O tecladista, compositor, professor e produtor musical gaúcho Thiago Marques é formado em Música pelo Centro Universitário Metodista – IPA.
Com forte base no Rock, atua ativamente como instrumentista em diferentes gêneros musicais, trabalhando com bandas e artistas do meio pop, gospel, heavy metal e eletrônico. Músico de palco e estúdio, tem se destacado como tecladista e pianista em diversas bandas e projetos, trabalhando em shows, eventos, workshops, cursos e gravações. Thiago Marques iniciou seus estudos aos cinco anos de idade. O interesse pelas teclas surgiu com um pequeno pianinho de brinquedo, que o levou ao estudo do órgão elétrico. Em seguida, foi presenteado com seu primeiro Teclado. Como toda criança curiosa, começou a testar timbres e acompanhamentos – um resultado que surpreendeu até mesmo a sua professora. Aos 13 anos de idade, já dava os primeiros passos ao formar uma banda com os amigos. Desde lá já entendia que queria fazer daquilo, um dia, sua profissão. Thiago dedicou-se ao aprimoramento de seu talento, realizando aulas com Nilson Ferreira e Alexandre Massena, dois grandes pianistas. Feze cursos ligados à teclados, sintetizadores, produção e teoria musical, dentre eles o “Música e Tecnologia”, curso de extensão universitária ministrado pelo Departamento de Música Eletrônica da UFRGS e o “Introduction to Music Production” Berklee College of Music/Cousera. Sua primeira experiência em estúdio e gravando um álbum, foi aos 16 anos de idade com a banda P49, que estava preparando seu disco de estréia chamado “O Verbo”. Seu talento chamou a atenção de Michael Polchowicz (Hangar, Venus Attack, OSPA), que o convidou para fazer parte de um projeto chamado “Journey Night” – covers de grandes sucessos da banda Journey. Na época, Thiago e Michael iniciaram uma parceria, que lhes renderam composições marcantes, gravadas em seus projetos individuais.
Thiago na linha do heavy metal fez parte de uma banda emergente do estilo chamada “Katana” e junto com o grupo recebeu prêmios de escolha popular e escolha da crítica especializada na categoria “Banda Revelação” do website HeavyRS”. Com a Katana, gravou o single “Eyes in the Dark” e fez uma turnê de divulgação. Na mesma época fez parte da banda “Castelo Forte” – um dos expoentes do rock cristão no Rio Grande do Sul – gravando o EP “Recomeçar” e, em um momento seguinte, criando arranjos acústicos de músicas da banda para uma mini tour. Diversas vezes foi convidado para acompanhar músicos de talento, como Luciano Manga (Oficina G3, Vineyard, solo) em 2008. Em 2006, foi convidado a dar aulas em uma das maiores escolas de música do Rio Grande do Sul, Tio Zequinha, conhecida por ter sido fundada por um dos membros da Família Lima. A escola de música proporcionou a possibilidade de participar de apresentações anuais no Theatro São Pedro e no conhecido “Natal Luz” da cidade de Gramado – RS. Ele também tem uma rica experiência na música eletrônica, fazendo parte do projeto Sax&Phone in Concert, inclusive compondo e produzindo a música “Smile on Your Face”, que contou com a participação da cantora Nalanda. Com o Sax&Phone in Concert tocou em algumas das maiores casas noturnas do Rio Grande do Sul, recebendo a oportunidade de fazer parte da apresentação da cantora norteamericana Julie Mcknight. Outro momento marcante neste projeto foi a realização do show de abertura da banda Tears for Fears, no Pepsi On Stage em Porto Alegre. Com a cantora pop Nalanda realizou apresentações fazendo parte de sua banda. Thiago fez uma composição para homenagear o Sport Club Internacional em seu centenário – a música “Século de Vitórias”, que se aproxima da marca dos 50.000 acessos no YouTube.
Thiago ainda segue carreira de músico em eventos diversos com um trabalho voltado para a “Lounge Music”. Neste formato, tocou para um público bastante seleto em restaurantes de alta gastronomia, hotéis de luxo da serra gaúcha, desfiles de moda, lojas de grife, jantares particulares e corporativos, com destaque para as recepções realizadas pela Fundação Bienal do Mercosul, Associação dos médicos da PUC-RS, Grêmio Náutico União e Grupo Austral Agency durante o Festival de Cinema de Gramado-RS.
