O grupo Oriundos do Gueto surgiu através de várias ideias… Ideias que resultaram em um EP gravado por Ronaldo Santos (Gran Jiraya) e como carro chefe a música “Morro da Polícia” que foi gravada no estúdio Comunidade Livre do músico produtor e arranjador Rafael Peres.
A música “Morro da Polícia” é de autoria do cantor, compositor e DJ Ronaldo Santos (Jiraya) que ao enviar a música para outras pessoas acabou conhecendo os outros músicos que hoje fazem parte do grupo Oriundos do Gueto. Quando o Solismar da Rosa (Ras Magrão) trocou ideias com Jiraya fez o convite para seguir o trabalho e rolou os primeiros ensaios. E numa troca de ideia na web com Dagoberto Dani o mesmo mencionou o interesse de participar de uma banda com liberdade na expressão artística e assim o Jiraya fez o convite para firmar o trabalho e de quebra surgiu Leonardo Reichert guitarrista natural de Carazinho (RS) onde já tinha participado de uma banda de rock e assim rolou outros ensaios. Foi quando o grupo sentiu que a evolução tinha que acontecer e convidaram Rafael Peres assumir a bateria da banda onde já realizava trabalhos musicais com os compositores Marcelo Soares Rapper e Josué Borges Rapper e também o guitarrista Jean Silveira. E com essa formação o grupo começou a expressar as ideais e os trabalhos musicais.
“Oriundos do Gueto” nasceu no dia 19 de abril de 2018 e tem como ideal transmitir uma linguagem universal de força e boas energias em suas letras e músicas misturando estilos musicais como Rap, Reggae e Rock entre outros… O primeiro show do “Oriundos do Gueto” foi na festa junina comunitária realizada pelo Bloco Carnavalesco ÔBalancê no dia 24 de Junho de 2018 e depois disso ORIUNDOS participou de outros eventos em Porto Alegre (RS). Em 14/12/2018 ”Oriundos do Gueto” se apresentou na casa de show “Opinião” com “Mato Seco”, “GrooVI” e a banda “Be Livin”. Para tocar no palco da casa de show “Opinião”, ORIUNDOS do GUETO teve que vencer uma enquete em que estavam participando mais de 60 bandas de Porto Alegre e região sul e ainda de São Paulo. Viveram um pouco mais de 60 dias nesta disputa e saíram para rua no corpo a corpo pedindo votos. Literalmente uma peleia em busca de votos contra a banda de São Paulo, de Guarulhos e conseguiram sair vitoriosos com mais de 2850 votos. Formaram uma corrente enorme pelas redes sociais e assim a banda se fez presente no palco e que na ocasião no dia show ainda estavam exaustos com todo esse corre… Pra eles foi uma grande honra poder participar deste grande evento realizado pelo Eduardo Pisca e a banda “Mato Seco” trazendo esse festival para Porto Alegre (RS).
Eles pensam que de qualquer lugar pode surgir um talento “até da lama nasce flor”, mas não qualquer “um” pode ser um talento. Assim “Oriundos do Gueto” segue uma tendência internacional tendo o reggae nas suas bases e apoia a arte e a música em todas suas vertentes ainda tem projetos que irão beneficiar e ajudar pessoas necessitadas com arrecadar alimentos, roupas e agasalhos entre outros. O nome “Oriundos do Gueto” abrange não só as favelas, as minorias, mas todas as classes como um todo. Eles velam pelo respeito pelas pessoas e por suas opiniões. Pensam na história dos Guetos, da luta pela liberdade e pela vida do ser humano que o mundo já conhece.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Rafael Peres – Oriundos do Gueto para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.04.2019:
01) RitmoMelodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos membros Oriundos do Gueto?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Ronaldo Santos (Teclado, Violão, Cantor e Compositor) nasceu no dia 26.01.1984. Solismar da Rosa (Teclado, Violão, Contrabaixo, Bateria, Percussão, Cantor e Compositor) nasceu no dia 22.10.1981. Rafael Peres (Teclado, Violão, Guitarra, Bateria, Percussão, Cantor e Compositor) nasceu no dia 30.11.1978. Jean Luca (Violão, Guitarra e Compositor) nasceu no dia 06.04.1992. Marcelo Soares (Percussão, Cantor e Compositor) nasceu no dia 15.05.1992. Josué Borges (Violão, Cantor e Compositor) nasceu no dia 17.05.1991. Dagoberto Dani (Contrabaixo e Compositor) nasceu no dia 18.01.1981. Leonardo Guille (Guitarra e Compositor) nasceu no dia 15.08.1998. Todos nasceram em Porto Alegre (RS).
02) RM: Fale do primeiro contato com a música dos membros Oriundos do Gueto.
