More Nina Ernst »"/>More Nina Ernst »" /> Nina Ernst - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Nina Ernst

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Nina Ernst nasceu em Göttingen – Alemanha e vem de uma família de artistas. Sua bisavó, assim como sua avó foram cantoras de ópera. Seu avô foi ator. Ela cresceu próximo a Hamburgo, cidade em que realizou seu estudo na Schule für Schauspiel Hamburg. Após a formação, mudou-se para Berlim e descobriu seu amor pelo Jazz. Além de sua clássica aprendizagem de canto, Nina teve aulas com a lendária cantora de jazz Sheila Jordan.

Em 2005, emprestou sua voz à produção do álbum “Swinging Christmas” da revista Für Sie. Em 2006, cantou no álbum “Degas/Weiser – Heimat, von fern so nah” (selo: Piranha Musik) músicas populares alemãs no estilo da música brasileira, com o qual seguiu em turnê pelo Brasil. Em colaboração com o produtor Ralf Goldkind e a banda “Familie Ackermann”, ela criou canções próprias.

Em 2009, gravou, no Rio de Janeiro, o álbum de Bossa Nova “Nina Ernst canta Jobim” (selo: Fina Flor), em que obteve muitas críticas positivas e grandes elogios de Leny Andrade, célebre cantora de Bossa Nova.

Em 2014/15, como cantora convidada, ao lado de Dieter Meier (Yello), realizou a turnê internacional “Out of Chaos” apresentada em Berlim, Nova York, Londres, etc.

A partir de 2014, em nome da Embaixada Alemã e de diversos Consulados no Brasil e na Argentina, pode ser vista juntamente com sua banda – composta por músicos da banda da Leny Andrade em shows criados por ela como: “Marlene Dietrich encontra Tom Jobim”; “O muro e a saudade”;~“A viagem de Rita Lee para a Alemanha”; “Seguindo os passos de Caterina Valente”; “Nina Ernst canta Hildegard Knef”.

Em 2017, foi convidada, com seu projeto “Nina Ernst canta Jobim”, para o festival “Bossa Nova in Concert”, no Rio de Janeiro. Em 2019, ela participou, como cantora convidada, na gravação do DVD “Fábio Carneirinho em Paris”. O show de Forró aconteceu aos pés da torre Eiffel e ela apresentou o seu novo show “A Dor do Amor“ com música brasileira no Rio de Janeiro.

Em seu projeto musical e vídeo, “A Diva’s Mind” (selo: Fina Flor), Nina Ernst reúne importantes artistas de Berlim e de São Paulo em um trabalho criativo. Em 2019, o CD foi lançado.

Em 2020, ela participou do festival de música digital “FicaZusammen” em nome das instituições diplomáticas alemãs no Brasil com um vídeo musical de sua própria composição “Ich hab’ nie nachgedacht” e participou da canção “Desarvorar” com o cantor brasileiro Tico de Moraes.

Em 2022, ela criou um vídeo musical com uma versão da canção “A Rosa de Hiroshima”, em colaboração com o artista plástico Paulo von Poser, de São Paulo. Em 2023, o vídeo faz parte da exposição de arte “Rosas Brasileiras”, que pode ser visitada no Farol Santander, em São Paulo, até 18 de fevereiro de 2024.

No mesmo ano, Nina Ernst gravou um novo álbum de canções autoescritas em alemão e canções brasileiras com base no título “Dunkles Licht” (Luz Escura). O álbum lançado em 22.03.2024 pelo selo GLM Music.

Em agosto de 2023, ela apresentou alguns pré-concertos com músicos brasileiros da primeira linha com o título “Luz Escura” para o SESC São Paulo e no teatro Brigitte Blair no Rio de Janeiro. O show do lançamanto ocorreu em 24.03.2024 na UFA Fabrik Berlin. Em 2023, ela se apresentou com o grupo Filosofia & Arte no JazzB em São Paulo e no Teatro Rival no Rio de Janeiro.

