Paulo Henrique da Silva Costa (PH) é nascido em Mogi das Cruzes, São Paulo e graduado pela Faculdade Paulista de Artes, SP (2009) no curso de licenciatura plena em Educação Artística com Habilitação em Música.
Foi aluno de WATSON CLIS (violoncelo) na ULM (Universidade Livre de Música) de 1997 a 2003, aluno de Cyro Pereira (orquestração) e violoncelista da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo de 2001 a 2003.Nessa orquestra se apresentou regularmente no Teatro São Pedro, no Teatro Sérgio Cardoso e na Sala São Paulo, sob a regência do maestro João Mauricio Galindo com quem estudou Regência e Análise de 2001 a 2003, período em que foi professor de violoncelo do Projeto Guri em São Paulo.
É cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor musical e professor, é parceiro de compositores como: Murilo Antunes, Paulinho Pedra Azul, Capinan, Moraes Moreira, Juca Filho, Kleber Albuquerque, Marilia Abduani, Julio Bellodi, entre outros.
Foi violoncelista e arranjador da Orquestra Brasileira de tango DE PURO GUAPOS, onde viajou pelo Brasil e Argentina, e foi violoncelista e arranjador da Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, onde se apresentou e fez arranjos para: Milton Nascimento, Ivan Lins, Elba Ramalho, Moraes Moreira, Lô Borges, Flávio Venturini, entre outros. Já participou de diversos grupos musicais, entre eles o “Coletivo Carta na Manga” com o qual participou do festival “Sonamos Latinoamérica” em 2014 se apresentando nas cidades de Santa Fé, Rosário, Santo Tomé e Paraná na Argentina.
Tem mais de 500 músicas e cinco CDs autorais: BAIÃO MINEIRO (2003), LAVANDO A ALMA (2008) com o parceiro Paulinho Pedra Azul, NOITE BRASILEIRA (2011), CANTO A MEU POVO (2017) com o parceiro Pedrão e CAIPIRERÊ (2017).
Como produtor musical já produziu diversos trabalhos, entre eles: ORQUESTRA DE CHORO SOUZA EURICO (2016), como Diretor musical, arranjador e regente. O BANDOLIM DE NILTON DELPHIM (2016), como Diretor musical, arranjador e intérprete no CD, onde transcreveu e executou a obra do compositor Nilton Delphim como resgate para memória de Mogi das Cruzes. CANARINHOS CANTAM COMPOSITORES MOGIANOS (Canarinhos do Itapety – 2012), como diretor musical, arranjador e músico. SAMBA DE BOTEQUIM Vol.2 (Pedrão – 2012), como Diretor musical, arranjador e músico. ESTREITOS NÓS (ALINE CHIARADIA -2016), como Diretor musical, arranjador e músico. UM CANCIONEIRO DEGUSTADOR DE PALAVRAS (SERGINHO MACHADO – 2018), como Diretor musical, arranjador e músico. SETE PAUS (ROQUE MARTINS – 2018), como Diretor musical, arranjador e músico. SEU EURICO- 80 ANOS DO MESTRE DO CHORO MOGIANO (SEU EURICO – 2018), como Diretor musical, arranjador e músico no CD que registra pesquisa de compositores de Choro em Mogi das Cruzes.
Como resgate cultural, além da obra de Nilton Delphim, PH também transcreveu e executou em 2014, em primeira audição mundial, a composição erudita do MAESTRO ANTONIO MÁRMORA (NIQUINHO) escrita em 1960 “TRIO em Eb PARA PIANO, VIOLINO E VIOLONCELO”. Paulo Henrique está escrevendo o livro “CHOROS MOGIANOS” em que já recolheu mais de 80 Choros de autores de Mogi das Cruzes.
Como compositor erudito já tem suas primeiras obras de câmara e sinfônicas, segue participando de concursos pelo Brasil e já teve sua obra, “CHORO”, executada pela “ORQUESTRA ACADÊMICA DE SUZANO” em 2014. Participou atuando e fez parte da trilha sonora do documentário sobre tango “A PURO GESTOUM RITUAL DE TANGO” de Gaby Reich, em Buenos Aires, Argentina, em 2010. Foi produtor e fez trilha original pra o documentário “GUNAI, O VELHO BOÊMIO” de Pedro Abib, Mogi das Cruzes, São Paulo, (2012). Fez a trilha sonora original para o documentário “SAMBA LUMIÉRE EM PARIS” de Pedro Abib, Paris, França, (2014). Fez a trilha sonora do curta-metragem de Elias Mingoni, “A PARTIDA”, Mogi das Cruzes, SP, (2015).
