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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Gilson Espíndola

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Nascido em Aquidauana, e morando desde sua infância em Campo Grande, Gilson Espíndola cresceu num ambiente em que a música regional, boleros e guarânias, sempre estiveram presentes nas reuniões familiares onde, já na adolescência, fazia duetos com o pai e ensaiava suas primeiras composições.

Hoje aos 60 anos, Gilson traz uma respeitável bagagem musical sempre fiel a música Sul-mato-grossense. É sem dúvida umas das vozes mais belas, de timbre privilegiado e interpretações originais.

Vindo de uma família de artistas que culturalmente participam da identidade musical do Mato Grosso do Sul, Gilson tem em sua formação Blues, Samba e Bossa Nova e uma especial admiração pelo trabalho de Geraldo Espíndola que juntamente com os irmãos Celito, Tetê e Alzira formavam o “Lírio Selvagem” reconhecido nacionalmente no final da década de 70.

Nos anos 70 e 80 participou como vocalista e instrumentista do “Benvirá” onde junto com Marcos Mendes, Pedro Ortale, Toninho Porto e Paulo Ge, fizeram shows pelo Mato Grosso do Sul em circuitos universitários. Participou de festivais estudantis, do CD – Matogrosso do Som e do CD comemorativo dos cem anos de Campo Grande. Fez shows no Projeto Temporadas Populares, Festival de Inverno de Bonito e Projeto Segunda dividindo o palco com Boca Livre, Toninho Horta e Lô Borges, respectivamente.

No primeiro álbum de sua carreira, o “Tudo Azul” estabelece-se definitivamente como referência local, não só por ter sido gravado nos estúdios locais de campo grande, como pela qualidade e cuidados de uma produção musical madura e surpreendente.

No segundo álbum “Mosaico”, Gilson presta justa homenagem à família Espíndola. Com direção musical de Celito Espíndola, ele interpreta composições próprias e dos primos Humberto, Geraldo, Tetê, Alzira, Celito, Jerry.  Neste álbum, Gilson vem confirmar sua maturidade musical sendo reconhecido pelo público e principalmente pela classe artística, como um dos maiores potenciais da música regional de Mato Grosso do Sul.

Gilson ganhou em maio de 2003, com a música “Eco da Paixão” de Jerry Espíndola e Ciro Pinheiro, o “4º Americanta, a nova MPB”, festival realizado pela Prefeitura de Americana, interior de São Paulo, onde concorreu com 978 músicas de todo o Brasil levando o Estado de Mato Grosso do Sul ao reconhecimento, em nível nacional.

Participou como convidado do álbum “Espíndola Canta” em que interpreta a música “Reino do Pantanal” de Humberto e Jerry Espíndola com atuação no Show de lançamento e gravação do DVD. Em julho de 2003 participou do Festival de inverno de Bonito, abrindo o Show da cantora Elza Soares. Em 2006, participou ainda do CD – GERAÇÕES, um projeto do músico Marcio de Camilo, com a coletânea dos maiores sucessos “prata da casa”, lançado na concha acústica Helena Meirelles, em 2006.

Em 2007 participou do Festival América do Sul, com o Show “O três por Quatro” dividindo o palco com Jucy Ibhanez. Em 2008 participou do 9º Festival de Inverno de Bonito, com o Projeto Planeta Música, reunindo dez artistas sul-mato-grossenses em Show de encerramento do festival. Em 2010 participou do Projeto Brasil Canta MS, Projeto esse que foi idealizado e realizado pela Fundação de Cultura do Estado do MS, onde foram realizados 5 Show em 5 capitais do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre.

No ano de 2012, dia 04 de novembro, fez o Show no Projeto MS Canta Brasil, antes da Banda Detonaltas no Parque das Nações Indígenas. Desde o final do ano de 2014, tem participado como músico no grupo Chalana de Prata composto por Celito Espíndola, Guilherme Rondon, Paulo Simões e Dino Rocha. Com o grupo, já se apresentou em Corumbá, Bonito, Paranaíba, Brasília, Itaquiraí, Campo Grande e Rio de Janeiro.

