O cantor e compositor paraibano Gustavo Suassuna, a música o acompanha desde criança, por meio da vitrola presenteada por pai, Danilo. Gustavo passou a ouvir direto os discos de vinil desde Baiano & Os Novos Caetanos a Chico Buarque de Hollanda, Quinteto Violado, Raimundo Fagner e Belchior. Influências musicais marcantes na sua infância nos anos 80.
Na fase adolescente para adulta, manteve essas referências, acrescentando Chico Science e aquela que é sua maior inspiração musical: Marisa Monte. De uns tempos pra cá acompanha a cantora e compositora Céu, e também beber de sua fonte musical, que acha extremamente inovadora.
Gustavo Suassuna desde 2000 começou a criar canções e tem mais de 200 composições. Em 2020 e inícios de 2021, duas de suas canções (“Se Você Quiser” e “Gosto Muito Dela”) já tocaram na Rádio Panorâmica FM, de Campina Grande, Paraíba. Uma rádio de boa audiência na cidade. É um discreto tecladista e violonista, cantor da noite, mas a Música é sua Vida. Está sempre à procura de novos códigos musicais atuais, sem também deixar de se servir da MPB tradicional como referencial para fazer suas músicas.
Seu lema nas suas composições é a versatilidade de ritmos musicais: Forró, Samba, Reggae, Rock, Pop e ritmos do Norte-Nordeste, como Lambada, Carimbó, Frevo, Ciranda, Embolada, entre outros. Tem composições em todos esses gêneros.
Luta pela Música Brasileira que é acha a mais rica do Mundo. Tem orgulho de ser artista brasileiro e de dar sua contribuição à MPB. Tanto na forma mais intuitiva quanto na forma mais técnica sempre busca fazer música de Qualidade. Ele afirma que jamais vai parar de cantar e compor e que sua natureza é ser um porta-voz da mais bela das artes, a Primeira Arte, a Música.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Gustavo Suassuna para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 07.11.2022:
01) RM: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Gustavo Suassuna: Nasci no dia 11 de fevereiro de 1974 em Monteiro, Paraíba, cidade do cariri paraibano. Fui registrado como Gustavo Suassuna Nóbrega e sou primo em terceiro grau do mestre Ariano Vilar Suassuna, o seu pai (João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna) era primo do pai (Francisco Suassuna Maia) da minha mãe (Alvay Barbosa da Conceição Suassuna).
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a Música.
Gustavo Suassuna: Meu primeiro contato com a Música foi na minha mais prisca infância. Acho que já aos três anos de idade curtia o som da dupla Baiano & Os Novos Caetanos (dupla formada por Baiano e Paulinho Boca de Profeta; personagens de Chico Anísio e Arnauld Rodrigues, respectivamente, no humorístico “Chico City”), Belchior, Simone, Moraes Moreira, Quinteto Violado, e outras coisas boas que meu pai, Danilo Nóbrega, colocava na vitrola e eu ia ouvindo. Meus primeiros contatos com a música já foram excelentes.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora do meio musical?
Gustavo Suassuna: Minha formação musical é autodidata e só de arranhar um pouco o violão e o teclado. Fora do meio musical, estou cursando Tecnologia da Informação, na Faculdade Estácio em Campina Grande – PB.
04) RM: Quais suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?
