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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Pump Killa

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Pump Killa é um dos principais nomes da Música Dancehall feita no Brasil. E um dos compositores mais requisitados da nova geração no país! Começou na música jovem, se destacando como Mc ainda no interior de São Paulo.

Sua primeira Mixtape, “Ragga Fogo” (2009) foi considerada referência do gênero no país, o levando para se apresentar em todos os cantos do Brasil. Contribuiu em diversas Mixtapes de inúmeros artistas em todo território nacional e em Mixtapes na Espanha, Portugal e França.

Em 2016, lançou em parceria com o paraibano Sacal a Mixtape “Sacal & Pump Killa vol 1”. Mix tape que é cultuada no meio das festas de Sound System e acumula Milhares de visualizações nas plataformas digitais.

Em 2018 fundou o coletivo Macaia Records, que figura como um dos principais selos no mercado do Digital Reggae Brasileiro. Um dos pioneiros na cultura Sound System em terras tupiniquins, cultura que cresce e ganha cada vez mais adeptos nas periferias de São Paulo e do Brasil.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Pump Killa para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 26.06.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Pump Killa: Nasci no dia 02 de janeiro de 1982 em Campo Grande – Mato Grosso do Sul. 

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Pump Killa: Meu primeiro contato com música foi através da dança, comecei no Breaking, muito novo, com 14 ou 15 anos (em 1997).

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Pump Killa: Na música sou autodidata e tenho ensino médio completo.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Pump Killa: No passado fui muito influenciado por Thaíde e DJ Hum, Gustavo Black Alien, Zafrica Brasil. Hoje em dia tenho mais referências dentro da cultura Reggae e artistas da nova geração como Santa Kaya, Tipo Gão, Ragg.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Pump Killa: Minha carreira começa no interior de São Paulo, em São José do Rio Preto, no ano de 1997 eu gravo meu primeiro trabalho musical com o meu grupo Mentes Aliens’nadas.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Pump Killa: Lancei três EPs com meu grupo de RAP Mentes Aliens’nadas no fim dos anos 90. Lancei dois álbuns e dois álbuns colaborativos com outros artistas.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Pump Killa: Sou um cantor de Dancehall.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Pump Killa: Sim, fiz diversos cursos e laboratórios sobre técnicas vocais.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Pump Killa: Para um cantor é muito importante eu diria essencial, mas não é só isso, descanso, cuidado pessoal e psicológico ajudam muito também.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Pump Killa: Sizzla kalonji, Vybz Kartel, Beenie man, Capleton Beyoncé, Rihanna, Spice. 

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Pump Killa: Simples e direto não tenho muitos segredos. Eu gosto de compor de várias formas: em grupo, sozinho, acho relaxante e me alivia.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Pump Killa: Tenho diversos parceiros de composição tanto no Macaia como na Canetaria, mas atualmente gosto muito de fazer música com meus irmãos, Ragg, Nairo e Caiuby.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Pump Killa: Banda Falamansa, Iza, Juliete, Luiza Possi, Luccas Carlos, Lexa, Tília, Thaíde entre outros.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Pump Killa: Tudo tem seu lado bom e ruim.  agora independente é um artista grande que já foi de uma gravadora grande e decide tomar um caminho mais “Independente” no meu caso eu sou dependente mesmo (risos).

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Pump Killa: A estratégia é ser tudo real e cíclico, pois você tem que saber improvisar a todo momento. principalmente para artistas da periferia, sem acesso, sem dinheiro e sem apoio, eu diria que a criatividade é a maior estratégia ainda.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Pump Killa: Apenas investimentos em conteúdo para as redes sociais, e mesmo assim de forma leve, porque só estou começando a reconhecer essas plataformas a pouco tempo.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Pump Killa: A internet só ajuda minha carreira nunca prejudicou.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Pump Killa: Só vejo vantagens com home estúdio, não vejo desvantagens. ter acesso de forma simples como um computador, ou um aplicativo é muito bom para você entender e saber como as coisas funcionam. Os grandes estúdios ainda são muito usados, e sempre serão, mas ter acesso ainda é importante pro artista poder criar, com mais tranquilidade.

