More Ludi Sousa »"/>More Ludi Sousa »" /> Ludi Sousa - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Ludi Sousa

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Ludi Sousa é cantor, compositor e entusiasta da poesia. É maranhense, porém vive em Manaus há muitos anos, onde também iniciou sua vida artística. Primeiramente nas artes plásticas e mais tarde, no início dos anos 1990, ingressou de vez na cena da música amazonense.

Começou sua caminhada, tocando na igreja evangélica da qual era membro, porém mais tarde, passou a tocar em bandas de bailes, pelos clubes de Manaus. No início, tocando contrabaixo, depois passando para guitarra e enfim, passou também a cantar.

Desde de muito Jovem, Ludi Sousa já compunha, ao mesmo tempo que descobria por esforços próprios os acordes em seu violão.

Ainda nos anos 90, participou pela primeira vez, como músico, de um grande festival de música, FUM (FESTIVAL UNIVERSITÁRIO DE MÚSICA), o que lhe fez tomar gosto pela arte de compor e desde então tem sido um dos compositores mais atuantes e premiado do estado e até em outras adições de festivais pelo Brasil.

Suas premiações em festivais como, FUM (Festival Universitário de Música), FEMPS (Festival de música do SESC), FECANI (Festival de Música de Itacoatiara), FEMUCIC (Mostra de Música Cidade Canção – SESC – Paraná -PR), Festival de música Canto Forte em Roraima – RR, Festival de Música de São José do Rio Preto – SP, Festival de Música de Santa Inês – MA, Festival de Música de Novo Aripuanã – AM, Festival de música da ordem dos Músicos – AM, Festival do Lixo – AM, Festival Amazonas de Música – AM, Festival de Música de imperatriz – MA, entre outros tantos Brasil a fora.

Sua efetividade e premiações nesses grandes festivais, fez despertar o interesse por suas composições, tanto por artistas regionais, quanto de artistas de outras regiões, que logo passaram a gravar suas músicas e dessa forma o consagraram como um de nossos compositores mais gravados da região por artistas como: Márcia Siqueira, Geraldo Azevedo, Maciel melo, Antônio Pereira, Simone Ávila, Cristina Oliveira, Raiff Mattos, Célia Moreno, Zé da costa, Alberth Oliveira, Neném Bragança, Grupo Imbaúba, banda Carrapicho, banda Suá sem dó, Banda Sabor da terra, banda Capim canela, Banda Thara, entre tantos outros.

Ludi Sousa tem quatro (4) CDs e um DVD gravados, onde registra suas obras cantando, assinando as composições e celebrando com alguns convidados, a exemplo do DVD AGUACEIRO, gravado no Teatro Amazonas, do qual participaram, Geraldo Azevedo, Maciel Melo (de quem Ludi é parceiro musical e amigo), Antônio Pereira, Simone Ávila. Neste álbum ainda, Ludi Sousa assinou a produção executiva e cultural do show.

Atualmente, além de continuar compondo e se apresentado em shows, o artista também desenvolve sua carreira na produção de música e como primeiro resultado de seu estudo, produziu inteiramente em seu home studio o álbum ARTESÃO e também montou o curso VIOLÃO ENCANTADO, através do qual oferece de forma GRATUITA, aulas de iniciação musical para adolescentes e jovens da cidade de Manaus. Ampliando em muito, seu campo de atuação no que se refere ao movimento cultural e artístico do estado do Amazonas.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Ludi Sousa para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 18.08.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Ludi Sousa: Nasci no dia 30 de março 1970 em Vitorino Freire – Maranhão, mas só nasci e fui levado para Santa Inês – MA. Registrado como Lucevilso Araújo de Sousa.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Ludi Sousa: Meus primeiros contatos foram quando ainda menino, juntava pelas ruas de Santa Inês – MA, latas de goiabada e pedaços de canos PVC, para tentar fazer violão e pífanos.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Ludi Sousa: No estudo musical sou autodidata. Fora da área musical sou formado em Comunicação Social.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Ludi Sousa: Fui muito influenciado pela autêntica música nordestina, de artistas que eu nem sequer sabia ou soube quem eram, mais tarde já entrando na adolescência ouvia através do gosto de meu pai, Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico e outros tantos dessa mesma vertente.

Quando realmente comecei a me interessar pela música, passei a procurar o ouvir outras referências, como: Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Gilberto, Vinícius de Moraes, entre muitos outros que até hoje me influenciam.

Nenhum deles deixaram de ter importância para mim. Bebo sempre, da fonte de deles e de outros que vieram depois, como Xangai, Elomar, Maciel Melo, Nilson Chaves…A lista é bem extensa, não me seria possível citar a todos aqui.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Ludi Sousa: Iniciei ainda na minha adolescência, acredito que aos 14 anos de idade (1984) já em Manaus – AM, quando eu congregava em uma Assembleia de Deus e busquei aprender tocar inicialmente bateria, no grupo musical da igreja, mais tarde ampliei para outros instrumentos.