Gustavo Suassuna: Nunca nenhuma influência musical minha deixou de ter relevância. Foram, são e sempre serão importantes na formação do meu arcabouço mental musical. Sem elas, não me teria interessado por Música. Baiano & Os Novos Caetanos, Quinteto Violado, Belchior, Fagner, Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Elis Regina são expoentes que no passado muito me influenciaram. No presente, posso dizer que adoro ouvir Chico César, Lenine, Otto, Marisa Monte, Nando Reis, Seu Jorge, Marcelo Jeneci, Vander Lee, Ana Carolina, Vanessa da Mata, Zeca Baleiro, Xande de Pilares, Péricles, Mumuzinho e outros da rapaziada que são a energia contagiante do Samba.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Gustavo Suassuna: Comecei minha carreira musical de uma veneta que tive em casa, em maio de 2000. Eu tinha acabado de ver um documentário musical sobre Gilberto Gil e Chico Buarque de Hollanda, esses dois monstros sagrados da MPB. Fiquei com tanta água na boca de tanta música bonita que ouvi que pensei: será que não posso fazer música também? Será que não dá para eu compor pelo menos um pouquinho que nem eles? E foi assim. Mesmo sem saber tocar nada no ano 2000 e sem saber sequer por onde começar uma composição, comecei assim mesmo, em casa e sem orientação de ninguém. Aliás, por muito tempo ninguém ficou sabendo que eu comecei a compor do nada. Em 2016, eu notei que já tinha criado mais de 100 composições, sem saber tocar instrumento musical algum, decidi ao mesmo tempo gravá-las em estúdio e aprender tocar violão e teclado, mas até hoje só sei arranhar e que em nada participaram dos meus processos de criação de composições.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Gustavo Suassuna: Estou trabalhando no home estúdios desde 2016. Mas até hoje nunca lancei nenhum álbum. No entanto, já lancei dois EPs nas plataformas digitas, EP – Gospel e outro secular, que ainda não estão disponíveis em CD. E gravei esses dois EPs por meio de anúncios digitais do Facebook, pelos quais conheci Ozeias Dutra, músico e produtor musical muito bom. Ele que produziu meus dois EPs e tem outro EP para ser lançado.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Gustavo Suassuna: Eu sou multirritmado, multifacetado e não gosto de me prender a estilo algum, porque gosto de todos os ritmos. Todos os ritmos têm a sua mística, a sua magia, e respeito a cada um deles. Embora eu seja um inveterado MPBista. Sou essencialmente um sambista e roqueiro, com uma veia enorme de reggae, bolero, blues, com direito a frevo e maracatu, e com leves pitadas de Forró. Enfim, eu sou uma espécie de miscelânea musical, um pesquisador quase que científico dos ritmos in loco.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Gustavo Suassuna: Tudo que sei sobre técnica vocal é espontâneo, nunca tive aulas de canto, nunca precisei. Sei usar a minha voz normal. Mas, quando quero, também sei imitar alguns dos grandes artistas da MPB. Sei imitar quase à perfeição Tim Maia, Belchior, Raul Seixas, Luiz Melodia, Benito Di Paula, Gonzaguinha, Samuel Rosa, Herbert Vianna, Agepê, João Bosco e outros artistas. Já houve uma pessoa que me disse, ouvindo-me imitar Tim Maia, que se ela estivesse no escuro e não soubesse que era eu, pensaria que era o próprio Síndico do Brasil quem estivera ali cantando naquele recinto.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Gustavo Suassuna: Eu nunca fiz técnica vocal, nunca achei que havia precisão no meu caso. Mas sei que é algo de vital importância. Pois a voz é a alma de um artista, seja apenas intérprete, seja cantor e compositor. E todo cuidado com a voz é pouco. Pois quando pifa de vez e vai embora. O grande intérprete Wilson Simonal, que o diga. Até a voz desse incomparável sabiá foi embora para não mais voltar, depois que ele, não se sabe por que, ficou afásico.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Gustavo Suassuna: Admiro uma longa lista que não acaba nunca. Admiro Marisa Monte, Rita Lee, Gal Costa, Elis Regina, Maria Bethânia, Zélia Duncan, Ana Carolina, Adriana Calcanhotto, Martinalia, Nara Leão, Maria Alcina, Alcione, Elza Soares, Márcia Freire, Fernanda Takai, Céu, Ceumar, etc. Admiro Jair Rodrigues, Wilson Simonal, João Nogueira, Emílio Santiago, João Bosco, Tim Maia, Raimundo Fagner, Nelson Gonçalves, Chico César, Milton Carlos, Zeca Baleiro, Herbert Vianna, Evandro Mesquita, MPB4, Arnaldo Antunes, Luiz Ayrão, Dick Farney, Seu Jorge, Alexandre Pires, Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, etc.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Gustavo Suassuna: Não sei explicar. Eu simplesmente componho. Meu processo não é sistematizado. Apenas surge uma melodia na minha mente. Depois eu faço uma letra para essa melodia. Junto dois mais dois, e pronto. Está feito. É uma epifania que às vezes demora dias e dias para aparecer. Mas que, quando aparece, é tão fácil quanto beber água, pois são totalmente apedêuticas. É totalmente de improviso a improviso até atingir a meta, correndo por fora da métrica musical adequada, das técnicas já consagradas pelo pentagrama musical. Mas é só assim que consigo fazer música. De outro jeito não sei. De notar também é que a presença de um instrumento musical de nada serve para eu compor. Posso ter à minha disposição violão e teclado. Mas nada sei o que fazer com eles para compor. Eles só atrapalham. Todas as tentativas para compor com violão ou teclado deram em nada. Ou a melodia e a letra saem de minha própria cuca, ou não saem. Com instrumentos musicais sei apenas tocar músicas alheias. Mas compor as minhas próprias com eles, jamais. A simples presença deles bloqueia minha inspiração por completo.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Gustavo Suassuna: Até 2022, eu só havia composto músicas sozinho, nunca tinha me interessado em arranjar parceiros. Mas notei como é importante ter uma parceria musical. E arranjei uma parceira via internet, via facebook. Ana Maria Guimarães é de Mandaguari, Paraná, uma excelente letrista, escritora e compositora que me deixa muito satisfeito em poder tê-la como parceira. Também quero fazer música com meu amigo Irivan Lima. Já falamos sobre isso há muito tempo, mas nunca compusemos juntos. Está mais do que na hora, pois Irivan é cobra criada e um grande cantor e compositor paraibano que não posso perder de vista.
