O cantor, compositor paraibano Marcelo Lancelott, em 1973 até 1987 morou no Rio de Janeiro nos anos 70 onde começou sua carreira musical, e onde participou de vários festivais de música e cantou em bailes de periferia.
Em 1987 voltou a sua cidade natal Campina Grande – PB, participou de vários festivais de música, e sempre estando nas primeiras colocações. Se tornou amigo de Elino Julião e trabalhou como músico para Biliu de Campina em gravações de discos e shows. Atuou como back vocal de Antonio Barros e Céceu em shows. Em 1988 se tornou Diretor musical do Grupo Folclórico Acauã da Serra e em 1991 viajaram pelo Brasil e por 64 cidades espanholas, representando o Brasil e especificamente o Nordeste. Marcelo junto com Sandra Paula Amorim interpretaram o Hino do Treze Futebol Clube (João Martins de Oliveira).
Marcelo Lancelott têm várias composições gravadas por diversos artistas e já fez muitas aberturas de shows para artistas conhecidos que se apresentaram nos anos 80, 90, 2000 em Campina Grande, a exemplo: Xangai, Antônio Carlos e Jocáfi, Flávio José, Jessié Quirino, entre outros.
Apresentou-se várias vezes nas festas juninas no palco principal do Maior São João do Mundo em Campina Grande – PB. Participou de muitos shows no teatro Severino Cabral, entre outros espaços na Rainha da Borborema. Tem uma vasta caminhada. Sua música “Sanfoneiro Bebedor” gravada pelo Os Três do Nordeste já tem mais de 800.000 visualizações no YouTube, e com ela ficou em segundo lugar no Forró Fest realizado na Paraíba e promovido pela TV Paraíba e Cabo Branco afiliadas da Rede Globo.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Marcelo Lancelott para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 11.03.2022:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Marcelo Lancelott: Nascido no dia 22/03/1958 em Campina Grande – PB. Registrado como Francisco Marcelo Ferreira.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Marcelo Lancelott: No Rio de Janeiro – RJ, tocando em festas e igrejas. Eu morava em Bom Sucesso, especificamente na “Favela da Maré”, onde eu e alguns amigos fundamos um conjunto chamado “Os Apóstolos”, onde tocávamos em vários locais da periferia. O primeiro instrumento que toquei foi bateria, depois guitarra, e cantávamos sucessos dos anos 70 e 80.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Marcelo Lancelott: Não possuo formação acadêmica, sou autodidata na música e cursei até o segundo grau.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Marcelo Lancelott: No passado era Bebeto, Jorge Benjor, Benito Di Paula, e todos os grandes artistas dos anos 60, 70 e 80. Atualmente, minha grande influência musical é Fagner, Luiz Gonzaga, Marinês, Jorge de Altinho, Os Três do Nordeste, e a música nordestina no geral. Todas as influências permaneceram com a importância que sempre tiveram.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Marcelo Lancelott: Na década de 70, no Rio de Janeiro – RJ, cantando e tocando em bailes de periferias.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Marcelo Lancelott: Cinco CDs e um disco vinil. E participações em álbuns de outros colegas.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Marcelo Lancelott: Música Popular Brasileira (MPB), Forró e músicas de raízes nordestinas.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Marcelo Lancelott: Não, sempre fui autodidata no estudo musical e de instrumentos.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Marcelo Lancelott: É importante para a manutenção dos registros da voz, e elasticidade em todas as suas nuanças. Técnica vocal é o fundamento da voz.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Marcelo Lancelott: Luiz Gonzaga; Raimundo Fagner; Zé Ramalho; Jorge de Altinho; Ney Matogrosso; Jorge Benjor; e os grandes cantores do Brasil.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Marcelo Lancelott: Na maioria das vezes faço letra e música ao mesmo tempo e às vezes faço a letra e depois crio a melodia. Em outras vezes, inverte, primeiro crio a melodia e depois a letra. Não tenho uma receita específica. Componho sempre letras que tem sentidos.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Marcelo Lancelott: Roberto Morais; João Gonçalves (“Adoro minha sogra”); Ribeiro Filho; Antônio José; Geovane Júnior; ente outros.
