís Gustavo Lencioni Pereira, conhecido artisticamente como Tuia ou Tuia Lencioni.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Tuia Lencioni: Acho que bem cedo, bem pequeno ainda… Ouvia minha mãe escutar os discos do Milton Nascimento, Taiguara, Secos e Molhados, Beatles em casa… E na adolescência nos anos 80 com o rock nacional rolando, montei minha primeira bandinha de colégio e já comecei a compor minhas primeiras músicas…
03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?
Tuia Lencioni: Minha formação foi até o segundo ano de faculdade de Comunicação Social… Mas desisti logo porque a música tomava conta da minha vida (risos). Estudei Violão e Canto por um tempo, mas sou mais intuitivo que técnico…
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Tuia Lencioni: Minhas influências sempre foram muito parecidas sempre ligadas ao MPB e ao Rock… Desde Milton Nascimento, Clube da Esquina, Tavito, Zé Geraldo, Sá e Guarabyra, Renato Teixeira, Barão Vermelho, Titãs, Zeca Baleiro, Moska, Lenine até Beatles, Led Zeppelin, Black Sabbath, The Doors… Adoro bandas de rock dos anos 80 e 90 também…
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Tuia Lencioni: Desde adolescente lá pelos 16 anos de idade já comecei a ganhar um dinheiro cantando… Acho que sempre tive essa vocação de ser empreendedor mesmo. Interessava-me em ser profissional e pelas as nuances de produção e do show business… Depois disso com 23 anos assinei meu primeiro contrato com a gravadora Virgin com minha banda Dotô Jéka nos anos 90…
06) RM: Quantos CDs lançados?
Tuia Lencioni:
- Em 1996 o CD – Dotô Jéka – “Rock rural” (Virgin) com participação de Renato Teixeira.
- Em 1998 o CD – Dotô Jéka – “Rock Rural Fogo de Palha”.
- Em 2004 o CD – Tuia e Dotô Jéka – “Rock rural mpb”.
- Em 2010 o CD – Tuia ao vivo, “Pop MPB Rock Rural” (primeiro solo Tratore).
- Em 2013 o CD – Tuia – “Jardim Invisível”, (MPB).
- Em 2015 o CD – Tuia – “Reverso Folk” (pela Sony) (Folk pop rock” part. Guarabyra, Tavito, Ricardo Vignini, Zé Geraldo.
- Em 2016 o CD – Tuia ao vivo Estúdio Livre ( part. Tavito e Zé Geraldo).
- Em 2019 o EP – Tuia “Versões de Vitrola vol.1” (Pop MPB rock pela kuarup) part. Ana Vilela.
- Em 2020 CD – Tuia “Versões de Vitrola” (Kuarup) part. Elba Ramalho. As músicas que mais tem destaque são: “Flor”, “Céu”, “Pote azul”, Bar de beira”…
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Tuia Lencioni: Acho que estou entre PopMPB, Rock rural…
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Tuia Lencioni: Sim, por dois anos em um Conservatório.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Tuia Lencioni: Diria que é necessário pra qualquer cantor no desenvolvimento da sua capacidade e conhecimento do seu instrumento VOZ. Sem isso você pode ter problemas de saúde na voz, principalmente com o passar dos anos…
10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?
Tuia Lencioni: Cássia Eller, Elis Regina, Maria Bethânia, Filipe Catto, Rod Stewart, Bono Vox, Frank Sinatra, Guarabyra, Ney Matogrosso, entre muitos…
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Tuia Lencioni: Não sei se tenho um processo definido, mas na maioria das vezes trabalho numa melodia primeiro no violão e depois na letra, mas a inspiração é algo que não se controla. Como dizem: 10% de inspiração e 90% de transpiração…
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Tuia Lencioni: Guarabyra, Zé Geraldo, Tavito…
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Tuia Lencioni: Gravei em parceria com Guarabyra, Tavito, Zé Geraldo e Elba Ramalho…
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Tuia Lencioni: Acho que hoje em dia só se consegue ter uma carreira independente… A questão é que mais do que nunca o artista tem que desenvolver o lado empreendedor para sobreviver nesse mercado musical tão difícil…
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Tuia Lencioni: Sou 50% produtor e 50% artista… Procuro trabalhar com projetos de shows com parcerias, editais e lei de incentivo pra ter um retorno financeiro que possa pagar as contas e ter dinheiro para reinvestir em assessoria de imprensa, Rádio e TV…
No palco tem que ter um show que seja muito bom, porque é o nosso principal produto hoje em dia!
