More Ronaldo Lisboa »"/>More Ronaldo Lisboa »" /> Ronaldo Lisboa - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Ronaldo Lisboa

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O cantor, compositor, baterista maranhense Ronaldo Lisboa frequentando na igreja onde deu seus primeiros passos na música, sempre trazendo consigo a necessidade de compor.

Desde novo se envolveu com bandas que deixaram seu legado gravando discos, vídeos e viajando por todo o Brasil. Um de seus talentos é tocar bateria e com esse belo instrumento acompanhou vários artistas locais, regionais e até internacionais.

Músico desde os treze anos de idade, oito discos autorais gravados, bandas independentes, premiado no festival Sintsep com a canção cuidado de mãe, vocalista, baterista, produtor e compositor, sempre com o intuito de fomentar a música autoral no Maranhão.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Ronaldo Lisboa para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27.09.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e cidade natal?

Ronaldo Lisboa: 14/01/1987 em São Luís – MA. Registrado como Ronaldo Silva Lisboa Junior.

02) RM: Conte como foi o seu primeiro contato com a música.

Ronaldo Lisboa: Foi na casa da minha avó (Rita) materna, lá acontecia periodicamente rodas de Samba e Pagode, e meus tios (Fábio Alexander da Cunha, Carlos Magno da Cunha que são sobrinhos do poeta Carlos Cunha) também gostavam de rock e tinham amigos roqueiros. E os discos que meu tio Fábio Alexander tinha de música Brasileira em geral que eu gostava de ouvir.

03) RM: Qual a sua formação musical e acadêmica fora música?

Ronaldo Lisboa: Me formei na Escola de Música Lillah Lisboa e sou Designer Gráfico, mas não trabalho na área.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?

Ronaldo Lisboa: Como vocalista, minha primeira influência foram os cantores PG do Oficina G3 e o Belo do Soweto, na bateria eram meus amigos próximos, Luciano Ricardo é o principal. Nenhuma influência perdeu importância, na verdade, sou muito grato até hoje, pois com esses talentos que consegui ter referência para uma carreira.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Ronaldo Lisboa: Comecei com minhas bandas autorais no cenário que existia em minha cidade São Luís – MA, produção de eventos, comecei a ser conhecido por minhas canções na banda Sengo S.P.

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Ronaldo Lisboa: Um álbum com a banda Sengo S.P. Um álbum com a Megazines. Dois com a banda Fúria Louca. Um álbum com Scarbeach.

07) RM: Como vocês definem o estilo dentro da cena reggae?

Ronaldo Lisboa: Reggae roots.

08) RM: Como você se define como cantora/intérprete?

Ronaldo Lisboa: Cantor Maranhense seja qual estilo for interpretar.

09) RM: Quais os cantores e cantoras que você admira?

Ronaldo Lisboa: Gerson da Conceição, George Gomes, Hilton Quitanilha.

10) RM: Qual seu processo de compor música?

Ronaldo Lisboa: Do nada vem uma meditação sobre alguma coisa que estou vivendo ou com algum tipo de parceria que me procura para direcionar sua melodia.

11) RM: Quais são seus parceiros na criação de música?

Ronaldo Lisboa: Adiel Teles.

12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical independente?

Ronaldo Lisboa: O ponto positivo da carreira musical independente é que você não precisa dar satisfação a ninguém sobre o que está fazendo e nem cumprir um tempo financiado, mas de contra é alguém financeiramente capaz acreditar no seu potencial artístico.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Ronaldo Lisboa: A internet só ajuda, divulga em outras cidades, faz sua arte viajar no seu Estado, país e mundo sem você sair de casa, precisa de uma boa gestão disso, todo artista tem se especializar, nem todos tem condição e tempo, talvez isso seja um ponto difícil.

