More Gambona »"/>More Gambona »" /> Gambona - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Gambona

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O guitarrista e compositor gaúcho Gambona autodidata, com mais de quarenta anos de carreira musical, morou em São Paulo (onde teve os primeiros contatos com a guitarra), Paraná e Santa Catarina. Entre 1997 e 1998 viajou para os E.U.A., Espanha e Portugal, onde teve contatos com músicos locais e participou de várias jams de blues e rock.

Além de participar de várias bandas de blues, rock, folk, pop e instrumental, acompanhou diversos cantores e compositores, participou também de jam-sessions com Big Allambick, Blues Etílicos, Fernando Noronha & Black Soul, André Christóvam, Robson Fernandes, Val Tomato, Ale Ravanello, Andy Boy, Gaspo Harmônica, Nivaldo Ornellas, Robertinho Silva e Ary Piassarollo, e recentemente participou do projeto Rock De Galpão, substituindo o guitarrista original em alguns shows.

Em 2001, gravou e lançou o álbum “Gambona” com sonoridade bluseira, e um forte sotaque roqueiro, além de temas instrumentais e acústicos de alta qualidade técnica. Em 2004, em Porto Alegre, participou da 4ª edição do Natu Blues Festival, no bar Opinião.

Início de janeiro de 2009, Gambona participou em Punta del Este (Uruguay), da primeira edição do “El Mercoblues”, junto com o gaitista Ale Ravanello (Brasil), mais artistas da cena Blues da Argentina, Uruguay e Chile. Também em janeiro de 2009, participou como único brasileiro convidado do “El Mercoblues” (edição Chile), Festival de Blues realizado em Santiago (Chile) e na praia de Punta del Tralca (Oceano Pacífico-Chile), junto com artistas locais, argentinos e uruguaios.

Em julho de 2009 começou a integrar a banda de rock “HISTÓRIAS DO ROCK GAÚCHO”, com dois álbuns gravados, sendo o segundo e último lançado recentemente, no primeiro semestre de 2011, com muitos shows de lançamento, tocando e gravando releituras de clássicos de bandas e artistas gaúchos, com roupagem própria.

No início de 2010, Gambona começa uma parceria, endorsando as guitarras LEDUR, fabricadas em Cachoeirinha, RS, mostrando a qualidade do instrumento gaúcho. Em março de 2010 fez uma pequena “Tour” de lançamento de seu segundo álbum “VIDA BLUES” pelo interior de São Paulo, e o álbum recebe 5 indicações para o Prêmio Açorianos de Música de 2010, 3 de melhor compositor, melhor álbum e melhor intérprete.

Em março de 2011 lança o terceiro álbum, acústico “BOURBON BLUES”, junto com o gaitista Ale Ravanello. E em maio de 2012 recebe indicação ao Prêmio Açorianos de 2011 como instrumentista, pelo álbum “Bourbon Blues”, e acaba ganhando o prêmio como melhor instrumentista no gênero POP, em seguida lançam o DVD “BOURBON BLUES Ao Vivo”.

Início de 2015 Gambona lança “LONGE DE QUALQUER LUGAR”, quarto álbum do guitarrista. São 10 músicas autorais e em parcerias com Egisto Dal Santo e Hugo Pêgas, e conta com as participações de Ronie Martinez (Fernando Noronha & Black Soul), Guilherme Gul e Paulinho Cardoso (Rock de Galpão), Luciano Leães (Fernando Noronha & Black Soul e Acústicos e Valvulados), Egisto Dal Santo (Colarinhos Caóticos, Bando dos Ciganos) Ale Ravanello, Gaspo Harmônica e Marcelo Neves.

Em julho de 2019 lança o quinto álbum “VENTOS DO SUL”, um álbum todo instrumental, diálogos sonoros de guitarra, violão de aço, ressonator e ukulele, todas as músicas de autoria do próprio Gambona.

Com o álbum “Ventos do Sul”, em 2020, ganha o Prêmio Açorianos de Música como melhor Instrumentista. Em 2021 começou a fazer trilhas para documentários, vídeos e audiovisual, produziu e gravou também o álbum “CASSINO” do cantor e compositor rio-grandino Miguel Isoldi, onde tocou todos os instrumentos de cordas e samples de bateria, lançado em 2022 e disponível em todas plataformas de streaming.

Também em 2022 lançou somente nas plataformas o sexto álbum “VENTOS DO SUL 2”, continuação de Ventos do Sul, seguindo e o mesmo estilo do anterior, instrumental, com composições inspiradas em locais do sul, natureza e meio-ambiente, fotografias sonoras, com participações de Felipe Kern Moreira nos teclados na maioria das músicas, Marcos Mesquita na viola de 10 cordas em “Capilha” e Gilberto Franco nos teclados em “Farol das Orcas”.

