O virtuoso baixista Jorge Pescara – além de atual integrante da banda da Ithamara Koorax, já gravou com Dom Um Romão, Luiz Bonfá, Paulo Moura, Eumir Deodato, José Roberto Bertrami, Celso Fonseca, dentre muitos outros – em 2019 lançou o seu terceiro CD solo, o “Grooves in the Eden”, que sucede o prestigiado CD – “Grooves in the Temple”.
O CD – “Grooves in the Eden” foi produzido por Arnaldo DeSouteiro e lançado internacionalmente pela gravadora Jazz Station Records, de Los Angeles, o CD ganha distribuição no Brasil via Tratore, e é totalmente inspirado na combinação de elementos de jazz, rock, pop, funk, r&b e música brasileira.
O disco contou com as participações de André Sachs, João Paulo Mendonça, Roberto Sallaberry, Claudio Infante, Cesar Machado e Paulinho Black, além do celista italiano Davide Zaccaria e o baterista franco/português David Jeronimè, dentre outros.
Depois dos mundialmente aclamados discos: “Grooves In The Temple” e “Knight Without Armour”, Jorge Pescara chega ao seu terceiro CD, “Grooves In The Eden”. O virtuoso baixista inicia, assim, um novo capítulo em sua brilhante trajetória, desta vez inspirado na combinação de elementos de jazz, rock, pop, funk, r&b e música brasileira, transcendendo rótulos e estilos, para se afirmar como uma fusão única e inovadora.
O repertório inclui inspiradas recriações de sucessos de Freddie Hubbard (“Povo”), Deep Purple (“Smoke On The Water”), Beatles (“Come Together”), Earth Wind & Fire (“Brazilian Rhyme”) e Brecker Brothers (“Song For Barry”), além de temas compostos especialmente para o disco por Jorge Pescara em parcerias com Laudir de Oliveira (“MacumBass”) e Gaudencio Thiago de Mello (“Plato’s Dialogues: Timaeus & Critias”).
A faixa-título “Grooves In The Eden”, luxuriante homenagem ao maestro Bob James, é assinada pelo tecladista Glauton Campello. “Azymuth Men” homenageia os integrantes do fantástico trio Azymuth, em especial a seu saudoso fundador José Roberto Bertrami, com quem Pescara tocou por mais de 10 anos. O disco conta ainda com as participações de André Sachs, João Paulo Mendonça, Roberto Sallaberry, Claudio Infante, Cesar Machado e Paulinho Black, além do celista italiano Davide Zaccaria e o baterista franco/português David Jeronimè, dentre outros.
Um dos baixistas brasileiros de maior expressividade no cenário contemporâneo do jazz e do rock progressivo, Jorge Pescara integra atualmente o grupo da cantora Ithamara Koorax, com quem já gravou diversos discos (“Brazilian Butterfly”, “Got To Be Real”, “Love Dance”) e excursionou pelo mundo, da Finlândia a Portugal, da França à Coréia do Sul, além de liderar a Knight Progband.
Também gravou com Dom Um Romão, Luiz Bonfá, Paulo Moura, Eumir Deodato, José Roberto Bertrami, Celso Fonseca, Sergio Vid, Carlos Pingarilho, Mario Castro Neves, Lord K, João Palma, Laura Finocchiaro, o guitarrista japonês Mamoru Morishita, os compositores portugueses Fernando Girão e Paco Bandeira, além da banda prog metal norte-americana The Unified One, dentre vários outros. Integrou as bandas ZERØ (“Eletroacustico”, “Quinto Elemento”), Dialeto (“The Last Tribe”) e JSR All Stars (“Friends From Brazil”, “Rio Strut”) em trabalhos de grande repercussão.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Jorge Pescara para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 15.04.2019:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Jorge Pescara: Nasci no dia 14 de janeiro 1966 em Santo André, na grande São Paulo.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Jorge Pescara: Na minha casa sempre houve música, mas nenhum instrumento musical. Meu pai trabalhou 25 anos na Telefunken do Brasil e chefe de laboratório de desenvolvimento de produtos, amplificadores, receivers, toca fitas K7, etc. Com isto desde cedo tivemos aparelhagem de som potente em casa e pude travar contato com a música tocada nas FMs e dos muitos discos dos meus pais. Lá em casa a sonoridade através dos discos do meu pai era desde trilhas de filmes, música de diversos países: México, Grécia, Itália e grandes orquestras de música clássica e ópera até os discos de MPB da minha mãe: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Buarque, etc. Nesta mesma época a irmã da minha mãe que frequentava a nossa casa para ouvir os discos do Roberto Carlos e o meu tio para ouvir, tocar e cantar músicas dos Beatles acompanhado do seu Violão. Eu e a minha irmã ficávamos hipnotizados com tanta movimentação musical em nossa casa (risos).
03) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Jorge Pescara: Como ouço absolutamente de tudo, ou seja, procuro ouvir música do mundo inteiro, eu diria que a minha música reflete o conceito mais abrangente de música do mundo. Alguns diriam world music, ou música de fusão. Durante os muitos anos de formação musical, eu tive influências mais diretas, mas hoje gosto de absorver o que de melhor consigo ouvir na música mundial. Há dias que ouço muito progressivo, noutros ouço jazz ou fusion… Há épocas em que gosto mais de ouvir música étnica; como neste começo de 2019, por exemplo, onde estou escolhendo ouvir cada dia música de um país do leste europeu. Hoje em dia com a internet, o Youtube, os podcasts, as rádios virtuais, etc você tem acesso à música de qualquer lugar do universo em um clique. Pena que a qualidade do áudio em formato mp3 deixa muito a desejar em relação ao áudio em formato WAV.
04) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Jorge Pescara: Comecei por volta de 1990, quando fiz minha primeira gravação profissional que foi no Rio de Janeiro com a cantora Angélica, para um especial de Natal daquele ano. Neste período eu ainda residia em São Paulo, conheci e comecei a trabalhar com um arranjador chamado Gertz Palma e foi através dele que consegui esta gravação.
05) RM: Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que entraram no gosto do seu público?
Jorge Pescara: Meus CDs solos são três até o momento: “Grooves in the Temple” de 2005 (Jazz Station Records USA – Voiceprint UK), com participações de Dom Um Romão, Ithamara Koorax, Luiz Bonfá, Eumir Deodato, Claudio Zóli, Laudir de Oliveira, Alfredo Dias Gomes, Claudio Infante, Guilherme Isnard, Glauton Campello, além do pessoal que na época fazia parte do naipe de metais do “Barão Vermelho”: Guto Goffi, Mauricio Barros e o Zé Carlos Bigorna e muitos outros músicos feras.
Aqui, sob a produção e direção musical do Arnaldo DeSouteiro (produtor de João Gilberto, Dom Um Romão, Ithamara Koorax, Luiz Bonfá, Eumir Deodato, etc). Eu regravei temas clássicos como “Comin’ Home Baby” (Ben Tucker/Bob Dourogh), “Kashmir” (Led Zeppelin), “Power of Soul” (Jimi Hendrix), “Funchal” (Arthur Maia), “Black Widow” (Eumir Deodato)…
Aliás, nesta última eu recebi um telefonema do Eumir, que estava em Nova York – EUA, me parabenizando pelo arranjo que fiz neste tema dele. Este e um email do Alphoso Johnson também me parabenizando pelo disco e por “manter a chama da verdadeira Fusion acesa”, são os fatores que mais trago de alegria.
Bom, também há composições próprias e de alguns amigos, como “Miles Miller” (JP Mendonça que é produtor musical da TV Globo), que compôs um tremendo fusion usando elementos característicos das composições do Miles Davis. Este disco de estreia, que foi distribuído e vendido em 17 países, é calcado lá fora como sendo de World Global Fusion, ou seja, uma mistura de World Music com Jazz Fusion.
Através dele consegui ser capa da revista Bajista da Espanha da edição nº26, de Dez de 2006, um feito para um baixista brasileiro, consegui também fazer uma pequena tour solo em Portugal e Espanha. O disco foi gravado e mixado pelo João Moreira nos estúdios Century e masterizado pelo Geraldo Brandão do EG Estúdio. O CD – “Knight Without Armour” de 2013 (Voiceprint BR), com participações de Glauton Campello no piano e nos teclados, Paulo Oliveira nas flautas e sax soprano, além de Iuri Sain’Anna e Alex Frias.
Gravei este disco quando morei em Portugal de 2007 até 2011. O disco foi produzido pelo baterista alemão Marc Jung (dos quais gravou as bateras do disco), o francês Aurelian Lino no sintetizador, o português Luis Guerreiro na flauta de metal chinesa e o africano Zozo na percussão. Este é um disco conceitual, uma espécie de trilha sonora pra uma pequena historia que eu criei.