14) RM: Como você analisa o cenário do reggae no brasileiro? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Ronaldo Lisboa: O cenário Brasileiro é bem diferenciado, pois o reggae original vem de um centro só que aconteceu como uma explosão. Nós no Brasil fomos atingidos pelos estilhaços, nosso país enorme, cada um interpreta de uma forma, de acordo com sua vivência social em cada cidade específica.

Acho que o reggae tem grande potencial no Brasil, em 2023 fui ao festival República do Reggae em Salvador – BA, é gigante e é um estilo de vida. E partindo daí, temos total certeza de que podemos furar a bolha e ir longe. Progressão: Raiz Tribal, Ponto de Equilíbrio, Cena Roots. Regressão: Nenhuma, estamos todos em um fluxo de progresso. 

15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do fácil acesso à tecnologia de gravação (Home Studio)?

Ronaldo Lisboa: Só vantagens, evolução mundial, é isso, tecnologias, rapidez no consumo, o chato é nem todos tem acesso muitos não vão conseguir acompanhar.

16) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que vocês têm como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Ronaldo Lisboa: Raiz Tribal, Cena roots, George Gomes. 

17) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Ronaldo Lisboa: Minha primeira banda, eu buscava de bike monark dois integrantes, um no quadro e outro na garupa, 10km indo e 10km voltando. Primeiro show que fiz, não tinha mais ônibus 14km voltando para casa.

18) RM: O que deixa você mais feliz e mais triste na carreira musical?

Ronaldo Lisboa: Feliz: está vivendo, tocando com amigos nos palcos, fazendo pessoas felizes. Triste: falta de reconhecimento de alguns, ingratidão de outros, falta de caráter de contratantes em relação pagamento, falta de compromisso de alguns músicos de alguns contratos.

19) RM: Você acha que as suas músicas tocaram nas rádios sem pagar o jabá?

Ronaldo Lisboa: Tocaram, como trabalho desde muito cedo com a música fiz alguns colegas, e tenho mais fácil acesso em algumas rádios.

20) RM: O que vocês dizem para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Ronaldo Lisboa: Dedicação, persistência, estudo, atualização no aspecto tecnológico, conhecer bem o que quer fazer, saber quem de fato você é no seu instrumento e música. E se envolver mais com pessoas que te darão positivamente conselhos e te elevarão sempre para níveis melhores e acima de tudo humildade.

21) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com o uso da maconha?

Ronaldo Lisboa: Todo estereótipo é ruim, eu mesmo gosto de reggae para caramba, vou nos bailes reggae, pois gosto de dançar, toco reggae desde 2009, visto roupas escuras, e sempre sou estereotipado de rockeiro, já perdi vários contratos por esse motivo, tipo: Chama Ronaldo Lisboa para tocar, Ronaldo? aquele rockeiro, acho que ele não é do reggae. Não fumo maconha (risos). Reggae, religião, maconha, rock, estilo cada um tem a sua escolha.

22) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a religião Rastafari?

Ronaldo Lisboa: Todos tem que saber de onde o reggae vem, tem que respeitar as origens, envolve povo, cultura, famílias, política, tem q saber onde está pisando, mas em relação ao estilo musical, devemos ter liberdade para criar.

23) RM: Você é adepta a religião Rastafari?

Ronaldo Lisboa: Não sou da religião, mas respeito que seja rastafári.

24) RM: Os adeptos a religião Rastafari afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa essa afirmação?

Ronaldo Lisboa: Não sabia que os rastafáris tinham essa opinião (risos), os maranhenses têm mais dessa postura do que eles. Mas, eles criaram e que tem que respeitar a origem, a verdade do reggae deles é o começo, sofrimento de um povo, posicionamento político, luta, resistência. E tudo isso faz parte da célula da música que eles criaram, nós só pegamos e copiamos.

25) RM: Na sua opinião porque o reggae no Brasil não tem o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Ronaldo Lisboa: Somos um país de muitas misturas de várias culturas, é difícil circular no país com um estilo de música tão específico, somos gigantes em área.

26) RM: Nos apresente a cena musical reggae de São Luís.

