More Jimmy Luv »"/>More Jimmy Luv »" /> Jimmy Luv - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Jimmy Luv

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Nascido na cidade de São Paulo, Jimmy Luv é produtor, DJ e um versátil MC, sendo um dos pioneiros a cantar no estilo ragga no Brasil.

Em atividade solo desde o começo dos anos 2000, fazendo shows e sempre gravando novos trabalhos, Jimmy ainda é um dos MCs mais influentes e requisitados do circuito reggae-dancehall por todo o país.

Com letras conscientes e extrovertidas em batidas pesadas e dançantes, músicas como Tá Loca, A Preta e A Sua Mãe acabaram virando hits em diversos Sound system e bailes de dancehall em São Paulo.

Jimmy começou como MC na banda The Funk Fuckers, depois formou o grupo de rap-ragga Enganjaduz e a Família 7 Velas, que foi o principal coletivo de ragga do Brasil. Também fez parte das crews Echo Sound System e Dirty Kidz Gang.

Com o lançamento de músicas como Reggae Seu Coração (2005) e Taca Mais Fogo (2007) em álbuns pelo selo K-Roots, começou a se destacar no cenário reggae e passou a fazer shows (com DJs, bandas e outros projetos) por todas as regiões do Brasil.

Em 2008 fez seu primeiro show solo internacional em Buenos Aires (Argentina) no 1º Festival Latinoamericano Estilo Deejay (1FLED), evento que reuniu cantores de ragga da América do Sul.

Em 2007 foi um dos 5 indicados como Produtor Revelação na 8ª edição do Prêmio Hutúz e em 2009 foi um dos 5 indicados ao prêmio VMB da MTV na única vez que teve a categoria Reggae.

Em São Paulo cantou em festas como Black Luxury, Black Hits, Batekoo e em grandes bailes soundsystem por todos os cantos da cidade (3 Coco, Capão Borbulhação, Jah Daddy Downbeat, Beira Rio, Susi in Transe, Mooca In Dub, Guetho Dance, Dancehall No Morro, Derruba Baile, Fresh, Espaço Reggae).

Se apresentou em eventos como Circuito Reggae, Grito Cultural Reggae, Encontro das Tribos, Reggae Música & Cultura, Arte e Cultura na Kebrada, Festival Kultur, Universo Parallelo.

Fez shows no Sesc Pompéia, Estúdio Lâmina, Rasta Bier, Tupinikim, CCJ, Hole Club, entre muitos outros lugares. Já levou sua música ao vivo para diversas cidades e capitais como Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Goiânia, Campo Grande e Brasília.

Foi contemplado no edital do Fórum do Reggae de São Paulo de 2020 e em 2022, após lançar uma série de singles nas plataformas digitais, foi capa da maior playlist de reggae nacional do Spotify, com mais de 600 mil pessoas.

Jimmy também faz DJ sets tocando seu vasto acervo voltado para o reggae e o dancehall, desde os anos 60 até a atualidade. Já tocou em lugares como Casa Fora do Eixo, Club Vegas, Casa Sements, Bar da Japa, Augusta 339, CCPC, entre outros.

EP com quatro músicas, produzido por Jimmy e com co-produção e mixagem do H-Dub. Os beats trazem influências do trap mescladas com elementos de reggae como steppa e dub, com bastante pressão e aquele grave 808 batendo nas caixas. As letras falam de conflitos sociais e também do cotidiano musical do qual faz parte.

Lançou dois álbuns solos: “Reggae Seu Coração” (2005) e “Taca Mais Fogo” (2007). Depois só lancei trabalhos digitais: Eps: “Isso É Só O Começo”, “Ragga” (2014), “Estilo Original” (2016), “Molotov & Balaclava”.  O álbum “King do Dancehall” (2020).

 

Segue abaixo entrevista exclusiva com Jimmy Luv para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27.12.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Jimmy Luv: Nasci no dia 26 de abril de 1973 em São Paulo – SP. Registrado como Guilherme Serpa.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Jimmy Luv: Meu contato com a música foi ainda criança, através do meu avô (Lupércio Mattoso conhecido como Baby) que era músico e tinha vários instrumentos na sua casa e da minha família que nas festas também batucava em tudo o que era possível (risos).