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Tuia Lencioni: Ajuda como acesso ao seu público, mas hoje em dia a internet virou mais uma mídia… A rádio e TV ainda são muito importantes no segmento de MPB… Acho que o prejudicial é ter facilitado tanto o acesso à produção musical que se banalizou um pouco a arte… Qualquer pessoa hoje faz uma produção, mas diferenciada e artística ainda são poucos… Isso faz com que fiquem escondidos nessa pulverização…
17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Tuia Lencioni: Primeiro mesmo que você consiga gravar em casa, um produtor bom ainda faz muita diferença! Porque as pessoas irão ouvir uma produção diferenciada… É esse produto que vai para o mundo…
No meu caso minha estética é mais vintage então procuro gravar com músicos e equipamentos que façam meu som soar dessa forma… Tento desenvolver mais a essência da canção, letra, poesia e melodias que realmente tenham emoção…
18) RM: Como você analisa o cenário musical. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Tuia Lencioni: Acho que houve certa estagnação nesse cenário musical. Muita gente fazendo a mesma coisa. Não tem um nome particularmente fazendo de uma forma diferenciada…
19) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Tuia Lencioni: Zé Geraldo, Almir Sater, Zeca Baleiro, Nando Reis, entre outros…
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?
Tuia Lencioni: Acho que aconteceram todos os exemplos que você deu (risos). Pior foi ter tocando numa casa onde foi invadida pela polícia e ter tomado geral em cima do palco (risos).
21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Tuia Lencioni: Feliz com o reconhecimento. Poder cantar para um público cada vez maior e logicamente poder ganhar dinheiro pra viver da minha música e investir nela. O mais triste é a falta de reconhecimento, de profissionalismo, as panelas e um público desinteressado…
22) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?
Tuia Lencioni: Sou do Vale do Paraíba e aqui temos bem poucos ou quase nenhum artista fazendo sua própria arte… A maioria vive de cover…
23) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?
Tuia Lencioni: Matheus Reis…
24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Tuia Lencioni: Em rádios populares e comerciais FM ou AM com certeza não! Mas o jogo sempre foi assim (pagar para tocar na programação), acho meio hipocrisia às pessoas ainda não entenderem isso até hoje…
25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Tuia Lencioni: O novo artista não adianta só colocar música na internet… Vai ter que conseguir tocar ao vivo em muitos lugares e ser um artista de palco também… Descobrir o principal pra se transformar num grande artista, sua própria identidade! Mas a carreira musical não é pra todos…
26) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Tuia Lencioni: Os Festivais de Música são válidos, mas talvez hoje estejam um pouco menos divulgados… Eu não gosto dessa coisa de julgamento e competição, mas é uma experiência e uma forma de ganhar um dinheiro.
27) RM: Na sua opinião, hoje os Festivais de Música revela novos talentos?
Tuia Lencioni: Acho que para se aprimorar e ganhar experiência sim, mas para ser conhecido para um público maior e pela grande mídia não mais…
28) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Tuia Lencioni: Hoje em dia o jornalismo musical da grande mídia ficou preso a repercussão das redes sociais primeiro… E a necessidade de gerar visualizações… Perdeu muito o papel de descobrir novos talentos…
Perdeu a credibilidade afinal… Não ter formadores de opinião faz com que não haja critério para apresentação a um público mais interessado e isso acabou na mão de uma massa que as vezes só reproduz a música mais fácil, mais rasa…
29) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Tuia Lencioni: Muito importante! Mas existe o perigo de ficar só na mão de poucos que decidem e pode se transformar num monopólio cultural que acaba funcionando muito parecido com o mainstream…
30) RM: O circuito de Bar na sua cidade é uma boa opção de trabalho para os músicos?
Tuia Lencioni: Para a sobrevivência de músicos de cover só!
31) RM: Quais os seus projetos futuros?
Tuia Lencioni: Lançar meu disco “Versões de vitrola” no começo de 2020 pela gravadora Kuarup e fazer muitos shows… Até o fim de 2020 gravar o próximo trabalho só de inéditas!
32) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Tuia Lencioni: www.tuiaoficial.com.br | www.instagram/tuiaoficial | [email protected]