Atualmente participa do projeto “Guitarras da Cidade” junto com mais dois guitarristas, Paulinho Barcellos e James Liberato, de estilos diferentes, onde se apresentam tocando temas autorais, misturando o blues de Gambona, o jazz-fusion de Paulinho Barcellos e o jazz Brasil de James Liberato.

No segundo semestre de 2022, juntamente com o guitarrista Paulinho Barcellos, formaram o “Wood & Steel Duo”, com um álbum gravado e lançado no final de 2022, onde executam clássicos do Rock, Blues, Jazz e Pop, instrumental, com dois violões, tocando seguido em casas noturnas, teatros e cidades do Rio Grande do Sul.

Em setembro de 2023 lança mais um single “THE BALLYSHANNON MAN”, composição própria, uma homenagem ao guitarrista irlandês Rory Gallagher, um dos ícones da guitarra blues-rock, já falecido, com participação de Felipe kern Moreira no hammond B3 e Gambona tocando todos os instrumentos, disponível a partir do dia 10 de setembro de 2023 em todas as plataformas.

Segue abaixo entrevista com Gambona para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado com Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 31.12.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal? 

Gambona: Nascido no sia 18 de março de 1962 em Rio Grande – RS. Registrado como Eduardo da Silva Quintian.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música. 

Gambona: Minha mãe tocava piano e acordeão em festas da família, meu pai era um grande apreciador de música e filmes, tinha uma coleção bem grande vinil, trilhas de filmes, orquestras e era fã de Elvis Presley, Bill Haley, Neil Diamond. Aos 9 anos de idade minha mãe me deu um violão e me colocou para ter aula de violão.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical? 

Gambona: Sou autodidata, tive poucos professores de violão, estudei um ano de violão clássico no Conservatório de Rio Grande – RS e me formei pelo conservatório, em teoria musical. Fora da área musical não cheguei a terminar a faculdade de Geografia que cursava.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Gambona: Meu instrumento é a guitarra e violão, minha influência foi sempre os guitarristas de rock e blues da década de 70, Rory Gallagher, Jimi Hendrix, Jimmy Page, Ritchie Blackmore, Johnny Winter, Eric Clapton, e por aí vai. 

Sempre fui um apaixonado por guitarra e violão de aço, e tudo que era relacionado a isso me atraia, ia do blues rural, passava pelo country, folk, rock clássico, hard rock e também o rock progressivo.  

Guitarristas como Steve Hackett do Genesis (abri o show dele aqui em Porto Alegre) e Steve Howe do Yes, me influenciaram muito, abrindo outros horizontes na música, me levando a buscar outras sonoridades, acabei me interessando por jazz, fusion, new age, música instrumental de boa qualidade. 

Nunca deixei de escutar os músicos e estilos musicais que me influenciaram, escuto até hoje, e sempre procuro escutar e pesquisar artistas novos que me chamam a atenção, principalmente os ligados ao meu instrumento e estilos musicais, a música sendo boa e bem tocada é o que importa.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical? 

Gambona: Acho que com 14 ou 15 anos de idade (1977), comecei a tocar guitarra em bandas de garagem, morei na adolescência em cidades como Araraquara (SP), Lages (SC), Londrina (PR), Pelotas (RS), e acabei retornando a Rio Grande em 1978, e fiquei até 1997, em 1998 me mudei para a capital Porto Alegre, onde resido até hoje. Quando retornei à Rio Grande comecei a tocar com diversos artistas locais, formei várias bandas, a maioria com trabalhos autorais, passando pelo rock, folk, MPB, instrumental.

06) RM: Quantos CDs lançados? 

Gambona: “Gambona” (2001), “Vida Blues” (2010), “Bourbon Blues” (2011), “Longe de qualquer lugar” (2015), “Longe de qualquer lugar” (2019), “Ventos do Sul” (2020), “Cassino” (2022), “Ventos do sul 2” (2022). Single “THE BALLYSHANNON MAN”. O DVD “BOURBON BLUES Ao Vivo”.

07) RM: Cite os CDs que já participou e qual instrumento tocou (Violão, Baixo, guitarra, etc)?

Gambona: São mais de 40 anos de música, muita coisa já não me lembro mais, vou citar alguns mais recentes. Participei da coletânea “Rock Garagem 3” tocando guitarra na banda Giselle Gutter & Hard Company. 

