Raul NZL começou na música de forma inusitada, apesar de já escrever suas músicas desde os 14 anos de idade, iniciou seu primeiro trabalho na música em 2007, na banda formada por amigos de forte convivência de Forró Pé de Serra Forryskyna.
Raul aprendeu a tocar zabumba primeiro e logo surgiu sua admiração por outros instrumentos de percussão. Fez diversas apresentações com a banda por São Paulo e cidades do interior do Estado. Em meados 2016 para 2017 conheceu o cantor e compositor Marcos Villalba fundador da banda “Verdades Não Ditas” (VND), que o convidou para fazer parte tocando percussão. Raul apesar de já ter se apresentado em pequenas participações em eventos de rua na Zona Norte cantando suas músicas, algumas tentativas de gravação em home estúdio, foi com a banda VND que começaram a surgir as grandes oportunidades cantando suas músicas junto com a banda em diversos shows pela Zona Leste de São Paulo.
Em 2018 Raul conheceu Leandro (BASE MCBEATS) e fizeram uma parceria de grande importância e conseguiu lançar o seu primeiro Álbum com 10 músicas: RAUL NZL – “ESSA É MINHA CARA” que foi lançado em dois de março de 2019 e desde então ele vem fazendo apresentações em São Paulo em Bares, pequenos e grandes eventos da Prefeitura tanto solo como em participações com a Banda VND.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Raul NZL para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 09.12.2019:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Raul NZL: Nasci no dia 02 de Março de 1990 em São Paulo – SP.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Raul NZL: Na barriga da minha mãe eu já devia ouvir meu pai cantando e tocando Violão, pois não foi à toa que me batizou de RAUL SEIXAS COSTA NOVO (risos). Mas o primeiro contato com a música mesmo foi quando tentei aprender Violão aos 12 anos de idade, mas não fui bem sucedido, acabei parando antes de aprender.
03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?
Raul NZL: Tenho Ensino Médio Completo. E sou autodidata na música, toco alguns instrumentos de percussão.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Raul NZL: Minha primeira influência com certeza foi o Rock, que veio de família, pois meu pai gostava muito de Raul Seixas e vários outros grupos nacionais e internacionais. Mas esse era o estilo que ele gostava, então logo começou a surgir minhas próprias preferências musicais, e o RAP veio muito forte com grupos nacionais primeiramente, como por exemplo: Racionais MC’s, GOG, Sabotage, MV BILL e depois também os internacionais, como: NWA, Snoop Dogg, DR. Dree, Jay Z e Eminem. Hoje em dia sou uma pessoa mais eclética e tenho referências de outros gêneros: Samba, Forró Pé de Serra, Reggae e da própria MPB. Sendo assim acredito que nenhuma referência musical deixou de ter sua importância, pois na verdade acredito que esse seja sempre um processo de conhecimento onde primeiro assimilo, depois absorvo o que é aproveitável e joga fora o que não for.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Raul NZL: Comecei em 2017 fazer as minhas apresentações com participações pequenas, primeiro na Zona Norte e em seguida Zona Leste de São Paulo cantando algumas das minhas músicas.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Raul NZL: Estou em processo de divulgação do meu primeiro CD lançado na vertente do RAP: “RAUL NZL – ESSA É MINHA CARA”, foi lançado primeiro no Youtube no dia 02 de março de 2019. Contei com a participação de muitos amigos: Marcão da banda VND – Verdades não ditas em que até hoje ainda toco percussão com eles, Rodrigo Tavares Guitarrista, Leandro Frugis Baixista, DJ Marcelo, DJ Chocollate, meu grande amigo irmão Rafa Roots e claro o monstro Base MCBeats do estúdio Refugiáudio que foi quem produziu, mixou e masterizou todas as músicas, inclusive a arte da capa. As músicas que mais costumam chamar atenção são: “Hino do Guerreiro” e “Eu sei, eu posso”.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Raul NZL: Não gosto muito de rótulos nem de dizer que sigo apenas um estilo musical. Mas se for para colocar um estilo acredito que seja “RAP DE MENSAGEM”.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Raul NZL: Não.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Raul NZL: É muito importante, ainda não tive a oportunidade de fazer um estudo de técnica vocal, pois tenho meu trabalho fora da música que me toma bastante tempo no dia-a-dia, mas sempre procuro pelo menos cuidar bem da voz.
