Tati Falcão embarcou em sua viagem musical de descoberta como cantora profissional pela primeira vez em 2015.
Suas origens estão lá atrás, quando sempre cantou e compôs, mas apenas para se divertir. Após decidir fazer de seu hobby uma carreira musical, hoje compartilha com seus fãs as suas composições. Seu som único tornou-se sinônimo de um estilo musical diferente que fala a mesma língua dos ouvintes.
Músicas e álbuns foram escritos e produzidos para você ouvir e apreciar. O primeiro álbum – “DIFERENTEMENTE” de certa forma, reflete o seu momento de descoberta acerca de vários temas relacionados à vida. Em um estilo pop/rock, Tati Falcão deu vida ao álbum “Diferentemente” exatamente como quis, sem se preocupar com o que acontece na cena musical.
É escutar e descobrir o que pensa a artista neste momento tão singular de sua vida, ao compor essas canções. Após uma pequena pausa, Tati Falcão voltou à cena musical com força total e com ainda mais empenho.
Este álbum representa uma nova etapa na sua carreira como cantora. Com o EP – “TATI FALCÃO ACÚSTICO”, com três músicas inéditas e três regravações a artista criou um de seus trabalhos mais envolventes até hoje, desta vez em uma fase romântica, mas sem perder o seu estilo pop. Escute e desfrute do som de alta qualidade que este álbum tem a oferecer.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Tati Falcão para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 11.11.2019:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Tati Falcão: Nasci no dia 20.02.1974 no Rio de Janeiro – RJ.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Tati Falcão: Desde criança, sempre gostei de música. Mas foi na igreja, já adolescente, o meu primeiro contato com o palco. Na fase adulta, me dei conta de que a minha paixão estava no mundo musical e resolvi compor músicas e cantar de forma profissional.
03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?
Tati Falcão: Sou formada em Direito pela Faculdade Bennett e deixei de lado a arte para me dedicar ao mundo acadêmico e trabalhei, durante anos, no Lima Falcão Advogados, escritório de minha família.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Tati Falcão: Sempre fui amante do pop rock e minhas influências internacionais foram: U2, Aerosmith, Guns N’ Roses, Ozzy Osborne, Kiss, Bon Jovi e os brasileiros: Pitty, Kid Abelha, Jota Quest, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Legião Urbana e Barão Vermelho.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Tati Falcão: Em 2015 dei vazão ao meu talento, iniciando, assim, a gravação do meu primeiro álbum.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Tati Falcão: Em 2018 lancei o meu primeiro álbum – “Diferentemente” no estilo pop rock com muita guitarra, violão, baixo, baterias e teclados. As músicas, a maioria de minha autoria, refletem uma fase de minha descoberta no que tange à vida e a mim mesma, com letras que vão da auto reflexão, como “Espelho”, a questionamentos acerca da origem da nossa existência, como, por exemplo, “Sobre Nós”. Apesar de rockeira, tem no álbum algumas baladas, as quais também caíram nas graças do meu público. No segundo semestre de 2019 lancei o meu EP – Acústico com seis músicas, sendo três baladas gravadas no primeiro álbum e três inéditas, duas de minha autoria e uma em parceria com André Marçal.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Tati Falcão: Pop rock.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Tati Falcão: Sim.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Tati Falcão: De suma importância, já que as cordas vocais são um músculo e, como tal, requerem cuidados para continuarem saudáveis e fortes e fazerem jus a função de cantar.
10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?
Tati Falcão: Paula Toller, Pitty e Roberta Campos. Cada uma no seu estilo.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Tati Falcão: Pode ocorrer de eu estar parada e, do nada, vir uma frase (que pode vir, ou não, acompanhada de uma melodia). Eu, então, anoto a letra e canto, gravando no celular, senão esqueço tudo. Quando vem inteira, deixo lá e só revejo na hora de mostrar ao produtor. Quando vem em frases, reservo um tempo para complementá-la e terminá-la. Pode, também, acontecer de eu querer compor algo aleatório. Nesse caso, pego uma folha e uma caneta (nada de computador) e espero vir. Geralmente vem (risos). E, ainda, há momentos em que intenciono escrever algo específico. Então, escrevo todas as palavras (no tocante ao tema) que me vêm à cabeça para, somente assim, começar a formar uma letra.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Tati Falcão: Até o momento, tenho como parceiro de melodia o cantor e compositor Jonny Smith e de letras, o cantor e compositor André Marçal, meu marido Léo Rebello e a amiga Beatriz Acâmpora (que, apesar de não ser artista, compôs grande parte da letra de “Vida Intensa”, uma de minhas preferidas).
