More Henrique Mota »"/>More Henrique Mota »" /> Henrique Mota - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Henrique Mota

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O pianista, compositor paulista Henrique Mota é formado em Piano Erudito pela fundação das artes em São Caetano do Sul – SP.

Henrique Mota já tocou com extensa lista de músicos importantes do Brasil e mundo incluindo grandes nomes da música popular brasileira como: Filó Machado, Bocato, Celso Pixinga, Carlos Bala, Thiago do Espírito Santo, Cuca Teixeira, Daniel D’Alcântara, Edu Ribeiro, Nuno Mindelis, Luedji Luna.

Henrique Mota participou de projetos instrumentais de jazz/blues, festivais de músicas, gravações entre outros. Gravou seu primeiro trabalho autoral em 2019, o álbum “Herança”, com prestígio no cenário de jazz instrumental brasileiro, Henrique vem ganhando destaque na imprensa e mídia brasileira pela sua versatilidade e virtuosidade no jazz piano Brasil.

Segue abaixo entrevista exclusivo com Henrique Mota para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 08.01.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Henrique Mota: Nasci no dia 7 de maio de 1994 em São Caetano do Sul – SP. Registrado como Henrique de Souza Mota.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Henrique Mota: Meu primeiro contato veio através do meu Pai, guitarrista, desde quando eu era pequeno cresci num ambiente musical, ouvindo principalmente inúmeros guitarristas de Jazz e Fusion.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Henrique Mota: Minha formação acadêmica é pela Fundação das Artes em São Caetano do Sul (FASCS) Técnico em Piano Erudito e Licenciatura plena em música pela Claretiano.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Henrique Mota: Eu tenho um grande amor pela música Barroca, Bach é algo que me inspira sempre, posso dizer que foi o que me levou a querer estudar música erudita. Além dos grandes heróis do Jazz: Herbie Hancock, Bud powell, Chick Corea, Keith Jarrett e etc.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Henrique Mota: Comecei aos 10 anos de idade (2004), lecionando de forma simples ao meu tio, tudo o que eu aprendia na aula de piano, e depois aos 12 anos em bandas de baile, com apoio do meu pai que trabalhava junto.

06) RM: Quantos CDs lançados? Cite os CDs que já participou como Tecladista/Pianista?

Henrique Mota: Tenho quatro álbuns lançados, exclusivamente nas plataformas digitais: Herança (2019), Firmeza (2020), Temática Brasileira (2022) e Concerto Livre (2023).

Participei de diversas gravações, do meio gospel, cantores de MPB independentes, e o último trabalho que fiz parte foi o álbum instrumental “Black House” do trompetista Lucas Gomes.

07) RM: Como você define o seu estilo musical?

Henrique Mota: Eu realmente não gosto de definir um estilo, me considero músico.

08) RM: Como é o seu processo de compor?

Henrique Mota: Meu processo de compor é muito de caráter improvisatório, se eu conseguir lembrar o que estou fazendo e achar que faz sentido, vou separando as seções, gravo os áudios para não esquecer, e depois escrevo.

09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Henrique Mota: Sempre Compus sozinho, porém podemos colocar os nossos influenciadores na música como parceiros certo? (risos).

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Henrique Mota: Prós: Autonomia, fazer aquilo que realmente acredita, buscando o seu público e não precisando se vender em prol de algum agente/instituição. Contras: Desafios de estrutura, incentivo e orçamento financeiro.

11) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Henrique Mota: A minha estratégia de carreira dentro e fora do palco tem uma palavra que eu sempre busco deixar no topo: Consistência. Em realizar, prosseguir, criar, desenvolver projetos, parcerias e contar com o tempo.

12) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Henrique Mota: Investindo financeiramente dos trabalhos que muitas das vezes não é o que eu gosto muito de fazer, usando aqueles recursos em algo que acredito e espero levar a minha carreira para aquele caminho.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Henrique Mota: A internet hoje deu voz a todo mundo, pode ser bom e ruim, mas acho essencial, pois saber que minha arte já ultrapassou mais de 90 países, é algo que não se imaginava tão rapidamente no passado. Em contrapartida vivemos num mundo que precisamos alimentar as redes, e nosso tempo é pago pelas redes para tirar nossa atenção, precisamos ter cuidado.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Henrique Mota: Não vejo desvantagem, acho uma das maiores praticidades que a tecnologia nos trouxe, pensando em MERCADO.