Ronaldo Lisboa: Existem as Radiolas de reggae, que tocam alguns clássicos, do Gregory Isaacs, Bob Marley, e os melôs que é um outro comércio da música, alguns intérpretes fazem versões de canções e vendem para as Radiolas. Existem as bandas, que vivem de forma independente, tocando em bares para arrecadar fundos para os seus investimentos, como lançar discos, clipes e viagens que vão proporcionar novos contatos.

27) RM: Quais as diferenças das Radiolas de São Luís?

Ronaldo Lisboa: A maior diferença é a sequência tocada por cada DJ representado pela Radiola, sequência demolidora.

28) RM: Nos espaços ou clubes que tocam as Radiolas tem espaço para banda tocar?

Ronaldo Lisboa: Muito difícil, mas acontece, são duas vertentes totalmente diferentes, o público é diferente também, quando acontece, tem que ter duas estruturas de som diferentes, em algumas cidades do interiore do Maranhão como Cururupu – MA, já estão conseguindo organizar essa junção. 

29) RM: Existe rivalidade profissional entre os donos de Radiolas e as bandas e cantores (as) de reggae em São Luís?

Ronaldo Lisboa: Como disse, são nichos diferentes, seres humanos tentando seu lugar ao sol.

30) RM: Na letra Magnatas e Regueiros da Tribo de Jah. É relatado que os Magnatas, que são os donos de Radiolas, só pensam em Dinheiros, ou seja, no lucro do baile e não estão se importando com os regueiros nem com o reggae. O que você me diz dessa realidade local?

Ronaldo Lisboa: É uma realidade, se envolvem com política, com jogo de tigre, todos lutando por uma fatia de bolo, o povo sofre com isso, mas é a realidade insana do homem.

31) RM: O que justifica São Luís ser conhecida como a Jamaica Brasileira?

Ronaldo Lisboa: Nós temos reggae 24h por dia tocando em todos os cantos da Ilha (São Luís), as Radiolas predominam, dançamos o reggae agarradinho que em nenhum lugar do mundo tem, temos as bandas, temos as trancistas, temos o poder do gueto. 

32) RM: O reggae em São Luís é dançado agarradinho. Quais os motivos que levaram a essa característica local? Seria a semelhança do ritmo reggae com o Xote?

Ronaldo Lisboa: Pode ser uma representação do Nordeste, mas é algo natural do nosso povo.

33) RM: Os shows de reggae no Sudeste a presença maior é de jovens e em São Luís tem pessoas de várias idades. Quais os motivos levaram a essa característica local?

Ronaldo Lisboa: Nossa cultura é passada de Pai para Filho, as famílias são muito envolvidas, exemplo disso é nosso mês de junho, a devoção pelo São João, isso é de raiz tribal, não tem como explicar, está na naturalidade do nosso organismo social.

34) RM: Qual a receptividade dos regueiros de São Luís para com os músicos jamaicanos?

Ronaldo Lisboa: São tratados como ídolos, mesmo não tendo mais aquela voz, no caso dos cantores, mesmo não tendo fama na Jamaica. Em relação ao reggae music, São Luís não vive o hoje, mas em épocas passadas através ícones jamaicanos.

35) RM: A receptividade dos regueiros de São Luís é a mesma para com os músicos e bandas de reggae de outro Estado/Cidade?

Ronaldo Lisboa: Sim! Em São Luís, os músicos de reggae são barristas em relação a estilos e vertentes do reggae, mas em geral sempre acolhe bem.

36) RM: A impressão para quem não mora em São Luís é que a cena reggae local é diferente das outras cenas reggae do Brasil. Essa impressão procede?

Ronaldo Lisboa: Muito diferente, mas não é a mais forte, na Bahia é muito mais forte, mas o reggae em São Luís tem mais elementos, tipo: Dança, bandas, Radiolas.

37) RM: Qual a sua relação pessoal e profissional com os regueiros jamaicanos que fazem show em São Luís (Pode citar os nomes e as relações)?

