Pedro Lampreia

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O poeta, compositor, contrabaixista, cantor carioca Pedro Lampreia, desde muito cedo vem tocando em casas de show no Rio de Janeiro.

Começou estudando música em 1991 com o pianista Antônio Adolfo e formando bandas tocando Classic rock. Pedro percebeu que tinha talento para composição e foi estudar música na famosa escola americana Musicians Institute em Hollywood – EUA, em que se especializou em contrabaixo. Na volta ao Brasil trabalhou como assistente de engenharia de som no estúdio Mega, adquirindo experiência em produção musical.

Pedro foi aceito na conceituada faculdade de música Berklee College of music em Boston – EUA se formando em composição popular e gravou diversas músicas, na volta ao Brasil foi contratado pela Herbert Richers em que mixava filmes para Disney, SBT, Globo etc…

Pedro foi professor de música por dez anos da British school, uma escola tradicional do Rio de Janeiro e durante esses anos Pedro Lampreia gravou três álbuns independentes, fez trilhas pra Globo e jingles e atualmente está se preparando para lançar seu novo álbum.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Pedro Lampreia para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 03.10.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Pedro Lampreia: Nasci no dia 20 de abril de 1976 no Rio de Janeiro – RJ. Registrado como Pedro Lampreia Carvalho.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Pedro Lampreia: Comecei a ouvir e curtir o Brock (Rock nacional) nos anos 80, mas foi o classic rock, especificamente Pink Floyd que mudou minha vida, foi quando realmente senti vontade de ser músico.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Pedro Lampreia: Formei-me em contrabaixo no Musicians institute em Hollywood e depois em composição popular na Berklee College of music, Boston – EUA.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Pedro Lampreia: Comecei ouvindo Brock, Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso, etc. Hoje ouço Beach Boys, Beatles, Chet Baker, Silvio Rodríguez, Nelson Cavaquinho, Tom Jobim, Chico Buarque, etc…