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Henrique Mota: Invisto tempo, recursos, em uma música que acredito, talvez o que busco diferenciar é a consistência, fazer não é difícil, mas manter sim, ainda mais quando falamos da estrutura e incentivo do nosso país para o cenário da música instrumental.

16) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Henrique Mota: O cenário musical do mainstream brasileiro, os dados de todos os anos já mostram que a arte revela o que a sociedade enfrenta, e acho que já responde muito, como tem sido a sociedade brasileira, no assunto conhecimento, igualdade, violência?

17) RM: Como você analisa o cenário da Música Instrumental Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Henrique Mota: Não gosto de opinar contra o cenário de artistas Brasileiros, acredito que temos tantas adversidades em fazer a nossa música florescer, que por si só, todo artista independente já é um vencedor.

18) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Henrique Mota: Eu vejo que por conta da democratização dos artistas independentes, temos muito a descobrir, e muito a quem descobrir, diversos artistas talentosíssimos que estão surgindo e tendo a oportunidade de colocar o seu trabalho pro mundo ouvir.

19) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Henrique Mota: Uma situação muito engraçada ocorreu, quando eu na época da adolescência fui tocar numa banda de uma dupla sertaneja, se vendiam como “apadrinhados” de Zezé Di Camargo e Luciano.

Fui contratado para tocar teclado, mas no final, eles queriam um tecladista que utilizasse dos recursos de Forró com o teclado (ritmos e acompanhamento) e eu só tinha um sintetizador (não há recursos pra isso), portanto houve um equívoco de informação.

E o apresentador da casa cancelou o show, dizendo que o tecladista não tinha ritmos no teclado e que não seria legal, para todas as pessoas presentes da casa, foi traumático na época (risos), sai como vilão, mas me pagaram, pois a contratante não especificou o que queria, somente um tecladista.

20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Henrique Mota: O que mais deixa feliz: produzir, estudar, criar, oportunidades que a música proporciona com amizades, encontros, viagens, aprendizados, entre outros. O que mais me entristece é toda a dificuldade que a classe como um todo enfrenta dia após dia, com as incertezas e frustrações.

21) RM: Quais os estudos técnicos para independências das mãos?

Henrique Mota: Bach é um dos maiores professores de independência das mãos.

22) RM: Quais os estudos técnicos para o desenvolvimento da técnica das “três mãos” mão esquerda fazendo a linha do Baixo, a mão direita fazendo acordes e melodia?

Henrique Mota: Não creio em um livro específico, acredito no estudo de harmonia, distribuição de acordes e muita prática com os temas, leva a ter fluência.

23) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Henrique Mota: Acredito que a minha música tem um público específico, dificilmente você encontra na Rádio do mainstream (AM, FM). Portanto, hoje acredito que as playlists são as mais cobiçadas para os artistas independentes. Eu tive a oportunidade de ter duas músicas adicionadas numa grande playlist editorial do spotify, o que me proporcionou visibilidade.

24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Henrique Mota: Siga firme, a sua verdade, digo isso pois é o que acredito pra mim.

25) RM: Quais os Pianistas e Tecladistas que você admira?

Henrique Mota: Chick Corea, Bud Powell, Keith Jarrett, Herbie Hancock, Wynton Kelly, Brad Mehldau, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Amilton Godoy, entre muitos outros.

26) RM: Quais os compositores eruditos que você admira?

Henrique Mota: Bach, Chopin, Mozart, Beethoven, Schubert, Villa-Lobos entre outros.

27) RM: Quais os compositores populares que você admira?

Henrique Mota: Milton Nascimento, Tom Jobim, Djavan, Ivan Lins, Chico Buarque entre outros.

28) RM: Quais os compositores da Bossa Nova que você admira?

Henrique Mota: João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal entre outros.

29) RM: Quais os compositores do Jazz que você admira?

Henrique Mota: Miles Davis, Horace Silver, John Coltrane, Art Blakey, Duke Ellington, George Gershwin, Chick Corea entre outros.

30) RM: Quais as principais diferenças entre as técnicas de Piano e Teclado?

Henrique Mota: O toque, independente de timbre, qualidade e etc… a diferença maior é a resposta da tecla para mim. O que de fato influencia na hora da execução. Mesmo com teclado digital de 88 teclas, a sensibilidade é afetada, na minha opinião.

