O Compositor, arranjador, produtor, bandolinista e violonista carioca Rodrigo Lessa, além de seu trabalho solo, participa de dois importantes grupos cariocas: “Nó em Pingo D’Água” e o “Pagode Jazz Sardinhas Club”.
Como instrumentista e arranjador atuou ao lado de grandes nomes da MPB como Paulo Moura, Guinga, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Paulinho da Viola, Cristóvão Bastos, Época de Ouro, Ney Matogrosso, João Bosco, Jonhy Alf e Sivuca.
Com o grupo “Nó em Pingo D’Água” gravou seis discos, recebeu prêmios e fez turnês pela Europa e EUA e Chile. Foi fundador da orquestra de cordas brasileiras, gravou seu primeiro disco, premio Sharp de melhor grupo instrumental em 1989.
No “Pagode Jazz Sardinhas Club” assina com Eduardo Neves a maior parte das composições e arranjos, gravou os dois CDs, e recebeu pelo segundo CD o prêmio Tim de Melhor Grupo Instrumental em 2004. Em 2011 o grupo lançou o terceiro disco “Cidade mestiça” e excursionou pelo grupo por cinco capitais do Brasil, tocando na noite de encerramento do Mimo.
Em 1997, estreou como compositor de canções em seu primeiro disco “Solbambá” – muito bem recebido pela crítica. Em 2000, foi um dos 48 finalistas do Festival da Música Brasileira, promovido pela Rede Globo, com a música “Patifaria”. Logo em seguida lança o seu segundo CD – “Feito à Mão”, com participações especiais de Dona Ivone Lara e Joyce. Duas músicas deste CD, “Patifaria” e “Aldeia”, foram lançadas em samples, pelo selo inglês Union Square nos CDs “I Love Brasil” e “Night in Rio”.
Em 2003, participa como solista e tem sua música “Rala Coxa” gravada no disco Estação Leopoldina do clarinetista Paulo Moura e é selecionado por sua parceria com o letrista Mauro Aguiar, como um dos 48 finalistas do sexto Prêmio Visa Compositores.
Em 2004, lança dois CDs autorais: – “No Bangalô da Bandola”, com suas composições instrumentais para bandolim e o CD – “Fora de Esquadro” de sambas em parceria com Mauro Aguiar que conta com as participações de Elton Medeiros, Agenor de Oliveira, Wilson das Neves, Clarisse Grova, Paulo Moura e Pagode Jazz Sardinhas Club. Os dois CDS foram premiados na edição 2004/05 Novos Rumos do Itaú Cultural.Foi selecionado pela segunda vez para a nona edição do premio Visa Compositores.
Em 2007 lançou seu segundo CD instrumental “Das Ilhas Mestiças”, com suas composições mesclando a música brasileira com as sonoridades de Cabo Verde e Cuba, aprovado no Programa de Patrocínio Petrobras. Esse disco contou com as participações especiais de grandes músicos brasileiros como João Donato e Tomas Improta além das participações do cabo verdiano Toi Vieira e do cubano Júlio Padron. O disco foi um grande sucesso na critica especializada, e nos shows de lançamento foi apresentado em sete cidades do Estado do Rio de Janeiro, com o encerramento no teatro Rival, entres os shows de divulgação consta a participação no festival de Inverno 2007 em três cidades Petrópolis, Friburgo e Teresópolis, alguns shows baile no Clube Democráticos e a apresentação no Programa Conversa Afinada. Recebeu no dia 17 de maio de 2013 a comenda de Cavaleiro da Ordem do Rio Branco pelo importância do disco na aproximação das relações Brasil África.
Em 2008 compõe a trilha sonora original para um especial de TV que foi produzido para a TV Record baseada na adaptação do conto “Os Óculos de Pedro Antão” de Machado de Assis. Apresenta-se em duo com o violonista Gabriel Improta com a participação especial de Robertinho Silva.
Em 2009 apresenta-se com o grupo“Nó em Pingo D’Água”com Leila Pinheiro no Teatro Carlos Gomes e com o “Pagode Jazz Sardinhas Club” fecha a noite mais importante do CopaFest, festival de Jazz que aconteceu no Copacabana Palace, apresenta-se com o Época de Ouro, Mariana Leporace, responde ao convite do maestro Leandro Braga e compõe e arranja uma peça original para a Orquestra Brasileira do Rio de Janeiro patrocinada pela TIM.