Atualmente, tem se dedicado a um projeto instrumental, de caráter único, chamado “GranDense”. Com o baterista Ébano Santos, tem explorado a integração dos dois instrumentos em músicas de estilo híbrido. As composições exploram o jazz, rock, heavy metal e música eletrônica. No duo de Teclado e Bateria, tem o desafio de criar tendo o teclado como o único responsável por melodias e harmonias, sempre mantendo a característica de um “som pesado”. Com diversos workshops ministrados na região sul e sudeste do Brasil, destaca-se as apresentações na ExpoMusic edição 2014 realizada na ExpoCenter Norte em São Paulo-SP. Em abril de 2015 foi lançado o primeiro álbum instrumental intitulado “GranDense”, que tem recebido comentários muito positivos de diversos profissionais do meio musical e revistas especializadas no ramo como Modern Drummer Brasil, Teclas & Afins e Keyboard.
Em junho de 2015 o músico organizou e ministrou o curso: TECLADO – Uma ferramenta para composição, gravação, produção e performance e em maio de 2016 o curso: Produção Musical e Teclado, juntamente com o tecladista e produtor Fábio Laguna (Hangar, Freakeys).
Segue abaixo entrevista exclusiva com Thiago Marques para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 09.01.2017:
01) Ritmo Melodia : Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Thiago Marques : Nasci no dia 08/06/1986 em Porto Alegre – RS.
02) RM : Fale do seu primeiro contato com a música?
Thiago Marques : Um de meus primeiros brinquedos ainda quando bebê, foi um pianinho vermelho que sempre gostei muito.
03) RM : Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?
Thiago Marques – Licenciatura em Música pelo Centro Universitário Metodista – IPA.
04) RM : Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Thiago Marques : Gosto muito do trabalho do Tecladista Derek Sherinian, acompanho há muitos anos. Posso citar também os trabalhos do Fábio Laguna e Jean Carllos.
05) RM : Quando, como e onde você começou a sua carreira profissional?
Thiago Marques : Iniciei minha carreira profissional em 2003, gravando e fazendo shows com a banda P49 no Rio Grande do Sul.
06) RM : Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que entraram no gosto do seu público?
Thiago Marques : Lancei três discos. O CD – Verbo – P49 em 2003; o CD – Recomeçar – Castelo Forte em 2006; CD – GranDense – GranDense em 2015.
Estes álbuns são essencialmente de “Rock” e deles participaram: Ezequiel Correa, Emmanuel Prestes, André “Canhoto” Carvalho, Marcelo Fassbinder, Alex Ferreira, Alexandre “Xandão” Ramos, Elias Frenzel, Davi Piangers, André Carvalho “RODA”, Ébano Santos.
As músicas: “Vida Nova – P49”, “Nada vai me impedir – Castelo Forte” e “Lobo Guará – GranDense” se destacaram nestes trabalhos e foram bastante comentadas.
07) RM : Como você define seu estilo musical?
Thiago Marques : Rock experimental (Free Stlyle). Sou essencialmente “roqueiro”, mas gosto de “música boa” e bem feita. A música que faço hoje tem influência de rock, metal, eletrônica, jazz, blues, música brasileira, música gaúcha, e mesmo dentro destes “gêneros” existem outros vários “subgêneros” para determinar o que é cada coisa, mas eu não me preocupo muito com isso! Só para pesquisar, na hora de fazer. Música é música.
08) RM : Como é o seu processo de compor?
Thiago Marques – Gosto muito de trabalhar com sons, timbres diferentes. Sempre que encontro algum som interessante começo a improvisar algo que valorize aquela escolha e assim começo a criar um “núcleo” ou uma ideia que depois será desenvolvida em uma música.
09) RM : Quais são seus principais parceiros de composição?
Thiago Marques : Atualmente, Ébano Santos (baterista). Meu parceiro de GranDense.