Em agosto dos anos de 2016 e 2017 foi classificado para o FENAC – Festival Nacional da Canção, classificado entre as 100 músicas de mais de 3.000 músicas inscritas de todo brasil. As etapas dos festivais foram São Thomé das Letras e Extrema, cidades do Estado de Minas Gerais, onde acontece todo ano e é um dos maiores e conceituados festivais do Brasil.

Em 2018 participou de dois projetos realizados pelo Governo do Mato Grosso do Sul: “Som da Concha” e “FASP – Festival América do Sul Pantanal”. Em agosto participou do programa Sr. Brasil do Rolando Boldrin com a prima Tetê Espíndola e os músicos Caito e Tuco Marcondes.

Em setembro do mesmo ano, foi aprovado no edital do FMIC (Fundo Municipal de Investimento Cultural) realizado pela SECTUR/PMCG para produzir o DVD Gilson Espíndola – 40 anos que contará um pouco de sua trajetória na música sul-mato-grossense. Em maio de 2019, gravou o DVD “Gilson Espíndola – 40 anos – Dois Caminhos” que teve seu lançamento através de uma live em seu canal do Youtube em maio de 2020.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Gilson Espíndola para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 18.09.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Gilson Espíndola: Nasci no dia 19 de agosto de 1963 em Aquidauana, Mato Grosso do Sul e vim morar em Campo Grande com 1 ano de idade. Registrado como Gilson Pereira Espíndola.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Gilson Espíndola: Eu sou de uma família onde a música sempre se fez presente. Meu pai Elpídio Espíndola, era músico diletante, caçula de uma família de 12 irmãos. Cresci nesse meio onde as guaranis, polcas, chamamés e sambas canção eram presentes nas festas de família.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Gilson Espíndola: Sou formado em Educação Física, com especialização em recreação e lazer. Trabalhei 10 anos na área até me reencontrar com a música e voltar a tocar, compor e me especializar em “Imagem e som” pela UFMS o que me credenciou a dar aula no curso de Publicidade e Propaganda na UNIDER e também me voltar a produção em estúdio.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Gilson Espíndola: Na minha infância eu ouvi muita música regional, fronteiriça. O Estado de Mato Grosso do Sul faz fronteira com Paraguai, Bolívia, e estamos no centro da América Latina.

Quando na adolescência, ouvi muito Boca Livre, Quarteto em Cy, Milton Nascimento, Beto Guedes e principalmente meus primos: Geraldo Espíndola, Celito Espíndola, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, irmãos que formaram no final da década de 70 o “Tetê e o Lirio Selvagem” (https://www.progresso.com.br/variedades/bebes-e-criancas/familia-espindola-revive-primeiro-disco-em-seresta-na-capital/129823/), que chegou a ter destaque nacional, com clip no fantástico além dos outros irmãos Humberto Espíndola, Jerry Espíndola. Depois, quando já vivendo de música, fui descobrindo: Gilberto Gil, Djavan, Caetano Veloso, sempre a música brasileira na frente.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Gilson Espíndola: No final da década de 70 comecei as minhas primeira composições e formação dos primeiros grupos: Grupo Khomo, Grupo Terra, Grupo Benvirá. Esses foram a base da minha formação musical como músico.

Em 1984 participo de uma coletânea “Mato Grosso do Som” um mapeamento da música produzida em Mato Grosso do Sul. Depois dessa coletânea comecei minha carreira solo, tocando em bares e fazendo shows pelo estado do Mato Grosso do Sul.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Gilson Espíndola: Tenho dois álbuns lançados: em 1998 o “Tudo Azul” onde reuni músicas que tocávamos nos grupos que participei com canções mais recentes da época.

Trabalhei esse repertório até em 2000 o álbum “Mosaico”, que teve a produção musical do meu primo Celito Espídola, onde eu faço uma pequena homenagem à família Espíndola, gravando só canções minhas e de meus primos, todos Espíndola.

