More Sivuca e Glória Gadelha »"/>More Sivuca e Glória Gadelha »" /> Sivuca e Glória Gadelha - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Sivuca e Glória Gadelha

Sivuca
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O cantor e compositor paraibano Sivuca (Severino Dias de Oliveira – nascido em 26 de maio de 1930 em Itabaiana – PB e falecido em 14 de dezembro de 2006 em João Pessoa) é respeitado no meio musical e é uma unanimidade entre os músicos como sendo um patrimônio musical e cultural brasileiro inigualável.

Músico que uni duas características importantes: alma e virtuosismo musical. Iniciou seu contato com a música na sua cidade natal, Itabaiana, no interior da Paraíba. Seu primeiro conservatório musical foi à sombra de uma Gameleira.

Estudo música erudita, mas a sua musicalidade híbrida unida à técnica apurada, um ouvido absoluto invejável e desejado por todo músico faz esse albino ser respeitado e considerado como um gênio musical. Desde a década de 50 que divulga a música popular brasileira pelo mundo e encantou músicos do Jazz americano. A música flui dos dedos e criatividade desse acordeonista, pianista, violonista com naturalidade e simplicidade de criança fazendo traquinagem no terreiro.

A sua esposa, parceira musical Glória Gadelha divide composições que fizeram sucesso na voz da dupla e de outros cantores como: “Feira de Mangaio”. Agora dividem o palco com um show acústico: Voz, Violão, Piano e Acordeon. Glória toca Acordeon, Violão e canta. O show mostra toda a criatividade e genialidade desses dois artistas que uniram a música ao amor em uma cumplicidade desnuda que tem como frutos as lindas composições. Vê-los no palco em ritmo, melodia e harmonia foi um êxtase de emoção.

Segue entrevista exclusiva com a dupla Sivuca e Glória Gadelha no Sesc Vila Mariana – São Paulo para a www.ritmomelodia.mus.br,  entrevistados por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em dezembro de 2002:

01) Ritmo Melodia: Gloria Gadelha, fale da sua parceria amorosa e musical com Sivuca.

Gloria Gadelha: Está sendo uma parceria muito antiga e feliz, que enche meu coração e minha vida de alegria e felicidade. Compomos muitas músicas, um dos maiores e freqüentes parceiros de músicas como: “Como é Grande e Bonita a Natureza”; “Feira de Mangaio”; “Energia” e muito outras.

02) RM: Gloria Gadelha, fale da sua formação musical.

Gloria Gadelha: Eu estudei muito quando jovem. Minhas primeiras professoras foram freiras e depois estudei com uma prima escolada. Quando sai do interior (Sousa-PB) para Capital (João Pessoa-PB) para atender os desejos da família de estudar Medicina. Meu instrumento de estudo era o acordeon. Parei de tocar quando casei com Sivuca, por ter me tornando uma dona de casa. Lancei em 2000 o CD: “Ouro e Mel” pela CPC UMES, produção musical de Sivuca. E começamos em 2002 fazer shows pelo Brasil, voltei a tocar em homenagem a ele e compondo para o acordeon. O show é mais acústico e revezamos nos instrumentos: ele toca piano e eu canto e toco violão. Depois toco acordeon e canto e Sivuca toca violão. Depois ele toca acordeon e eu canto.

03) RM: Sivuca, fale de sua formação musical.

Sivuca: Comecei como autodidata, depois estudei teoria musical e com o maestro Guerra Peixe, desenvolvi a parte musical mais profunda como: Harmonia, Orquestração e Contraponto. Fiz alguns cursos musicais no exterior, mas o meu instrumento primordial é o acordeon.

04) RM: Fale do respeito e admiração que músicos brasileiros e estrangeiros têm da sua pessoa e do seu trabalho.

Sivuca: Antes de FHC (ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso) falar de globalização, eu e mais oito brasileiros começamos a globalização através da música com o Forró. Levando e divulgando em 1958 a nossa música popular brasileira na Europa.  Eu tenho feito como sacerdócio a divulgação da nossa querida música popular brasileira no exterior. Hoje sinto a necessidade de divulgar a nossa música no próprio país. Hoje temos terreno fértil para expandir a nossa música.

05) RM: Fale da sua participação no filme: Viva São João e da importância do mesmo para a cultura nordestina.

Sivuca: Eu e Gloria Gadelha fomos um dos entrevistados para o filme. Não vi ainda o filme. Mas parece-me que o filme teve uma boa repercussão e nossa entrevista foi bem aceita pelo público.

06) RM: Na sua entrevista para o filme: Viva São João, você comenta que a palavra Forró para a sociedade nordestina da época era um palavrão. Explique?