Como atriz, pode ser vista, entre outras atuações, como Mélanie Hahnemann na série documental “Die Geschichte der Homöopahie” (da emissora de TV alemã BR) e como Sabine na série “Angie” (da emissora de TV alemã RTL).

Em 2019, ela interpretou a professora Sra. Breitscheidt na série “Druck” (da emissora de TV alemã ZDF neo), assim como, em 2021, na mini-série “Menschen im Hof”, a agente imobiliária gananciosa Sra. Gross.

Ela atuou em peças teatrais em Hamburgo e Berlim. Com a diretora Gabi Rothmüller, desenvolveu a comédia musical “Auf dem Weg zum Gipfel”, que estreou em 2011 na UFA Fabrik, em Berlim. Nela interpretou a personagem Nina Tigrinha. Em 2020, Nina Tigrinha apresentou “Das Sambacasting” e sua própria canção “If you feel lonely” no Festival “Satyrianas” (São Paulo, Brasil).

Em 2020, Nina Ernst interpretou a personagem da diva Madame Classique na peça de teatro digital internacional “The Art of Facing Fear”, escrita e dirigida por Ivam Cabral e Rodolfo García Vásquez do grupo de teatro brasileiro Os Satyros. Um filme cinematográfico foi produzido em 2021.

No festival de teatro “The Red Curtain Good The@tre Awards 2020” (Índia), a peça foi premiada nas categorias melhor conjunto e melhor produção, e, em 2021, com o “Young-Howze Theatre Award” (EUA), na categoria prêmio mundial. Em 2023, foi nomeada para o prêmio “Shell de Teatro” (Brasil).

Como locutora, sua voz agradável também pode ser ouvida em inúmeros áudiolivros e rádionovelas da emissoras alemãs, como Deutschlandradio, Deutschlandfunk, Deutschlandradio Kultur, RBB, hr2 Kultur, WDR, BR, ORF, da editora de áudio livros Hörverlag, Der Audio Verlag, Warner Music, Europa e Ravensburger.

A peça de rádio “Wir nannte ihn Tüte” (Deutschlandradio Kultur), na qual ela interpretou a policial Gisela Hotz, recebeu o prêmio MDR Kinderhörspielpreis em 2020, assim como o prêmio Kinderhörspielpreis der Stadt Karlsruhe.

A peça de rádio “Briefe aus der Hölle” (Hessischer Rundfunk / Der Audio Verlag), na qual ela emprestou sua voz às vítimas femininas do Holocausto, foi nomeada para o prêmio Deutscher Hörspielpreis em 2021. Em 2022, o diretor Andreas Weiser recebeu o prêmio Robert Geisendörfer Preis pela sua produção. A peça foi nomeada para o prêmio Deutscher Hörbuchpreis 2023.

Em 2023, Nina Ernst apresentou o programa Lange Nacht “George Orwell: Sozialist, Humanist, Autor von Dystopien” (Deutschlandfunk Kultur), bem como o papel da mãe preocupada Frau Schmecks na peça de rádio infantil “1, 2, 3, 4, Eckstein – alles muss versteckt sein” (Deutschlandfunk Kultur).

Ela também trabalha na área de voice over / dublagem. Ela interpretou as canções da personagem principal Mãe Mirabelle na versão alemã da série de desenho animado “Mãe Mirabelle”.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Nina Ernst para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 28.03.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Nina Ernst: Naci no dia 01 de fevereiro 1975 em Goettingen na Alemanha.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Nina Ernst: Minha avó era cantora de ópera e eu me lembro do aniversário dela quando eu tinha cerca de 6 anos de idade. Havia muitas pessoas chilenas de quem ela era amiga e músicas latino-americanas eram tocadas e cantadas no violão. Foi maravilhoso e me impressionou muito na época.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Nina Ernst: Eu me formei como atriz, mas sempre tive aulas de canto ao mesmo tempo.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Nina Ernst: Quando adolescente, eu adorava musicais, especialmente Cats, de Andrew Lloyd Webber, mas meu gosto por musicais mudou muito. Hoje, a maneira como as pessoas cantam é muito artificial para mim. Prefiro vozes naturais, como a voz da cantora americana Eva Cassidy.

