O cantor, compositor e violonista pernambucano Petrúcio Amorim em 1979 participou do segundo encontro Latino Americano de folclore, festival realizado na Sala de Cultura Luiza Maciel, em Caruaru. Concorreu com três músicas e ganhou o festival com as três. Os prêmios foram entregues por Luiz Gonzaga (o Rei do Baião).
Teve finalmente sua primeira música gravada por Azulão: “Confissão de um Nordestino”. Em 1981, conheceu Jorge de Altinho, que iniciava, também sua carreira de intérprete e com quem passou a interagir musicalmente. Com ele compôs: “Confidências” e “Disfarce”, incluídas no LP lançado por Jorge de Altinho naquele período e que se tornaram clássicos, lembrados e tocadas em bares e casas de shows de todo o Nordeste. Em 1983 Jorge de Altinho gravou “Devagar” e “Lembranças”, esta, parceria dos dois. Em 1984, recebeu um convite da Gravadora Polygram, do qual resultou o seu primeiro LP – “Doce Pecado”, que trazia inovações, com várias fusões musicais, mesclando Rock, Xote, Afoxé, Baião, Toadas e Galopes. Em 1986, lançou o LP – “Forró, Frevo e Alegria”, que levou o compositor a assumir definitivamente a carreira também de intérprete, passando a fazer shows pelas cidades do interior de Pernambucano. Mas continuou a compor intensamente, compondo sucessos com Novinho da Paraíba, dentre eles: “Estrela Cadente”, em 1987 e “Nem olhou pra mim”, um ano mais tarde, que se tornaria sucesso em todo o Nordeste com Alcymar Monteiro. Anos mais tarde, conheceu Jorge Silva do Recife com quem compôs “Como posso te esquecer”, que foi gravada por Augusto César, além de “Sanfoneiro bom” gravada por Leci Brandão. Outra parceria se deu com o compositor pernambucano Leonardo Sullivan, com quem trabalhou canções, como “Fiel como um cão” gravada com Fafá de Belém. Em 1991, participou do festival “Canta Nordeste”, realizado pela Rede Globo Nordeste, com a “Cidade Grande”, que foi defendida por Cristina Amaral, sendo classificada em segundo lugar. No mesmo ano, Jorge de Altinho gravou, com sucesso, três músicas: “Meu ex-amor”, “Foi bom te amar”, “Menino de rua”. Três anos depois, Petrúcio Amorim lançou o LP – “Feito mel no melão”. Entre os destaques desse disco, a homenagem a Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, com “O Rei nas estrelas”. Esse seria seu último LP e trouxe músicas e canções que marcaram épocas. A obra eterniza o nome do compositor com “Meu Munguzá”. Na edição de 1995, do Festival Canta Nordeste, o Poeta do Vassoural, como também ficou conhecido, conquistou o primeiro lugar com a música “Meninos do sertão”, parceria com Maciel Melo e interpretada por Nadia Maia, posteriormente gravada por Zé Ramalho. Também em 1995, teve a “Tareco e mariola” gravada por Flávio José. No ano seguinte o mesmo intérprete gravou “Dois rubis” e “Filho do dono”, que deu nome ao seu disco.
Em 2003, teve a “Meu cenário” gravada pelo ator e cantor Jackson Antunes, no CD – “Pé de serra”. No ano seguinte, teve as “Filho do dono” e “Tareco e mariola” gravadas pelo cantor pernambucano Zezinho Barros no CD – “Seresta – volume 1”.
Seu primeiro CD – “Petrúcio Amorim 15 anos de Forró” foi lançado em 1995, trazendo participações de artistas pernambucanos como Cristina Amaral, Leonardo Sullivan, Maciel Melo. “Meu cenário”, uma das músicas do disco lhe renderia mais de 40 regravações. No mesmo ano Flávio José estourou com “Meu Munguzá” que virou “Tareco e Mariola”.
