More Mayra Clara »"/>More Mayra Clara »" /> Mayra Clara - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Mayra Clara

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A cantora, produtora e atriz Acre-pernambucana Mayra Clara, nascida em Rio Branco – AC e criada em Recife-PE mostra a força do canto da mulher nordestina em seu show. Integrante da Reverbo – Mostra Autoral de Música Pernambucana – já se apresentou na Ocupação Reverbo que ocorreu no Itaú Cultural SP, em julho de 2022.

Seu segundo EP, ‘Vingança’, é um prato que se come em forma de canção. Lançado nos streamings em 2021, teve como produtor musical o grande pianista pernambucano Amaro Freitas, que vem se destacando no cenário da música nacional e internacional.

Mayra interpreta canções como: ‘Vingança’, de Lupicínio Rodrigues e ‘Olhos nos olhos’, de Chico Buarque. Também canções de autores pernambucanos da cena atual da MPB: ‘Eu não quero mais’, parceria de Juliano Holanda e Igor de Carvalho, e ‘Vingança’, parceria do escritor Marcelino Freire e do músico Revoredo.

Esse álbum recebeu o Prêmio da Música de Pernambuco na categoria: Melhor Álbum MPB Cantora. E também no primeiro semestre deste ano, a cantora fez o show de lançamento desse trabalho no Teatro da Caixa Cultural com ingressos esgotados e uma sessão extra.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Mayra Clara para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 08.05.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Mayra Clara: Nasci no dia 25/11/1988, em Rio Branco – AC. Registrada como Mayra Clara Vitorino.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Mayra Clara: Desde criança sempre fui muito conectada com a música através do que minha mãe (Cláudia Vitorino) ouvia. Inclusive, uma das heranças musicais deixada por ela foi um CD do Djavan e foi através dele que iniciei o gosto por cantar depois que ouvi e aprendi a canção “Lilás”, por volta dos meus 9 anos de idade.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Mayra Clara: Eu tive algumas aulas no Conservatório Pernambucano de Música quando criança/adolescente, porém, na graduação eu optei pelo bacharelado em Ciências Sociais, na Universidade Federal de Pernambuco, onde me formei em 2012.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Mayra Clara: Minhas influências musicais são ecléticas, mas, é inegável que a MPB sempre teve forte predominância na minha vida e segue tendo. Quando criança, eu gostava muito de ouvir a dupla Sandy e Junior, não apenas por gostar das músicas, mas também porque me reconhecia naquelas crianças artistas, já que eu também era criança e queria ser artista. Mas, faz muito tempo que essa (antiga) dupla deixou de ter a mesma importância (risos).

Eu cresci ouvindo muito pagode romântico, axé, frevo, maracatu, porém, eram as grandes cantoras e compositoras da MPB que mais me arrebatavam mesmo: Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Maria Bethânia, Elis Regina, Maria Rita, Dalva de Oliveira, Gal Costa, Elza Soares, Cássia Eller, Ana Carolina, entre tantas outras.

Os cantores/compositores como Djavan, Tom Jobim, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luiz Melodia, entre outros, também construíram (e constroem) grande influência para mim. Contudo, é inegável que o novo cancioneiro pernambucano tem sido, já há muito tempo, parte fundamental da música que me influencia no ouvir e no cantar: Isabela Moraes, PC Silva, Juliano Holanda, Revoredo, Martins, são apenas alguns dos vários exemplos.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Mayra Clara: Isso de iniciar a carreira musical pode ser muito relativo ao que se considera “começar”. Eu comecei aos 9 anos de idade (1997) cantando a canção “Lilás” (Djavan) na janela de casa, meu primeiro público eram as árvores, pássaros e carros que passavam na rua. Eu comecei também quando me apresentei cantando num programa de TV local, ainda aos 9 anos de idade.

Depois eu comecei cantando forró pé-de-serra, fazendo participações especiais nos shows do sanfoneiro Arlindo dos 8 Baixos. E comecei quando produzi meu primeiro show em 2014, em Caruaru – PE, cantando tangos em português.

Posteriormente, eu comecei quando gravei e lancei meu primeiro EP (Ímã), em meados de 2016. Comecei, mais uma vez, em 2020 lançando meu segundo EP (Vingança é prato que se come em forma de canção) e fazendo shows online.

Em 2022, eu comecei quando lancei meu primeiro álbum (MVB – Música Vingativa Brasileira). Desde então eu sigo (re) começando todos os dias, a cada novo projeto musical, a cada novo passo na caminhada de construção da carreira.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Mayra Clara: Tenho dois EPs: Ímã (2016); Vingança é prato que se come em forma de canção (2020). E tenho um álbum: MVB – Música Vingativa Brasileira (2022).