Em 2009 apresenta-se em Bangkok na Tailândia o show Samba Brasil com uma série de arranjos originais para clássicos do samba além de composições próprias. Ainda em 2009 compõe a trilha original para um especial de TV que foi produzido para a TV Record baseada na adaptação do conto “Uns Braços” de Machado de Assis.
Em 2010 viaja para Guatemala apresentando seu quarteto em um Festival de Jazz, e para Angola apresentando-se na data comemorativa do 7 de setembro, recebendo aplausos da critica especializada. Em Angola toca com o grande compositor Carlitos Vieira Dias. Compõe a trilha original para o curta “Errância” de Thereza Lessa e para um Documentário drama baseado na biografia do Machado de Assis. Nesse ano, seu grupo “Pagode Jazz Sardinhas Club” grava o CD “Cidade mestiça” pela Biscoito Fino .
Em 2011 a convite do violonista Carlinhos 7 cordas escreve três arranjos para o disco do cantor compositor angolano Carlitos Vieira Dias.
Em 2012 assume a direção artística do Casarão Ameno Reseda e produz mais de 200 shows com grandes nomes.
Estreia o seu musical Avenida Réveillon com textos de Fátima Valença e letras de Manuela Trindade.
Em 2013 ministra Oficina de Bandolim e prática de Conjunto em Curitiba – PR. Encerra o Festival de Curitiba com seu grupo Pagode Jazz Sardinhas Club no Guairão.
Compõe as trilhas para três filmes baseados nas adaptações de contos da literatura brasileira “As Mãos de meu Filho” de Erico Veríssimo, “O Madeireiro” de Aloizio de Azevedo e “O Crime” e “O Burguês” de Carlos Heitor Cony e “O Triste fim de Arsênio Godard” de João do Rio.
Algumas de suas músicas foram gravadas e interpretadas por artistas como Paulo Moura, Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Joyce, Leila Pinheiro, Clarisse Grova, Mariana Leporace, Grace Carvalho, Marina Iris,Gonzalo Rubalcaba, Eduardo Neves, Gabriel Improta, João Parayba, Agenor de Oliveira, Tiago do bandolim, Mio Matsuda, Martin Scales, Lygia Campos e pelos grupos “Nó em Pingo D’Água”, Orquestra de Cordas Brasileiras, Rabo de Lagartixa, Gente Fina & Outras Coisas, Ilustrando o Choro, Viva Quetzal e Balaio Carioca.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Rodrigo Lessa para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 05.07.2017:
01) Ritmo Melodia : Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Rodrigo Lessa : Nasci no dia 17/5/1962 no Rio de Janeiro – RJ.
02) RM : Fale do seu primeiro contato com a música?
Rodrigo Lessa : Aos 10 anos de idade tive aulas de piano durante um ano.
03) RM : Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?
Rodrigo Lessa : Estudei harmonia com Sergio Beneventuo, arranjo com Blas Rivera, contraponto e fuga com Carlos Almada, técnicas de composição com Sergio Benevenuto e Caio Sena, Piano com Tomas Improta, Violão e Bandolim com Ricardo Calafate e Voz com Alza Alves. Sou formado em Economia pela –UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
04) RM : Quais os instrumentos que você toca?
Rodrigo Lessa : Bandolim, Bandarra e Violão.
05) RM : Você é autodidata ou fez formação formal para aprender os instrumentos?
Rodrigo Lessa : Não tenho formação acadêmica formal em música, fiz cursos em escolas privadas como a escola Rio Música e tive professores particulares.
06) RM : Quais as suas influências musicais no passado e no presente.
Rodrigo Lessa : Tom Jobim, Egberto Gismonti, Baden Powell, Jacob do Bandolim, Nelson cavaquinho, Bach, Villa Lobos, Chet Baker, Pat Matheny, Cheka, Chico Buarque entre muitos outros. No presente aprendi muito e ainda continuo sempre aprendendo com os companheiros de música com quem toquei como: Cristovão Bastos, Lula Galvão, Eduardo Neves, Rogerio Souza, Gabriel Improta, Celsinho Silva, José Carlos Bigorna, Roberto Marques, Bernardo Bosisio, Mario Seve, Vander Nascimento entre outros. Quais deixaram de ter importância? Não me lembro.
07) RM : Quando, como e onde você começou a sua carreira Musical?