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Solismar teve o seu primeiro contato com a música se reunindo com amigos para tocar músicas do Bob Marley no Violão em 1999 desde então despertou o seu interesse pela música. Josué Borges teve contato com a música punk dos Ramones, Sex Pistols, Nirvana em 1998 a partir dai ficou fascinando pela música e os bens que ela pode trazer para as pessoas. Marcelo Soares teve o primeiro contato com a música através do irmão mais velho entre três irmãos a música RAP, Rock, Samba funk colaboraram para ter mais interesse pelas letras e o conteúdo das obras em 1998. Jean Silveira teve contato com instrumentos aos sete anos de idade em 1999 e teve o interesse no aperfeiçoamento de tocar instrumentos musicais. Dagoberto Dani aos 13 anos de idade ganhou um violão e uma revista com música cifradas da Legião Urbana quando arranhou os primeiros acordes. Ronaldo Santos teve o primeiro contato com a música aos 13 anos de idade através de toca discos de sua mãe e um amigo de vez em quando dava uns toques de como ser DJ de Hip Hop. A partir de 2004 começou a tocar Violão, cantar e criou as primeiras composições.
03) RM: Qual a formação musical e acadêmica fora música dos membros Oriundos do Gueto?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Rafael Peres concluiu o Ensino Médio e Técnico. Solismar da Rosa concluiu o Ensino Médio. Marcelo Soares o Ensino Fundamental Completo. Ronaldo Santos Fundamental Completo. Josué Borges o Fundamental Incompleto. Dagoberto Dani o Ensino Médio Incompleto. No estudo musical somos todos autodidatas.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Para nós tudo agrega e não somos presos a um estilo somos muito ecléticos.
05) RM: Quando, como e onde começou a Oriundos do Gueto?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Através de uma música chamada “Morro da Policia” gravada na Comunidade Livre Home estúdio com Rafael Peres no bairro Aparício Borges Porto Alegre (RS) justamente no Morro da Policia. Ali começou o projeto com liberdade total aonde as opiniões são respeitadas. O projeto da banda nasceu em 2016 e após o primeiro ensaio com a nova formação no dia do Índio 19.04.2018.
06) RM: Quantos discos lançados?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: A banda lançou os singles: “Morro da Policia” (em 2016); “Velhas Canecas” (em 2017); “Ratos” (em 2017); “Rompe barreiras” (em 2019) e ainda iremos lançar um EP com os áudios do Show de abertura no evento com a banda “Mato Seco” no Opinião em Porto Alegre (RS).
07) RM: Como definem o estilo musical da Oriundos do Gueto dentro da cena reggae?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Procuramos preservar o estilo reggae misturando o Rap o Rock sempre buscando as origens da cultura musical. Nossa música tem como uma nova proposta levar para o público o reggae e essa mistura de estilos que se torna mágica em qualquer lugar que banda Oriundos do Gueto se apresenta.
08) RM: Rafael Peres como você se define como cantor/intérprete?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Um bom interprete que sabe interpretar uma letra de um compositor e cantor com as próprias características, timbre e alcance singular.
09) RM: Rafael Peres, quais as dificuldades de cantar e tocar bateria simultaneamente?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Comecei aos sete anos de idade tocar Violão e bateria desde 12 anos. Cantar e toca Bateria é uma dinâmica diferente, mas como faço isso desde sempre. Fiquei muito tempo tocando Teclado e Piano. E quando voltei a tocar Bateria estava com mais conhecimento e colaborou para minha dinâmica em cantar e tocar junto à bateria. A respiração muda conforme o ritmo. É difícil tocar bateria e cantar, mas com dedicação e estudo se consegue um bom resultado.
10) RM: Quais os cantores e cantoras que vocês admira?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Nosso leque e muito grande entre artistas nacionais e internacionais, mas não podemos deixar de fora Paulo Dionísio grande mestre ativista da cultura no Rio Grande do Sul um grande artista.
11) RM: Quem são seus parceiros musicais?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Todos da banda compõem. Nas conversas sempre saem algumas coisas referentes a uma nova composição. Uma base no Violão ou uma estrofe pronta se inicia as criações musicais.
12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: É necessário o interesse pelo trabalho artístico com propósito e verdade na obra musical. Fortalecendo laços de cultura e fazendo um bem para si próprio. Colaborando com a arte enxergamos nosso trabalho, pois sabemos que a carreira independente é difícil, pois não temos apoio e muitos não valorizam a arte, pois não tem a cultura musical nas escolas.
13) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolver a carreira musical?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Na banda todos são empreendedores. Nosso trabalho funciona com a cooperação de todos, então todos colaboram de alguma forma.
14) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da carreira musical?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: A internet a maior ferramenta para a carreira de um artista ou banda, pois o alcance é universal e o contato é imediato. O que a internet prejudica são a fake new e a pirataria.