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Tati Falcão: O lado bom é, sem dúvida, a autonomia de ser e fazer o que se quer com a sua arte. O lado não tão bom é ter que ser empreendedor de si mesmo e, portanto, ter de assumir as despesas, divulgação e prejuízos. E, por mais que atualmente seja mais fácil produzir uma música, ainda custa caro fazer isso de forma profissional, bem como divulgar de forma eficaz. Havendo, portanto, alguma estrutura pagante por trás é o ideal para a maioria dos artistas iniciantes. Por outro lado, ao se bancar, no caso de haver algum lucro o artista irá lucrar sozinho. Ainda não sei, todavia, o que é melhor. Estou no processo de quem faz tudo sozinha.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Tati Falcão: Não possuo padrinho ou empresário, faço e pago tudo sozinha. E, sendo assim, a maior parte do meu processo vem sendo bastante empírico e/ou baseado em projetos de artistas já consagrados. Ao entender que a música, para mim, viria como um plano de carreira, eu deixei de lado o amadorismo (vídeos caseiros, roupas sem estilo, fotos amadoras etc.) e parti para o plano B. Foi quando separei boa parte da minha renda para o projeto Tati Falcão (sim, separei o lado artístico do pessoal). A partir de então, contratei um produtor musical, uma produtora de videoclipes, um fotógrafo, uma web designer (para criar a minha logo), um advogado (para registrar a minha marca no INPI), uma figurinista e uma preparadora vocal. E, por fim, repaginei o meu Instagram e Youtube, de forma que ficassem com cara de artista (risos).
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Tati Falcão: Como, até o momento, não tenho empresário, continuo fazendo isso da melhor forma que posso para me promover. Assim, com sete clipes no Youtube que, até o final de 2019, chegarão a dez, conto, ainda, com o meu primeiro álbum já lançado, o qual pode ser ouvido nas principais plataformas digitais, bem como o meu segundo trabalho, que se chamará Tati Falcão Acústico, que poderá, em breve, também ser encontrado nessas mídias. Isso tudo eu mesma promovo na internet e já estou, inclusive, intencionando contratar uma assessoria de imprensa.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Tati Falcão: Acredito que somente ajuda, na medida em que, não fosse ela, como não tenho ninguém por trás de mim, bem como nenhum padrinho, talvez eu fosse conhecida somente pelos meus vizinhos (risos).
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia de gravação (home estúdio)?
Tati Falcão: Tenho um estúdio na minha casa, ideia que, aliás, fez parte do meu projeto inicial e, nele, gravo as pré-produções, faço ensaios e, atualmente, recebo amigos músicos para fazerem o mesmo.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Tati Falcão: Não me preocupo muito em ser ou fazer algo para me promover. Apenas sigo o meu instinto e a minha forma de fazer música. O que posso dizer é que, exatamente por isso, talvez eu tenha desenvolvido o meu próprio estilo de compor e de cantar. Bem, dizem que eu tenho o meu estilo peculiar de ser (risos).
19) RM: Como você analisa o cenário do rock nacional. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Tati Falcão: Penso que o rock nunca foi e nunca será o estilo de música preferido do brasileiro. Porém, houve uma época em que o estilo foi mais popular no país. E, ao menos para a nossa felicidade (rockeiros), está novamente entrando, ainda que timidamente, na cena musical. Mas, ainda não há, no cenário atual, revelações como Queen e Legião Urbana, só para citar alguns exemplos de obras que encantaram o público e marcaram gerações.
20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Tati Falcão: Paula Toller, Pitty e Roberta Campos.
21) RM : Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Tati Falcão: Após meses de ensaio veio, finalmente, o primeiro show. Era em uma casa de certa notoriedade na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro e a ocasião, um casamento. Porém, como foi agendado de última hora e eu tive de passar a tarde toda em um estúdio, gravando vários vídeos para um canal de TV, fomos (eu e os músicos) direto para o evento. Como o tempo era muito curto, não deu tempo para passar o som. Resultado: um fiasco. O som estourando nas caixas e as pessoas reclamando do barulho e eu, obviamente, nunca mais retornei ao local. Depois disso, quase desisti de tocar a carreira musical. Mas, um mês depois, fui convidada pelo meu amigo André Marçal para fazer parte de um projeto musical de músicos independentes e tudo voltou a fazer sentido para mim e, desta vez, com novos rumos em vista.
