More Martim César »"/>More Martim César »" /> Martim César - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Martim César

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Martim César é autor de 8 livros de poesia e de contos. Vencedor por duas vezes do prêmio Rua dos Cataventos da Sociedade Mario Quintana de Poesia; Vencedor de diversos festivais de músicas do Rio Grande do Sul (Califórnia, Reponte, Moenda, Musicanto, entre outros) e de mais de 10 festivais nacionais, incluindo o Festival Nacional da Reforma Agrária.

Possui várias premiações paralelas, incluindo melhor poesia, melhor letra e melhor tema social em diversos festivais gaúchos e nacionais. Indicado por diversas vezes ao prêmio Açorianos e vencedor em 2017. Apresenta semanalmente a série histórica Nossas Origens (sobre as raízes do povo que habita o Pampa), na rádio Sul.net e na rádio missioneira Unijuí FM.

Coautor de 11 trabalhos discográficos: “Caminhos de Si”; “Cantares del sur – Maria Conceição canta Martim César e Paulo Timm”; “Canções de a(r)mar e desa(r)mar (MPB)”; “Da mesma raiz” (indicado ao açorianos de 2010); “Já se vieram”; “Memorial de Campo”; “Paisagem interior” (com três indicações no Açorianos 2015), “Náufragos Urbanos” (Indicado a melhor álbum de MPB do RS, pelo Açorianos 2015), “Caminhos de Si 2, o tempo”; “Canciones que nacen del caminho”; “Doze Cantos Ibéricos e uma canção brasileira” (vencedor do Açorianos 2017 na categoria melhor álbum regional).

Mais recentemente lançou: o livro “Um país além dos mapas” (contos); “Soterrados” (poesia) e o álbum “Além das Cercas de Pedra”, com Marco Aurélio Vasconcellos e Marcello Caminha, além do atual álbum “Náufragos Urbanos 2 – Relógios de areia”.

Livros publicados: Poemas ameríndios; Poemas do baú do tempo; Sob a luz de velas (contos); Dez sonetos delirantes e um Quixote sem cavalo (poemas); Sobre amores e outras utopias (poemas); Sangradouro (contos), Soterrados (poema épico – prêmio pindorama de poesia – UFPel/UFSM/Unipampa – 2021); Um país além dos mapas (conto).

Segue abaixo entrevista exclusiva com Martim César para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado com Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 17.04.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Martim César: Nasci no dia 28/11/1966 em Jaguarão – RS, na fronteira do Brasil com o Uruguai.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Martim César: Meu pai tinha um programa de música e poesia ao vivo na rádio local, em frente ao rio Jaguarão – RG. Ou seja, em frente ao Uruguai.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Martim César: Eu me formei em engenharia química, mas acabei entrando no serviço público, mas sem deixar a poesia e a música.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Martim César: Minhas influências vão de Pablo Neruda, García Lorca, Atahualpa Yupanqui até os atuais Chico Buarque, o cubano Silvio Rodriguez e os dois maravilhosos espanhóis Joaquín Sabina e Joan Manuel Serrat. Ou seja, é um espectro bem amplo.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Martim César: Comecei efetivamente em um festival universitário em Pelotas – RS. Esse evento se chamava Cirio e congregava grupos de vários países do sul da América.

06) RM: Quantos CDs lançados? Cite alguns CDs que já participou como violonista?

Martim César: Tenho 12 álbuns lançados. Minha participação é na composição das letras e nos recitados e apresentações. Crio o material com um tema, como se fosse um livro, e a partir daí surgem os álbuns e os shows.

07) RM: Como você define o seu estilo musical?

Martim César: Minha música vai do folclore sul-americano à MPB. Tenho parcerias com grupos do Uruguai e da Argentina, bem como com um ícone do nativismo como é o Marco Aurélio Vasconcellos, mas, ao mesmo tempo, tenho um grupo de MPB chamado Náufragos Urbanos, com os quais já fizemos dois CDs. Com esse grupo andaremos pelo Estado patrocinados por um projeto cultural.

08) RM: Como é o seu processo de compor?

Martim César: Inspiração e lapidação. Faço oficinas de poesia e música e penso que não existe uma forma que valha para todos, mas uma inspiração que se grava no papel ou na mente é o que dá início a tudo no meu caso. Às vezes um livro, um acontecimento, uma paisagem é a chispa de criação.

09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Martim César: Tenho parcerias com o mineiro Zebeto Corrêa, com o conterrâneo Cardo Peixoto, com o grupo argentino El Andén, com os uruguaios do Copla Alta, com o Ricardo Fragoso do grupo Náufragos Urbanos, com o nativista Marco Aurélio Vasconcellos, além de parceiros da minha cidade: Paulo Timm, Hélio Ramirez e Alessandro Gonçalves.

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Martim César: Creio que a parte difícil é a de divulgação. De chegar a um público maior. A vantagem é o total comprometimento com o conteúdo das obras, sem se curvar as leis de mercado. Fazemos o que gostamos e, principalmente, aquilo que acreditamos.

11) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Martim César: Tenho dois produtores que trabalham com a minha arte. Um para a parte literária, Alfredo Aquino, da editora Ardotempo, e outro para a parte poético-musical, Haroldo de Campos, que coloca os projetos nos vários editais.

12) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Martim César: Minhas ações são mais no sentido de participação em eventos culturais, através de editais ou de convites.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Martim César: A internet auxilia na divulgação, mas ela não é tão importante para o que faço, já que é mais uma arte realmente artesanal.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Martim César: Creio que a desvantagem pode ser a falta de outros profissionais que avaliem e dê em seu aporte no que estamos criando. A vantagem é a autonomia para gravarmos o que queremos, quando queremos.

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Martim César: Creio que a diferença é que a arte que fazemos não está enquadrada em rótulos, é mais livre. E se por isso temos menos público, também é verdade que temos um público mais comprometido com o tipo de arte que fazemos. É mais arte para pensar, do que para se divertir. Há espaço para ambas, mas o nosso caso é a primeira.

16) RM: Como você analisa o cenário da música instrumental no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Martim César: Acredito que a música instrumental tem seu espaço próprio, e sempre estará nas salas do mundo. Conheço maravilhosos instrumentistas e acho que suas obras sempre ficarão vigentes. Só aqui no Rio Grande do Sul dá para citar Yamandú Costa, Renato Borghetti, Oscar dos Reis, Marcello Caminha e tantos outros.

17) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Martim César: Poderia citar muitos, mas vou resumir em três: Jorge Drexler, Marisa Monte e Joan Manuel Serrat.

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Martim César: Ter ganho um festival nacional de MPB com o prêmio sendo entregue pela Lecy Brandão e o Raí, e umas semanas antes ganhar um prêmio em um festival gaúcho, cuja temática era a esquila. Dois extremos do que faço em poucos dias.

19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Martim César: Fico feliz com os encontros de amigos e de culturas. Entristeço quando há alguma competição mais acirrada, que é capaz de dividir em vez de somar. Os artistas são elos de algo maior, sua arte.

20) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Martim César: Nas rádios comerciais, sim. Tomando-se esse termo (jabá) como o patrocínio das grandes empresas de entretenimento. Já nas rádios mais culturais o espaço é mais democrático.

21) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Martim César: Que não se desvie do caminho após as primeiras pedras. Costumo dizer que quem segue passos alheios não deixa rastros na estrada. Temos que seguir fazendo o que gostamos, com a nossa verdade, mesmo que o retorno demore ou não venha.

22) RM: Quais os violonistas que você admira?

Martim César: Lúcio Yanel, Marcello Caminha, Yamandú Costa, Dilermando Reis e Paco de Lucía.

23) RM: Quais os compositores eruditos que você admira?

Martim César: Heitor Villa-Lobos, Astor Piazzolla, Mozart.

24) RM: Quais os compositores populares que você admira?

Martim César: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alfredo Zitarrosa, Violeta Parra, Atahualpa Yupanqui.

25) RM: Quais os compositores da Bossa Nova você admira?

Martim César: João Gilberto, Edu Lobo, Toquinho/Vinícius de Moraes.

26) RM: Apresente sua metodologia de ensino do Violão e seus métodos.

Martim César: Na verdade eu ensino a fazer ou a tentar fazer poesia. Tenho uma oficina chamada Poemarte e nela instigo as pessoas a criarem suas obras.

27) RM: Quais as diferenças técnicas entre o Violão Erudito e Popular?

Martim César: Essa parte seria mais para os músicos que compõem os trabalhos que faço: Marcello Caminha, Ricardo Fragoso, Fabrício Moura.

28) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Martim César: Posso falar do dom da escrita. Acredito que existe e que deve ser lapidado. Só o dom pode não ser suficiente e só o estudo também não.

29) RM: Apresente seu trabalho com a música nativista gaúcha.

Martim César: Tenho mais de 30 anos de festivais nativistas, com premiações em boa parte deles. Califórnia de Uruguaiana, Reponte São Lourenço, Moenda de Santo Antônio da Patrulha, e muitos outros. O que mais me orgulha, além dos prêmios de poesia, é ter parcerias com grandes nomes da cultura de raiz. Com Marco Aurélio Vasconcellos, por exemplo, ganhamos um prêmio açorianos. Além de parceiros musicais, acabaram se tornando amigos e isso é o que mais vale.

30) RM: Quais os seus projetos futuros?

Martim César: Além do show que estamos trazendo para o Teatro São Pedro, no multipalco, com a parceria com músicos do Uruguai, teremos em breve uma turnê de MPB com o lançamento do CD do grupo Náufragos Urbanos. Em cinco cidades gaúchas. E em seguida estarei com um projeto de poemas e canções sobre a obra do escritor fronteiriço Aldyr Garcia Schllee, multi vencedor do prêmio Açorianos de literatura.

31) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Martim César: (53) 99104 – 9388 | www.martimcesar.com.br

| [email protected] | https://www.facebook.com/martim.cesar.12 

Fio da Navalha Entrevista – Martim César: https://www.youtube.com/watch?v=7Ij5edA8QOc 

Compromisso de Cantor – Martim Cesar: https://www.youtube.com/watch?v=Fg_lO0BN_hE 

MARCELLO CAMINHA PROSEIA COM MARTIM CESAR: https://www.youtube.com/watch?v=ZkNuOFyPrHc 

AO VIVO | César & Oscar Massita e Duo Copla Alta do Uruguai – Espaço Plural 29/03/2023: https://www.youtube.com/watch?v=CtLmq95u1GQ 

Zebeto Correia e Martim César vencem festival em Juazeiro: https://www.youtube.com/watch?v=AazuY9EdIIU

SOMBRAS DE MORFEU (Cardo Peixoto e Martim César): https://www.youtube.com/watch?v=_SBls2na7Iw


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.