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Mayra Clara: Sou cantora de Música Popular Brasileira.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Mayra Clara: Estudei um pouco no Conservatório de Música e depois tive algumas aulas particulares de canto.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Mayra Clara: Total importância. Conhecer minha voz, amadurecer ela, trabalhar os músculos, a respiração, o ouvido. Cantar não é “apenas voz”, cantar é trabalhar o corpo inteiro e dá trabalho mesmo. É meu instrumento de vida. Ter cuidado é fundamental.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Mayra Clara: Inúmeras/os, mas, vou repetir as pessoas que já citei anteriormente: Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Maria Bethânia, Elis Regina, Maria Rita, Dalva de Oliveira, Gal Costa, Elza Soares, Cássia Eller, Ana Carolina, Isabela Moraes, Djavan, Tom Jobim, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luiz Melodia, PC Silva, Juliano Holanda, Revoredo, Martins…etc.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Mayra Clara: Muito intuitivo. Eu não componho muito porque a composição não é, exatamente, o meu foco na carreira artística. Eu gosto mesmo é de interpretar canções e isso também tem uma carga criativa bem grande. Mas, quando componho, costuma ser algo muito solitário e pessoal. Geralmente tem a ver com situações emocionais da minha vida.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Mayra Clara: Eu não costumo compor em parceria, até porque eu também não costumo compor muito. Mas, tenho uma parceria muito bonita com um grande pianista chamado Luis Felipe Gama que me solicitou que fizéssemos algo em conjunto. Eu entreguei para ele parte de uma composição que havia feito em homenagem à Yemanjá em um dia que estava tomando banho de mar e ele completou maravilhosamente bem, fiquei muito encantada com o resultado.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Mayra Clara: De pró, tem a autonomia sobre as escolhas dos projetos, do que cantar, do que produzir. De contra, tem o fato de não ter grana e nem acesso aos lugares de maior valorização e visibilização. De não ter o poder da mídia. Isso faz tudo ser ainda mais trabalhoso e exaustivo. É preciso ter muita paixão pelo que faz, porque se não tiver, não consegue sair do lugar.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Mayra Clara: Busco seguir sempre em autenticidade e espontaneidade sobre o que faço. Não me considero uma grande estrategista, mas, busco me melhorar como artista e criar conexões verdadeiras com as pessoas. Fora do palco busco me conhecer, estudar e pesquisar as melhores ideias que nascem de mim, no intuito de realizar, no palco, o meu sentido de estar viva e de poder provocar mais vida/emoção em quem me assiste e ouve.

Mas, também aprendo com outras pessoas, com mentores, produtores, gente que entende de planejamento de carreiras artísticas para aperfeiçoar o meu trabalho, para que ele possa chegar em mais gente que se interessaria em conhecer e se afetar com a minha música.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Mayra Clara: Eu me autoproduzo, em geral.  Faço cursos sobre mercado da música já há alguns anos, vou em feiras de música, sou produtora fonográfica de todas as minhas gravações, produzo meus shows e conto com a soma do trabalho de pessoas boas e boas, também, profissionalmente.

Eu sempre corri atrás de realizar meus sonhos. Já fiz financiamento coletivo para gravar álbum e trabalhei, por muitos anos, em outras áreas para juntar uma grana e poder investir no que realmente quero, para poder focar melhor na música.

Todos os meus projetos foram realizados porque eu fiz acontecer. Óbvio que nunca sozinha completamente. Na caminhada é fundamental ter gente amiga e gente parceira que acredite junto no sonho.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Mayra Clara: A internet ajuda muito, mas, também pode ser uma vilã se não souber trabalhar bem com ela. Ajuda demais nas pesquisas musicais, ajuda demais a conhecer artistas, cursos, fazer conexões, auxilia na divulgação, na venda dos produtos e serviços. Tem muitas vantagens de fato.

Mas, nem tudo são flores sem espinhos. A quantidade de informação é gigante e se não soubermos canalizar bem as coisas, podemos sofrer com muita ansiedade e depressão. A vida de artista tem seus perigos e a internet, se não for bem utilizada, pode ser uma grande inimiga. É preciso ter sabedoria e nem sempre é fácil ter.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Mayra Clara: Para quem tem e sabe usar, as vantagens são imensas. Inclusive, estou em processo de gravação de um EP com dois grandes músicos e tudo está sendo feito em um home estúdio. O resultado está sendo maravilhoso. Dá mais independência e autonomia e isso é muito bom.

As desvantagens é que também tem seu custo, tanto de montar como de manter um home estúdio. Além disso, nem sempre os tratamentos acústicos são de boa qualidade. Os estúdios tradicionais dão mais estruturas em muitas questões, sem dúvida. Porém, em tendo bons equipamentos e uma pessoa profissional, realmente boa, o home estúdio pode ser suficiente para o trabalho desejado.