Em 1996 recebeu em sua terra natal, Caruaru, a tradicional homenagem, reservada a personalidades nascidas na Capital do Forró – O “São João Petrúcio Amorim”. Na ocasião também foi agraciado com o sucesso “Filho do Dono”, emplacado por Flávio José. Dois anos mais tarde gravou o CD – “Fim de Tarde”, com a regravação de “Anjo Querubim”, a música mais regravada de todo o seu repertório de composições. Em 2000, lançou o CD – “A Festa do Forró”, em que reúne doze intérpretes de Forró, cantando seus mais conhecidos sucessos. Em 2001, lançou “Bebendo da Fonte”, CD que reuniu obras suas e de parceiros como Accioly Netto e Maciel Melo, gravado pela Somzoom. No mesmo ano o grupo Chiclete com Banana gravou “Tareco e Mariola”. Em 2002, lançou o CD – “Pra ficar com você”, que saiu recheado de novas e antigas canções, algumas delas parcerias com Jorge de Altinho e Rogério Rangel. No disco, Petrúcio canta com os amigos Santanna, Nadia Maia e Augusto César. Também neste ano, “Confidências” foi gravada pelo grupo Falamansa, parceria com Jorge de Altinho. Seu sexto CD e décimo disco da carreira, “Deus do Barro”, produzido pelo sanfoneiro Genaro e lançado em 2004, comemorou 25 de carreira do poeta e compositor com 12 faixas, entre composições e parcerias, demonstrando seu talento de melodista e letrista, como xotes, baiões e outros ritmos nordestinos com participações de Valdir Santos, Marrom Brasileiro, Dominguinhos, Naná Vasconcelos, Jorge de Altinho. São destaques “Balanço brasileiro”,” Anjo Malandrinho”, “Baião de nós dois”, “Boi de Piranha”. O disco também faz homenagem a um dos ícones maiores da cultura nordestina: O Mestre Vitalino.
Sua obra soma quatro LPs, seis CDs e mais de 200 músicas gravadas. Em média, cinquenta sucessos e dezenas de intérpretes, entre eles: Marinês, Trio Nordestino, Azulão, Jorge de Altinho, Falamansa, Alcymar Monteiro, Novinho da Paraíba, Cristina Amaral, Augusto César, Assisão, Leonardo, Elson, Flávio José, Leci Brandão, Fafá de Belém, José Augusto, Razão Brasileira, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Chiclete Com Banana. Em 2005, seu xote “Anjo querubim” foi gravado pelo sanfoneiro Waldonis dando título ao disco que foi lançado pela Kuarup Discos.
Em 2006, lançou o DVD – “Na Boléia do Destino”, que foi gravado ao vivo no Teatro de Santa Isabel em Recife – PE e contou com participações de parceiros do compositor, como Santanna, Geraldinho Lins, Nádia Maia. No repertório do show, canções conhecidas como “Tareco e Mariola”, “Confidências”, “Nem Olhou pra Mim”. No mesmo ano, teve suas músicas “Feito Mel no Melão” e “Meu cenário” gravadas por Santanna, no DVD – “Forró popular brasileiro”, lançado pelo selo Atração. No ano seguinte, compôs a música-título para o CD – “Tá no sangue e no suor”, gravado por Chico Salles. No mesmo ano, teve sua música “Anjo querubim” gravada por Liv Moraes, filha de Dominguinhos, em seu primeiro CD solo, lançado pela Gravadora Eldorado.
Em 2009, teve participação especial no CD – “Forroboxote 8”, de Xixo Bizerra, na faixa “Fole bicudo”, uma composição de Xico Bizerra em homenagem a Zé Bicudo. No mesmo ano, Liv Morais gravou outra música sua, “Coração menino” (com Rogério Rangel), desta vez no CD – “É você”, lançado pela Atração Fonográfica. Em 2012, participou da coleção tripla de CDs – “Pernambuco forrozando para o mundo – Viva Dominguinhos!!!”, produzida por Fábio Cabral, cantando, ao lado de Dominguinhos, a música “Baião de nós dois”, de sua autoria com Rogério Rangel. A coletânea trouxe forrós diversos interpretados por 48 artistas, e que fazem referência aos 50 anos de carreira do seu inspirador: Dominguinhos. Interpretando músicas de compositores em sua grande maioria pernambucanos, fizeram parte do projeto também artistas como Accioly Neto, Adelson Viana, Dudu do Acordeon, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, Irah Caldeira, Liv Moraes, Hebert Lucena, Geraldo Maia, Sandro Haick, Spok, Jefferson Gonçalves, Chambinho, Joquinha Gonzaga, Maciel Melo, Luizinho Calixto, Silvério Pessoa, Walmir Silva, entre outros, além do próprio Dominguinhos.