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Jimmy Luv: Sou formado como Bacharel – Tradutor e Interprete – e atuante na área.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Jimmy Luv: Desde criança foi rock e metal pesado e batucada. Depois fui crescendo e acrescentando outros estilos musicais como rap, reggae, dancehall e vários tipos de música eletrônica… Nenhum deixou de ter importância.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira profissional?

Jimmy Luv: Em 1996 no Rio de Janeiro na banda The Funk Fuckers.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Jimmy Luv: Dois álbum solos: “Reggae Seu Coração” (2005) e “Taca Mais Fogo” (2007). Depois só lancei trabalhos digitais: Eps: “Isso É Só O Começo”, “Ragga” (2014), “Estilo Original” (2016), “Molotov & Balaclava”.  O álbum “King do Dancehall” (2020).

KING DO DANCEHALL (2020) álbum. Depois de lançar três EPS e vários singles, finalmente sai o álbum. Com produções próprias, do DJ Ed e do H-Dub (que foi quem mixou e masterizou 9 das 10 faixas), o álbum apresenta um clima alto astral dos bailes.  Com letras humoradas e batidas dançantes, conta com participações de Mis Ivy na faixa “No Baile” e de Caiuby na faixa “Muito Bom!”. O álbum ainda traz regravações de seus maiores hits “Tá Loca”, “A Preta” e “A Sua Mãe” e a música “Isso É Baile de Favela”, uma conexão sul-americana que foi produzida por Chalice Beatz (Chile) e DJ Negiaggo (Colômbia).

COLA NA CAIXA (2018) EP Produzido e gravado em apenas 6 dias por Jimmy Luv e DJ Pamplona, esse EP apresentou elementos brasileiros misturados com as batidas típicas de dancehall. São 6 faixas bem dançantes com temas sobre o universo dos bailes soundsystem: caixa de som, dança livre de salão, soundclash e claro, ganja.

ESTILO ORIGINAL (2016) EP Produzido por Jimmy Luv e Wagner Bagão, esse EP trouxe uma mescla de vários elementos do reggae misturando dub, roots da nova era e dancehall em produções com timbres digitais. Das 6 faixas, uma é um remake na pegada ragga-digital do clássico “Manguetown” do Chico Science e Nação Zumbi.

RAGGA (2014) EP – Das 6 faixas deste EP que foram gravadas em riddims, 3 são seus hits mais tocados em todos os bailes de dancehall: “Tá Loca”, “A Preta” e “A Sua Mãe”.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Jimmy Luv: Reggae e dancehall (solo) e death metal na minha banda Carniça de Bode.

08) RM: Você estudou técnica vocal? 

Jimmy Luv: Nunca estudei técnica vocal!

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Jimmy Luv: Muito importante pra não estragar a voz (a minha já está estragada).

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Jimmy Luv: Shabba Ranks, Vybz Kartel, Bob Marley, Capleton, Bounty Killer, Mr Vegas, Mr Lexx, Suku, Spice, Shenseea, Mis Ivy, Monkey Jhayam, Riko Dan, Jamakabi

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Jimmy Luv: Primeiro escuto o beat, depois começo a escrever a letra.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Jimmy Luv: No reggae é o Michel Irie (Neguse Anbesa Productions) como produtor.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Jimmy Luv: Tenho uma música que o Bezerra da Silva fez uma participação (Enganjaduz – “Jererê”).

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Jimmy Luv: Muito difícil ser independente total, sem equipe nem nada… A gente não chega a lugar nenhum que seja relevante de verdade.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Jimmy Luv: Nenhuma.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Jimmy Luv: Nenhuma.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Jimmy Luv: A internet não ajuda muito, pois o Instagram e Facebook são inimigos de divulgação de música.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Jimmy Luv: Ótimo! Só vejo vantagens em home estúdio. Os custos são baixos e a eficiência é melhor e mais rápida.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Jimmy Luv: Não faço nada! (risos).

21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Jimmy Luv: Qualquer um que veio de baixo e esteja no mainstream, mas eu não acompanho nenhum deles.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Jimmy Luv: A maior com certeza é fazer show em equipamento de baixa qualidade e que eu não consigo escutar nada do que estou cantando. Isso é o que mais me dá raiva (risos).

