More Nando Cordel »"/>More Nando Cordel »" /> Nando Cordel - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Nando Cordel

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Nando Cordel aprendeu desde cedo as dificuldades do seu sonho: viver da música. Com uma viola nas costas e muita coragem e determinação trilhou o seu caminho e reescreveu a sua história, tornando-se um dos melhores compositores do Brasil e um ícone da Música Popular Brasileira.

O talento e a versatilidade de Nando conquistaram o Brasil. Suas músicas são gravadas por grandes nomes da música brasileira, como: Maria Bethânia, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Ivete Sangalo, Chico Buarque, Zizi Possi, Xuxa, Fagner, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Martinho da Vila, Chiclete com Banana, Emílio Santiago, Sérgio Reis, Leandro e Leonardo, Amelinha, Netinho, Fábio Junior, entre outros. Com os projetos de músicas instrumentais para relaxamento e meditação, teve suas canções lançadas em países como Bélgica, Suíça, Espanha, Alemanha, França, Colômbia, Peru, Canadá e Estados Unidos. 

Tem parceiros de composições como Dominguinhos, Fausto Nilo e Geraldo Azevedo. Tem mais de 500 músicas gravadas e várias trilhas de novelas (como Tieta, Tropicaliente, Caras e Bocas, Pedra sobre Pedra, Sexo dos Anjos, Roque Santeiro, A Indomada), jingles e trilhas de filmes (como Xuxa e os Duendes). Algumas de músicas conhecidas: “De volta pro Aconchego”; “Gostoso Demais”; “Vem fica comigo”; “Hoje é dia de Folia”; “Isso aqui tá bom demais”; “Água na Boca”; “É só você querer”; “Você endoideceu meu coração”; “Coisa Linda”; “Namoro Novo”; “Vem ficar comigo”; “Dedicado a você”; “Diz pra mim”.

Filho de um comerciante que também era poeta e repentista, Seu Manoel do Posto, e de uma dona de casa, Dona Nata, Nando é o mais velho de 14 irmãos. Foi na infância e adolescência, como membro do coral da Igreja Católica de Ponte dos Carvalhos, entre cantos e alfaias litúrgicas, então sob os cuidados e o incentivo do padre Geraldo Leite Bastos, que Nando começou a despertar seu talento para a música.

Ganhou o primeiro violão do pai aos 15 anos de idade, e aprendeu a tocar sozinho. Com 17 anos já fazia parte de uma banda de baile. Em meados da década de 70, como muitos jovens nordestinos de sua geração, foi tentar a vida no Rio de Janeiro e em São Paulo, e assim começaram as apresentações profissionais.

Nando tem músicas no gênero MPB e na cultura musical pernambucana e nordestina, como forrós e xotes. O artista tem influência de outros ritmos, como a salsa e reggae. Nando Cordel compõe para diferentes estilos musicais e gerações de intérpretes. Por conta disso, as composições dele são bem diversificadas, como as românticas, dançantes e até infantis.

Como intérprete, já lançou 25 discos e uma coleção de 12 discos dedicados a músicas para meditação e relaxamento. Segundo ele, essas músicas são um encontro com a paz, à serenidade e a meditação. Com títulos que definem muito bem o que se vai ouvir, a coleção para meditação é composta por músicas instrumentais: “Doces Canções”, “Doce Harmonia”, “Doce Paz”, “Doce Luz”, “Doce Natureza”, “Dedicado às Flores”, “Dedicado a Vida”, “Dedicado à Beleza”, “Dedicado à Voz” e Iluminando a Alma.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Nando Cordel para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06.05.2019:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Nando Cordel: Nasci no dia 13.12.1953 em Ipojuca – PE e criando em Ponte dos Carvalhos no Cabo – PE. Registrado como Fernando Manoel Correia.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Nando Cordel: Meu primeiro contato com música foi com o meu pai (Manoel do Posto) que é repentista.

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?