Nascido em 25 de janeiro de 1959 com a saúde mais frágil do que o normal para um bebê, o Petrúcio Antonio Amorim foi assim batizado por conta da fé de sua mãe. Ao receber em casa uma desconhecida que ficou comovida com a falta de recursos do seu lar, em Caruaru, ela ouviu a história do “Menino Petrúcio” que, depois de aceito em um convento de padres capuchinhos de Maceió -AL, havia levado fartura para o lugar. Na esperança de que o milagre se repetisse também em sua família e de quebra ainda trouxesse vitalidade para o filho, Dona Hermínia nomeou o caçula da mesma forma, sem imaginar, que ele teria vigor o suficiente para se tornar um dos maiores músicos de Pernambuco. E sessenta anos depois, o sucesso de Petrúcio Amorim pode fazer os mais religiosos acreditarem no triunfo da homenagem.
A trajetória marcada pela infância pobre, passando pela superação dos obstáculos até chegar ao sucesso – com músicas que hoje já fazem parte do inconsciente coletivo pernambucano, como “Tareco e Mariola”, “Cidade Grande”, “Filho do Dono” – é narrada na biografia “Petrúcio Amorim – O Poeta do Forró”, de Graça Rafael, lançada em 2018 pela Editora Coqueiros (http://www.cultura.pe.gov.br/canal/musica/biografia-de-petrucio-amorim-retrata-a-trajetoria-do-forrozeiro/). O livro conta com depoimentos de familiares, amigos e artistas. Também natural de Caruaru, Graça pesquisa e acompanha o cenário do forró com intimidade e paixão, por isso, desde 2004 já vinha desenvolvendo a biografia do músico. “À medida que o tempo passava, fui me afeiçoando e gostando de todos os cantores que faziam parte da história do Forró. Fiquei amiga de muitos. Daí minha aproximação com Petrúcio”, explica ela sobre a liberdade para tratar até mesmo de temas delicados da história do compositor. “Em todo esse período, nunca tivemos nenhum desentendimento, nenhuma divergência. É uma biografia totalmente autorizada”, completa. Pego de surpresa pela proposta da biografia por se considerar jovem demais para esse tipo de registro, Petrúcio agora enxerga o lançamento do material com alegria. “Não levei a sério no início. Porém, por conta dos encontros, conversas, da boa amizade, comecei a achar a ideia interessante”, lembrou ele, cujas entrevistas com a autora foram a principal fonte de informações da obra. Porém, o livro também conta com depoimentos de familiares, amigos e artistas, além de prefácio e orelha escritos por Santanna, o Cantador, Maciel Melo.
Segue abaixo entrevista com Petrúcio Amorim para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 22.02.2021:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Petrúcio Amorim: Nasci no dia 25 de janeiro de 1959 em Caruaru – PE. Registrado como Petrúcio Antônio de Amorim.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Petrúcio Amorim: Meu primeiro contato com a música foi aos 9 anos de idade na banda musical do abrigo de menores Dom Bosco em Caruaru -PE a qual tinha como líder o maestro Caruá e aprendi a tocar Clarinete e Trompete.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Petrúcio Amorim: Minha formação musical foi na banda musical do abrigo de menores Dom Bosco em Caruaru -PE e nos palcos da vida. Nunca tive vontade de fazer outra coisa que não fosse música.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Petrúcio Amorim: Minhas influências musicais do passado são os artistas que ouvia no rádio: Jackson do Pandeiro, Ary Lobo, Trio Nordestino, Luiz Gonzaga, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros. As influências musicais mais recentes são: Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Fagner, Alceu Valença, Djavan, tantos outros talentos musicais que surgiram na música brasileira. Nenhuma influência deixou de ter sua importância, pois todas influenciaram de alguma forma em algum momento.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Petrúcio Amorim: Comecei minha carreira musical em 1984, através do lançamento do primeiro LP – “Doce pecado” pela Polygram.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Petrúcio Amorim: Em 2010 CD – “Forró, Alegria do Meu Povo”. Em 2006 DVD – “Na boléia do destino”. Em 2004 CD – “Deus do Barro” pela Lua Music Gravadora. Em 2002 CD – “Pra ficar com você”. Em 2001 CD – “Bebendo da fonte” pela Somzoom. Em 2000 CD – “A Festa Do Forró”. Em 1998 CD – “Fim de Tarde” (1998). Em 1995 CD – “Petrúcio Amorim 15 anos de Forró”. Em 1993 LP – “Feito mel no melão” (1993). Em 1991 LP – “Petrúcio Amorim”. Em 1986 LP – “Forró, frevo e alegria”. Em 1984 LP – “Doce Pecado”.