10) RM : Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Thiago Marques : Se tem total liberdade e ao mesmo tempo total responsabilidade pelos custos do trabalho.
11) RM : Quais as estratégias de planejamento da sua carreira musical dentro e fora do palco?
Thiago Marques : Invisto tempo em aperfeiçoar meu trabalho como músico, seja estudando/praticando/fazendo cursos. E também procuro me aprimorar em outras áreas, como marketing, novas tecnologias, comportamento social, frequentando feiras, eventos, dialogando com outros músicos e outros profissionais que fazem parte do nosso setor.
12) RM : Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Thiago Marques : Utilizo bastante minhas redes sociais na internet e procuro ter bastante contato com todos do meio profissional que estou inserido. Muitos destes são grandes parceiros e, desta forma, auxilio em seus trabalhos sempre que posso e também recebo apoio positivo dos mesmos.
13) RM : O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Thiago Marques : A internet é uma ferramenta sensacional se usada da maneira correta e na medida certa. O lado negativo é que qualquer pessoa pode facilmente se iludir olhando para “números” e estatísticas “virtuais” ao invés de preocupar-se diretamente do seu desenvolvimento musical e na solidificação de uma carreira séria na área.
14) RM : Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia de gravação (home estúdio)?
Thiago Marques : A vantagem é a facilidade e a democratização dos processos de produção. A desvantagem é a sensação de “trabalho fácil” que este acesso acaba gerando em pessoas que não se importam com a qualidade do produto final.
15) RM : No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Thiago Marques : No meio musical, sinceramente, não me preocupo com “concorrência”. Não me sinto concorrendo com ninguém profissionalmente. Atualmente tive a oportunidade de participar de um concurso promovido pela empresa Santo Ângelo e desde minha inscrição, aproveitei para fazer novos contatos, conhecer o trabalho de colegas muito talentosos que até então desconhecia. Com certeza se houvesse possibilidade no futuro, recomendaria o trabalho de vários de conheci ali ou até trabalharia em conjunto. Foi uma grande experiência. Sobre o que faço para me diferenciar, realmente procuro ter uma identidade musical forte e natural, ter atitude no meu trabalho e não copiar.
16) RM : Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Thiago Marques : Admiro muito o trabalho da banda Jota Quest, são músicos muito competentes e eles fazem um trabalho como banda muitíssimo bem, prova disso é que seguem firmes, fortes, indo além e representando o Brasil no exterior.
É difícil falar se o trabalho de alguém “regrediu”, a verdade é que o mercado musical mudou completamente desde que iniciei neste meio, algumas bandas conseguiram se adaptar bem a esta mudança, mas ainda estamos em uma época de transição. O mercado musical ainda não está totalmente estabilizado no país como era antigamente (Bandas/Produtoras/Gravadoras/Mídias/Shows/Público) e a “cena” musical sobrevive como pode. Mas, sempre haverá música!
17) RM : Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Thiago Marques : Aquiles Priester. Tive a felicidade de poder ter conhecido pessoalmente já há vários anos atrás e sempre aprendo com o seu exemplo nestes dois aspectos. Profissionalismo e qualidade artística.
18) RM : Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Thiago Marques : Uma vez, logo no início da carreira, via os shows com grandes Tecladistas usando vários Teclados e eu tinha um só. Então para um dos shows que faríamos na época peguei mais um Teclado emprestado de um dos membros da banda. Este Teclado tinha uma série de “ritmos brasileiros” para usar como acompanhamento eletrônico. E em uma das mudanças de som no Teclado, acabei ativando este recurso. Aí no final da música, uma das nossas mais pesadas do repertório, acabou sendo finalizada com uma bossa nova eletrônica.
19) RM : O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Thiago Marques : Para quem sonhou em ser músico, todo dia trabalhando é a realização de um sonho; seja um dia bom ou não! Depende muito do seu ponto de vista pessoal, mas eu sou feliz com o que faço!
20) RM : Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?
Thiago Marques : Em Porto Alegre existem muitas casas para bandas cover. Temos a famosa “Cidade Baixa” com vários bares de “Som Brasil”. Fico triste de ver o espaço das bandas autorais diminuindo. As bandas existem e continuam se formando, mas os espaços estão reduzidos. Espero não ver o futuro de bandas só na internet!