Nando Cordel: Sou formado em Publicidade e Propaganda pela UFPE e sou músico prático.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Nando Cordel: Meu pai (Manoel do Posto), Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Beatles.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira profissional?

Nando Cordel: Comecei em Ponte dos Carvalhos no Cabo-PE em 1979 tocando em uma banda de baile.

06) RM : Quantos CDs lançados?

Nando Cordel: São mais de 20 discos nos gêneros MPB, infantil, Mantras, Meditações, Chorinho e Paz. Várias músicas entraram no gosto do povo: “Doido pra te amar”; “Tanto Querer”; “De volta pro Aconchego”; “Gostoso Demais”; “Vem fica comigo”; “Hoje é dia de Folia”; “Isso aqui tá bom demais”; “É de dar Água na Boca”; “É só você querer”; “Você endoideceu meu coração”; “Coisa Linda”; “Namoro Novo”; “Vem ficar comigo”; “Dedicado a você”; “Diz pra mim”.

Discografia: Em 2002 “Tempo bom”. Em 2001 “Bota fé”. Em 2000 “Dedicado à beleza”. Em 1999 “Acústico”. Em 1997 “Me chamo Nando”. Em 1996 “Azougue”. Em 1995 “Jambeiro”. Em 1994 “Bateu no dodói. Em 1993 “Amor e folia”. Em 1992 “Paixão latina”. Em 1991 “Armadilha”. Em 1989 “Jogo de cintura”. Em 1988 “Puro prazer”. Em 1987 “Folia brasileira”. Em 1986 “É de dar água na boca”. Em 1985 “Nando Cordel especial”. Em 1983 “Estrela afoita”. Em 1982 “Folha, rama, cheiro e flor”.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Nando Cordel: Sou compositor, faço todos os estilos musicais.

08) RM: Como é o seu processo de compor?

Nando Cordel: As ideias surgem na cabeça e a gente coloca no papel. Depois coloca a melodia. Ou o contrário.

09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Nando Cordel: Tive poucos parceiros. Entre eles: Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Fausto Nilo e João Wash.

10) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Nando Cordel: Praticamente todos que fazem MPB no Brasil: Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Ivete Sangalo, Chico Buarque, Zizi Possi, Xuxa, Fagner, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Martinho da Vila, Chiclete com Banana, Emílio Santiago, Sérgio Reis, Leandro e Leonardo, Amelinha, Netinho, Fábio Junior, entre outros.

11) RM: Você estudou técnica vocal?

Nando Cordel: Não, nunca estudei técnica vocal.

12) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Nando Cordel: Cuidar da voz é importante e necessário.

13) RM : Quais as cantoras(es) que você admira?

Nando Cordel: Chico Buarque, Flávio Venturini, Luiz Gonzaga, Dominguinhos.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Nando Cordel: Eu comecei em gravadora, depois criei a minha própria produtora musical.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Nando Cordel: Tenho uma equipe muito maravilhosa que cuida disso para mim.

16) RM : Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Nando Cordel: Trabalho com assessoria de imprensa, redes sociais e um produtor bom.

17) RM : O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Nando Cordel: A internet só me ajuda.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia  de gravação (home estúdio)?

Nando Cordel: No meu caso só vantagens, pois, eu fico com bastante tempo para exercitar, trabalhar e encontrar um produto final melhor.

19) RM : No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Nando Cordel: Eu criei grandes amigos no mercado musical, na área de divulgação (Rádio, TV e mídia em geral) isso facilita muito a minha carreira musical e em cada projeto que eu faço procuro uma sacada forte.

20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Nando Cordel: O cenário do forró tradicional vem caindo. Não houve uma renovação consistente. Isso não significa que o forró não pode se recuperar, claro que pode.

21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Nando Cordel: Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon, Leo Lima Sanfoneiro.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Nando Cordel: Já aconteceu de tudo comigo. Mas um dia, num show eu e Geraldo Azevedo, ficamos esperando até 5:00 da manhã o contratante para receber o cachê e ele não veio pagar. Em compensação fizemos uma canção que virou sucesso, “Tanto Querer”.