Sucessos de minha autoria: “Anjo Querubim”, “Cidade grande”, “Confissão de um Nordestino”, “Dois rubis”, “Feito Mel no Melão”, “Filho do dono”, “Forró Brasileirinho”, “Menino de rua”, “Meu Cenário”, “Meu ex-amor”, “Meu Munguzá”, “O Rei nas estrelas”, “Tá no sangue e no suor”, “Tareco e Mariola”. Em parceria com Jorge de Altinho: “Confidências”, “Lembranças”, “Devagar”. Em parceria com Jorge Silva do Recife: “Como posso te esquecer”, “Sanfoneiro bom”.
Em parceria com Rogério Rangel: “Coração menino”, “É sempre assim”. Em parceria com Novinho da Paraíba: “Estrela Cadente”, “Nem olhou pra mim”. Em parceria com Maciel Melo: “Meninos do sertão”.
“Eu sou o forró” com Bráulio de Castro. “Fiel com um cão” com Leonardo. “Velho Ipojuca” com Romero Amorim.
07) RM: Como você define seu estilo musical dentro do Forró?
Petrúcio Amorim: Defino meu estilo musical como autêntico forrozeiro, discípulo de Luiz Gonzaga, mas com ouvidos e coração abertos para a boa música popular brasileira.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Petrúcio Amorim: Não estudei formalmente técnica vocal. Minha formação vem dos palcos e estúdios de gravações, que me proporcionaram valiosas lições, as quais sempre observei com muita humildade e disciplina.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Petrúcio Amorim: Acho muito importante a aprimoração técnica, formal ou não, em qualquer profissão. Aprender sempre. Também é imprescindível zelo e disciplina com relação aos cuidados da voz, nosso instrumento de trabalho.
10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?
Petrúcio Amorim: Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Djavan, Elis Regina, Maria Bethânia, Alcione.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Petrúcio Amorim: Meu processo de compor é natural. nunca foi de compor música em larga escala. a música nasce do que me inspira. uma palavra, uma imagem, uma frase, uma história real.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Petrúcio Amorim: meus principais parceiros de composição são: Jorge de Altinho, Rogério Rangel, Jorge Silva, Bráulio de Castro, Leonardo Sullivan e outras feras por quem nutro grande admiração.
13) RM: Quem gravou as suas músicas?
Petrúcio Amorim: Muita gente boa já gravou minhas músicas: Dominguinhos, Ivete Sangalo, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Flávio José, Trio Nordestino, Razão Brasileira, Santanna – O cantador, Maciel Melo, Jorge de Altinho, Alcymar Monteiro, entre outros.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Petrúcio Amorim: A vantagem de uma carreira independente é a de não se submeter a vontade de terceiros. E a desvantagem é a falta de apoio, por exemplo, para tocar minhas músicas nos meios de comunicação.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Petrúcio Amorim: Minhas estratégias de planejamento de carreira, dentro e fora dos palcos, são muito intuitivas e se formaram com a experiência de muitos anos de carreira musical. Nenhum livro ensina melhor que a experiência. Dentro do palco procuro ter uma boa banda, entrosada, bom repertório e uma boa equipe de técnicos de som. Fora dos palcos, precisamos de humildade para aprender sempre, hoje entendo a importância também de uma boa assessoria de comunicação.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Petrúcio Amorim: Procuro estar atento ao que o mercado nacional está oferecendo e, dentro da minha realidade, praticar o que acredito e o que é possível.
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Petrúcio Amorim: Só tenho o que agradecer a internet, por repercutir, para além de minhas fronteiras, a minha música.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Petrúcio Amorim: Como vantagem essa tecnologia traz rapidez, economia, praticidade. Mas ao mesmo tempo desemprega muitos músicos que trabalham em estúdio de grande porte.
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Petrúcio Amorim: Não penso em muitas estratégias para me diferenciar. Acredito no uso da verdade e simplicidade. Prezo por um bom repertório. Como algum poeta já disse que “o difícil é fazer o simples”.
20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Petrúcio Amorim: O Forró mudou muito com o passar do tempo. Apareceram ritmos e derivações que se apresentaram como Forró. E com a chegada das bandas de Forró o Nordeste não abraçaram mais tanto o Forró pé-de-serra como acho que deveria. Mas dentro de nós, defensores e apaixonados pelo Forró raiz, ele segue mais vivo do que nunca.
21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Petrúcio Amorim: Dominguinhos, Alceu Valença, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Elba Ramalho, entre outros gigantes da nossa música.