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Pedro Lampreia: Comecei aos 15 anos de idade (1991), tocando pelo Rio de Janeiro, fazia aula de música com o pianista Antônio Adolfo e toquei no Jazzmania, Mistura fina, Scala.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Pedro Lampreia: Lancei os álbuns: “Ricardo Dias & Pedro Lampreia” (2005). Pedro Lampreia – “Como gostaria que você estivesse aqui” (2016). Um EP (2022) com músicas gravadas entre 1996 a 1999 lançado nas plataformas digitais.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Pedro Lampreia: MPB.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Pedro Lampreia: Sim, durante todo meu curso de música na Faculdade.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Pedro Lampreia: Acho a respiração e a afinação primordiais para o cantor, mas nunca tive cuidado com a minha voz, mas quem cuida da voz sempre tem vantagem.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Pedro Lampreia: Mário Reis, Lúcio Alves, João Gilberto, Chet Baker, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Elis Regina, Aracy de Almeida.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Pedro Lampreia: Gosto de compor letra e melodia ao mesmo tempo.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Pedro Lampreia: Fiz um CD em parceria com meu amigo Ricardo Dias.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Pedro Lampreia: Acho que o bom é ter como colocar suas músicas originais nas plataformas digitais. O ruim é que tem que ter dinheiro para divulgar, para fazer um show de lançamento, pagar os músicos. É bem difícil fazer com que as pessoas tenham interesse de ouvir nossa música.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Pedro Lampreia: Estou focado em gravar minhas músicas, como disse, o dinheiro é extremamente necessário para conseguir ter um planejamento, fazer shows, gravar em estúdios.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Pedro Lampreia: Montei um estúdio em casa, assim tenho a liberdade de gravar minhas músicas quando quero. Tenho uma escola de música e venho há muitos anos dando aula e tenho uma página no Instagram.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Pedro Lampreia: A internet ajuda na divulgação, vejo que as minhas músicas são tocadas em outros países. Prejudica porque hoje em dia as pessoas não têm muita paciência de ouvir uma música, já mudam rápido para outra coisa.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Pedro Lampreia: Muita vantagem ter um home estúdio, ficou democrático, barato e com qualidade. Eu, gravei meu novo CD sozinho, eu tocando todos os instrumentos, fiz a mixagem e masterização.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Pedro Lampreia: O gosto musical do brasileiro mudou, fica mais complicado e existem manobras como comprar streaming, seguidores. Eu mesmo recebo essas ofertas. Eu tento me diferenciar tentando fazer algo diferente como meu recente single, em que misturo poesia e música eletrônica, mas meu novo álbum é rock, pop.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Pedro Lampreia: Sinceramente acho vergonhoso um país com Tom Jobim, Milton Nascimento, etc… Ouvir FUNK, música Sertaneja pop, perdeu muito, olha as letras das músicas! Coitado do Vinicius de Moraes. Acho que o Chico Buarque regrediu e muito, tem feito um péssimo trabalho.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Pedro Lampreia: Tudo citado na pergunta já aconteceu comigo (risos). Já toquei dando cotovelada em bêbado; já desafinei tentando cantar Led Zeppelin; já briguei com o baterista no palco; já me apresentei para duas pessoas.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Pedro Lampreia: O que me deixa feliz é saber que Deus me deu o dom de compor, sinto orgulho das minhas músicas. E triste é não conseguir fazer com que minhas músicas cheguem a mais pessoas.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Pedro Lampreia: Existe sim, vem de Deus.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Pedro Lampreia: Estudei muito improvisação, a teoria é necessária, mas alma também é.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Pedro Lampreia: Existe improvisação de fato, mas tem que dominar a teoria.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Pedro Lampreia: Muitos métodos não ensinam que é usando a Melodia das músicas que se improvisa, não só escalas, arpejos.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Pedro Lampreia: Acho necessário o músico entender a Harmonia e seus caminhos, o ruim é soar musicalmente igual a todo mundo.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Pedro Lampreia: Muito difícil, meu pai era diretor da rádio Cidade e da JB FM, eu vi o gerente dá rádio vendendo espaço para execuções de música como se fosse publicidade. O cantor famoso era o “Zeca bale”… não vou falar o nome.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Pedro Lampreia: Olha, eu diria para o músico ter um emprego, se formar e fazer música como hobby.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Pedro Lampreia: Há alguns anos teve um festival de música na TV Globo, quando vi tinha o Toninho Horta concorrendo, o Zé Renato do Boca Livre, revela talentos, mas sempre tem as cartas marcadas.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Pedro Lampreia: É tendenciosa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Pedro Lampreia: Mesma coisa tem que conhecer alguém que conhece alguém e as cartas marcadas sempre estão presentes.

32) RM: Qual sua relação pessoal e profissional com o pianista Antônio Adolfo?

Pedro Lampreia: Em 1991, comecei na música no Centro Musical Antônio Adolfo aprendendo contrabaixo, teoria etc.. Minha banda começou a se destacar nos shows de alunos da escola e começamos a tocar em outros lugares do Rio de Janeiro. Notando que tinha talento para composição passei a ter aulas de composição popular com o pianista Antônio Adolfo, de 1992 a1993. Fazem muitos anos que não o vejo, tenho muita admiração e gratidão pelos momentos que passei no Centro Musical, tocamos no Jazzmania, Mistura Fina, Teatro Clara Nunes, etc.

Na minha época de estudante no Centro Musical Antônio Adolfo, a cantora e compositora Marina Lima tinha aula com ele, o violonista Nando Duarte (guitarra) da minha banda tocava com a Elsa Soares e está com o Ney Matogrosso. O curioso é que o pai do Nando era do conjunto que acompanhava a Elis Regina, que era Roberto Menescal na guitarra, Antônio Adolfo no piano, Jurandir Duarte no baixo, não sei quem era o baterista. E com certeza tem muito alunos que estão tocando por aí…