More Louise Enriconi »"/>More Louise Enriconi »" /> Louise Enriconi - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Louise Enriconi

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A cantora, compositora e atriz Louise Enriconi lançou no dia 29 de setembro de 2022, o videoclipe da música ”Marés”. Inspirado no teatro musical e na trilha sonora de Aladdin, produção impacta com visual e referência a transtornos de ansiedade.

Produzida por Nick Medeiros, a canção é resultado de uma mistura de estilos e gêneros como o jazz pop e teatro musical, referências para a cantora e compositora. A canção “Marés” está disponível em todas as plataformas digitais de músicas. O single tem a participação do baterista Diego Rapoport, do baixista Daniel Lemos e nos metais Braion Zabel e Jean Carlos Rodrigues.

Em “Marés”, a sonoridade transita pelo jazz, com os metais e harmonia, pelo pop, com a batida e pelo teatro musical, por meio da criatividade na melodia, nos vocais sobrepostos e da narrativa. Os estilos sempre acompanharam a trajetória artística da cantora. “As músicas da trilha sonora do Aladdin, que tem referência dos musicais e gypsy jazz, foram meu Norte desde o início de toda a produção”, comenta a cantora.

O clipe foi produzido em Florianópolis, cidade onde Louise vive, e estreia com uma estética que remete ao universo da fantasia. “As cores azul e dourada foram escolhidas como prioritárias e são também as cores principais na identidade de Aladdin, da Disney. Além disso, há a questão da metáfora na letra da música, sobre as ondas de ansiedade serem como ondas do mar. Logo, o azul se relaciona com o mar e o dourado, com a areia que recebe essas ondas”, conta.

A maquiagem também é outro destaque, já que aparece de duas formas diferentes: uma inteira, forte e poderosa, remetendo à fase em que o eu lírico superou a onda de ansiedade e consegue se expressar artisticamente de forma saudável, e a make destruída, que representa uma fase em que o eu lírico está em uma fase difícil, em que há raiva, angústia e um desejo de desistir, e acabou de “tomar um caldo”, quase se afogando nas ondas. “É importante observar a alternância desses estados de espírito representados pela make, na parte da música em que o verso “de novo, de novo, de novo” se repete. Ao mesmo tempo em que as vozes se sobrepõem na música, abrindo terças, quintas e oitavas, a imagem de três versões da cantora também se sobrepõe: a versão maquiada, autêntica, a versão destruída, desesperada, e a versão “cara limpa”, que tenta se encontrar no meio dessa alternância constante de emoções”, conta animada.

Louise é atriz e roteirista e formada no curso profissionalizante de interpretação para teatro, TV e cinema da escola Aktoro e graduanda em Licenciatura em Música pela UDESC, também é graduada em Relações Internacionais pela UFSC. Realizou cursos livres em instituições renomadas como a Escola de Atores Wolf Maya e a Escola de Teatro Musical TeenBroadway. Atuou em espetáculos teatrais e produções audiovisuais como “Aventuras em Alto Mar”, “Anastasia” e “Grito Show”, da Cia Grito de Teatro, “Querida Kitty”, da República da Arte, e “Jesus Cristo SuperSkype”, projeto virtual que contou com a participação de grandes nomes do teatro musical brasileiro.

Atualmente faz parte do elenco do musical Purpurina e da série Noite de Jogo, cujos primeiros episódios já estão disponíveis no YouTube. É vocalista da Banda Havana, atriz, cantora e roteirista freelancer, professora de expressão vocal e de canto.

O clipe de “Marés” encheu os olhos da cantora. “Ao ver ele pronto, vejo que estamos conseguindo transmitir visualmente a principal ideia da música: de que momentos difíceis e desesperadores podem nos consumir repentinamente, como uma onda, mas, da mesma forma, podemos ter esperança de que estes sentimentos ruins passarão e serão substituídos por momentos melhores”.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Louise Enriconi para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 24.10.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Louise Enriconi: Nasci no dia 14 de abril de 1995, Florianópolis – SC.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Louise Enriconi: Sempre gostei muito de cantar. Meu pai costumava cantar boleros pela casa e chamar a minha mãe para dançar com ele. Sempre prestei muita atenção principalmente nas letras dos boleros, tão dramáticas. Atribuo a esse contato meu lado ultrarromântico. Minha mãe já era mais do pop rock brasileiro. Nunca foi muito afinada, mas sempre se divertia muito cantando. Meu pai tinha essa mesma relação de divertimento ao cantar sambas. Acredito que acabei associando música a alegria desta forma.

Quando criança, me inspirava muito em Sandy e Junior, e algumas pessoas bondosas falavam que minha voz se assemelhava à dela (Sandy). Eu ficava me achando. Comecei a escrever músicas assim que aprendi a escrever. Quando pré-adolescente, gravava as melodias no meu mp3 e escrevia as letras em um caderninho feito por mim mesma. Não sabia que existia algo como aulas de música nessa época. Na adolescência que fui entender que era uma habilidade como qualquer outra, que se podia aprender, e comecei a fazer aulas de canto e teclado.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Louise Enriconi: Sou formada em Relações Internacionais pela UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina e cheguei também a fazer dois anos de Direito na UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina. Gostava muito de estudar esses temas, e até sinto um pouco de saudade, mas não me via trabalhando com essas áreas no longo prazo.