O segundo momento que considero de fato eu início de carreira se deu aos meus 23 anos (1993), após ter me afastado da igreja, quando classifiquei minha primeira música em um grande festival de música que havia em Manaus. Desde então sigo na estrada.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Ludi Sousa: Quatro, que pela ordem são: RETRATO, AGUACEIRO (cd/dvd), LUDI SOUSA 25 ANOS DE ESTRADA E ARTESÃO. Todos autorais.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Ludi Sousa: Não sou adepto a rótulos ou estilo esse ou aquele, por tanto não consigo auto classificar meu estilo. Mas acredito que pelas influências que tive e tenho, posso ser visto como alguém que preza muito pela poesia, melodia e harmonia em suas músicas e talvez as pessoas que me ouvem, possam me apontar como um cantador.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Ludi Sousa: Não.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Ludi Sousa: Os cuidados com a voz são essenciais e ao longo de minha carreira fui descobrindo e buscando pôr em prática os cuidados necessários para a preservação da mesma. Quanto às técnicas vocais, sei de suas importâncias também, embora eu nunca tenha praticado.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Ludi Sousa: São muitos. Seria difícil eu citar e lembra todos neste momento, mas citarei alguns a fim de ilustração: Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Elomar, Lenine, Geraldo Azevedo, Xangai, Vital farias, Flavio Venturini, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Alceu Valença, Marinês….São muitos.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Ludi Sousa: Às vezes bem complicado no bom sentido (risos). Em alguns momentos “do nada” em qualquer lugar ou situação, me vem a ideia de uma melodia ou letra e eu de imediato me entrego, paro (quando possível), para abraçar a ideia, porém quando começo a desenvolver, me vem mais três, quatro, cinco ideias difusas. Então saio escrevendo ou gravando os cacos de cada uma, até escolher qual concluir no momento e depois com calma vou ver o que aproveito ou não das demais.

Mas também casos de parceiras onde parceiros me mandam letras ou melodias, que calmamente me proponho a construir a parte que me cabe. Há também os casos que a música já vem toda pronta, somente para eu transcrevê-la e isso é fantástico!

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Ludi Sousa: Pelo número de músicas são: Gonzaga Blantez e Rubem Menezes e pela História, Geraldo Azevedo.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Ludi Sousa: Não conheço os prós. Quanto aos contras são tantos que prefiro ignorá-los.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Ludi Sousa: Nunca planejei minha carreira. Não dispus de tempo para isso.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Ludi Sousa: Busco continuar fazendo músicas, produzindo e enviando para meus grupos e redes socais.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Ludi Sousa: Não tive prejuízos, acredito que ela só tenha me beneficiado até o momento.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Ludi Sousa: Bem, comecei a produzir minhas músicas em home studio, muito recentemente, mais precisamente ao final de 2019 e início de 2020, por tanto, só a partir dessa data que passei a me debruçar e buscar conhecimento sobre essas tecnologias. Porém devo salientar que elas me têm sido muito úteis e que tenho tirado muitas vantagens, visto que, se eu tivesse que custar cada profissional a ser envolvido na produção de uma música, seria bastante oneroso e me limitaria bastante a exemplo de anos anteriores.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Ludi Sousa: Não foco em ser diferenciado, acredito que as características de cada artista já vêm impressas em seu DNA, por tanto, apenas procuro zelar ao máximo pelo meu trabalho e deixar que meu público enxergue meu diferencial.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Ludi Sousa: Pra ser sincero…pouquíssimos, a depender do entendimento do que seja permanência. O cenário musical atual está cada vez mais degradante, a esperança que nos resta é trazida justamente pelos home studios, pois através desses que ainda podemos continuar pensando e produzindo músicas com conteúdo relevantes. E mesmo que de forma independente, fazendo com que essas produções alcancem uma parcela generosa de pessoas, apesar do domínio massivo das grandes indústrias que, a cada dia buscam empurrar “goela abaixo’ seus produtos musicais descartáveis.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical

(falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Ludi Sousa: Tenho inúmeras situações, me demandaria ais tempos para lista-las (risos), porém vou citar duas delas aqui.

A primeira situação ocorreu quando em 2010, apostei todas as minhas fichas e recursos financeiros para gravar um DVD no Teatro Amazonas e após receber o HD supostamente com todos os arquivos, seguei à procura de um profissional eu pudesse editar e fazer “O DVD”. A pretensão era ser o assunto (risos), pois dela participaram os artistas Geraldo Azevedo, Maciel Melo, Simone Ávila, Antônio Pereira. Resumindo… Quando encontrei o editor que fomos iniciar a edição, não havia sequer um arquivo no HD, tudo havia se perdido. Passei pelo menos três anos depressivo.