Sivuca: A Palavra Forró, Torrado tinha o mesmo significado de baile de porta de rua. Se você chegasse à casa de uma família convidando uma das filhas da casa para dançar num Forró, você no mínimo levava um tiro de sal de espingarda do dono da casa.

07) RM: Fale do seu inicio de carreira no Rio de Janeiro.

Sivuca: Eu tenho duas etapas no Rio de Janeiro. Quando fui contratado pela TV Tupi para trabalhar simultaneamente no Rio e em São Paulo em 1955. Em 1959 sai do país e em 1976 conheci a minha esposa e parceira musical: Glória Gadelha e voltei para o Brasil. Essa foi minha segunda etapa e começou meu grande sucesso como compositor.

08) RM: Sivuca, Fale das suas parcerias musicais.

Sivuca: Em primeiro lugar Glória Gadelha. Depois fiz uma música, que virou hino com Chico Buarque: “João e Maria”.

09) RM: Qual sua discografia? 

Sivuca: Em 2006 o CD – “Terra Esperança” pela Kuarup. Em 2006 o CD – “Sivuca sinfônico” pela Biscoito Fino. Em 2005 o DVD – “O poeta do som”. Em 2004 o CD – “Sivuca e Quinteto Uirapuru” pela Kuarup. Em 2003 o CD – “Cada um belisca um pouco” pela Biscoito Fino.

Em 1997 o CD – “Enfim solo” pela Kuarup. Em 1995 o CD – “Pau doido” pela Kuarup. Em 1990 o LP – “Um pé no asfalto, um pé na buraqueira” pela Copacabana.

Em 1987 o LP – “Sivuca e Rildo Hora: Sanfona e realejo” pela 3M. Em 1987 o LP – “Let’s vavos-Sivuca e guitars unlimited” pela RGE/Young. Em 1986 o LP – “Rendez-vous in Rio” pela Sonet (Suécia). Em 1986 o LP – “Chico’s Bar-Sivuca e Toots Thielemans” pela Young/RGE. Em 1985 o LP – “Som Brasil” pela Sonet (Suécia). Em 1984 o LP – “Forró e frevo 4” pela Copacabana. Em 1984 o LP “Sivuca e Chiquinho do Acordeon” pela Barclay. Em 1983 o LP – “Forró e frevo 3” pela Copacabana. Em 1983 o LP – “Onça Caetana” pela Copacabana. Em 1982 o LP – “Forró e frevo 2” pela Copacabana. Em 1982 o LP “Vou vida afora” pela Copacabana. Em 1980 o LP – “Cabelo de milho” pela Copacabana. Em 1980 o LP “Forró e frevo” pela Copacabana.

Em 1979 o LP – “Sivuca” pela Copacabana. Em 1978 o LP – “Cabelo de milho” pela Copacabana. Em 1977 o LP – “Sivuca e Rosinha de Valença” pela RCA. Em 1975 o LP – “Live from Village Gate” pela Vanguard/Copacabana. Em 1972 o LP – “Sivuca” pela Copacabana. Em 1970 o LP – “Natural feelings” pela Buddah Records. Em 1970 o LP – “Joy” pela RCA (USA).

Em 1969 o LP – “Sivuca” pela Grammonfon AB Electra (Suécia). Em 1968 o LP – “Sivuca” pela Interdisc (Suécia). Em 1968 o LP – “Golden Bossa nova guitar” pela RCA. Em 1965 o LP – “Rendez-Vous a Rio” pela Barclay (França).

Em 1957 “Chorinho diferente/Esmagando rosas” pela Copacabana: um 78 rpm. Em 1957 o LP – “Motivos para dançar nº 2 -Sivuca e seu conjunto” pela Copacabana. Em 1956 “Homenagem à Velha Guarda/Pulando num pé só” pela Copacabana: um 78 rpm.

Em 1956 “Carabina/Lamento do morro” pela Copacabana: um 78 rpm. Em 1953 “Lancha nova/Feijoada” pela Continental: um 78 rpm. Em 1953 “Só esta valsa/Sincopado” pela Continental: um 78 rpm. Em 1952 “Choro baixo/Entardecendo” pela Continental: um 78 rpm. Em 1951 “Carioquinha no Flamengo/Tico-tico no fubá” pela Continental: um 78 rpm. Em 1951 “Frevo dos Vassourinhas/Sivuca no baião” pela Continental um 78 rpm.

https://www.letras.mus.br/sivuca/discografia/

https://www.youtube.com/watch?v=IfQgANPl6Wc&t=273s

 


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