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Nando Cordel: Fazer música de qualidade me deixa muito feliz. Essas músicas descartáveis de hoje me deixam triste.

24) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Nando Cordel: A cena musical da minha cidade (Recife – PE) é fantástica. Além de frevo, ciranda, maracatus e caboclinhos, a rapaziada do mangue beat e claro, muito forró, ainda temos grandes e maravilhosos talentos.

25) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?

Nando Cordel: Tem várias bandas maravilhosas aqui em Recife – PE. Eu gosto muito da Nação Zumbi e de músicos como Luciano Magno, Tovinho, Nando Barreto, Bráulio Araújo e outros músicos maravilhosos.

26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Nando Cordel: Minha música toca sem o pagamento do jabá praticamente em todas as rádios. A minha estratégia é diferente, eu faço promoções ou trocas.

27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Nando Cordel: A primeira coisa é ter a certeza que tem talento, porque sem talento não consegue. E depois muita persistência e muito trabalho.

28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Nando Cordel: Hoje não acredito tanto assim em Festivais de Música para impulsionar a carreira musical.

29) RM: Na sua opinião, hoje os Festivais de Música revelar novos talentos?

Nando Cordel: Não.

30) RM : Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Nando Cordel: Desinteressada por obras de qualidade. Funciona praticamente no puro pagamento do jabá (pagar para tocar a música na programação de rádio ou pagar para se apresentar em programa de TV).

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Nando Cordel: Acho de um valor extraordinário e maravilhoso.

32) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?

Nando Cordel: Gosto das duas propostas musicais quando fazem música de qualidade.

33) RM: Qual o motivo na palavra Cordel como sendo seu sobrenome?

Nando Cordel: Meu pai (Manoel do Posto) é repentista e eu sou cordelista. Além de usar a mistura de sílabas dos meus sobrenomes Manoel e Correia.

34) RM: Quais os prós e contras de sua vivência como compositor em São Paulo?

Nando Cordel: Em São Paulo minha vivência foi maravilhosa e continua sendo. É uma das minhas escolas.

35) RM: Qual sua relação pessoal e profissional com Michael Sullivan?

Nando Cordel: O Michael Sullivan (nome artístico do pernambucano Ivanilton de Souza Lima) foi o meu “pai e padrinho musical”. Eu morava em São Paulo no final dos anos 80; quando eu já estava para desistindo da carreira musical, ele me falou para fazer música mais comercial. Eu fazia músicas com acordes dissonantes e letras poéticas demais para o gosto do produtor musical da gravadora. Ele me hospedou no hotel Atlântico no Rio de Janeiro com a missão de fazer 14 músicas em um mês. Eu após me alojar, me alimentar e dormir, eu acordei e no estilo repentista fiz 16 músicas. Com receio de falar para ele e perder um mês de hospedagem com tudo pago, esperei uma semana para ligar para ele e mostrar as músicas. E dessa safra nasceu meu primeiro sucesso: “Você endoideceu meu coração”.   

36) RM: Qual sua relação pessoal e profissional com Dominguinhos?

Nando Cordel: De parceiros e irmãos. Quase 30 anos de parceria musical.

37) RM: Qual foi o fato que o inspirou a criar a música “Pague meu dinheiro”?

Nando Cordel: Nos anos 80 um empresário conhecido no meio musical me contratou para realização de dez shows e não pagou após os shows. Eu ligava para ele e ele não me atendia. Aí pintou a ideia de criar a letra da música fazendo a cobrança. Até pensei de contratar um carro de som para passar na frente da casa dele tocando a música, mas a música fez sucesso e ele ligou para mim para pagar o que me devia.

38) RM: Quais os seus projetos futuros?

Nando Cordel: Lançamento de um disco com mantras, um projeto infantil e continuar cuidando da minha carreira musical.

39) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Nando Cordel:  [email protected] | [email protected] (Tauana Cordel) | nas redes sociais: @nandocordel e pelo www.nandocordel.com.br


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.