Em 2018 eu gravo meu mais recente trabalho, um DVD “Dois Caminhos, 40 anos de composição”. Antes da pandemia do covid-19 fiz toda gravação e edição desse trabalho e mandei para fábrica. Veio a pandemia e travou tudo, fiquei à espera dos DVDs por quase 1 ano. Quando chegou a mídia física eu já havia lançado por meio de live aqui do meu Estúdio (Toca 98), estúdio que montei em minha casa. Ainda não consegui lançar esse trabalho presencialmente (risos). Agora tenho vários DVDs para presentear aos fãs, como um perfume, um souvenir! (risos).

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Gilson Espíndola: Mato Grosso do Sul tem uma música bem caracterizada, uma mistura de Polca, Camamé, toda a latinidade que vem pelo rio Paraguai. Um fio condutor dessa cultura chamamezeira, misturado com os sons que ouvimos, Blues, Jazz, Rock, enfim, um caldarão de ritmos, influencias de todo lado, mas com um sabor único que resultou na Música Urbana do Mato Grosso do Sul.

Quando o Mato Grosso se divide, o Sul do estado se viu órfã e ficamos num tipo “marco Zero” da cultura. A geração de Geraldo Espíndola, Geraldo Rocca, Paulo Simões, Almir Sater, Guilherme Rondon, Paulo Gê, Carlos Colman, Grupo ACABA entre outros tiveram que abrir as primeiras picadas e apontar pra onde a nossa música deveria caminha. E chegamos hoje nessa música que o Brasil conhece com mais intimidade através de Almir Sater e Paulo Simões, parceiros nos maiores sucesso na voz de Almir Sater.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Gilson Espíndola: Infelizmente nunca tive a oportunidade de estudar nem técnica vocal nem teoria musical. Minha geração, pelo menos as pessoas que convivi na época, sempre teve um pensamento, errôneo, diga-se de passagem, que a teoria musica tolhia a sua criatividade! E depois que eu entendi e descobri a verdade, já não tinha “saco” pra resgatar um estudo de verdade (risos).

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Gilson Espíndola: Acho de muita importância o estudo de técnica vocal. Através do estudo que descobrimos as ferramentas necessárias para nossas criações…

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Gilson Espíndola: São muitas cantoras incríveis que temos né! Todas têm as suas peculiaridades! Elis Regina emoção pura na interpretação, Tetê Espíndola um fenômeno ímpar, aí vem Gal Costa, Alcione, Cassia Eller, Rosa Passos, Fatima Guedes… ah o Brasil é muito rico…

11) RM: Como é seu processo de compor?

Gilson Espíndola: Eu sou totalmente intuitivo. Não sou de ficar dias, mês e anos para terminar uma música, quando vem, vem de uma vez, costumo dizer que largo a caneta logo para entidade não requerer a parceria (riso).

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Gilson Espíndola: Meus maiores parceiros são Alexandre Saad e Gilvandro Filho. Nesse DVD que gravei tenho umas cinco músicas da minha parceria com Gilvando. A minha história com Gilvandro é muito legal. Nos conhecemos no Club Caiubi, pela internet, e começamos a compor. Durante oito anos compondo pela internet classificamos uma música “Carta ao meu Pai” no FENAC e fomos nos conhecer em São Thome da Letras, dia muito especial que trago na memória, e de lá pra cá a amizade só se consolida.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Gilson Espíndola: Eu acredito que a carreira independente só tem prós… pro tipo de música que fazemos, onde estamos totalmente fora do mainstream, a carreira independente é mais digna e honesta! O sucesso é atingir e transformar uma energia não muito boa em uma energia de amor… se em uma apresentação a gente conseguir isso em uma, duas ou três pessoas, já está garantido o sucesso!!! Pelo menos para mim (risos).

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Gilson Espíndola: Na verdade é zero! (risos). Tenho a música como alimento para meu espírito! Faço da minha carreira meu viver! Não dependo exclusivamente da música para viver materialmente, apenas espiritualmente! Sou concursado do Estado do Mato Grosso do Sul. Sou diretor musical da Rádio e TV Mato Grosso do Sul. Mas sempre é a música que me tira do sufoco (risos).