Foi o idealizador, diretor artístico e pedagógico do PONTO DE CULTURA “ESCOLA DE CHORO SOUZA EURICO” que atendeu gratuitamente mais de 800 alunos nos cursos de violão, cavaquinho, bandolim, flauta, clarinete e percussão na cidade de Mogi das Cruzes de 2011 a 2013. PH também foi diretor, regente e arranjador da ORQUESTRA DE CHORO SOUZA EURICO, orquestra popular formada pelos alunos mais avançados da Escola de Choro e músicos de Mogi das Cruzes.
PH foi diretor musical e arranjador dos “FESTIVAIS DA CANÇÃO DE MOGI DAS CRUZES”, edição 2014, 2105, 2016, 2017 e 2018 e também é vencedor por dois anos consecutivos da MOSTRA SÃO PAULO EXPOSAMBA 2012 e 2013, festival que contou, por edição, com mais de 1000 sambas de todo o Brasil.
Em 2012 ficou em segundo lugar no voto popular com a música “Meu lugar” (Paulo Henrique e Pedrão) e em 2013 ficou em primeiro lugar no voto popular com a música “Infinita Cidade” (Paulo Henrique e Julio Bellodi).
PH é professor de Arte e Música nos Colégios Gutenberg e Mello Dante em Mogi das Cruzes e é idealizador e professor do CURSO DE COMPOSIÇÃO POPULAR “CRIANDO CANÇÕES” que já atendeu dezenas de pessoas em aulas online.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Paulo Henrique para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 16.02.2022:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Paulo Henrique: Nasci no dia 21 de junho de 1975 em Mogi das Cruzes, São Paulo. Registrado como Paulo Henrique da Silva Costa.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Paulo Henrique: Meu primeiro contato foi no início final dos anos 70 e início dos anos 80, ouvindo discos e rádio com minha família: Roberto Carlos, Chitãozinho e Xororó, Mato Grosso e Mathias, Duduca e Dalvan, Beth Carvalho, etc. Na minha adolescência conheci o álbum do Clube da Esquina e me apaixonei, depois disso passei a me interessar por Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Sá e Guarabyra, Tom Jobim, etc.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Paulo Henrique: Sou Técnico mecânico e trabalhei muitos anos como torneiro mecânico em empresas de Mogi das Cruzes e São Paulo. Aos 20 anos (2005) fui estudar violoncelo na ULM – Universidade Livre de Música em São Paulo. Em 2009 me formei em Licenciatura em Educação Artística com habilitação em Música pela FPA – Faculdade paulista de Artes em São Paulo. e passei a dar aulas de música em colégios particulares de Mogi das Cruzes – SP.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Paulo Henrique: Desde que conheci a MPB nunca mais me afastei dela, em minhas influências também posso considerar o Choro e a Música Erudita.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Paulo Henrique: Aos 15 anos de idade, em 1990 comecei a tocar violão e conheci os bares em Mogi das Cruzes – SP, nos bares conheci os músicos e compositores de minha cidade, o que me incentivou a compor, nessa época, passei a dar canjas em barzinhos e tocar em alguns lugares. Aos 20 anos fui estudar violoncelo na ULM – Universidade Livre de Música em São Paulo e comecei a tocar em orquestras sinfônicas, gravações, casamentos e eventos em geral, nessa mesma época comecei a tocar Cavaquinho e Bandolim, participando de rodas de Choro e Samba da minha cidade. Em 1996 comecei a compor e em 1997 me tornei parceiro de um ídolo: Paulinho Pedra Azul que gravou uma música nossa em seu CD – “Samba Canção” de 1998, de lá para cá a produção nunca mais parou. Em 2009 me formei em Licenciatura em Educação Artística com habilitação em Música pela FPA – Faculdade paulista de Artes em São Paulo e passei a dar aulas de música em colégios particulares de Mogi das Cruzes – SP.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Paulo Henrique: Cinco CDs e dezenas de produções na linha de MPB, Samba e Choro. Em 2003 o CD – “Baião Mineiro”. Em 2008 o CD – “Lavando a Alma” em parceria com Paulinho Pedra Azul. Em 2011 o CD – “Noite Brasileira”. Em 2017 o CD – “Canto ao meu povo” em parceria com Pedrão Abib. Em 2017 o CD – “Caipirerê”.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Paulo Henrique: MPB clássica.