21) RM : Quais os músicos, bandas da cidade que você mora você indica como uma boa opção?
Thiago Marques : It’s All Red, TanLan, Hangar, Venus Attack, Banda Dublê, Nalanda, Melody Sixz, ZeroDoze, Hibria.
22) RM : Você acredita que sem o pagamento de jabá suas músicas tocarão nas rádios?
Thiago Marques : Sim, em algum programa de música instrumental bem específico.
23) RM : O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Thiago Marques : Quem quer fazer: FAZ!
24) RM : Quais os Pianistas e Tecladistas que você admira?
Thiago Marques : Derek Sherinian, Fábio Laguna, Jean Carllos, Jonathan Cain, Jordan Rudess, Jon Lord, Stevie Wonder, Elton John, Chick Corea, Duke Ellington, Tom Jobim, Keith Jarret, Cesar Camargo Mariano, Nelson Ayres.
25) RM : Quais os compositores de rock que você admira?
Thiago Marques : Freddie Mercury, Lennon/McCartney, Chris Cornell, U2, Nando Reis.
26) RM : Quais os discos que você atuou como produtor musical?
Thiago Marques : Albuns integrais, GranDense.
27) RM : Quais os cantores(as) e bandas que você já acompanhou como Tecladista?
Thiago Marques : Ramo Novo, P49, Castelo Forte, Katana, Journey Night, Artheria, Michael Polchowicz, Banda Dublê, Nalanda, Julie McKnight, Gusttavo Cunha, Sax & Phone In Concert, Luciano Manga, Aretha Lima, Le Tícia, entre outros trabalhos.
28) RM : Nos apresente a sua metodologia como professor de Teclado?
Thiago Marques : Gosto muito de pensar e ensinar a música como forma de linguagem. Simpatizo com a filosofia e a metodologia do método Suzuki neste aspecto. Não utilizo “cartilhas” de exercícios ou repertório fechado para desenvolver as aulas, procuro deixar estes pontos mais livres para desenvolver com cada aluno. Interesso-me também pelos trabalhos de Dalcroze e Kodály.
29) RM : Quais as principais diferenças entre as técnica de Piano e Teclado?
Thiago Marques : Bem, a “técnica pianística” tem uma tradição de muitos e muitos anos e traz consigo formas bem específicas de se tocar o piano, digitações, posturas corporais. Minha opinião é de que neste ponto o Teclado é mais livre, pode-se tocar sentado, de pé, existem os mais variados suportes com diferentes alturas e inclinações e NINGUÉM ira te incomodar por estar tocando de algum jeito diferente se você tocar bem!
Mas um ponto de diferença está muito no peso e profundidade das teclas e no tipo de dispositivo e mecanismo de acionamento do som, que gera uma percepção e reação diferente ao músico que estiver sensível a isso e prestando atenção nestes detalhes. Um exemplo, em meu repertório, eu tenho uma música em 199 bpm com três notas em semicolcheia na mesma tecla (semelhante às palhetadas de guitarras de heavy metal na mesma corda), a reposta rápida de uma mola forte em uma tecla de teclado, favorece muito mais a execução deste tipo de técnica do que uma tecla mais pesada e com resposta mais lenta, como a de um piano.
30) RM : Quais as principais técnicas para se dominar para se tornar um bom Tecladista/Pianista?
Thiago Marques : Toque muito, pratique, gaste tempo com seu instrumento. Cante/cantarole muito, goste de música, tenha interesse, conheça escalas, conheça acordes, cuide a postura/digitação. Toque mais um pouco.
31) RM : Qual a importância dos conhecimentos tecnológicos para o Tecladista?
Thiago Marques : A tecnologia para um tecladista é um diferencial enorme, do tipo que determina quem ficará com a vaga do trabalho! Por ser um instrumento eletrônico, agregou-se muita tecnologia ao instrumento teclado e hoje em dia, além de um instrumento musical proeminente, tornou-se uma das principais ferramentas de estúdio e produção musical.
32) RM : Você é adepto ao uso de VST? Quais você indica para os Tecladista?