13) RM: Quais os prós e os contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Gustavo Suassuna: Uma carreira de forma independente, pelo menos ao meu ver, é horrível. Tudo que fazemos corre por nossa conta. Por mais que gostemos do que fazemos, a sobrecarga emocional é enorme e as despesas maiores ainda. Sobretudo quando se sabe que ainda não se é reconhecido e que as chances de ser é uma hipótese muito distante. Vida de artista só é boa quando está sendo financiado por uma grande gravadora. É isso aí. E quem disser o contrário, não passa de um idealista idiota que ainda não entendeu que o mundo só funciona com dinheiro, muito dinheiro, e não só com sonhos, fantasias românticas de contos de fadas.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Gustavo Suassuna: Dentro do palco só conto comigo mesmo; fora do palco tenho que contar com Deus e com os amigos. Nada mais e nada menos que isso. Eu não me basto, sei muito bem disso, e preciso da ajuda de gente amiga. Mas repito que tudo é melhor para um artista quando ele faz parte do cast de uma gravadora de renome. Nesse caso, tudo tende a correr de vento em popa para o artista. Mas quando ele é um artista independente, sem o financiamento de nenhuma gravadora ou selo, então a vida dele tende a se tornar um pequeno inferno, por mais que ele ame a Música. A vida de músico independente é muito ruim, incerta, insegura e onerosa. Quem se lançar a ser artista independente não demorará a defrontar-se com a realidade que aqui descrevo palidamente.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Gustavo Suassuna: Eu poderia passar muitas linhas respondendo-a minuciosamente, mas farei um resumo da minha prática profissional. Eu me limito a compor minhas músicas e depois mostra-las a quem tiver interesse por elas. Sejam cantores, sejam produtores, sejam articulistas, sejam jornalistas ou quaisquer outros amigos e meios de que eu possa servir-me para divulgá-las.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Gustavo Suassuna: Eu direi que a internet só ajuda a minha carreira. Ela nada tem de prejudicial. Minha carreira musical sequer teria começado se não fosse pela internet. Nada tenho a dizer de mal do ciberespaço para os artistas modernos. Eles só têm a aprender e ganhar com o advento da internet.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home studio)?
Gustavo Suassuna: Só vejo vantagens. Gravar com as tecnologias digitais de hoje poupa esforços, dinheiro e encurta as distâncias para os estúdios, que, antigamente, eram quilométricas. E hoje é possível ter um estúdio à disposição a poucas quadras de casa. Eu jamais teria tentado uma carreira se não existisse essa tecnologia. Se existem desvantagens, ou eu estou por fora delas ou as informações sobre elas não procedem.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Gustavo Suassuna: As tecnologias digitais modernas não dão mais espaço para os discos. Disco já pertence a uma fase ultrapassada. Para eu driblar a concorrência (ou sucumbir de vez a ela) faço de tudo para não seguir modismos. A minha música não é uma salada de obviedade que mistura piseiro, funk, sertanejo e outros estilos tão em voga hoje. Nada tenho contra esses ritmos. Eles apenas não me atraem. Mas respeito quem com eles se sobressaem. São os que dão mais lucro também. Porém, acima do lucro como prioridade, está o meu intuito de mostrar MPB, de buscar resgatar essa grande e bela rede de tecido fino que, infelizmente, sofreu grandes rasgões aos longos desses últimos 25 anos. No mais, tenho que recorrer ao YouTube, Kwai, Tik Tok e outros aplicativos digitais de celular para gravar vídeos, assim como todo mundo, e poder ter visualizações para ser conhecido. Não é nada mal servir-se de festivais de música em todo o país para que o trabalho musical fique reconhecido. A moda é digital agora. Quem ainda estiver pensando nos antigos moldes de CD está fadado a perecer logo no Grande Mercado, que hoje se encontra mais acirrado do que nunca, devido a toda essa implementação digital moderna.