Sempre que a ouço cantar, fico com vontade de chorar. Quanto mais natural for a voz, mais ela toca meu coração. Eu também costumava ouvir músicas de Marlene Dietrich que tinham letras muito profundas. Até hoje, essas músicas são importantes para mim e me influenciam quando escrevo letras.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Nina Ernst: Um dos primeiros CDs em que cantei foi um álbum do percussionista alemão Andreas Weiser e do baixista brasileiro Jorge Degas, “Heimat – von fern so nah” (selo: Piranha Musik), com antigas canções folclóricas alemãs em estilo brasileiro, como samba, bossa nova ou xote.

Também apresentamos essas músicas ao vivo no Brasil. Depois disso, gravei meu primeiro CD solo, com músicas de bossa nova de Tom Jobim, chamado “Nina Ernst canta Jobim” (selo: Fina Flor). Depois, fiz muitas apresentações no Brasil junto com músicos cariocas da banda da Leny Andrade.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Nina Ernst: Depois do CD de bossa nova “Nina Ernst canta Jobim” (selo: Fina Flor), gravei um álbum de jazz chamado “A Diva’s Mind” (selo: Fina Flor) em colaboração com artistas de Berlim e São Paulo. Ele apresenta músicas de várias divas, como Carmen Miranda, Sophia Loren e Marlene Dietrich, em um arranjo totalmente novo, produzido pelo baixista americano Max Hughes e o percussionista alemão Andreas Weiser.

O fotógrafo paulista Gal Oppido fez os videoclipes. O recente CD, que será lançado em 22 de março de 2024, chama-se “Dunkles Licht” (selo: GLM Music), que significa Luz Escura em português. Quando a pandemia do covid-19 começou, tive a sensação de que uma luz escura se instalou na Terra. Os tempos mudaram muito desde então. Com esse sentimento, comecei a compor minhas próprias músicas em alemão.

Como gosto muito de fotografia e tive muito tempo livre durante a pandemia, também fiz meus próprios videoclipes. Em agosto de 2023, fui convidada pelo SESC São Paulo com este novo projeto e tive a honra de apresentar o show Luz Escura ao vivo pela primeira vez com os músicos paulistas de primeira linha Tiago Costa, Teco Cardoso e Gabriel Alvico com minhas músicas em alemão, entre outras.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Nina Ernst: É difícil classificar, mas eu diria que definitivamente tem a ver com a Bossa Nova. Meus três CDs são muito diferentes. Um CD é a verdadeira bossa nova, o segundo, como eu disse, é mais voltado para o jazz. Eu sempre trabalho com músicos de jazz, mas meu canto também é influenciado pela música clássica e pelo lieder, o que agora fica evidente no terceiro álbum.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Nina Ernst: Tenho tido aulas particulares de canto desde os 17 anos de idade, mas não estudei música.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Pessoalmente, acho que é muito importante treinar sua técnica vocal para que sua voz soe leve e agradável e permaneça saudável até a velhice. É particularmente importante treinar regularmente as notas agudas, caso contrário, elas podem se perder com a idade.

Um grande amigo meu, que também é cantor, nunca teve aulas de canto em sua vida e ainda canta como um anjo aos 83 anos de idade. Seu nome é Marcio Lott e, além do fato de ser uma pessoa maravilhosa, ele tem uma das vozes mais bonitas que já ouvi.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Nina Ernst: Marcio Lott, Eva Cassidy, Leny Andrade, Maria Callas, Mônica Salmaso.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Nina Ernst: Se eu quiser fazer algo que venha do coração, primeiro escrevo um poema sobre um determinado assunto. Depois, penso em uma melodia. Como não toco nenhum instrumento, canto a melodia sem acompanhamento e a gravo em meu estúdio caseiro.