Já tomei choque cantando, recebi cachê abaixo do combinado, já cantei pra cinco pessoas, já fui pra outro Estado cantar e quando chegou a minha vez o equipamento pifou total…

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Jimmy Luv: Mais feliz quando o público vem falar que a apresentação foi muito boa. E a triste é a dificuldade em conseguir fazer minha música chegar no maior número de pessoas possível sem investimento pesado nenhum.

24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Jimmy Luv: Não, impossível minhas músicas tocarem em rádios comerciais sem pagar o jabá.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Jimmy Luv: Boa sorte, paciência e perseverança.

26) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Jimmy Luv: A grande mídia só dá importância para o que está no mainstream, de resto não ligam pra nada, ainda mais depois do fim da antiga MTV.

27) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Jimmy Luv: Não faço ideia disso… Fora que deve ter muita burocracia para ser selecionado.

28) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Jimmy Luv: Tem muita gente fazendo reggae de excelente qualidade, mas infelizmente poucos se destacam. São sempre as mesmas bandas/artistas convidadas para os grandes eventos e como meu nicho é mais focado para o Sound system, esse seguimento fica muito restrito ao underground.

29) RM: Você é Rastafári?

Jimmy Luv: Não, mas conheço a cultura e respeito.

30) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa tal afirmação?

Jimmy Luv: Isso é uma grande besteira, até porque quem inventou o reggae não era rastafári, eram pessoas comuns que buscavam se divertir e entreter o povo.

31) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Jimmy Luv: Tem muitos motivos… os grandes empresários da cena reggae, festivais de reggae sempre com as mesmas bandas nacionais e internacionais, divulgação quase zero dos eventos que acontecem, não tem um site que seja especializado na cena em geral, o público tem baixo poder aquisitivo… E a principal é a falta de cultura como um todo no Brasil.

32) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Jimmy Luv: Prós: o público tem um pouco mais de cabeça aberta do que o público mais tradicional do reggae. Contras: esse público é grande e jovem, porém tem muito buchicho nessa cena.

33) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?

Jimmy Luv: Com banda é necessário ter muito mais estrutura, um cachê maior, já no formato Sound System basta levar um pendrive com os riddims e, dependendo, o cachê é maior.

34) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae e o uso da maconha?

Jimmy Luv: Não tem como separar, já que o reggae vem da cultura jamaicana.

35) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a cultura Rastafári?

Jimmy Luv: O reggae roots não existiria sem os conceitos do Rastafári.

36) RM: Quais os seus projetos futuros?

Jimmy Luv: Lançar meu próximo álbum “Baile de Reggae” no começo de 2024 que já está praticamente pronto e fazer shows por onde for possível.

37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Jimmy Luv: https://www.instagram.com/jimmyluvcdb 

Tá Loca – Jimmy Luv: https://www.youtube.com/watch?v=hyPz6MzRXNU 

A Preta – Jimmy Luv: https://www.youtube.com/watch?v=A-9wrodxGGw 

A Sua Mãe – Jimmy Luv: https://www.youtube.com/watch?v=XLIfZxRuFKE

Live Performance #6 – Jimmy Luv (Premier King) – 2016: https://www.youtube.com/watch?v=jZxAjQpgtHw

Playlist do álbum Taca Fogo: https://www.youtube.com/watch?v=2Qe_M33Rcxo&list=OLAK5uy_l4cBTtNA2B9hLEXH3d278O0kO7wgPqLjg 

Playlist do álbum Reggae seu coração: https://www.youtube.com/watch?v=cmH8lqJ6HBQ&list=OLAK5uy_kxAnja30SSBownuGlCdIjjwMP30OtBp9g  

Playlist do álbum Motolov & Balaclava:  https://www.youtube.com/watch?v=yA26y7qEMJA&list=OLAK5uy_k_UH3GWaGQymTbL6rGEsZ_Ekf07xlD0JQ 

Playlist o álbum King do Dancehall: https://www.youtube.com/watch?v=P1ch-UI9DZ0&list=OLAK5uy_kQUbJ1Hbv5bNhiQIgQwkFr9ZJmJhKCT6g 

JIMMY LUV: https://open.spotify.com/intl-pt/artist/1g6mDFOXzh5EiIid4iBcgd 

JIMMY LUV | O OUTRO PODCAST #04 – 2021: https://www.youtube.com/watch?v=-2885yxOUnY


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