Rodrigo Lessa : Creio que em a minha carreira musical começa em 1988 quando desisti de seguir a carreira de Economista e decidir me dedicar exclusivamente à música. Nessa ocasião recebi o convite do percussionista Marcos Suzano para entrar no: “Nó em Pingo D’Água”.
08) RM : Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento (quais os músicos que participaram nas gravações)?
Rodrigo Lessa : Tenho cinco CDs lançados e mais seis discos com o grupo: “Nó em Pingo D’Água” (https://play.spotify.com/album/5DFYGQ4fqKgeiEGPMe2gQp) e mais três discos com o grupo “Pagode Jazz Sardinhas Club” (https://play.spotify.com/album/26cbGwA74h8TEyIG4zwGOe) dos quais faço parte.
Meu primeiro CD : “Solbambá” em 1997 produzido pelo meu mestre Sergio Benevenuto.É um disco autoral de canções com participações de Eduardo Neves, Roberto Marques, Nó em Pingo Água, Xande Figueiredo, Paulinho Trompete entre muitos outros craques.
Em 2000 lancei o CD – “Feito a Mão” misto de canções e músicas instrumentais. O CD é autoral e conta com participações especiais de Joyce, Dona Ivone Lara, Janita Salomé e Andrea França foi coproduzido pelo Eduardo Neves e tem um timaço de craques, Lula Galvão, Rogerio Souza, Robert Saliba, LuizLouchard entre outros. Algumas músicas desse disco forma lançadas pelo selo inglês Union Square e fui selecionado como finalista do Festival da TV Globo com a música Patifaria em 2000.
Em 2004 lancei dois discos simultaneamente o “Fora de Esquadro”, com sambas em parcerias com Mauro Aguiar e participações especiais de Elton Medeiros, Paulo Moura, Agenor de Oliveira, Clarisse Grova, Pagode Jazz Sardinhas Club.O time base do grupo é Celsinho Silva na percussão, Rogerio Souza no Violão, Luiz Louchard no baixo, destaco as participações de Roberto Marques e Eduardo Neves.
“No Bangalô da Bandola” é meu primeiro disco instrumental solo com uma porção de choros bacanas. Fiz com Rogerio Souzano Violão e produtor do disco, Celsinho Silva na percussão e Luiz Louchard no baixo. Esses dois discos foram premiados pela seleção Itaú Cultural. (https://play.spotify.com/album/5DFYGQ4fqKgeiEGPMe2gQp)
“Das Ilhas Mestiças”; um dos meus preferidos, em 2007, um projeto que mistura as influências musicais do Cabo Verde, Brasil e Cuba.Têm participações especiais de João Donato, Toi Vieira, JulioPadron, Gabriel Improta, Tomas Improta, Bernardo Aguiar, Rogerio Souza, Jaguara, Xande Figueiredo, LuizLouchard entre muitos outros.
Recebi no dia 17 de maio de 2013 a comenda de Cavaleiro da Ordem do Rio Branco pela importância do disco na aproximação das relações Brasil África.
Qual o perfil musical de cada CD? “Solbamba” é um disco com muitas experimentações dentro do universo da canção. Gosto especialmente de “Pais da Música”, “Besta Meta”, “Sambajara” e “Os Brutus”,também amam.
“Feito a Mão”, nesse trabalho gravei dois choros, alguns sambas, tem um blues Voyeur com participação da Andrea Franca, tem o “Ela” uma homenagem a Elis Regina que a Joyce cantou lindamente e o Eduardo Neves arrasou no arranjo, tem o “Aldeia” com Dona Ivone Lara e Lula Galvão arrasando, gosto muito do “Mouro Amor” e do “Casa de Pensão”. Esse disco representa o início de minha parceria com Mauro Aguiar e nele surgem dois choros que iniciaram minha parceria com o Eduardo Neves que acabaram resultando na criação do grupo “Pagode Jazz Sardinhas Club”.
“Fora de Esquadro”, que me orgulho muito, é um disco de sambas com um super quarteto muito entrosado, feito com minhas parcerias com o Mauro Aguiar. (https://play.spotify.com/album/1BVmew2ke07y2PyHxkov18)
“No Bangalô da Bandola”, meu primeiro disco instrumental solo surgiu muito influenciado pelo estimulo do Rogerio Souza parceiro do “No em Pingo Água” e coprodutor desse disco. É um disco de choros mestiçados com o jazz, com a música africana e latina.