Para minhas próprias músicas do CD “Dunkles Licht”, perguntei ao pianista Tino Derado, de Berlim, se ele poderia fazer o arranjo das músicas. Infelizmente, não posso fazer isso sozinha.

No entanto, no passado, um cliente me deu um briefing estilístico para o qual eu deveria criar uma música. Então, primeiro criei uma melodia e depois uma letra para acompanhá-la. Faço tudo isso em minha cabeça, sem um instrumento. Alguns músicos ficam surpresos com isso e não conseguem entender.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Nina Ernst: Sou melhor em criar letras e melodias por conta própria. Então, sempre preciso de um músico para me ajudar e criar harmonias para os instrumentos.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Nina Ernst: Como freelancer, você geralmente tem muitas incertezas sobre a origem do próximo trabalho e, portanto, muita pressão e, muitas vezes, também preocupações. Por outro lado, você não está preso a hierarquias e pode escolher as pessoas com quem deseja trabalhar.

O fato de poder organizar seu próprio horário de trabalho também é uma grande vantagem. Entretanto, também é mais difícil se desligar quando não há horários fixos de trabalho. Costumo trabalhar nos fins de semana e até mesmo nos feriados.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Nina Ernst: Trabalho principalmente como cantora e farei uma turnê este ano com meu novo show Luz Escura. Mas também trabalho como locutora de rádio e como atriz. Durante a pandemia, por exemplo, participei de uma produção brasileira de teatro on-line do grupo Os Satyros, de São Paulo.

Também comecei a escrever um livro infantil durante a pandemia, mas agora que a vida “normal” recomeçou, ainda não encontrei tempo para terminá-lo. Mas definitivamente quero fazer isso.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Nina Ernst: Faço contatos e organizo shows. Demorou um pouco para encontrar uma nova gravadora depois que Ruy Quaresma, o dono da gravadora Fina Flor no Rio, infelizmente faleceu. Os donos da nova gravadora GLM Music na Alemanha também são músicos e têm uma banda de muito sucesso na Alemanha chamada Quadro Nuevo.

Nós nos demos muito bem logo de cara e fizemos uma canja juntos em nosso primeiro encontro. Mas, no entanto, levou um ano até que a gravadora demonstrasse qualquer interesse e eu conseguisse convencê-los de meu projeto.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Nina Ernst: As coisas mais importantes que você precisa ter são perseverança, tenacidade e paciência, mas também boas ideias artísticas, que talvez não sejam tão comuns. Se você não tiver muito dinheiro ou um produtor, terá que fazer muita coisa por conta própria.

A aquisição e todo o design artístico fazem parte disso, assim como o senso comercial e a experiência com contratos que você mesmo precisa negociar, a organização e a experiência em lidar com pessoas diferentes. Acho que sou muito bom em tudo isso, o que pode me faltar às vezes é paciência e o senso comercial.

Eu também poderia ser mais corajoso e menos sensível às vezes. Não gosto de telefonar para estranhos e, possivelmente, ser rejeitado de forma indelicada, mas, infelizmente, às vezes isso também faz parte. Prefiro trabalhar com criatividade.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Nina Ernst: A vantagem é que você pode trabalhar em casa, tanto como cantor quanto como locutor, sem precisar pagar mais por um estúdio. A vantagem de um estúdio externo é que você só precisa se concentrar em cantar ou falar e não na gravação em si. O técnico é responsável por isso. Isso é muito conveniente.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Nina Ernst: De fato, isso se tornou muito difícil. Acho que a única chance que você tem – se quiser permanecer fiel a si mesmo – é fazer algo que realmente venha do coração e que, ao mesmo tempo, combine com você como pessoa.

