A cantora, compositora e escritora paulistana Klébi Nori desde criança adora cantar e depois que começou a estudar violão não abandonou mais música. Contou com o apoio incondicional do pai Clóvis Nori; lendário zagueiro do Corinthians. Que a acompanhou pelos estúdios e shows enquanto viveu.
Ao mesmo tempo em que ela aprendia os primeiros acordes, ela rabiscava seus primeiros poemas. Aos 15 anos de idade, uniu a música às palavras e começou a compor. Ainda adolescente, se apresentou em Festivais de Música no colégio, mais tarde foi anunciada na noite paulistana. Enxergando um futuro na música, largou os estudos de Filosofia e História e, aos 24 anos, passou a se apresentar em diversos palcos de São Paulo na efervescência dos anos 80. A empatia crescente com o público fez com que ela começasse a ser ouvida em espaços mais nobres, entre outros o Teatro Crowne Plaza, circuito Sesc e Centro Cultural São Paulo.
O primeiro CD foi lançado em 1995 pela Dabliú Discos. Com faixas arranjadas por Duofel e Skowa e com repertório baseado em seus shows, como fizeram Marisa Monte e Maria Rita. Em 1997 lançou o CD – “Ilusão das Pedras”, produzido por João Marcello Bôscoli e Max de Castro, que deram um acento eletrônico à sua musicalidade, algo incomum para época. Em 1999 lançou o CD – “Escolhas”, produzido por Mario Manga e Swami Jr. Em 2005 lançou o CD – “Inverno do seu Jardim”. Tendo realizado diversos shows pelo Brasil e, em 2006, chegou a apresentar-se na Europa. Durante o verão foi escolhida para fazer um projeto de Shows acústicos com seu repertório no Navio Costa Fortuna – o mesmo em que Roberto Carlos se apresentou no último verão de 2006. Em abril de 2007 encerrou sua turnê com grande sucesso em Recife – PE. E retornando à São Paulo com a fertilidade de novas composições, entrou em estúdio para gravar seu quinto CD – Daqui . Das treze faixas do CD, onze são assinadas somente por ela. Há uma azeitada parceria com o produtor e arranjador José Antônio Almeida.
No CD – “Daqui”, Klébi constrói e desconstrói, inventa e desinventa seus fantasmas urbanos. Enfoca temas como desprendimento, maldade, moda, brinca com a discussão entre paulistas e cariocas ao apresentar um Cristo Redentor que, após reivindicar férias, vem para São Paulo. Ao contrário do que ocorria até os anos 80, o Brasil desta década é pródigo em cantoras que assinam – em menor ou maior parte – o seu repertório. Mas ainda assim, conta-se nos dedos aquelas que veementemente utilizam a composição como a ferramenta principal da expressão de seu trabalho. Além de ser dona de uma voz afinada, timbre profundo e uma interpretação irretocável.
Segue abaixo a entrevista exclusiva com Klébi Nori para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 08.03.2009:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Klébi Nori: Nasci no dia 19 de março de 1961 em São Paulo-SP.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Klébi Nori: Ouvindo minha mãe cantar as músicas da velha guarda.
03) RM: Qual sua formação musical e\ou acadêmica (Teórica)?
Klébi Nori: Curso de violão popular/ Curso de Filosofia na Faculdade.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Klébi Nori: A MPB de todos os tempos, música internacional dos anos 60,70 e 80 e nada se perdeu.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Klébi Nori: Praticamente com o lançamento do primeiro CD – “Klébi” – Dabliú discos – em 1995. Comecei a fazer um circuito de shows em casas de espetáculos em São Paulo, na capital e no interior.
06) RM: Quantos CDs lançados (músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que se destacaram em cada CD?
Klébi Nori: Lancei cinco CDS: Em 1995 – “Klébi”, pela Dablíu Discos. Em 1997 – “Ilusão das Pedras”, pela Velas. Em 1999 – “Escolhas”. Em 2005 – “Inverno do Seu Jardim”, pela DNZ. Em 2007 – “Daqui”, pela DNZ. E neles teve a participação dos músicos: Dominguinhos, Marcos Suzano, José Antonio Almeida, Ney Marques, Dadi Amil, Bosco Fonseca, Webster Santos, Skowa, Mario Manga, Swami Jr, dentre outros músicos. As músicas que se destacaram: “Ligeiro”, “Calendário Lunar”, “Eu sou paulista”, “A cidade de outro”, “Virou, mexeu”, “Te amo, Noite Divina”.
07) RM: Quais as principais diferenças do seu novo CD para os demais?
Klébi Nori: Estão nos arranjos e visões.
08) RM: Como você define o seu estilo musical?
Klébi Nori: MPB contemporânea.
09) RM: Como é o seu processo de compor?
Klébi Nori: Quando existe motivação emocional, mental e profissional eu componho as minhas músicas.
10) RM: Quais são seus principais parceiros musicais?
Klébi Nori: José Antonio Almeida, Ney Marques, Silvana Stievano.
11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Klébi Nori: Tive CDs lançados por gravadoras e, também, de forma independente. Nas duas maneiras o trabalho é imenso, mas sempre me senti muito a vontade artisticamente.
12) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Klébi Nori: O Brasil continua musicalmente produtivo, mas com os mesmos problemas, só ligeiramente minimizados. Só para dar exemplos: existe o poder das rádios em conluio com as casas noturnas e as dificuldades com direitos autorais e etc. As revelações foram: Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Marisa Monte foram e serão grandes.
13) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Klébi Nori: Adriana Calcanhotto, Chico Buarque, Maria Bethânia e muitos outros.
14) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Klébi Nori: De tudo um pouco, porém, inúmeras coisas muito boas também, são enormes as lembranças. Fui pedida em casamento no meio de um show no Memorial da América Latina.
15) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Klébi Nori: Ouvir as pessoas cantando comigo as minhas canções em shows me deixa emocionada e realizada. As tristezas não são consideradas.
16) RM: Nos apresente a cena musical paulistana?
Klébi Nori: Artistas inteligentes e talentosos em diversos estilos influenciados por várias culturas que, às vezes, não encontra na sua própria cidade o reconhecimento necessário.
17) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Klébi Nori: Minhas música Já tocaram e até o presente continua tocando em rádios sem precisar que eu pague para tocarem na programação sistematicamente.
18) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Klébi Nori: Vai depender do que eu achar do temperamento dessas pessoas: tem gente com talento sem perseverança e gente com perseverança sem talento, sendo que, também, tudo pode dar certo ao mesmo tempo. Existem outros fatores imprescindíveis não citados.
19) RM: Quais os projetos futuros?
Klébi Nori: O meu primeiro DVD.
20) RM: Klébi Nori, Quais seus conatos:
Klébi Nori: Com Sheila Aragão – KS Produções (11) 97715-4562 \ (21) 98833-1957 | www.myspace.com/klebinori \ www.youtube.com/klebinori