22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Tati Falcão: Amo criar música, gravar e cantá-la e ver o público curtindo tudo isso. Por outro lado, principalmente no início, deparei-me com um mercado musical frio e calculista e esse contraste com a arte foi, pra mim, decepcionante, uma vez que, na minha cabeça de artista, fazer arte é o que mais importa e o lucro é apenas consequência (ou não). Mas, hoje sei que um depende do outro. O artista precisa também ter uma mente técnica. Do contrário, é engolido pelos tubarões.
23) RM: Apresente-nos a cena musical da cidade que você mora.
Tati Falcão: Aqui no Rio de Janeiro há muita diversidade de sons. Há bairros em que há bastante aceitação do pop rock. Já em outros bairros, o que predomina é o Funk, Sertanejo e Samba.
24) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?
Tati Falcão: Atualmente participo do projeto acima mencionado, o qual tem músicos maravilhosos, que valem a pena ser ouvido: André Marçal, Juçara Freire, Joyce Kelly, Marvin Bernardo, Maycon Jonas, Canthidio Vallete, Perlla Cortazzo, Jonny Smith, Lunna Caiado, Lenna Pablo e Luna Magalhães.
25) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Tati Falcão: Acredito que há duas formas de se fazer sucesso na grande mídia: com o bom e velho jabá e com um milagre (risos).
26) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Tati Falcão: Que, acima de tudo, acredite neste sonho. Então, faça músicas. A partir daí, que trace um plano de carreira musical. Em seguida, reserve um dinheiro para isso. E se ponha em movimento. Parado, guardando as músicas no laptop, ninguém chegará a lugar algum. E, uma vez iniciada a divulgação do trabalho, não tenha medo de errar. E de errar muito. Para, somente então, começar a acertar. Tudo isso faz parte de uma trajetória de sucesso.
27) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Tati Falcão: Nunca participei de Festival de Música. Mas, hoje vejo com bons olhos por ter amigos que participam. Não vejo contras; até porque nunca participei (risos). O que posso dizer é que, ao se expor, o artista começa a ser conhecido pelo público, bem como por empresários e pela grande mídia. Eu só diria algo a respeito, no sentido contrário: jamais se apresente em um palco (ainda mais de um Festival de Música) sem ensaiar e saber que está preparado. Do contrário, você pode estar perdendo a oportunidade da sua vida. Já pensou se, neste Festival de Música, há um empresário disposto a captar artista de peso e você, por despreparo, passou despercebido ou, o que é pior, foi bem percebido com um péssimo intérprete ou instrumentista?
28) RM: Na sua opinião, hoje os Festivais de Música revela novos talentos?
Tati Falcão: Não é o que vejo na cena atual dos Festivais de Música, mas, pelo que disse acima, nunca é demais estar preparado para ser descoberto.
29) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Tati Falcão: Penso que a grande mídia é tendenciosa. O que ela cobre e mostra não reflete, muitas vezes, o gosto musical do país. Daí a importância de se fazer o que gosta, com empenho e profissionalismo, pois esse já é meio caminho andado para o sucesso; que não se traduz somente em estar na grande mídia.
30) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Tati Falcão: Penso que devemos insistir para que a cultura volte a ser, realmente, cultura em nosso cenário musical. Devemos promover mais Festivais de Música, com cada vez mais incentivo e divulgação dos artistas, sem esperar que a grande mídia o faça. Somente assim voltaremos a ter arte de qualidade no nosso país.
31) RM: O circuito de Bar na sua cidade é uma boa opção de trabalho para os músicos?
Tati Falcão: Está cada vez pior, por conta da crise que assola o país e que, consequentemente, afeta o poder aquisitivo dos contratantes. Isso, somado à enorme demanda de músicos que, também sem dinheiro, está à disposição desses estabelecimentos, vem acarretando uma deturpação do que é, em si, o trabalho de um bom músico. O resultado é um cachê ínfimo, por horas de show.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Tati Falcão: No momento, estou gravando um EP acústico, com três músicas do primeiro álbum e três inéditas. Estou, também, em negociação com uma gravadora e, ainda, com dois canais de TV por assinatura para divulgação de meus videoclipes. Atualmente canto em shows de amigos, mas já tenho planos para o meu show de estreia, que contará com a participação de vários amigos cantores. Penso, também, em inscrever-me em Festivais de Música. No mais, estou aberta para o que a vida me reservar, pois o que me cabe eu estou fazendo. O que foge à minha alçada é o que, de fato, não posso fazer e, por isso, espero acontecer. Estou me divertindo demais, fazendo o que amo e conhecendo pessoas muito bacanas que estão fazendo parte da minha nova trajetória.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
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