Demorou muito tempo para eu entender que a música, até então somente um hobby, poderia se tornar uma profissão. Desde a adolescência tive aulas de canto, particulares e em grupo, participei de corais e tinha o sonho de ter uma banda, mas tinha medo de admitir para mim mesma que queria ser cantora profissional, por ter sido ensinada desde sempre que é muito difícil ser artista, principalmente no Brasil. Não me via capaz. Hoje, faço licenciatura em música na UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina, sou professora de canto e expressão vocal, já participei de bandas e lanço minha carreira como cantora solo e compositora com meu primeiro single, “Marés”.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Louise Enriconi: Acredito que somos influenciados direta ou indiretamente por tudo que nos toca. Na infância, fui influenciada pelos boleros e sambas que meu pai gostava, pelo pop rock de minha mãe, pelos CDs de Sandy e Junior. Na pré-adolescência, pela música gospel que ouvia na igreja e por ídolos pop teen como da Disney. Na adolescência, pelo pop punk e teatros musicais. Hoje, na Faculdade, por gêneros muito estudados, como jazz e MPB. Tudo isso foi se juntando dentro de mim e compondo um novo ser musical.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Louise Enriconi: Como cantora solo e compositora, recém início minha carreira musical, com o lançamento de meu primeiro single, “Marés”. No geral, é difícil entender quando a música deixou de ser um hobby para se tornar um objetivo profissional de longo prazo, mas essa transição começou a ocorrer em 2017, quando comecei a me envolver de forma mais séria com atuação e teatro musical, principalmente. Em 2017 entrei em uma companhia de teatro musical, a Grito, e lá conheci artistas que viviam somente de arte, e comecei a entender que essa era uma possibilidade para mim também.

06) RM: Quantos CDs lançados? 

Louise Enriconi: Por enquanto lancei apenas um single, “Marés.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Louise Enriconi: Varia bastante. Esse primeiro single, “Marés, tem bastante referência no teatro musical, e esse é um estilo com o qual me identifico muito, então é uma inspiração para várias composições. De gênero, bebe bastante do jazz. Mas não pretendo me limitar a um só gênero, principalmente nas minhas composições. Quero estar sempre aberta a possibilidades.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Louise Enriconi: Sim, estudo técnica vocal especificamente desde os dezesseis anos (2011), ou seja, há mais de 10 anos. Já passei por várias metodologias e professores diferentes.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Louise Enriconi: De extrema importância. Sou uma cantora bem chata, do tipo que só bebe água de temperatura natural e evita ao máximo comidas que possam prejudicar meu desempenho vocal. Aquecimento pré-show também é de praxe. Tudo isso ajuda no momento e também é muito importante pensando no longo prazo. Ainda pretendo cantar por muitos e muitos anos, possivelmente para o resto da vida, então tenho que cuidar bem desse meu instrumento.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Louise Enriconi: Tenho muitas inspirações, mas algumas que me vêm à mente de imediato são: Jessie J e Beyoncé, com técnicas incríveis, e, no Brasil, Elis Regina pela performance e, na contemporaneidade, Iza.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Louise Enriconi: Varia bastante, mas normalmente as letras vem primeiro, ou junto com a melodia. Gosto muito de contar histórias com minhas músicas, por isso privilegio muito letras dramáticas, com um significado profundo. Também adoro brincar com metáforas e jogos de palavras. A harmonia vem depois da letra e melodia e, normalmente, nessa parte peço ajuda para pessoas que entendem mais de teoria musical do que eu, para deixar a música mais interessante.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Louise Enriconi: Na parte de letra e melodia, costumo estar sozinha. Adoraria ter parceiros de composição no futuro, passar dias em uma cabana – ou estúdio – somente compondo com amigos. Deve ser uma experiência incrível.

13) RM: Quem produziu a sua música?

Louise Enriconi: “Marés” foi gravada por Nick Medeiros, meu produtor. Nos conhecemos ao tocar juntos na mesma banda, Havana.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Louise Enriconi: O pró é a liberdade de traçar suas próprias estratégias e não dever satisfações a ninguém. O maior contra provavelmente é o acesso dificultado em muitos lugares, a questão financeira que pesa e a dificuldade com networking.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Louise Enriconi: As redes sociais hoje são o portfólio do artista. Portanto, é onde estou colocando o maior foco em divulgação hoje.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Louise Enriconi: Busco sempre aumentar meu conhecimento em todas as áreas relacionadas à carreira artística. Teoria musical, canto, composição, marketing. Tento sempre estar atualizada em relação aos novos conhecimentos de mercado, mas é uma corrida que nunca acaba. 