22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Petrúcio Amorim: Muita coisa aconteceu nesses 35 anos de carreira musical. Cantar e não receber cachê; cantar com som ruim; cantar doente; receber muitos nãos; esperar muitas horas para cantar e nem chegar a cantar. É muito chão.
23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Petrúcio Amorim: O que me deixa mais feliz é o reconhecimento e o carinho do povo e de outros artistas que gravam minhas músicas. O que me deixa mais triste é não ter espaços nas grandes emissoras de televisão e rádio.
24) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?
Petrúcio Amorim: Muito bom o surgimento do “Forró Universitário”, pois trouxe um gás, uma brisa rejuvenescedora, uma graça e aproximou do Forró para o público jovem.
25) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram sua atenção?
Petrúcio Amorim: Falamansa e Trio Virgulino vêm a minha cabeça agora.
26) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?
Petrúcio Amorim: Sou um forrozeiro raiz. Essa é minha origem, sou seguidor de Luiz Gonzaga, então, sempre voltei minhas energias para o Forró raiz. Sem julgar os outros, mas respeito e já fui gravado por muitas bandas das antigas e novas.
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Petrúcio Amorim: Infelizmente esse lado mercenário existe nos bastidores para execução das músicas nos rádios e televisão.
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Petrúcio Amorim: Acredite em si mesmo e tenha paciência, humildade para aprender e perseverança.
29) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Petrúcio Amorim: O Festival de Música é uma oportunidade muito grande para quem está iniciando. É uma janela e vitrine para todos os compositores e intérpretes. E como desvantagem vejo que nem sempre todos que merecem têm a sorte de serem exitosos.
30) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?
Petrúcio Amorim: Sim. Toda manifestação cultural em prol da arte e cultural são movimentos relevantes.
31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela mídia da cena musical brasileira?
Petrúcio Amorim: Vejo uma parte, infelizmente, mercenária.
32) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Petrúcio Amorim: Toda abertura musical e cultural é válida e importante.
33) RM: Fale do panorama musical de Pernambuco na década de 80.
Petrúcio Amorim: Na década de 80 foi o período que comecei, também tive o prazer de fazer parte dos que recriaram a maneira de compor Forró. Em 1981, eu e Jorge de Altinho fazíamos um estilo meio urbano e meio rural. Os temas eram românticos, comunicação fácil e extremamente comercial. Os arranjos eram sempre acompanhados pelos metais (Piston, Trombone, Sax) sem esquecer o básico (Sanfona, triangulo e zabumba). Passei dez anos fazendo um sucesso por ano com tudo que era forrozeiro que surgisse no momento.
Fizemos com que os jovens também gostassem da ideia do novo Forró e quem nunca vendeu discos, na época chegou a vender mais de 100 mil cópias. Algumas bandas deturparam a maneira de tocar e compor. Alguns forrozeiros tradicionais puxam o Forró para baixo e a galera jovem inventa outro ritmo em cima do Forró, que não se sabe mais se é forró ou lambada com sanfona. Se Luiz Gonzaga tivesse vivo morreria novamente do coração.
35) RM: Como você analisa o mercado fonográfico?
Petrúcio Amorim: O mercado musical passa por sua pior crise, tanto no conteúdo musical quanto ao que se é vendido. O balanço, a mídia, as letras, as melodias e os interpretes deixam muito a desejar e o povo é quem sofre, principalmente os pais que são obrigados a comprar para os filhos discos horrorosos só por que ouviram nas rádios ou TVs. Espero que a nova geração tecnológica invente meios para que nem as gravadoras nem respectivamente seus contratados percam a parada, por que no fundo mesmo quem perde mais somos nós os autores.
36) RM: Petrúcio Amorim, Quais os seus projetos futuros?
Petrúcio Amorim: Pretendo realizar muitos sonhos e projetos, ainda. Como gravar um novo DVD e CD com músicas inéditas. E continuar nos palcos até bem velhinho.
37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Petrúcio Amorim:[email protected]
| https://web.facebook.com/petrucio.amorim
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| https://web.facebook.com/Petrúcio-Amorim-138871059619486
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCbhMwYRM2-Rx0d2U2IrOzdQ
0 Sucessos de Petrúcio Amorim: https://www.youtube.com/watch?v=RQq-QVIm-GY
Petrúcio Amorim (DVD Na boléia do destino): https://www.youtube.com/watch?v=9CMMpIa6FG4
https://www.letras.mus.br/petrucio-amorim/discografia/