“Das Ilhas Mestiças” trata das semelhanças (muitas) e diferenças das músicas do Brasil, Cabo Verde e Cuba. Morei em Lisboa – Portugal numa época próxima do fim da Revolução dos Cravos e pude presenciar a chegada dos CaboVerdeanos com sua música em Lisboa. Foi um longo namoro sem compromisso. Sempre me interessei em entender o Brasil isso me levou a me interessar pela música portuguesa e pelo resultado da mistura de melancolia portuguesa com os ritmos da África que Portugal colonizou.Esse disco nasceu da proposta de usar o “Rala Coxa” como o núcleo expansor do projeto, todas as músicas teriam que ter uma conversa com o “Rala Coxa”. Foi um disco mixado e gravado pelo Rodrigo Lopes e considero meu trabalho mais bem amarrado.
E quais as músicas que entraram no gosto do seu público?Nas instrumentais entre as minhas músicas que foram gravadas por terceiros cito “Pagode Jazz Sardinhas Club”, “Rala Coxa”, “Por Debaixo do Pano” e “De Soslaio”.
Entre as canções cito “Chave de cadeia”, “Café Requentado”, “Tiziu Pirado”, “Sossega Leão” e “Sambajara”.
09) RM : Como você define o seu estilo musical no cenário musical do Samba?
Rodrigo Lessa : Acho que fui muito influenciado pela musica do Chico Buarque,do Tom Jobim, do Nelson Cavaquinho e do João Bosco.
10) RM : Como você define o seu estilo musical no cenário musical do Choro?
Rodrigo Lessa : Meu trabalho sempre foi pautado pela ideia de construir pontes entre as linguagens musicais que gosto.
11) RM : Você estudou técnica vocal?
Rodrigo Lessa : Sim. Com a Alza Alves e Felipe Abreu.
12) RM : Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Rodrigo Lessa : Enorme, assim como todo estudo técnico.
13) RM : Quais as cantoras(es) que você admira?
Rodrigo Lessa : Marina Iris, com quem estou produzindo um novo trabalho junto com a Manuela Oiticica que se chamará “Rueira” e será lançando em breve.
Gosto muito da Elis Regina, Gal Costa, Luis Melodia, Mart´nália,Roberta Sá, Leila Pinheiro, Zélia Duncan, Chet Baker, João Gilberto,Milton Nascimento entre muitos outros.
14) RM : Como é o seu processo de compor?
Rodrigo Lessa : De muitas formas. Componho com instrumento na mão, seja Piano, Violão ou Bandolim, com o computador em frente a tela dos programas de partitura, caminhando, sonhando, cantando e até pelo telefone, eu e Eduardo Neves fizemos algumas músicas assim (risos).
15) RM : Quais são seus principais parceiros de composição?
Rodrigo Lessa : Eduardo Neves, Mauro Aguiar e Manuela Trindade.
16) RM : Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Rodrigo Lessa : A favor temos a liberdade e contra a falta de apoio financeiro e de divulgação que uma estrutura como uma gravadora pode oferecer.
17) RM : Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Rodrigo Lessa : Estive meio afastado desses assuntos nos últimos anos.Estou voltando ativa com os novos projetos, por isso, não posso responder a sua pergunta.
19) RM : Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Rodrigo Lessa : Estou me inteirando desse novo mundo de distribuição digital com articulação com as redes sociais. A impressão que me da é que entramos em uma fase que deve se estabilizar o que considero positivo para o mercado como um todo.
20) RM : O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Rodrigo Lessa : Considero que hoje ela é central e estratégica. O mundo virtual a cada dia que passa torna-se cada vez mais o mundo real.
21) RM : Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia de gravação (home estúdio)?
Rodrigo Lessa : Eu tenho um estúdio em casa onde posso realizar muitas de minhas produções. Meu último disco “Das Ilhas Mestiças” as bases foram gravadas em um estúdio grande, mas todas as coberturas eu fiz em meu estúdio caseiro. Já produzi muitas trilhas no meu estúdio.Penso que representa uma forma de democratizar o acesso aos meios de produção da música.
22) RM : No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Rodrigo Lessa : Não faço nada para me diferenciar, eu procuro ser o mais honesto e rigoroso com minhas questões artísticas e estéticas. Se fizer isso naturalmente serei único e consequentemente me diferenciarei.