19) RM: O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Pump Killa: Realizo um trabalho constante a muitos anos, com preocupações no acabamento e na identidade musical e acho que isso sempre tem me ajudado.

20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Pump Killa: Anitta, Racionais MC’s, Djavan, Jorge Benjor, entre outros.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Pump Killa: Foram tantas situações e a maioria citadas na pergunta, mas posso citar uma vez que fui tocar no interior de São Paulo, num feriado e passei 12 horas na estação Barra Funda em São Paulo, com diversos ônibus se atrasando e chegando no show só as 5 horas da manhã, com todo o público indo embora, foi realmente frustrante. Já perdi voo, já viajei de ônibus 30 horas para Vitória da Conquista na Bahia, foram muitas situações para chegar até aqui viu (risos).

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Pump Killa: O que me deixa mais feliz são as pessoas, o que me deixou mais triste também foram as pessoas.

23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Pump Killa: Acredito, se eu não acreditasse nem estaria dando essa entrevista.

24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Pump Killa: Se for por dinheiro, melhor jogar na loteria, toda semana pessoas são premiadas na loteria, na música não. Se for por amor, ame.

25) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Pump Killa: Não existe cobertura da grande mídia da cena musical brasileira, só de grandes artistas que são financiados por grandes marcas e o resto é feito por amor aos estilos musicais de forma underground.

26) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Pump Killa: Faço música há 26 anos e nunca tive uma oportunidade nesses espaços para o meu trabalho, já fiz participações em shows de artistas de outros estilos musicais, mas do meu estilo musical só tive acesso a artistas internacionais nesses espaços. Não tenho uma opinião sobre esses espaços conheço bem pouco sobre eles infelizmente.

27) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Pump Killa: Acho um cenário do Reggae muito pobre, com poucos artistas sendo revelados, só vejo as mesmas estéticas implementadas a 50 anos, com público artistas e mídia do movimento, querendo consumir a mesma música feita por Bob Marley. E a prova disso é a música do neto do por Bob Marley, que tem os mesmos moldes e furou enormes bolhas aqui e fora e isso é muito triste para mim que faz uma estética mais moderna do reggae que é o Dancehall.

28) RM: Você é Rastafári?

Pump Killa: Não.

29) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa tal afirmação?

Pump Killa: Quem pensa assim, tem seu próprio ego ganhando da sua arte.

30) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Pump Killa: Acho que é sobre identificação, não temos ídolos na música reggae brasileira, tivemos artistas em destaque, mais nenhuma figura importante, com a personalidade forte e carisma para fazer uma legião de pessoas entenderem esse movimento cultural e sua grandeza.

31) RM: Quais os prós e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Pump Killa: Cantar numa Sound System é fazer a arte do Toaster e é uma estética diferente de Banda, diferente de um som com DJ, diferente de um show de RAP, ou de um show de Dancehall. E cantar no Sound System é uma técnica diferente de se apresentar para o público, acho que todos os cantores de todos os estilos musicais deveriam ter a experiência de cantar numa Sound System.

32) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?

Pump Killa: Muitas diferenças, o tempo, o retorno, o tempo do retorno (risos), a energia de uma banda é incrível, assim como a energia das caixas no Sound System, são duas experiências únicas, pode acreditar nisso, e não se comparam.

33) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae e o uso da maconha?

Pump Killa: A relação do reggae com a maconha é cultural, é histórica, é estudo de muitos anos, é medicina e filosofia, e eu acredito em tudo isso.

34) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a cultura Rastafári?

Pump Killa: Acho que é sobre a cultura da Jamaica e a história da ilha está tudo englobado. Eu admiro muito a filosofia Rastafári, a religião eu não tenho muito o que falar, pois nunca fui adepto.