10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?
Raul NZL: Tenho admiração por vários, mas nessa lista alguns se sobressaem pelo legado deixado e pela história construída ao longo de suas vidas, como por exemplo: Raul Seixas, Luiz Gonzaga, Bob Marley, Sabotage e no cenário mais recente vou colocar dois nomes que me chamam muito a atenção que são: Rashid e Eminem.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Raul NZL: Eu costumo pensar bem antes escolher um tema pra desenvolver. Mas às vezes no meu caso, a inspiração não avisa, ela simplesmente vem. Então muitas vezes eu começo escrever alguns versos no papel, no meu trabalho, ou em casa mesmo e vou guardando, e aí eu vou dando sequência e dando corpo, começo, meio, fim e refrão para a letra.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Raul NZL: Minhas músicas são 100% composições minhas, com exceção de uma delas: “REFLITA” que contou com a participação do Marcos Villalba (Marcão VND), que me ajudou a melhorar o refrão dela e ele mesmo canta inclusive.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Raul NZL: As dificuldades não grandes, principalmente pela parte financeira, pois é necessário fazer um investimento no sonho pra que ele saia de verdade do papel. A maioria dos eventos muitas vezes não vão oferecer nada em troca, então é uma jornada difícil. Pois é necessário levantar o dinheiro trabalhando em qualquer outra profissão para poder ter o que é necessário para lançar um CD. A vantagem é que você tem total liberdade de expressão, criação e pode colocar sua identidade da forma que achar melhor nas músicas.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Raul NZL: Estou trabalhando forte na divulgação do CD, sempre levando para os shows, vendendo e até mesmo presenteando amigos, divulgando nas redes sociais também. Em cima do palco, cada dia e cada show é um aprendizado para melhorar e aprimorar em todos os sentidos.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Raul NZL: Estou investindo bastante na divulgação tanto na venda dos CDs físicos como nas redes sociais. Estou planejando gravar um vídeo clipe em breve pra dar uma alavancada também. Contando sempre com a ajuda dos amigos, minha esposa Kauana também que vem me ajudando bastante nisso.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Raul NZL: A internet ajuda no sentido de facilitar a chegada do trabalho para pessoas de longe onde eu dificilmente teria acesso para entregar um CD físico em mãos. Ajuda na divulgação porque é tudo muito rápido, mas da mesma forma torna o cenário da música muito mais competitivo justamente por essa facilidade, onde qualquer pessoa tem fácil acesso e pode mostrar o seu trabalho. Mas no geral, sabendo utilizar ela irá ajudar mais do que atrapalhar.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia de gravação (home estúdio)?
Raul NZL: Acredito que desvantagem não tenha nenhuma, apesar de que o home estúdio proporciona muitas vezes uma qualidade abaixo de um estúdio com equipamentos mais profissionais. Mas acho que sem o home estúdio por exemplo eu não teria conseguido chegar da forma que cheguei a lançar meu primeiro CD.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Raul NZL: Tento ser o mais original possível, tudo que escrevo é verdade da minha vida, meus pensamentos, minhas opiniões de tudo que vivo e vejo. Tento utilizar essa versatilidade de “surfar” entre vários estilos de música e utilizar o que de melhor cada estilo proporciona.
19) RM: Como você analisa o cenário do RAP brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Raul NZL: Acredito que o RAP Brasileiro vem crescendo muito, está cada dia mais forte. Mas ao mesmo tempo está caindo na banalidade de outros estilos musicais falando de coisas fúteis, como bebida, droga, engrandecendo muita coisa autodestrutiva. Gosto muito das músicas do Rashid, pra mim o melhor dentre as revelações das últimas décadas no cenário nacional do RAP. Quem vem mantendo bons trabalhos e evoluindo constantemente desde o início é o MV Bill, Edi Rock, Dexter. Os Racionais MC’s como grupo evoluíram na questão tecnológica, mas deixaram a desejar com os últimos trabalhos, talvez o próprio Mano Brown, admiro demais todos eles. O RAP hoje não seria o que é sem a existência do Mano Brown e Racionais MC’s, mas acho que ele procurou uma satisfação pessoal mudando drasticamente, inclusive sobre muitas ideias que ele mesmo implantou e pregou pra quem seguia os Racionais MC’s e o próprio RAP Nacional como um todo.