23) RM : Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Rodrigo Lessa : Gosto muito da Monica Salmaso e da GrazieWirti; ela me impressionou muito como interprete.
24) RM : Como você analisa o cenário musical do Samba. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Rodrigo Lessa : Dos nomes que apareceram os que mais caíram em meu gosto são Alfredo del Penho, Marina Iris, Grace Carvalho e Mart´nália.
25) RM : Como você analisa o cenário musical do Choro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Rodrigo Lessa : Na última década apareceram muitos músicos incríveis como Hamilton de Holanda, Guto Wirti, Everson do trombone, Aquiles do trompete, Gabriel Grossi, Rogerio Caetano, Caio Márcio, Yamandú Costa, José Paulo Becker, Tiago do bandolim, Bebe e Luiz Barcelos. A escola portátil tem contribuído a formar uma grande geração que já esta chegando com muito força o que é extremamente positivo.
26) RM : Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Rodrigo Lessa : Cristovão Bastos.
27) RM : O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Rodrigo Lessa : A alegria vem sempre de estar em contato com o fazer musical. Dos aborrecimentos prefiro não falar.
28) RM : Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?
Rodrigo Lessa : Nano me acho apto para responder essa pergunta. Posso dizer que do mundo que faço parte; música instrumental e MPB, a cena esta minguando, perdendo densidade, gerando menos trabalhos do que gerava. O cuidado em preservar esse saber de nossa cidade não existe nem por parte do poder público que abandonou suas responsabilidades como formulador e ator nas políticas culturais nem do setor privado, com raríssimas exceções.Creio que o modelo de financiamento da lei Rouanet tem sido muito prejudicial à diversidade da produção musical concentrando os recursos públicos nas mãos daqueles que menos necessitam.
29) RM : Quais os músicos, bandas da cidade que você mora você indica como uma boa opção?
Rodrigo Lessa : Lula Galvão, Gabriel Improta, Eduardo Neves, Trio Sucupira.
30) RM : Você acredita que as suas músicas tocarão nas rádios sem pagar o jabá?
Rodrigo Lessa : Adoraria.
31) RM : O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Rodrigo Lessa : O obvio, estude, estude e estude.Faça um projeto de curto, médio e longo prazo. Acho importante pensar em alternativas de ganhar que não fiquem exclusivamente na dependência do eventual convite de terceiros para tocar ou do lugar que seu prestigio esteja no momento.Muito poucos conseguem ficar na crista da onda durante décadas. O gosto do público muda e com isso criam-se espaço para uns e outros vão para a margem.
32) RM : Quais os seus projetos futuros?
Rodrigo Lessa : Meus projetos futuros são: No curto prazo lançar e divulgar o último disco– “Sambantotologia” do grupo: “Nó em Pingo D’Água” pelo qual fui responsável pelos arranjos e direção musical.Colocar o CD – “Das Ilhas mestiças” e o CD – “Solbamba” nas plataformas digitais.
No médio prazo lançar o CD – “Chama”, projeto que venho trabalhando há muito tempo cujo repertório nasce em boa parte de temas que criei para trilhas de filmes baseados na literatura brasileira. É um disco único e diferente de tudo que já fiz.
Lançar o CD – “Rueira” junto com Marina Iris e Manuela Trindade, esse disco será cantado pela Marina, às músicas (melodias) e arranjos são minhas e as letras de Manuela Trindade, também parceira minha no musical Avenida Reveillon.
33) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?
Rodrigo Lessa : [email protected] |www.facebook.com/rodrigolessa | https://play.spotify.com/artist/579p9tBYxs1p79tqV8nqTG|
Venho convidar vocês para escutar minha nova música que hoje ficou disponível em todas as plataformas digitais. Essa música teve como inspiração a canção de Chico Buarque Samba e Amor:
Youtube: https://youtu.be/UKOQgyJzDi8
Só Depois da Elsebeth que eu junto com o Sexteto Sucupira estamos lançando em todas as plataformas digitais. Essa música que mistura o tango argentino com nosso Baião foi composta por mim qdo tinha 24 anos logo depois de ouvir pela primeira vez Astor Piazola. A ideia de misturar esses dois ritmos se deu após perceber que tinham uma célula rítmica comum. Espero que gostem: https://ffm.to/sodepoisdaelsebeth_