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Gilson Espíndola: Minha filha (Nayara) que cuida da minha “carreira”. Estamos num período em que a internet deu voz aos “independentes” né! Então eu procuro estar nas redes sociais apresentando sempre o meu trabalho, os eventos que participo, show etc… Assim eu vou levando meu trabalho pro mundo.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Gilson Espíndola: Como eu disse, a internet deu voz e ajudou a carimbar o que é legítimo da cultura do nosso Brasil profundo. Mas também deu voz a muita coisa ruins! E essas coisas ruins cegam tanto quando as boas!

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Gilson Espíndola: Eu só vejo vantagem! A facilidade, a liberdade, o custo para uma produção são muito mais viáveis. Quanto a qualidade, depende de quem está produzindo! Tem muita gente que diz que o home estúdio baixa a qualidade! Eu discordo, porque atrás da máquina tem o homem né, com sua criatividade!

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Gilson Espíndola: Eu não me preocupo com isso! Como já te falei, não faço parte do mainstream, logo não estou preocupado em competir, mas sim em somar com o movimento da cultural da nossa região, PRINCIPALMENTE.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Gilson Espíndola: Eu acho que a criação artística na música continua de vento em popa! Nós temos vários Brasis no Brasil! A música brasileira é muito rica, temos coisas muito boas nesse Brasil profundo! Problema maior, da minha região por exemplo, que não há a valorização dos artistas locais, nem mesmo pra falar pra nós mesmos quem somos!

A música assumiu o papel da literatura, de dizer pro nosso povo do Mato Grosso do Sul quem somos, quem é esse homem pantaneiro! E não há um projeto de circulação dentro do Estado pra mostrar isso pro nosso povo e assim eles passarem a se enxergar nas músicas e com isso, dar valor! Porque quando nos identificamos com os elementos de uma obra, damos valor a ela, não é mesmo?

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Gilson Espíndola: Putz! Tudo citado na pergunta eu tenho uma história para contar! (risos), mas tem algumas que se destacam! Fui contratado uma vez por um prefeito de uma cidade do interior do Mato Grosso do Sul, um cara que adorava meu repertório, para fazer um show, mas com o repertório que eu tocava! Gilberto Gil, Djavan, Almir Sater, minhas músicas do CD, na época eu tinha gravado o “Tudo Azul”.

Chegamos na cidade de Antônio João – MS, era uma exposição agropecuária (risos). O palco? estava reservado um lugar bem onde era um brete, onde o gado é apartado, no mangueiro (risos) e ali montamos o equipamento! Pensei comigo, vou mudar meu repertório, vou tocar umas coisas mais raiz, tipo Délio e Delinha, Aurélio Miranda, músicas mais raiz dos compositores aqui da nossa região do Mato Grosso do Sul. Mas quando fui falar com o prefeito ele me disse: “não esquece, toca aquele repertorio que só você sabe fazer” (risos) e começamos a tocar. O povo foi chegando meio ressabiado, foram encostando, se aproximando. Pensei comigo, vamos apanhar aqui hoje (risos).

Mas graças a Papai do céu, eles adoraram, lógico que não toquei primeiro música de Djavan, mas quando cheguei aí eles já estavam curtindo e foi uma constatação que as pessoas não tem oportunidade de ouvir outro tipo de música a não ser o que a indústria fonográfica impõe! Dali pra frente eu firmei, ainda mais, na divulgação da música produzida em nosso Estado.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Gilson Espíndola: Feliz é ver uma pessoa ficar feliz com sua música. Triste é saber que, principalmente a geração atual não tem oportunidade de conhecer o Brasil profundo. A indústria fonográfica é perversa, e os governos não investem em cultura, em quem fazer cultura, em quem tem a preocupação de falar pro seu povo quem ele é. Enfim, de trazer uma reflexão e propor uma mudança pra uma melhora na sociedade.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Gilson Espíndola: Acredito que existe o Dom. O Dom está em todos os campos, e no meio musical não seria diferente. Os dons, são nossos conhecimentos que adquirimos nas várias experiencias vividas em todas as nossas vidas! São as facilidades que temos por causa do conhecimento adquirido mesmo. Eu penso assim! Somos espíritos que habitamos corpos pra evoluir!