19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira? Em sua opinião, quais foram as revelações musicais das últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Gustavo Suassuna: A Música Popular Brasileira não precisa ser salva. Apesar de ela não ter mais o esplendor do passado, ainda está viva e linda. E sempre estará. Sempre haverá uma minoria de músicos e compositores de elite que a salvaguardará. As grandes revelações musicais das três últimas décadas foram: Marisa Monte, Céu, Chico César, Zeca Baleiro, Seu Jorge, Ana Carolina, Vander Lee, Marcelo Jeneci, Isabella Taviani, Vanessa Rangel, Vanessa da Mata, Thiago Iorc e tantos outros. Dos artistas mais antigos, os únicos permaneceram com o mesmo vigor em suas vastas obras musicais foram: Gilberto Gil e Djavan. Os outros caíram e muito de produção. Com ênfase de menção a Chico Buarque. Puxa, a voz e as suas músicas atuais são a mera sombra do que eram há trinta anos. É claro que se tem que dar um desconto devido a questões como a idade. Mas também não é para tanto.
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc.)?
Gustavo Suassuna: Eu só consigo me lembrar de um imprevisto numa entrevista na Rádio Panorâmica FM, em Campina Grande – PB, em julho de 2020. Fui tocar no violão uma música que compus em homenagem a minha filha Ana Beatriz. Mas fiquei tão embargado pela emoção que minhas mãos começaram a tremer a ponto de eu não conseguir tocar nada. O violão depois foi ao chão, e não consegui mais falar nada, logo dando-se o término da entrevista por falta de condições psicológicas, tamanha a emoção do momento.
21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Gustavo Suassuna: O que me deixa mais feliz é o fato de eu ser um cantor e compositor. É um privilégio reservado a poucas pessoas. O que me deixa mais triste é haver todo um sistema financeiro montado em cima do mercado musical e a Música ser uma mera mercadoria tão cambiável como as peles que um mascate vende num encontro com caçadores. A Música é a maior expressão que a alma pode produzir e não devia nunca ser reduzida a mercadoria. Outra coisa que me deixa muito tristonho é o fato de estar ciente de que é muito mais fácil aparecer para um grande público com uma música ruim do que com uma boa música. Isso é de matar, e nunca me conformarei com tal fato.
22) RM: Existe o Dom Musical? Como você define o Dom Musical?
Gustavo Suassuna: Existe o dom musical. O dom musical é saber música de forma espontânea, sem precisar de treino algum e sem mesmo jamais ter tocado no instrumento que se está tocando. Algumas pessoas possuem esse dom e já saem esbaldando no Teclado, Acordeon, gaita, sax, parecendo que já nasceram com um instrumento musical colado a si. Já outras, para aprender a tocar um instrumento musical, precisam forçar a massa cinzenta, precisam treinar e se dedicar muito. Quando uma pessoa já sai tocando de forma espontânea sem nunca ter treinado, ela tem dom musical. Mas quando alguém precisa praticar, treinar, passar horas, dias e mesmo anos para aprender a tocar um instrumento, ela não tem o dom e é preciso dedicação, forçar os miolos, o que não é algo espontâneo.
23) RM: Qual o seu conceito de Improvisação Musical?
Gustavo Suassuna: Improvisação musical não existe, ao meu ver. Ou a pessoa sabe o que está fazendo ou não sabe, independente das circunstâncias instáveis de determinada peça musical intricada. Quando se vê algum músico “improvisando”, pode estar certo que ele está sabendo muito bem dar conta do recado, sem precisar usar de firulas para preencher espaços ocos na música. Aliás, essas mesmas firulas são técnicas sofisticadas que ele já praticara antes, embora pareça que ele tenha inventado tudo naquela hora que estava tocando.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e praticado depois?
Gustavo Suassuna: Não existe improvisação musical. Acho que isso é uma grande falácia na área musical. E, sim, tudo aquilo que pensamos tratar-se de Improvisação é mera aplicação de técnicas já estudadas ou aprendidas antes de o músico estar executando aquela peça musical no momento. Por exemplo, às vezes vemos um músico tocar um lindo solo de guitarra assim de repente, e tendemos a pensar que ele aprendeu aquilo naquela hora, que inventou tudo naquele exato momento. O que é um enorme engano, pois se trata de técnicas que ele sempre soube e que resolveu aplicar naquela hora, como um coelho que se tira da cartola no momento mais oportuno, conveniente e prazeroso para o mágico.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Estudo de Harmonia Musical?