15) RM: Como você analisa o cenário reggae brasileiro? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Hoje em dia o cenário reggae estar lutando na resistência, pois a boa música no Brasil não é valorizada. É um país que não apoia a boa cultura musical. Nas últimas décadas temos: “Ponto de Equilíbrio; “Mato Seco”, “Adão Negro”, “Planta e Raiz”, “Tribo de Jah”, “Maskavo”. Não conseguimos ver regressão dos regueiros no fator música, pois a música é eterna.
16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia de gravação (Home Studio)?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: É uma grande vantagem, pois acesso a informação permite o desenvolvimento de arista anônimo realizando os seus sonhos de terem uma música gravada. A desvantagem estar somente na falta de conhecimento em manipular essa tecnologia de gravação.
17) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Djavan, Chico César, Paulo Dionísio, Negra Li, Rodrigo Picoli vocalista da “Mato Seco”, Hélio Bentes vocalista da “Ponto de Equilíbrio”. Admiramos artistas que presam a humildade
18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Tivemos duas situações até esse momento que é importante falar. A primeira foi a profetizarão do Solismar da Rosa que certo dia em um show da banda no Pub “Casa de Praia” em Porto Alegre (RS) do nosso querido Rafa Laeti, o Solismar falou que a banda iria tocar no máximo até dezembro no palco do “Bar Opinião”; uma grande casa de show do Rio Grande do Sul. Esse fato ocorreu depois de uma grande enquete em que muitas bandas participaram a enquete rolou durante dois meses e teve mais de 50 bandas e a “Oriundos do Gueto” saiu vitoriosa com mais de 2800 votos saímos até para a rua pedindo votos assim ganhamos o direito de estar no evento com a “Mato Seco”, Be Livin e a banda “GrooVI” e para nós foi uma grande vitória.
19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: O que nos deixa mais feliz é saber que a música faz bem para as pessoas. O que nos deixa triste é saber que existem pessoas que não se importam com o conteúdo ruim de algumas músicas prejudicando a cultura musical como um todo.
20) RM: Nos apresente a cena musical na cidade que você mora?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Em Porto Alegre (RS) temos poucos locais de apresentação para bandas digo locais que favorecem a cena reggae. Hoje em dia temos a orla no Gasômetro à cidade baixa com alguns pubs funcionando e temos o “Quintal da Arilene Pescados” que fortalece a Cultura da nossa cidade.
21) RM: Quais os músicos ou/e bandas que você recomenda ouvir?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Varias bandas e artistas. Recomendamos: Luano Soares da “Odoiá”, “O Coletivo”, “Instinto Roots”, “Sintonize”, “Leão de Concreto”, Mell Costa, “Produto Nacional”, “Da Guedes”, “Vernak”, Di Ollivie, “Acústico Reggae”, “50 Tons de Pretas”, “Terminal 470”, Léo Monassa, Faya Rocha, Be Livin, Paulo Dioniso, Gloria Records, entre outros.
22) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Infelizmente o pagamento do jabá para tocar uma música na programação de rádios de grande audiência é uma realidade, mas as rádios online estão crescendo e mudando essa historia e mudando até mesmo a forma escutar rádio.
23) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Que seja verdadeiro; acredite no que faz e busque conhecimento para aperfeiçoar sua arte e se mantenha atualizado. E nunca se esqueça da humildade. Sabendo respeitar a opinião alheia e as intemperes pelo caminho. Tenha fé.
24) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com o uso da maconha?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: O reggae não faz apologia à maconha. Reggae passa positividade, amor, paz e consciência em suas letras. Hoje o reggae é patrimônio da humanidade, pois fez e faz bem para as pessoas. O reggae não discrimina quem usa a maconha.
25) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a religião Rastafari?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: O Reggae Nyabinghi é música de louvor estar no quesito de fé. É a conexão religiosa musical entre os rastafáris.
26) RM: Quem na banda usa os cabelos dreadlock. Ele é adepto a religião Rastafari?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Na banda quem usa Dredlocks é o nosso irmão Ronaldo Santos, ele é cristão, mas não é rastafári.
27) RM: Os adeptos a religião Rastafari afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa essa afirmação?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Quem faz um som vindo da alma é verdadeiro; não só os religiosos fazem o reggae verdadeiro.
28) RM: Na sua opinião porque o reggae no Brasil não tem o mesmo prestigio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: O reggae ainda sofre com o preconceito por não ser oriundo do nosso país igual ao Samba, Bossa Nova, Forró, MPB e Frevo. Em outros países têm na sua cultura o ensino musical, mas no Brasil não tem investimento na cultura musical.
29) RM: Quais os seus projetos futuros?
Rafael Peres – Oriundos do Gueto: Lançar o primeiro disco e dar início as ações sociais que é um propósito da banda.
30) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?
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