Tenho a sensação de que há muitos artistas que tentam retratar algo que não são e que já existe muitas vezes. Se você quiser fazer algo realmente extraordinário que se destaque da multidão, precisa ser autêntico. Não há garantia de que será bem-sucedido, mas pelo menos você tentou.

Acho que não há nada pior do que tentar se adaptar às últimas modas e não ter sucesso. Se você se mantiver fiel a si mesmo, pelo menos terá criado algo autêntico, mesmo que não haja muitos ouvintes para isso. Uma pergunta importante é: O que é sucesso? É simplesmente a renda financeira ou são metas pessoais menores que você atinge e que o deixam feliz?

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Nina Ernst: Para ser sincero, não sei muito sobre música pop atualmente em geral porque ela não me interessa. Acho horrível toda a música pop atual que ouço no rádio aqui na Alemanha. Para mim, não tem mais nada a ver com música, para mim soa como barulho com vozes de robôs chorosos.

Todas as músicas soam completamente iguais, não quero nem falar sobre o conteúdo, porque não há nenhum. Não sei se é tão ruim no Brasil, mas espero que não. Sempre achei a MPB muito bonita e inspiradora, como Caetano Veloso, Chico Buarque, João Bosco, Ney Matogrosso, Lenine ou Rita Lee.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Nina Ernst: Em uma peça de teatro, interpretei a aluna cantora de um professor que tentou me matar com uma faca. Depois de uma briga no palco, eu deveria cantar a ária “A flor da morte floresce apenas uma vez”.

Ensaiamos por várias semanas com uma faca de açougueiro de verdade e cobrimos a lâmina com fita adesiva para que ela não ficasse tão afiada e você não pudesse se machucar. Infelizmente, esquecemos completamente de retocar a fita adesiva para que a lâmina ficasse afiada novamente.

Na estreia, o outro ator feriu meu braço com a faca agora afiada e eu sangrei muito. Eu não sabia o que fazer e não tinha certeza se meu pulso poderia ter sido ferido, mas não queria interromper a peça. O ator olhou para mim com os olhos arregalados de horror enquanto eu começava a cantar a ária. O público naturalmente pensou que o sangue fazia parte da peça. A peça foi apresentada até o fim e, quando saí do palco, fui levado às pressas para o hospital, onde o ferimento foi tratado.

Já vivi muitas histórias bizarras e certamente poderia escrever um livro inteiro sobre elas. Já escrevi e apresentei um show de comédia musical. Interpretei a personagem falsa Nina Tigrinha, que tenta ser uma diva de verdade, mas tudo dá errado. Eu apenas escrevi muitas das minhas histórias e o público achou que eu tinha inventado tudo.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Nina Ernst: O que me deixa mais feliz é o fato de poder fazer o que amo, cantar, tocar, escrever e ser criativa. Às vezes fico triste com o fato de ser mais difícil ganhar dinheiro com música mais sofisticada do que com coisas superficiais.

Provavelmente esse sempre foi o caso, mas a Internet talvez tenha tornado isso ainda mais perceptível. Tudo está inundado de lixo. A única coisa que conta é a embalagem e não o conteúdo.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Nina Ernst: Acho que todo mundo pode ter musicalidade. Vocês, brasileiros, são um povo muito musical. Sempre fico impressionada com o fato de vocês conseguirem cantar de cor tantas letras e melodias complicadas.

É claro que há pessoas em todo o mundo que tocam as notas melhor do que outras. Acho que um dom musical definitivamente tem a ver com audição e sentimento. Talvez seja a maneira como você consegue conectar sons com seus sentimentos internos e expressá-los.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Nina Ernst: Pessoalmente, não tenho um conceito específico, pois não é realmente minha praia. Acho fascinante com outros cantores, se eles conseguem fazer isso muito bem. Leny Andrade foi um bom exemplo.