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Gilson Espíndola: Improvisação é colocar em prática tudo aquilo que o músico estudou, praticou. O músico cria na cabeça, mas se não tiver a técnica e a capacidade de colocar as ideias pra fora “danou-se” (risos).

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Gilson Espíndola: Improvisação e ter a capacidade técnica de colocar as ideias que surgem em pratica!

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Gilson Espíndola: Depende de como o músico usa esses estudos! Se utiliza as técnicas para colocar as ideias em prática, ótimo! Mas se o músico se prende as práticas, “decorando as escalas” por exemplo, acredito que fica muito engessado a coisa! Mas na verdade não sou o mais indicado pra falar sobre o estudo, pois não estudei! (risos).

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Gilson Espíndola: Acho fundamental para quem trabalha com arranjo, produção musical! Conhecer os campos harmônico por quais caminhos podemos trilhar determinada música. Só com conhecimento harmônico! ou através do conhecimento que falamos lá na pergunta 22 sobre dom! (risos).

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Gilson Espíndola: Muito difícil! Minha música não faz parte do mainstream! No fundo acho até bom isso! (risos).

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Gilson Espíndola: Seja verdadeiro consigo e com os outros! Quando se canta e toca passamos energia para as outras pessoas. E seria muito bom se essa energia fosse pura energia de amor! E para ser energia de amor tem que ter verdade!

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Gilson Espíndola: O Festival de Música sempre revela talentos! Toda forma de mostra é bem-vinda! Só não se pode entrar num evento desse com sentimento de competir, mas sim de compartilhamento!

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Gilson Espíndola: Para a grande mídia o que vale é aquilo que está dando “lucros”, em nível de grana mesmo! A partir do momento que a laranja não tem mais caldo, é descartada! É muito perverso esse modelo! Mas é o que temos! E sempre foi assim, uma hora um gênero outra hora outro, e assim a verdadeira produção musical cultural do Brasil vai ficando no inteiro dos nossos Brasis!

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Gilson Espíndola: Muito importante esses espaços! Infelizmente tivemos cortes drásticos no sistema S, dificultando ainda mais o mercado para os independentes os que fazem cultura e não entretenimento! Espero que o governo Lula atual retome o apoio ao sistema S (Sesc, Senac, Sesi, Senai, etc) no Brasil.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Gilson Espíndola: Na verdade é continuar nossa luta pela música produzida no Mato Grosso do Sul, procurando levar ao interior do Estado um pouco da nossa arte. E oportunizando ao povo sul-mato-grossense, conhecer sua arte, se ver representada na música, na poesia, na literatura, nas artes plástica, na dança, enfim em todas as áreas artísticas produzidas aqui no “matão”!

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Gilson Espíndola: (67) 99209 – 1973 | [email protected]

| https://www.instagram.com/gilsonespindolaoficial

Canal: https://www.youtube.com/@Gilespindola 

Playlist álbum Tudo Azul: https://www.youtube.com/watch?v=bA6_A210I1g&list=PLiEJw1K2cJco_SfjCBcTLUu-GkAWmUB5j 

Playlist álbum Mosaico: https://www.youtube.com/watch?v=d9R6illroOM&list=PLiEJw1K2cJcrgSY6-O-6I6LHaAeU7toIF 

Playlist LIVE/DVD – GILSON ESPÍNDOLA: https://www.youtube.com/watch?v=7cj286EMb80&list=PLiEJw1K2cJcoVmWs-xCUrOgvsdkBN7_qw&index=1 

Playlist Live: https://www.youtube.com/watch?v=5Xi1drXmvwY&list=PLiEJw1K2cJcosKNwnvjM-mhp2LEz3oEab 

SHOW COMITIVA PANTANEIRA: https://www.youtube.com/watch?v=_xaC22Pnpjw 

PROGRAMA PERSONALIDADES: https://www.youtube.com/watch?v=sSQZJa2yy24


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Comments · 2

  1. Essa entrevista é um show, mais uma vez o Antônio nos mostrando o quanto o Brasil é rico de cultura, parabéns, quem nunca tentou imitar à Tetê, quando trabalhei em rádio criei um personagem,” Tetê espinha “, uma brincadeira para homenageá-la,rs. Brigado professor por essa aula…

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.