O segundo caso: É sabido por todos que o grande Elomar não se dá bem com as mídias, mas em 2011 salve engano, eu estava no palco da Virada cultural de Sã Paulo, assistindo a Elomar, Xangai, Vital Farias, Geraldo Azevedo e nessa oportunidade e de posse de uma câmera profissional que eu havia levado, saí fotografando, registrando, bastidores, palco, tudo.

Após o show fomos a um restaurante, Geraldo Azevedo, Gabi (sua filha), meu filho Begê Muniz e mais uns amigos. Na volta para casa, Gabi e uma amiga fora nos levar e pra não fazer o retorno a 1km, nos deixaram próximos ao apartamento de meu filho e tivemos que seguir andando, pois era perto. Resumo…fomos assaltados e levaram a câmera com as imagens de Elomar.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Ludi Sousa: O que mais me entristece é presenciar a degradação da música e a forma desprezível com que os governos tem tratado os artistas que realmente fazem cultura em detrimento do modismo.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Ludi Sousa: Acredito que exista. Não tenho capacidade de definir dom. Me basta admirar, quem por ventura o possua.

23) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Ludi Sousa: Existe, porém, é algo muito relativo. Se você se refere a grandes músicos, que sim, se debruçaram horas a fio sobre escalas, campos harmônicos e inúmeras técnicas, não vejo como improvisação. Mas se você sair deste campo e se propuser a ouvir os repentistas, com motes sugeridos pelo público como em uma mesa de glosas, você certamente perceberá que eles também fazem uso de técnicas, mas provam o improviso.

24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Ludi Sousa: Não acredito. Eles até tocam uma vez para fazer média, porém depois deixam de lado e se você não se dispuser a pagar, não acontece.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Ludi Sousa: Que siga, mas que esteja preparado e disposto a enfrentar grandes dificuldades e que apesar disso, fazer, ouvir e tocar músicas é prazeroso.

26) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Ludi Sousa: Apesar de não terem mais e mesma cobertura da grande mídia, os festivais de música continuam dando valorosa contribuição na descoberta de grandes artistas.

27) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Ludi Sousa: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é péssima, para quem produz música de verdade. Péssima para quem faz a música objetivando lucro cultural e muito vantajosa para os que buscam a banalização e o consumo de descartáveis musicais apenas em virtude de lucro financeiro.

28) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Ludi Sousa: Bem, esse sistema, embora haja um polo industrial aqui no Amazonas, não nos abraça em nada, não funciona, não é ativo. O SESC, do Amazonas por alguns anos até que chegou a movimentar a cena cultural daqui, porém já faz muito tempo que está inerte no que se refere à arte e cultura, o que me entristece profundamente. Quanto aos demais citados na questão, infelizmente nunca nada fizeram, nem fazem por aqui nesse sentido.

29) RM: Quais os seus projetos futuros?

Ludi Sousa: Estou com dois clipes a serem lançados nos próximos dias: “Nascente de desejos” (Ludi Sousa / Geraldo Azevedo), “O tempo e o vento” (Ludi Sousa). Além de estar trabalhando na produção de um próximo álbum e seguindo na captação de shows.

30) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Ludi Sousa: (92) 99525 – 6325 | (92) 98184 – 1106 | [email protected]

| https://www.instagram.com/ludi_sousa_lucevilson 

Canal: https://www.youtube.com/@LudiSousa 

CANÇÃO PRA LUA (Ludi Sousa): https://www.youtube.com/watch?v=A9wShMPOgqA 

NASCENTE DESEJOS (Geraldo Azevedo e Ludi Sousa): https://www.youtube.com/watch?v=eBkiceUxmPE 

Ludi Sousa e Geraldo Azevedo (Dia Branco): https://www.youtube.com/watch?v=rOGq22t9Z0A 

Maciel Melo e Ludi Sousa – Bolero de Izabel: https://www.youtube.com/watch?v=7iRX5f4dqj4 

“Saudade” de Ludi Sousa – Sr. Brasil – 30/03/14: https://www.youtube.com/watch?v=ckdZ6mi9BCo 

Ludi Sousa no Sr. Brasil – canta: Bom violeiro e Pega mão: https://www.youtube.com/watch?v=qD0aZ46RfbM


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Comments · 2

  1. Parabéns Ludi,agradecendo ao Antônio e a revista RITMO e Melodia por nos mostrar artistas como você, como você falou, o governo trata à cultura com desprezo…

  2. Ludi, aqui Doctor Judi, cantor e compositor, irmão! Qdo vc diz “ mesmo que de forma independente, fazendo com que essas produções alcancem uma parcela generosa de pessoas, apesar do domínio massivo das grandes indústrias que, a cada dia buscam empurrar “goela abaixo’ seus produtos musicais descartáveis.” o diz com maestria! Linda entrevista!

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.