Thiago Marques : Sim. Uso o Massive, Sylenth, Kontakt, Virtual Grand Piano e algumas das marcas fabricantes dos próprios Teclados estão disponibilizando os packs VSTs.
33) RM : Quais os Teclados versáteis que você indica atualmente?
Thiago Marques : Desde que comecei a usar controladores, não parei mais! Hoje recomendo o uso de controlador, mas na verdade a oferta de produtos variados é enorme no mercado. Cada Tecladista deve pesquisar e achar o que melhor lhe atende.
34) RM : Quais os Pianos Digitais que você indica atualmente?
Thiago Marques : Recentemente testei o Casio Celviano Grand Hybrid e gostei. Corpo fabricado em madeira, mecanismo e teclas de piano mesmo. O som dele é uma mescla de samples e osciladores para simular a série harmônica e ambiência. Esse mereceu o título de “Piano Digital”.
35) RM : Quais os principais vícios e erros que o estudante de Piano e Teclado deve evitar?
Thiago Marques : Prezar a velocidade em detrimento da “pegada firme” e clareza.
36) RM : Quais os principais erros de metodologia de ensino de música?
Thiago Marques : Buscar primariamente que o aluno “entenda” uma “informação” que está sendo passada. Não basta entender a música para tocá-la. É essencial o conhecimento sim, mas só acompanhado da percepção bem desenvolvida.
37) RM : Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Thiago Marques : Acho que existe uma facilidade natural, como em outras áreas também. Creio que todos podem ter a chance de experimentar e se desenvolver musicalmente, assim como temos a capacidade de falar, entender, perceber e ser percebido. Algumas pessoas se destacam naturalmente de maneira absurda com sua habilidade ou capacidade artística, mas não vejo isso como ponto de limitação para pessoas que têm ou não tem o dom! A música é para todos!
38) RM : Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Thiago Marques : Esse ponto tem várias linhas de pensamento diferentes. Para mim, os pontos positivos que vejo em livros ou métodos de improvisação, é que se o músico se propõe a estudá-los, irá estudar muito. São páginas e páginas e mais páginas de exercícios a serem repetidos por dezenas de vezes.
O contra é que na hora de colocar a idéia musical em prática, às vezes aqueles “licks”, frases, arpejos, escalas “pré-programadas” ficam tão fixas na cabeça e no vocabulário do músico que é difícil variar. E na hora do improviso, da conversa musical, do instinto falar, acaba saindo todas as frases estudadas e repetidas à exaustão.
39) RM : Qual a definição de Improvisação para você?
Thiago Marques : Expressão, a fala do músico, a liberdade de expor suas idéias e sensibilidade de maneira musical e mais natural possível.
40) RM : Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Thiago Marques – Existe improvisação de fato. Recomendo pesquisar entrevistas de Chick Corea e Keith Jarret sobre o assunto.
41) RM : Como chegar ao nível de leitura à primeira vista?
Thiago Marques : Da mesma forma que chegamos a este ponto na leitura “tradicional” de livros, jornais, etc… Fazendo isto diariamente, com coisas diferentes… Estimulamos nossa mente em todo o tempo a reconhecer os símbolos em geral e determinado sons na nossa mente. É assim que nosso cérebro ler, qualquer coisa.
42) RM : Quais os métodos que você indica para o estudo de leitura à primeira vista?
Thiago Marques – Eu gosto dos métodos de solfejo, porque propõe que a pessoa “cantarole” junto e isso é muito importante na percepção do músico. Pois, resumidamente, não há como reproduzir algo que minha mente desconhece, seja ritmo ou melodia (alturas das notas, graves e agudas).
43) RM : Quais os seus projetos futuros?
Thiago Marques : Estou em fase de pré produção do segundo álbum do GranDense. Tenho plano de seguir expandindo horizontes, me aperfeiçoar como músico e profissional e tocar em lugares que ainda não toquei. Fazer minha música ir mais longe e levá-la pessoalmente, não somente através da internet.
44) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?
Thiago Marques : [email protected] | www.facebook.com/thiagomrqs |
www.facebook.com/GranDense | www.youtube.com/thiagopospichilmarques