20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Raul NZL: Difícil falar do profissionalismo de alguém sem conhecê-los nos bastidores, mas de qualidade são: Rashid, MV Bill, Edi Rock, RZO e alguns outros.
21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Raul NZL: São muitas (risos). Já teve brigas, já vi bastante coisa em show, mas vou escolher uma que me marcou. Eu tinha um show marcado, mas fiquei sem voz mais ou menos um mês antes por conta de uma dor de garganta, mas minha voz não voltou completamente a tempo do show. Eu tive que cantar com a voz bem rouca ainda, isso me deixou bem triste, mas ficou uma marca boa, pois cumpri com a minha parte no evento e fui elogiado mesmo assim no final pela coragem e honra no compromisso.
22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Raul NZL: O que me deixa mais feliz é poder ver alguém curtindo meu som, descer do palco e poder conversar com essa pessoa e ver que consegui deixar uma mensagem boa. O que me deixa mais triste é a desvalorização do músico.
23) RM : Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?
Raul NZL: São Paulo é uma cidade bem eclética, pessoas de todas as tribos estão por todos os lugares. Mas se você pretende seguir uma carreira musical e quer encontrar um ambiente para se apresentar você encontrará algumas dificuldades, a menos que seu estilo seja o Samba ou o Sertanejo Universitário.
24) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?
Raul NZL: Venho conhecendo músicos novos, bandas novas muito boas, mas eu não poderia deixar de indicar a banda Verdades Não Ditas que eu participo como percussionista (risos). É uma Ótima opção (risos). Afinal temos que indicar quem ainda não conseguiu conquistar o seu espaço.
25) RM : Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Raul NZL: Dificilmente, talvez na rádio 105 FM que já é conhecida por ceder um espaço ao RAP, quem sabe um dia… Nas outras acho difícil, mas não custa sonhar.
26) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Raul NZL: Seja você mesmo, não ouça a voz de ninguém que te coloca pra baixo ou que duvide de seu sucesso. Estude, ouça, sinta e viva a música, se informe de tudo que acontece no cenário musical que você quer entrar. Vá em frente e não desista, pois dificuldades sempre aparecerão, mas você tem que ser mais forte e persistente pra chegar aonde você quer chegar.
27) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Raul NZL: Festival de Música é muito importante para o público conhecer novos talentos, mas ainda precisa ter mais incentivo e tratar os músicos que estão começando com mais respeito.
28) RM: Na sua opinião, hoje os Festivais de Música revela novos talentos?
Raul NZL: Sim. Tem muitos talentos ainda fora da Internet.
29) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Raul NZL: Infelizmente a maior parte da grande mídia costuma ser tendenciosa e mostrar muito do que estão na “MODA”, gêneros musicais que estão em alta, deixando de lado outros gêneros, sem generalizar, mas a grande maioria faz dessa forma.
30) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical em São Paulo?
Raul NZL: Tenho ouvido falar que o SESC há muito tempo abre espaço para novos talentos e traz bandas boas já conhecidas, mas com baixo custo do ingresso, às vezes até entrada franca. É muito válida a iniciativa.
31) RM: O circuito de Bar ainda é uma boa opção de trabalho para os músicos?
Raul NZL: Sim. Muitas vezes é o único lugar que abre as portas para músicos que estão iniciando.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Raul NZL: Estou focado em trabalhar as músicas desse meu primeiro CD, divulgar, lançar um ou mais clips. E buscar cada vez mais um espaço pra apresentar esse trabalho. Não sou muito de pensar muito lá na frente, vivo um dia de cada vez.
33) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?
Raul NZL: (11) 9-4551 – 6038 | [email protected] | [email protected]
Link: https://www.youtube.com/playlist?list=PLn9WLfptfWSdiMYBuUBuTkx1UN3kIki57
| https://open.spotify.com/artist/6n3kYoJyQYeMzbUcBRT3FV?si=gF_dZUHETi62A7RHzklCsw