Uma vez ela me disse que praticava improvisação junto com o piano. Também acho que o truque é realmente pensar como um instrumentista ao improvisar. Eu não sou assim.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Nina Ernst: Essa é uma boa pergunta. Talvez haja pessoas que consigam fazer isso sem estudar. Se você não dominar muito bem, pode ser constrangedor. Acho que você precisa conhecer e dominar muito bem as estruturas musicais.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Nina Ernst: Eu não sei.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Nina Ernst: Também não sei.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Nina Ernst: Espero que sim, é claro, mas acho que muitas coisas são pagas hoje em dia.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Nina Ernst: Faça o que tem de fazer e não desista.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Nina Ernst: Desde que os novos talentos consigam ser convidados para festivais de música. Acho que é muito difícil porque os organizadores de festivais querem atingir um grande público. Eles certamente gostam de recorrer a nomes famosos.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Nina Ernst: Como alemã, não posso dizer muito sobre isso, mas quando estive no Brasil, vi com frequência programas musicais de boa qualidade nos quais eram convidados artistas que eu pessoalmente considero muito bons. Não sei se esse ainda é o caso agora.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Nina Ernst: Sou uma grande fã dessas instituições e acho ótimo que essas oportunidades tenham sido criadas no Brasil. Também pude assistir a vários concertos maravilhosos, alguns deles até gratuitos.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Nina Ernst: Meu novo álbum “Dunkles Licht” (Luz Escura) lançado em 22 de março de 2024. Espero ser convidado a voltar ao Brasil este ano para fazer uma turnê maior com ele.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Nina Ernst: https://nina-ernst.com/uber

| [email protected]

| https://www.facebook.com/NinaErnstDunklesLicht

| https://www.facebook.com/ninaernstcantajobim

| https://www.facebook.com/aDivasMind

Canal: https://www.youtube.com/user/jazzkampfkatze

Novo álbum DUNKLES LICHT (luz escura):
https://open.spotify.com/album/3MW6LXEH0tjp4NdTswovNp?si=NypY0QHRQRW_VxSz2ZdSBg

Em todas as plataformas: https://glmmusic.de/DunklesLicht

Spoiler em português: https://youtu.be/BFenNoONp9g?si=1pBFg6NzV8x9yJXZ

Gravação completa: https://youtu.be/eQEZZoOeHq4?si=EBGCBQq9RcAJUY5F

Dein Garten – Nina Ernst: https://www.youtube.com/watch?v=Zx0vypkZwfE

É doce morrer no mar (Dorival Caymmi) – Im Meer – Nina Ernst Show NINA ERNST – LUZ ESCURA no SESC 24 de Maio (2023): https://www.youtube.com/watch?v=8j9P9FpuRdU

A ROSA DE HIROSHIMA (VINÍCIUS DE MORAES / GERSON CONRAD) – Nina Ernst / Paulo von Poser: artwork: https://www.youtube.com/watch?v=0_TIFPa1z0U

Playlist do álbum Dukkles Licht (Luz Escura): https://www.youtube.com/watch?v=ZaMhR64nL5Q&list=PLWIWeESC0tbrLeTl6K3E2FIDdaySpIeHP

https://open.spotify.com/intl-pt/artist/3ejnBoW1cTsNBry6b1oBN7

Este foi o spoiler para SESC: https://youtu.be/ZaMhR64nL5Q?si=PG9UQakO_fGLQlzS

Primeiro CD: https://youtube.com/playlist?list=PLWIWeESC0tbrHDvK5hx7CiiLM8ptKXEZd&si=VAOxfO7OhoOKZ4Fs

Segundo CD: https://youtube.com/playlist?list=PLWIWeESC0tbqX3Os4zRUS6K0ZE1tuQco-&si=KAExmhlEVZnJpRe_

E agora este novo trabalho, que ainda não é lançado: https://www.youtube.com/watch?v=eA9ExSjK9kw


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.