Gustavo Suassuna: Harmonia musical é uma das partes basilares da música. Para executar e para compor uma música é indispensável estar bem a par desse quesito fundamental. De modo que, quanto a harmonia musical, só existem vantagens em estudá-la.
26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Gustavo Suassuna: Sinceramente, não acredito. É o mesmo que acreditar que um carro vai dar partida e se locomover sem que se o tenha abastecido de combustível antes. Pagar o jabá já é institucionalizado. Não acho isso uma prática correta. Mas o que acho não importa. Não há quem possa nadar contra a corrente de todo um Sistema.
27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Gustavo Suassuna: Eu digo a uma pessoa dessa que se arme de paciência de Jó, prepare-se pra fracassar muito e mesmo assim manter o ânimo e continuar. Saiba cantar muito bem ou tocar muito bem algum instrumento. Faça o possível e o impossível para arranjar os contatos certos, e prepare-se para meter a mão no bolso sem dó e sem expectativa de retorno até mesmo no longo prazo. A carreira musical é dessas carreiras que você pode passar a vida inteira pagando para trabalhar. Tem que ter muito amor pelo trabalho em si e muito desapego ao dinheiro. É uma coisa para os fortes e obstinados. Gente que não suporta frustrações e é imediatista deve passar longe da carreira musical, senão terá um colapso cardíaco.
28) Festival de Música revela novos talentos?
Gustavo Suassuna: Com certeza. Ainda acho que os festivais de música são uma excelente válvula para fazer vir à tona talentos que ficariam na total obscuridade não fosse pelos festivais. Talvez seja a ferramenta mais segura para se revelar novos expoentes da MPB.
29) Como você analisa a cobertura feita pela Grande Mídia da cena musical brasileira?
Gustavo Suassuna: Acho que a cobertura da grande mídia está sendo feita de forma rebuscada, muito bem aparelhada, muito bem acompanhada por bons jornalistas e com excelente aparato por parte da crítica especializada. O único, porém, que coloco nisso tudo é que toda essa gente envia enormes esforços para cobrir péssimos artistas, péssimos cantores com péssimas músicas nos piores estilos de uma coisa que nem de longe se pode chamar de MPB.
Seria ótimo, mas ótimo mesmo, que eles dispensassem essa mesma atenção para artistas realmente engajados com música de qualidade, MPB de qualidade e progressiva, que é o que não falta hoje em dia. Mas que infortunadamente só tem direito a uma cobertura pífia da grande mídia, o que faz muita gente boa amargar o anonimato. No Brasil se diz que se prega a Diversidade Cultural em todos os ramos. Pois bem, na Música há muito que não andam fazendo isso, pois é sabido que quem canta música fora dos modismos vigentes exigidos pelas rádios não obtém sucesso algum. O que já é mais que suficiente para configurar um enorme desrespeito à tão decantada Diversidade Cultural e Musical.: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para a cena musical?
Gustavo Suassuna: O canal aberto por esses três departamentos é de enorme valia e serve para prestigiar tanto os artistas musicais de atualmente como os antigos para revitalizar suas as obras musicais de quem ainda faz sucesso e também as daqueles artistas que já estão em um certo ostracismo. Melhor ainda farão o SESC, SESI e Itaú Cultural se se voltarem também para artistas que estão começando agora, como uma alavanca propulsora para essa turma jovem da Música Popular Brasileira, que muito carece de incentivos e prestígio de todas as partes. Todas as formas de prestigiar o artista musical são bem-vindas, seja de onde for e seja o meio pelo qual são realizadas.
31) RM: Quais os seus projetos futuros?
Gustavo Suassuna: Meus projetos futuros todos se encaminham para eu me tornar reconhecido em breve pela minha obra musical de composição. E, para isso, continuarei lutando com todas as forças de que disponho. Meu lema é insistir, persistir e jamais desistir. Teimosia ante qualquer circunstância e mesmo pirraça perante as dificuldades. A vitória chegará sim. Hei de vencer!
32) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Gustavo Suassuna: (83) 3321 – 2118 | (83) 98697 – 3709| [email protected]
| https://www.instagram.com/gustavo_suassuna_1974
| https://web.facebook.com/gustavo.suassuna.102
| https://www.palcomp3.com.br/gustavosuassuna
Canal Gustavo Suassuna: https://www.youtube.com/channel/UC2tEgMRt8-PG3QaAuNnoGig
Amor para Sempre – Gustavo Suassuna: https://www.youtube.com/watch?v=MBsq2USrZmk