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Louise Enriconi: A internet colabora muito para a divulgação do trabalho, sem dúvidas. Por um custo muito menor milhares de pessoas têm acesso à sua música. No entanto, a dificuldade está em reter a atenção do público em meio a tanta informação e conteúdo. É uma disputa constante.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do fácil acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Louise Enriconi: Bom, eu provavelmente ainda demoraria muitos anos para ter uma música lançada se dependesse de uma grande gravadora, então a liberdade que ter um home studio proporciona é ótima. Acredito que não haja uma grande desvantagem para o artista em si ter fácil acesso à tecnologia, talvez seja mais uma questão de dosar e entender o que é possível fazer com qualidade nesse espaço.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Louise Enriconi: Busco surpreender o público. Quando esperam uma direção, vou para outra. Tanto na música, na mistura de sonoridades, quanto com o próprio marketing.

20) RM: Como você analisa o cenário Pop brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Louise Enriconi: Essa pergunta é muito complexa e acredito que ainda me falta bagagem para uma análise tão profunda, mas alguns nomes que estão em grande ascensão há alguns anos e não parecem que irão parar de subir tão cedo são: Gloria Groove, Iza, Ludmilla e, claro, Anitta, que está alcançando posições até pouco tempo inimagináveis para uma brasileira no exterior. 

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Louise Enriconi: Em uma das primeiras apresentações grandes que fiz, ainda adolescente, cantei uma música que ainda não estava bem no meu nível vocal, e minha voz quebrou de um jeito horrível. Fiquei o resto da música segurando o choro e depois saí correndo desesperada do palco. O que pensava para me consolar é que aquele seria o fundo do poço, e que eu ainda riria daquela situação no futuro, quando a superasse. Outra situação de tragicomédia foi quando eu e minha banda fomos tocar em um boliche. Resumindo, acabou a energia elétrica no meio do show, ninguém estava interessado em nos escutar (somente em jogar boliche) e nos pagaram com batatas frias e cerveja, porque esqueceram de cobrar o couvert artístico de grande parte do público que compareceu (que já não era muito).

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Louise Enriconi: Me deixa muito feliz ver outras pessoas ouvindo minha música e se identificando. É uma forma muito específica de conexão. O mais triste é a exaustão de quem muitas vezes não consegue nem só trabalhar com o que realmente gostaria, e acaba tendo que fazer jornada tripla para conseguir seguir seus sonhos. Não ajuda nada na saúde mental.

23) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Louise Enriconi: Acredito que existam pessoas que tenham mais facilidade do que outras, mas não acredito em um dom supremo. A música é uma habilidade como qualquer outra, que devemos estudar para aprender. A maior dificuldade é a persistência e a constância de estudos.

24) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Louise Enriconi: É um jogo. Como todo jogo, tem regras, explícitas ou implícitas. Mesmo sem saber, quando improvisamos estamos o tempo todo revisitando nossas referências musicais, misturando-as e surgindo com possibilidades novas de acordo com o contexto apresentado.

25) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Louise Enriconi: Na minha concepção, não há improvisação sem algum tipo de referência. Portanto, para mim existe, mas não existe algo 100% original, tudo tem alguma referência ou inspiração, mesmo que nem a própria pessoa perceba o que está utilizando.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical? Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Louise Enriconi: Acredito que qualquer método de estudo tem um objetivo específico. Acredito ser muito útil seguir uma metodologia de estudo quando se está iniciando em uma nova área – artística ou não. Não há muito sentido em inventar a roda várias vezes. Mas também podem surgir ótimas ideias e novos pontos de vista em um estudo não organizado da música. 

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Louise Enriconi: Acredito que é muito mais difícil. Para o cantor independente, mais ainda. Poucas rádios dão abertura consistente para um cantor que está apenas começando a sua carreira.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Louise Enriconi: É difícil. Mas tudo é difícil, viver é difícil. Então, se é isso que você realmente quer, dará um jeito de fazer funcionar da melhor forma possível.

29) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Louise Enriconi: Em geral, privilegiando de forma desproporcional alguns poucos artistas. Além disso, há uma ênfase muito grande na vida pessoal dos artistas.

30) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Louise Enriconi: Gostaria muito de ver mais projetos assim espalhados pelo país. Eles acabam se concentrando muito nos grandes centros.

31) RM: Fale sua atuação como atriz.

Louise Enriconi: Comecei a atuar com teatro musical e em curtas universitários. Depois das primeiras experiências, busquei me profissionalizar. Fiz um curso profissionalizante de um ano e meio, tirei o chamado “DRT” e desde então tenho realizado variados trabalhos de atuação, desde teatro até em audiovisual. Meus últimos trabalhos de atuação foram no musical Purpurina, que estreou em Florianópolis – SC no final de setembro, onde interpretei um drag king, e na série Noite de Jogo, disponível no YouTube, onde interpreto uma bruxa meio-elfa.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Louise Enriconi: Planejo lançar mais singles com frequência a partir de agora, além de continuar fazendo shows e atuando principalmente em espetáculos de teatro musical.

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Louise Enriconi: Para shows: [email protected] . Nas redes sociais, Instagram: https://www.instagram.com/louiseenriconi 

Canal Louise Enriconi: https://www.youtube.com/c/LouiseEnriconi 

Marés (versão estendida) | Clipe oficial | Louise Enriconi: https://www.youtube.com/watch?v=ejaXpBUNoXo


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.