Ronaldo Lisboa: Meu irmão (Filipe Lisboa)  mais novo entrou primeiro no cenário reggae, é guitarrista e acompanhou quase todos os artistas do reggae que vieram para São Luís, e ensaiaram no meu estúdio CHÃO de Grude, sempre vi de perto: Dona Mary, Ras Sparrow, Eric Donaldson, Max Romeo, The paioneers, Cedric Myton dentre outros.

38) RM: Quais as diferenças entre a cena reggae em São Luís e o Sudeste do Brasil?

Ronaldo Lisboa: Linguagem e compreensão musical, cada região interpreta de uma forma.

39) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Ronaldo Lisboa: Existe aquele que se conecta naturalmente com a música e existe aquele que tem que se esforçar pra conectar, mas a persistência vence qualquer Dom.

40) RM: Festivais de Música revela novos talentos?

Ronaldo Lisboa: Sim, inclusive estou participando do https://www.instagram.com/talentosdoreggae com uma música chamada “O pobre de um rico” votem a partir de 13 de julho de 2024.

41) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Ronaldo Lisboa: Em São Luís, não tem nenhum problema, já que temos a vantagem da dança, pessoas vão para se conectar com outras através da dança.

42) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?

Ronaldo Lisboa: Banda precisa de um frontman! Mas banda tem elementos orgânicos, energia humana, precisa de um público q queira se conectar com a musicalidade.

43) RM: Quais os seus projetos futuros?

Ronaldo Lisboa: Vencer o festival talentos do reggae, compor mais um disco esse ano 2024, acompanhar artistas na bateria e fazer muitos shows.

44) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?

Ronaldo Lisboa: (98) 98419 – 2655 | [email protected]

| https://www.instagram.com/ronaldo_o_contador_de_historia/

| https://www.facebook.com/ronaldo.lisboa.3 

RONALDO LISBOA LINK DA TRAJETÓRIA: 

Sengo S.P. | Programa Som da Tribo: https://www.youtube.com/watch?v=Pau_prsVLMc 

Megazines na Record de São Luís – MA: https://www.youtube.com/watch?v=RpsHu8NzvGs 

Fúria Louca – Fatuous Fire (Official Music Video): https://www.youtube.com/watch?v=aXdLF_-JrOE 

Fúria Louca – On The Road Of The Sinner – São Paulo 19/07/2014: https://www.youtube.com/watch?v=02LHf7RG7ko 

SCARBEACH – CUIDADO DE MÃE – 2º LUGAR FESTIVAL SINTSEP DE MUSICA POPULAR MARANHENSE: https://www.youtube.com/watch?v=gZqQeWS9z-4 

SCARBEACH – PRAÇA DO REGGAE – FLY AWAY COVER – ZÉ LOPES: https://www.youtube.com/watch?v=HQ6A2BL8MEg 

Pátio Aberto 2017 – Show Vida Flor – Bandar Scarbeach: https://www.youtube.com/watch?v=ONW5LGxD32g 

Vinaa- Divino/Semideus ao vivo: https://www.youtube.com/watch?v=N9rK-fw3qZk 

Volts nos bastidores do show de Vinaa, no Grito Rock | Na Estrada: https://www.youtube.com/watch?v=V7LkwU3Z_HM 

Moço bonito – VINAA e Flotilha em Alta-terra: https://www.youtube.com/watch?v=BLKKhGPUzKU 

Malevollo – VINAA (Lyric Video): https://www.youtube.com/watch?v=V3uB8TJeEN8 

Divino / Semideus • VINAA (ao vivo): https://www.youtube.com/watch?v=hxZfZ-aHnJs 

Três Lençóis – VINAA (ao vivo em estúdio): https://www.youtube.com/watch?v=yWu4WKZWy3Q 

Três Lençóis – VINAA (ao vivo): https://www.youtube.com/watch?v=Ss7SkYAJR9k


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.