31) RM: Quais as principais técnicas que o aluno deve dominar para se tornar um bom Pianista/Tecladista?

Henrique Mota: Percepção musical, independência dos dedos, força e ação dos dedos, tempo e consistência.

32) RM: Qual a importância dos conhecimentos tecnológicos para o Tecladista?

Henrique Mota: É extremamente importante conhecer novas tecnologias, novos sistemas de teclados, pois faz parte do tecladista saber “timbrar”.

33) RM: Você é adepto ao uso de VST e VSTI? Quais você indica para o Tecladista?

Henrique Mota: Não sou expert e VST E VSTI, mas gosto muito de utilizar o Kontakt e suas livrarias (infinitas possibilidades).

34) RM: Quais os principais vícios e erros que devem ser evitados pelo aluno de Piano/Teclado?

Henrique Mota: Tentar tocar tudo de ouvido, não é que é uma regra ler partitura, mas num mundo que vivemos de muitas possibilidades de trabalho, saber ler é algo essencial para trabalhar bastante. Ouvir somente um músico específico, importante ouvir de tudo um pouco, apesar de ter algum favorito.

35) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música?

Henrique Mota: Prender as pessoas, a música não se define somente a métodos, assim como na vida, ela é volátil, nossa música também, é sobre nosso estado de espírito naquele período, naquele momento.

36) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Henrique Mota: Eu não acredito em Dom musical, acredito que todos na vida tem mais facilidades ou dificuldades do que os outros e existem uns que estudam mais e outros que estudam menos. Quem deve impor o limite do que é bom ou ruim?

37) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Henrique Mota: Acredito que os métodos de improvisação são ótimos quando são unidos com a escuta, entendendo que ali é uma forma analítica e metódica para agregar, mas tem a outra parte muito importante que é o “Feeling”. O que quero dizer é que a improvisação não tem um caminho único.

38) RM: Qual a definição de Improvisação para você?

Henrique Mota: Não consigo definir improvisação, pra mim um bom improviso é eu sair da minha “zona” de conforto e criar algo diferente do que eu toco, que “soe” interessante. Essa é a busca.

39) RM: Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Henrique Mota: Acredito que a busca pela improvisação é justamente tentar estudar caminhos, e na hora de jogar, mudar a rota, mas que leve para o mesmo destino (ou não).

40) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Henrique Mota: Acho que minha opinião é a mesma para todos os métodos, tudo é válido a partir do momento que agrega conhecimento, mas não te coloque numa “prisão” de ideias.

41) RM: Quais as principais diferenças entre o Piano e o Teclado?

Henrique Mota: Existem inúmeras, mas a que eu acho principal é a proposta, a forma de “jogar” no Piano é muito diferente do teclado pra mim, embora tenha toda a questão de teclas iguais, a proposta de som no piano, de tocar, de como tocar, do que tocar, de como será a resposta de sensibilidade ao tocar me leva a entender o som que eu busco, ao de repente em contraste utilizar o teclado como opções de timbres e recursos tecnológicos.

42) RM: Você toca outros instrumentos musicais?

Henrique Mota: Não.

43) RM: Quais os prós e contras de ser multi-instrumentista?

Henrique Mota: Eu acho que só tem a agregar, temos o Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal de prova, acredito que te dá outra visão do “todo” no interplay, além de compor pensando nos instrumentos como executante.

44) RM: Quais os seus projetos futuros?

Henrique Mota: Em 2024, no primeiro trimestre estou lançando meu novo disco de trio “É pra Jazz” c/ Cuca Teixeira na Bateria e Iury Batista no Baixo, com participações de Thiago Espirito Santo e Cassio Ferreira. Gravado no estúdio Arsis em SP em 2023.

45) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Henrique Mota: https://henriquemotamusic.com.br

| [email protected]

https://henriquemotamusic.com.br

| [email protected]

| https://www.instagram.com/henriquemotamusic

Canal: https://www.youtube.com/@henriquemotamusic

Influência do Jazz – Henrique Mota/Cuca Teixeira/Thiago Espirito Santo: https://www.youtube.com/watch?v=LO2AwVb2FR8

Henrique Mota – Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=v00T0MHQAUQ

Henrique Mota – Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=HrrhR9Dy2vg


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.