Nele eu usei os touchguitar e touchbass, instrumentos de 12 cordas que são uma mistura de baixo elétrico com guitarra, mas sem ser nenhum deles, pois tem afinações diferentes e o modo de toca-los é batendo as pontas dos dedos nas cordas do mesmo modo que se toca um Teclado. Este é um disco mais Neo Progressivo com World Music, com composições inéditas minhas e algumas em parceria com o produtor Marc Jung e com Glauton Campello. Marc gravou, mixou e masterizou em seu estúdio europeu Marduk.
O CD – “Grooves in the Eden” em 2019 (Jazz Station Records USA – Music Magick) com participações superimportantes para mim, pois como usei algumas bases que gravei há algum tempo atrás, além das gravações atuais, acabo por ter a participação de músicos que faleceram no decorrer do tempo, como são os casos de Glauton Campello, Laudir de Oliveira, G. Thiago de Mello e Cesar Conti. Participam também André Sachs, Paulo Oliveira, JP Mendonça e um time de bateras da pesada Claudio Infante, Cesar Machado, Roberto Sallaberry, Paulinho Black e o franco português David Jeronimè, além do celista italiano Davide Zaccaria.
Aqui eu retomo a parceria com o produtor Arnaldo DeSouteiro com um disco World Global Fusion novamente. Temos os clássicos: “POVO” (Freddie Hubbard), “Cruisin” (Larray Graham Central Station), “Braziliam Rhyme” (Milton Nascimento e Earth Wind & Fire), “Smoke on the Water” (Deep Purple) e “Come Together” (Beatles) em repaginações bastante interessantes, como por exemplo, o uso dos “Funk Fingers” em “Smoke on the Water” e “Come Together”, que são duas pequenas baquetas acopladas aos dedos indicador e médio da mão direita, de modo que eu bata nas cordas extraindo assim uma sonoridade percussiva que rivaliza muito bem com a técnica de Slap Bass.
O disco também trás varias composições próprias e em parcerias. O disco foi gravado e mixado por André Sachs nos seu Taturana estúdio e masterizado por Ézio Filho na AudioLume. Todo o trabalho de produção executiva dos meus discos ficou a cargo do Fábio Golfetti (Violeta de Outono, Gong, Invisible Opera, etc). O primeiro Grooves in The Temple, cuja foto de capa foi do famoso fotografo de capas de discos de Jazz, Pete Turner (a foto desta capa, aliás, está no livro de compilação que ele fez das que foram por ele, as melhores capas de disco que ele fez.
O livro chama-se The Color of Jazz – Album Covers). A partir daí meus dois próximos discos a Renata Puntel se encarregou das fotos e arte do encarte. Renata cuida também da minha identidade visual, fez capa e diagramação de um dos meus livros (sou autor de alguns livros de contrabaixo lançados no Brasil), além de ser musicista fantástica e participar de meus projetos (vocal, flauta baroroca, piano, teclados, kantele e acordeon).
06) RM: Como você define seu estilo musical?
Jorge Pescara: Exatamente como disse antes, uma fusão de estilos do NeoProg, com Jazz Fusion, somado à World Music.
07) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?
Jorge Pescara: No Brasil Nelson Gonçalves, Elis Regina, Emilio Santiago, Ithamara Koorax, Guilherme Isnard (banda ZERØ). De fora Liz Fraiser (Cocteu Twins), David Bowie, David Sylvian (Japan, solo), Paul Young, Peter Gabriel (Genesis, solo), Siouxsie (Siouxsie and the Banshees), Kate Bush, Bono Vox (U2), Joni Mitchell, Tori Amos, Sting, Fernando Girão.
08) RM: Como é o seu processo de compor?
Jorge Pescara: É um processo variado. Já compus temas no Baixo, no touchguitar, no piano, cantarolando uma melodia… Até mesmo já sonhei com música e passei para o papel (risos).
Sério, quando eu ainda tocava na banda “ZERØ”, num certo dia cheguei ao estúdio onde estávamos compondo e ensaiando as canções do álbum “Quinto Elemento” e não me contive por começar os ensaios passando a parte completa da música “A Culpa não é do Amor” cuja parte instrumental inteira me veio em sonho (risos). Dias depois o Isnard veio com a letra e finalizamos o arranjo.
09) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Jorge Pescara: Bom, tento cuidar da minha imagem como um todo. O que posto na internet, roupas que são usadas em shows e fotos, eu planejo a divulgação, etc. Na parte musical trabalho junto com meu produtor Arnaldo DeSouteiro, na parte visual com a Renata Puntel e na parte de divulgação junto com meu assessor de imprensa, Fabio Cezanne.
10) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Jorge Pescara: Ajuda em muitos aspectos de pesquisa e divulgação nas redes sociais, mas também tem as suas armadilhas, como por exemplo a fragmentação dos trabalhos, que ficam perdidos no meio da web sem poder competir com os poderosos.
Também a pirataria atrapalha, pois já não lanço livros de Contrabaixo há algum tempo, pois as editoras de livros de música se recusam a assinar novos contratos por conta da baixa venda e da pirataria em pdf.
Digo o mesmo do mp3, mas esta batalha é insana num país como o nosso. As pessoas não tem condições financeiras para poder usufruir deste tipo de material (cds e livros), mas quando tem (estas condições) prefere piratear… Te digo, é um tiro no próprio pé, pois na Europa, e eu morei alguns anos lá, o sujeito baixa o mp3 de uma ou duas músicas pra ver se gosta do trabalho, e se gosta eles compram o CD físico.
Aqui, o sujeito não compra livro, pirateia em pdf, não compra CD, pois pirateia em mp3 e nem vai ao show para conferir o som. Esperamos formar um público menos disperso e mais atento à cultura no futuro, quem sabe…
11) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia de gravação (home estúdio)?
Jorge Pescara: Hoje em dia você pode ter em mãos o que seria um sonho há 15 ou 20 anos atrás… tudo prático, fácil e barato, mas… se você não tiver talento pra compor temas bons ou recriar (arranjar) temas consagrados, não tiver conhecimento técnico de áudio para saber usar os equipamentos de gravação em seu home estúdio, ou ainda se não souber cuidar da carreira como um produto (o músico costuma ser avesso a esta expressão, mas nossa música é sim um produto para se vender), daí complica.
12) RM : No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. Oque você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Jorge Pescara: Ser o mais profissional possível, ser persistente, obstinado, pensar na carreira em longo prazo e não só no pão de cada dia, e o principal, ter uma voz, ser autêntico. No mercado existem vários Marcus Millers, vários Jaco Pastorius, vários Nicos Assumpções, vários Arthur Maias, mas… todos covers!
Os verdadeiros (Miller, Pastorius, Assumpção, Maia, etc) nunca serão copiados. Há também muita gente boa que faz um som particular, tem uma expressividade muito peculiar e própria. O que importa é ter esta voz própria, pessoal e confiar artisticamente nela. Inspira-se não significa copiar. Acredito que nisto, eu busco sim uma voz pessoal, haja vista meus discos são sempre categorizados por alguma diferença sonora, seja no instrumento ou no conceito.
13) RM : Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Jorge Pescara: No Brasil Arthur Maia (falecido em 15 de dezembro de 2018), com quem estudei durante alguns anos e escrevi um livro de transcrições. O Celso Pixinga, que para mim sempre foi um exemplo de obstinação, de como se pode carregar uma carreira solo como instrumentista durante tanto tempo.
O Sizão Machado também. Lá fora vejo quatro músicos como exemplo, cada qual em seu estilo ou nicho musical: Marcus Miller, Michael Manring, Tony Levin e Trey Gunn.
14) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Jorge Pescara: Seja obstinado, trace metas e objetivos, busque uma voz pessoal no instrumento, uma sonoridade, um estilo, uma técnica (ou tudo isto junto), que te diferencie dos demais.
Pense na carreira em longo prazo e cuide da sua imagem; não vá para o palco, para o estúdio ou pra sessão de fotos como se vai pra comprar o pão na padaria. Estudar, praticar e pesquisar todos os dias e procurar melhorar a performance e o conhecimento musical sempre.
15) RM: Quais os seus projetos futuros?
Jorge Pescara: Prosseguir nos estudos de polirritmia e harmonia no touchguitar e touchbass. Estudar e pesquisar mais meu mais recente instrumento que é a viola baritone de cordas triplas, e quem sabe, poder alternar discos de World Global Fusion com outros de NeoProg World Music.
16) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Jorge Pescara: Minhas redes sociais são meu contato mais direto com quem curte meu trabalho (Facebook, Youtube, Revebnation, etc), mas para shows NeoProg tenho uma parceria com a Vertice Cultural (Só procurar no Facebook).
Já para shows Fusion, workshows (pocket show com workshop embutido) e workshops de baixo ou tocuhbass/touchguitar estou fechando parceria neste momento, então é só falar direto comigo e eu repasso o contato do agente.
Fábio Cezanne – Cezanne Comunicação – Assessoria de Imprensa em Cultura e Arte: (21) 99197 – 7465 |3439-0145 | www.cezannecomunicacao.com.br
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