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Paulo Henrique: Não. Mas a minha escola foi a prática direcionada, pois passei a cantar muito em minhas aulas e fui desenvolvendo minha técnica de respiração, descobri minha extensão e fui adequando os tons das canções para a minha tessitura.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Paulo Henrique: Eu acho importante e considero todo estudo e toda forma de aperfeiçoamento musical fundamental na carreira de todo músico.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Paulo Henrique: João Gilberto, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Renato Braz, Monica Salmaso, Paulinho da Viola, João Nogueira, João Bosco, entre outros.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Paulo Henrique: Meus processos são variados, se uma letra me parece interessante eu crio melodia, mas geralmente eu crio a canção e passo para meus parceiros fazerem a letra. As inspirações me chegam de diversas formas e procuro desenvolver as ideias da minha maneira, dentro da minha harmonia e meu estilo.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Paulo Henrique: Paulinho Pedra Azul, Murilo Antunes, Pedrão Abib, Julio Bellodi, Marília Abduani, entre outros. Durante minha carreira tive a honra de fazer umas parcerias muito especiais: um samba com Moraes Moreira, um baião com Juca Filho, uma balada com Kléber Albuquerque, um samba com Nelson Rufino e duas canções com José Carlos Capinam.
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Paulo Henrique: Nos meus CDs tive a honra e privilégio de contar com participações muito especiais, entre elas: Toninho Horta, Paulinho Pedra Azul, Telo Borges, Marilton Borges, Esdras (Neném) baterista, Nenê baterista, Itamar Collaço, Vinicius Dorin, Gereba, Dado Prates, Cris Aflalo, Ricardo Finazzi, Lucas Vargas, Emílio Martins, entre outros.
Paulinho Pedra Azul já gravou várias músicas nossas em seus CDs e tive canções minhas interpretadas por outros grandes cantores em CDs de meus parceiros, entre eles: Renato Braz cantando “O penhor” (Paulo Henrique/Rabicho), Nelson Rufino cantando “Noite de Xangô” (Paulo Henrique/ Pedrão Abib), Claudia Cunha cantando “Calendário” (Paulo Henrique/Henrique Abib e Pedrão Abib) e Mateus Sartori cantando em seu CD – “Promessa” (Paulo Henrique / Meyson), nessa gravação do Mateus tivemos participação de Teco Cardoso, Toninho Ferraguti, entre outros músicos incríveis.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Paulo Henrique: Os prós trazem a liberdade de criação e os contras trazem a dificuldade de produção.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Paulo Henrique: Eu sempre procurei manter fontes diferentes de renda dentro da minha carreira, como professor, músico, arranjador e produtor musical, essa prática se fortaleceu durante a pandemia do Covid-19, quando comecei a me reinventar dentro do mercado. Criei cursos e busco novas formas de trabalho dentro do marketing digital e em diversas áreas musicais disponíveis na internet.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Paulo Henrique: Criei cursos online, estou gravando cursos, escrevo arranjos e disponibilizo em plataformas para venda. Escrevo projetos, faço produções online, participo de editais e procuro condições de desenvolver meu trabalho pela internet, pois esse é o melhor mercado para todas áreas.
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Paulo Henrique: A internet só tem a ajudar, pois amplia a visibilidade do nosso trabalho e facilita o acesso das pessoas aos nossos produtos. Não vejo pontos negativos.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Paulo Henrique: Só vejo vantagens também, eu mesmo estou montando meu estúdio e tenho certeza que me trará muitas fontes de renda em produções variadas.
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Paulo Henrique: Eu acho que a grande concorrência não é externa, e sim, interna. Nós temos que nos aprimorar a todo momento e buscar estabelecer a melhor versão de nós mesmos no nosso campo profissional. Fazer grandes planos a longo prazo e caminhar um pouco a cada dia dentro dos nossos projetos, pois assim os resultados virão naturalmente.
20) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Paulo Henrique: Eu acho que os grandes mestres nunca perderão sua majestade e quem faz seu trabalho buscando excelência em sua produção com certeza terá seu lugar no rol dos grandes e eternos. Das últimas décadas posso citar: Mônica Salmaso, Renato Braz, Hamilton de Holanda, André Mehmari e atualmente gosto muito de ouvir a Luísa Lacerda.
21) RM: Quais os artistas já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Paulo Henrique: Tom Jobim, João Gilberto, Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso, Lô Borges, Milton Nascimento, Djavan, Elomar, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, João Bosco, Boca livre, Paulinho da Viola, Paulinho Pedra Azul, etc.
22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?
Paulo Henrique: Tive muitas experiências incríveis e vou contar duas delas: De 2005 a 2010 fui violoncelista e arranjador da Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, nesse período a Orquestra estava sob a regência e direção artística do Maestro Marcelo Jardim que trouxe muitos cantores renomados para se apresentarem com a gente. Tive a honra de escrever arranjos e tocar com Ivan Lins, Flavio Venturini, Lô Borges, Milton Nascimento e Moraes Moreira. Para o Milton eu escrevi um arranjo de “Calix Bento” e no momento de ensaio com a Orquestra deu uma confusão na forma da música. Eu tinha escrito baseado na forma do disco “Geraes” e o Milton na época estava cantando sobre a forma do disco “Tambores de Minas”. Quando se deu a confusão o maestro parou e perguntou para mim o que estava acontecendo e eu me levantei da cadeira dos cellos e expliquei que teríamos que fazer uma alteração na casa um e casa dois, expliquei a solução enquanto Milton me olhava de canto de olho, esperando… eu suando de nervoso! Mas felizmente as anotações foram feitas e na segunda passada conseguimos executar o arranjo sem problemas! Ufa! E quando tocamos com Moraes Moreira, eu tive a chance de mostrar um samba que eu estava fazendo e ele me deu a honra de fazer uma segunda parte! “Escola de Samba Brasil” e está no You Tube.
23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Paulo Henrique: Mais feliz a chance de levar uma mensagem de harmonia e boas vibrações para o mundo, mostrar minhas canções e ajudar de alguma forma o próximo com minha música e meus ensinamentos. Eu não diria que fico triste por nenhum motivo, apesar do reconhecimento que nossa música muitas vezes não tem, eu não me preocupo com isso, acredito que o sol nasce para todos e sempre surge alguém que gosta e se beneficia de alguma forma com nosso trabalho.
24) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Paulo Henrique: Eu acredito que a maior característica do ser humano é sua capacidade de se criar, se inventar e sua força em acreditar nisso. Eu quando decidi ser músico tive minhas facilidades e minhas dificuldades, mas desde que tomei isso por objetivo eu fui me criando e me desenvolvendo dentro das minhas possibilidades. Eu acho que nosso dom é nossa capacidade de criarmos nossa realidade e acreditarmos nela.
25) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Paulo Henrique: Improvisação é a capacidade de tocarmos uma canção com liberdades de execução. Essa liberdade é formada pela experiência aliada a intuição. Eu não me considero um musico improvisador, porém eu sou Chorão e percebi que de alguns anos para cá eu passei a me sentir mais seguro e com mais capacidade de improvisar dentro dos acompanhamentos e solos de Choros e Sambas.
26) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Paulo Henrique: Eu acho que podemos estudar técnicas e escalas, mas acredito que a experiência é o principal elemento para podermos sentir onde e como podemos desenvolver ideias de improviso dentro de um tema.
27) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Paulo Henrique: Os prós seriam as habilidades técnicas proporcionadas aos estudantes e os contras talvez a exigência de que se use as mesmas escalas e técnicas em todas as canções. Eu acho que mais importante que improvisar é a capacidade de perceber a medida exata que podemos desenvolver um tema para não exagerar e descaracterizar uma canção.
28) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Paulo Henrique: Eu acho que o mais importante é o aluno aplicar os seus conhecimentos adquiridos dentro de sua prática pessoal, todo estudo é importante, mas se o aluno toca e gosta de música sertaneja, por exemplo, ele não precisa querer se aprofundar em acordes de músicas da Bossa Nova. Se num futuro ele se interessar por esse gênero ele busque aperfeiçoamento nessa área. Eu acho que os contras dos estudos de harmonia estão no fato do músico ter a obrigação de conhecer sobre um tema que ele não gosta ou não vai usar em sua prática musical, é como aprender inglês e não ter com quem conversar. Eu acho que o estudo profundo de harmonia se aplica aos estudantes que querem tocar um repertório mais sofisticado e escrever arranjos ou orquestrações.
29) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Paulo Henrique: Hoje em dia os compositores têm inúmeras formas de divulgar seu trabalho na internet, eles não dependem exclusivamente das rádios e podem ter grandes resultados nas redes sociais.
30) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Paulo Henrique: Existe uma cultura de que o músico perfeito precisa saber tocar bem, cantar bem, compor bem, improvisar bem e saber ler partitura, eu discordo e acredito que devemos aperfeiçoar nossa técnica se especializando no que fazemos de melhor. Primeiro devemos reconhecer nossas habilidades e ganharmos experiência dentro da nossa zona de conforto, depois podemos ampliar nosso leque de atuação, mas primeiro devemos fazer bem uma coisa e ser reconhecido por isso, depois podemos pensar em executar diferentes tarefas. Aconselho também a estudar a internet e buscar trabalho nessa área pois as possibilidades são infinitas, independente do seu ramo profissional na música.
31) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Paulo Henrique: Eu acho que o mais importante de um festival de música é a força que ele dá ao compositor para ele se superar compondo e interpretando. A premiação muitas vezes é injusta, pois leva em consideração os gostos pessoais dos jurados e acredito que os compositores não devem levar em consideração um julgamento negativo, cada um sabe a força que tem e conhece suas potencialidades. Eu acho que os prós e contras estão na forma como os compositores lidam com os sucessos e fracassos nos festivais.
32) RM: Festival de Música revela novos talentos?
Paulo Henrique: Com certeza e existe no Brasil uma geração importante de compositores que são muito famosos nos circuitos de festivais de música.
33) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Paulo Henrique: A televisão e boa parte das rádios trabalham a música como produto de entretenimento, são raras exceções que buscam divulgar um trabalho pelos seus méritos artísticos.
34) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Paulo Henrique: O trabalho dessas empresas é admirável e sinônimo de qualidade, já vi grandes shows nesse circuito e considero um dos principais incentivadores da nossa cultura. Inclusive ano passado inauguraram um SESC aqui em Mogi das Cruzes – SP, e estamos muito felizes com esse privilégio.
35) RM: O circuito de Bar na cidade que você mora ainda é uma boa opção de trabalho para os músicos?
Paulo Henrique: O circuito de bares em Mogi das Cruzes – SP, é bom e muitos músicos vivem e sustentam suas famílias com esse trabalho, mas eu acho que precisamos ter pelo menos cinco fontes de renda diferentes para conseguirmos melhorar nossa qualidade de vida.
36) RM: Quais os seus projetos futuros?
Paulo Henrique: Eu tenho feito alguns cursos e buscado algumas fontes de renda na internet e tenho planos de migrar totalmente para o digital nos próximos anos, gravando cursos online, vendendo arranjos e estudando as possibilidades de renda on-line. Estou construindo meu estúdio e pretendo gravar muitos CDs meus e produzir outros tantos CDs também. Como projeto de pesquisa estou escrevendo uma série de álbuns de partituras, entre eles: “Quarteto de cordas para iniciantes” e “O Choro Mogiano”, livro de Choros de autores mogianos.
37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?Paulo Henrique: (11) 97384 – 7799 | [email protected]
| https://www.instagram.com/paulohenriquecompositor
| https://web.facebook.com/paulohenriquepeaga
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCuc6wwTOuSecJ_CODIGCKeQ
Paulinho Pedra Azul e Paulo Henrique -Lavando a alma (2008) – Álbum Completo – Full Album: https://www.youtube.com/watch?v=bVb5NCSuKaY
ESSENCIAL (Márcia Carvalho/Paulo Henrique): https://www.youtube.com/watch?v=WrdE0hvL3yk
live autoral de junho 2021: https://www.youtube.com/watch?v=H0CpUNteskA
Playlist live autoral: https://www.youtube.com/watch?v=Hotjc1bJfI0&list=PLw4IsWMgg6fhk8XbCtW5egKL5zHE3D8wI&index=1