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Marcelo Lancelott: Os Três do Nordeste; Amazan; Geovane Júnior; Naninha (seresteira da região), e outros artistas locais.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Marcelo Lancelott: Como prós, elejo o fato de você cresce diante das dificuldades. Como contras, elejo a dificuldade de divulgação, de projeção musical e captação de verbas. As dificuldades superam os pontos positivos.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Marcelo Lancelott: Procuro sempre levar aos palcos aquilo que eu consumiria como ser humano através da música. Bem como, me cercar de bons músicos e bons repertórios.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Marcelo Lancelott: Entro em alguns projetos e faço aquilo que dá para ser feito.
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Marcelo Lancelott: A internet como divulgadora musical é excelente, pois oferece as facilidades que não se tinha. Como dificuldade, o fato de não saber lidar muito bem com a tecnologia.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Marcelo Lancelott: É de suma importância essa facilidade, pois oferece condições de se gravar sem custos ou custos baixos.
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Marcelo Lancelott: Primeiramente, me coloco no lugar de quem ouvir as minhas canções, e busco sempre usá-las como ferramentas para ajudar as pessoas a se divertirem de forma saudável.
20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Marcelo Lancelott: Analiso como um cenário que está sendo bem resgatado e bem representado pelas associações prol Forró, principalmente pela Associação Balaio do Nordeste. Considero grandes revelações das últimas décadas artistas como Jorge de Altinho, João Paulo Jr., entre outros. São artistas que permaneceram com obras consistentes, o mestre Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Trio Nordestino. Não vejo nenhuma regressão, mesmo porque todo artista tem seu público e sua época.
21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Marcelo Lancelott: Vital Farias, Raimundo Fagner, Zé Ramalho, Djavan, entre outros.
22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?
Marcelo Lancelott: Foram várias situações citadas na pergunta que aconteceram, porque em todas as profissões há acertos e desacertos, confusões e apaziguamentos.
23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Marcelo Lancelott: O que me deixa mais feliz é ver as pessoas felizes com o que estou levando. E o que me deixa mais triste é ver o rumo que deram a determinados estilos musicais.
24) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?
Marcelo Lancelott: Achei válido o movimento do “Forró Universitário”, e uma forma de manter viva a chama do Forró Pé de Serra.
25) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram sua atenção?
Marcelo Lancelott: Banda Falamansa, Rastapé, entre outros.
26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Marcelo Lancelott: Acredito, em algumas rádios, através das amizades construídas.
27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Marcelo Lancelott: Oriento a estudar muito e a ter cuidado com o que vai levar ao público.
28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Marcelo Lancelott: Considero como prós, o fato de abrir caminhos para os novos artistas que precisam mostrar o que fazem, e consagrar os já existentes. Já os contras, considero as dificuldades impostas.
29) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?
Marcelo Lancelott: Sim, considero um importante espaço para a revelação de novos talentos.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Marcelo Lancelott: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é de fundamental importância na preservação daquilo que lhe interessa.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Marcelo Lancelott: É uma excelente abertura e parabenizo aos idealizadores desses espaços culturais. Inclusive, participei de alguns eventos organizados pelo SESC de Campina Grande – PB.
32) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?
Marcelo Lancelott: Acho que tem espaço para todos e ambos contribuem com o Forró da sua maneira.
33) RM: Qual a sua opinião sobre o uso do Teclado no Forró?
Marcelo Lancelott: É financeiramente viável, mas falta os instrumentos que lhe são peculiares ao vivo.
34) RM: Quais os seus projetos futuros?
Marcelo Lancelott: Pretendo retornar a música aos 64 anos, estou há oito anos sem atuação por conta de um AVC que me deixou sequelas as quais tive que me adaptar.
35) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Marcelo Lancelott: (83) 98700-5449 | (83) 9 9955-1566 (ambos telefones e WhatsApp)| [email protected]
| https://www.instagram.com/marcelolancelott
| Palco MP3: Marcelo Lancelott e Banda X: https://www.palcomp3.com.br/marcelolancelott/todas_musicas.htm
Programa Poemus – 55ª Edição: Marcelo Lancellot: https://www.youtube.com/watch?v=0TokudpUplk
Marcelo Lancelott: https://www.youtube.com/watch?v=EB4-NY8XC7s
Antonio José e Marcelo Lancelott: https://www.youtube.com/watch?v=QfYKOv1Ykic
Acho de suma importância o papel do profissional de imprensa na vida de artista da música, observa-se que é raro um músico ter um assessor de imprensa por isso poucos são reconhecidos pela a Sociedade.