35) RM: Apresente Savana Dub vol. 2. 

Mya Akoma: Savana Dub vol. 2 é uma coletânea de reggae com 15 artistas reúne nomes como Marina Peralta e Solano Jacob. O álbum é a sequência de “Savana Dub vol.1” e traz um amplo panorama de artistas do reggae contemporâneo brasileiro.

“O Savana Dub é mais do que um simples álbum; é um projeto colaborativo que reflete a união e dedicação da equipe MUC SOUND em promover e amplificar a cultura sound system e a música reggae no Brasil. Através dessa colaboração, nasceu a proposta de transmitir mensagens significativas e profundas por meio de diferentes interpretações do reggae”. É assim que Gabriel GFya, DJ e fundador do coletivo paulistano MUC SOUND, define o projeto Savana Dub, que acaba de lançar seu segundo volume.

Em meio aos desafios sem precedentes enfrentados em 2020 durante uma pandemia mundial, nasceu a necessidade urgente de expressão e conexão. Neste contexto, surge o projeto Savana Dub, uma compilação multifacetada que se propõe a transmitir as experiências vividas em tempos turbulentos através da poderosa linguagem do reggae.

“Nós somos um coletivo inspirado diretamente pela cultura sound system, e traçamos um caminho que busca levar cultura, informação e entretenimento para as comunidades periféricas da grande São Paulo”, reforça Gabriel GFya.

O coletivo reuniu 15 talentosos artistas do movimento sound system de São Paulo para criar a coletânea “Savana Dub Vol.2”. Composto por 10 faixas cuidadosamente selecionadas, o álbum oferece uma jornada musical que convida os ouvintes a refletirem sobre uma ampla gama de temas, passando por questões sociais, econômicas e políticas.

Cada faixa de Savana Dub Vol. 2 é uma expressão vibrante de consciência social, amor, empatia e positividade. As músicas são um convite à reflexão e à ação, promovendo a união e o fortalecimento da comunidade. A coletânea traz nomes da nova geração do reggae brasileiro e também figuras já consagradas: Marina Peralta, Solano Jacob, Yagodu, Lillo de la Zikas, Mya Akoma, Ragg, Pump Killa, Caiuby, Funk Buia, Lanna, Sistah Mari, Emcee Lê, Winnit, Bestem e Éa Nilla.

36) RM: Quais os seus projetos futuros?

Pump Killa: Tenho uma produtora chamada Macaia Records e estamos pra lançar um mixtape com mais de 40 Músicas com vários artistas da cena Dancehall do Brasil todo, aguardem essa pedrada, Macatape Emojivero em breve!

37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs? 

Pump Killa: [email protected]

| https://lnk.bio/pumpkilla

| https://www.instagram.com/pumpkilla 

Canal: https://www.youtube.com/@PumpKilla 

PUMP KILLA – Fumador de Prensado Ft. CAIUBY (prod. RAGG): https://www.youtube.com/watch?v=-PJaYxJQ8To 

Playlist EP – RaggaBR: https://www.youtube.com/watch?v=m46h7l1mEFk&list=PL3Y1XRWp5vf5alSZMJZ2N4zXdrdzOe92r

Savana Dub Vol. 2 já está disponível em todas as plataformas de streaming: https://onerpm.link/388793126342

Sobre MUC SOUND: MUC SOUND é uma equipe comprometida com a promoção e difusão da cultura sound system e da música reggae no Brasil. Com uma abordagem colaborativa e inclusiva, eles buscam criar espaços e oportunidades para artistas locais, promovendo a diversidade e o fortalecimento da cena reggae nacional.

Informações à imprensa – Minhocão Music – Dani Pimenta –

[email protected] | (11) 97037 – 1591 | IG: @minhocaomusic 

Link: https://mapasoundsystembrasil.com.br


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