Tudo vai depender do tipo de projeto também. Gravar tem muitas variáveis. E também acredito demais que home estúdios são ótimos para possibilitar e dar mais acesso ao fazer musical de muita gente que talvez não possa pagar por estúdios caros.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Mayra Clara: Ninguém pode fazer o meu trabalho por mim. Ninguém tem a minha voz, as minhas ideias, as minhas pesquisas, os meus sentimentos, a minha interpretação, a minha vida. Cada artista é um ser único e particular. Mesmo fazendo parte de um mesmo nicho musical, ninguém é igual. Acredito sim que tem espaço para todo mundo, que tem gente para ouvir e se deleitar com tudo o que produzimos.

Essa concorrência capitalista do tal mercado da música é bastante cruel e injusta. Serve para deixar o poder nas mãos de poucas pessoas, em geral, as mesmas pessoas. E isso serve para qualquer que seja o mercado, a arte não está a salvo disso, infelizmente. O que faço é ser autêntica e dar o melhor de mim, tentando equilibrar o que tenho e o que posso.

Eu estudo, pesquiso, tento executar o mínimo necessário do jogo e tento não adoecer. Não é fácil. A música me salva, mas o mercado da música nem tanto. Inventar outros tipos de mercados, com menos concorrências e mais colaborações talvez seja uma possibilidade mais plausível. Ainda estou na busca de entender como ser sustentável e saudável. E nessa busca sigo cantando e criando projetos novos que me deem sentido.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Mayra Clara: Analiso que segue cada vez mais diversos, rico, bonito e encantador. Sou contra a frase, “no meu tempo era melhor”. Não há limites para a criatividade musical humana e na MPB também não.

Todo dia nasce mais gente compondo, cantando, apresentando mais e mais canções. E isso é incrível! Só em Pernambuco há uma infinidade de novas pessoas nesse cenário de novas canções. Agora, a falta de conhecimento sobre isso, a falta de acesso a toda essa abundância musical se dá por alguns fatores. Um deles é que, de fato, é impossível conhecer tudo.

Outro motivo é que há uma força mercadológica, industrial e comunicacional que nos impede. Em geral, somos levados/as a consumir sempre as mesmas coisas e engolimos o que nos é mostrado na TV, rádio e algoritmos da internet. Mas, tem muita gente incrível criando muita coisa boa (como também coisas nem tão boas, a depender dos ouvidos).

As revelações musicais também são muitas e relativas a quem conhece, a quem consome, a quem gosta. Eu gosto de muita gente que conheci (e eu só tenho um pouco mais de três décadas de vida) e não dá para nomear todo mundo, na minha opinião.

Bem como não dá para apontar artistas consistentes ou que tenham “regredido” (?). Tem muita gente fazendo bons trabalhos e sendo consistentes, o que está regredindo é a nossa capacidade de melhor reconhecer e valorizar isso.

20) RM: Como você analisa o cenário da Música Instrumental Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Mayra Clara: A resposta anterior serve para essa pergunta, com exceção de que a música instrumental é consumida diferentemente, creio que com bem menos investimentos que a música cantada, lamentavelmente. De toda forma, dessa vez vou citar dois nomes de revelações musicais: Amaro Freitas (pianista), Laís de Assis (violeira). E tem mais, tem muito mais.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Mayra Clara: Situações inusitadas podem ser mais comuns do que gostaríamos, ainda mais na música independente, onde há menos recursos. Infelizmente, já passei por situações nas quais a qualidade técnica de som era ruim ou o carro atolar na lama antes de chegar ao local da apresentação e ter que ir andando no meio da lama até chegar ao palco.

Também já me apresentei em um bar que no meio da apresentação um casal começou a brigar e falar alto. Mais recentemente, houve um apagão de energia em um teatro que eu estava me apresentando. Por sorte, em pouco tempo a luz voltou e pude seguir a apresentação.

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Mayra Clara: O que me deixa mais feliz é a possibilidade de me conectar com as pessoas através do meu trabalho. De afetar, de emocionar.

E o que me deixa mais triste é a falta de valorização do/a trabalhador/a artístico/a, a falta de recursos, a falta de acessos. E também me deixa triste um tipo de mercado que se importa cada vez mais com lucros financeiros e cada vez menos com a música em si e com a classe musical em si.

23) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Mayra Clara: Até acredito que exista talento, mas, que de nada vai adiantar se não houver incentivo, investimento, acessibilidade, estudo, trabalho. Defino Dom como uma “habilidade para algo”, apenas. E que só se concretiza depois de muita dedicação e empenho.

24) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Mayra Clara: Antes, saber o não improviso. Depois, estudar possibilidades novas de fazer “a mesma coisa”. Uma mistura de sabedoria estudada com sensibilidade, sagacidade e experiência.

25) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Mayra Clara: Pode ser estudado para ser executado diferente depois. O estudo que precede serve para construir a confiança e coragem de ousar não fazer o mesmo sempre e de seguir qualificando e mudando as possibilidades de direção, sem se perder.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Mayra Clara: É mais uma ferramenta que qualifica e soma no trabalho artístico, mas, não precisa ser algo obrigatório. É apenas mais uma ferramenta possível. É bom conhecer para ter a liberdade de escolher usar ou não, e como usar, caso queira.

27) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Mayra Clara: Mais uma vez: todo estudo é uma ferramenta, é soma de conhecimento e por isso é muito válido. Todavia, nem todo conhecimento precisa, necessariamente, ser utilizado em tudo. Além disso, não vai ser esse tipo de conhecimento que vai definir boas/bons profissionais. Ainda mais em se tratando de arte, algo que vai além de métodos. Nem todo/a músico/musicista para ser bom/boa precisa saber teoria musical. Não que não seja importante também, mas, é a prática, muito mais que a teoria, que define.

28) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Mayra Clara: Espero que sim. Aqui em Recife existe uma rádio pública chamada ‘Frei Caneca FM’, minhas músicas já tocaram e tocam nela. Também já fui entrevistada e minhas músicas já tocaram em outras rádios locais, inclusive na Nova Brasil FM daqui.

Agora, nas demais rádios comerciais, de extensão nacional, ainda não cheguei. Espero não precisar pagar jabá para chegar, mas, talvez isso seja mesmo parte do jogo da indústria musical.

29) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Mayra Clara: Digo que é importante saber que é preciso muito mais que apenas gostar ou ter habilidade musical. Vai precisar estudar muito e para além da música em si. O trabalho é grande, mas, é um dos melhores do mundo também. Pense grande, mas comece pequeno.

30) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Mayra Clara: Acredito que pode revelar sim, mas, depende do festival. Festivais grandes só costumam levar quem já está mais que revelado/a. Os festivais de menor porte é que podem ser melhores em possibilitar o acesso a quem ainda não chegou em maiores públicos.

31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Mayra Clara: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é pobre, preguiçosa e limitada. Há uma grande concentração de investimento em poucos nomes e pouco investimento em diversidade, em acessibilidade e em democracia regional.

32) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Mayra Clara: São instituições privadas que fazem importantes e valorosos trabalhos para a cena musical. Que sejam cada vez mais reconhecidas como tal. Mas, para um país continental como o nosso, elas não são suficientes, não dão conta de toda a demanda.

Melhor ainda seria se multiplicassem, democratizassem e qualificassem também as instituições públicas em todo o Brasil (para além do eixo Sudeste). A soma de forças institucionais, públicas e privadas, em prol da cena musical brasileira só traria benefícios para todo mundo e fortaleceria ainda mais o Brasil, tanto internamente, quanto externamente.

33) RM: Quais os seus projetos futuros? 

Mayra Clara: Tenho muitos projetos futuros de álbuns, singles, shows. Mas, para esse ano pretendo focar em levar o show do meu recente álbum (MVB – Música Vingativa Brasileira) para o máximo de lugares no Brasil que eu consiga.

Além disso, também pretendo lançar um novo EP até o final deste ano, e devo retomar um projeto antigo que não cheguei a desenvolver tanto no passado, mas que acredito ser a hora de resgatar. Em breve, divulgarei mais a respeito nas minhas redes sociais.

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Mayra Clara: [email protected]

Para fãs, meu contato é através do meu Instagram: www.instagram.com/cantoramayraclara 

YouTube: www.youtube.com/cantoramayraclara 

Mayra Clara – Vingança – https://www.youtube.com/watch?v=tZEsraT546A 

Mayra Clara – Vingança (versão Mayra): https://www.youtube.com/watch?v=Y3ZhTbcF0gQ 

Playlist MVB – Música Vingativa Brasileira: https://www.youtube.com/watch?v=0_zOUCIi8ew&list=PLq431sg99pNcNXAX9YtfhdDbYKk0hJSEJ 

Playlist Do descobrir do cantar ao EP: https://www.youtube.com/watch?v=jWFjPFZLnRE&list=PLq431sg99pNeaUFokLDkZIZIxGjmBIRJn 

Playlist na TV: https://www.youtube.com/watch?v=GYno1yafCRI&list=PLq431sg99pNcVgzINkad4DcYPob-XMdAd  

Teaser do show (no formato banda): https://youtu.be/9SIC7shwn-o?si=oWBMLSabzvpqFarV   


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.