Gravei guitarra e violão em três álbuns do compositor Egisto Dal Santo Jr, guitarra no álbum “Cosmoludium” do tecladista Gilberto Franco, violão e resonator no álbum “12 Compassos de Blues” do Gaspo Harmônica, guitarra, violão e harmônica no álbum do compositor Pedro Ernesto lançado em 2022.

Guitarra no álbum “Paris Hotel”, tributo ao guitarrista Bebeco Garcia (Garotos da Rua), já falecido, gravei guitarra, violão, ukulele, baixo, synth e programação de bateria.

E também produzi o álbum “Cassino” do compositor rio-grandino Miguel Isoldi, também gravei todos os instrumentos e produzi dois singles, “Sorte” e “A  Manhã” do artista, cantor e compositor Edu Martins, produzi e gravei o single “Dó Ré Mi”, do grupo infantil Estelar, em 2022.

08) RM: Como você define o seu estilo musical? 

Gambona: A base da minha música é o blues, rock e o folk, em cima desses estilos eu gosto de misturar um pouco elementos musicais de outras culturas, música flamenca, jazz manouche, música clássica indiana, música turca e celta. Meus dois últimos discos, instrumentais, é uma mistura disso tudo. Hoje em dia classificaria meu estilo como New Age ou World Music, algo entre esses dois.

09) RM: Como é o seu processo de compor? 

Gambona: Meu processo de compor era uma coisa muito esporádica, ficava muito tempo sem compor, aí de uma hora para outra surgia a vontade de gravar um disco e aí começava a compor para esse disco.

Quando surgiu a pandemia tudo isso mudou, depois de alguns meses trancado em casa comecei a compor diariamente, pegava o violão e surgia uma música, e aí eu já a registrava em vídeo pelo celular e começava a colocar na internet, aí fui me aprimorando e comecei a gravar em meu home studio.

Durante um ano eu tinha mais de 70 composições novas e uns 100 vídeos lançados na internet, tocando com amigos de outras cidades, tudo isso está no meu canal do youtube: gambonaguitar.

Hoje estou sempre compondo, quando pego o instrumento sai uma composição nova, acho que com a pandemia, esse tempo dentro de casa, esse momento louco que todos passamos, os mais de 40 anos fazendo música fez com que minha sensibilidade musical extrapolasse em criatividade, me sinto bem, feliz, confiante, fazendo o que mais gosto com amor e dedicação.

09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição? 

Gambona: Costumo compor mais sozinho, atualmente faço mais música instrumental, então 99% são composições minhas. Meus quatro primeiros discos têm músicas cantadas, escrevo pouco, mas na época que compunha para esses trabalhos, e quando preciso de uma letra tenho dois grandes poetas e compositores que fazem letras para mim, Luis Mauro Vianna e Ângelo Vigo, ambos rio-grandinos e grandes amigos.

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente? 

Gambona: O pró de ter uma carreira independente, se o artista realmente sabe o que quer da sua música, é ele mesmo produzir o seu trabalho, sem ter “pitacos” de produtores ou gravadoras que estão mais interessados em vender, e não estão nem um pouco preocupados com a qualidade artística, o artista toma as rédeas de seu trabalho, compor, arranjar, gravar, mixar.

O contra é que sobrecarrega demais o artista, pois não é só produzir e gravar, mas sim distribuir, divulgar, vender, etc, todo um trabalho de marketing, e muitas vezes o próprio artista não sabe se vender, ou não gosta. São coisas bem distintas, criar e vender, se o artista não tiver uma equipe de produção que faça esse tipo de trabalho, fica um pouco complicado, o espaço fica mais restrito.

11) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco? 

Gambona: Confesso que não tenho estratégia, precisava ser mais empreendedor no meu trabalho. Tudo o que faço é bem simples. 

12) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical? 

Gambona: Rede social direto. Instagram, Facebook, Youtube.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical? 

Gambona: O lado bom da internet é que através das redes sociais, sites, plataformas, a gente consegue divulgar nossos trabalhos sem ter que investir muito, fazendo com que nossa arte alcance outras cidades, países e pessoas.

Mas ao mesmo tempo existem milhões de artistas que também utilizam desses recursos para mostrar sua arte, não importando a qualidade, na maioria das vezes um excelente trabalho fica perdido no meio de tudo isso, concorrendo de igual para igual com trabalhos mais inferiores, até mesmo, medíocres.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)? 

Gambona: Eu como artista que estou sempre produzindo e compondo, acho o home estúdio uma coisa maravilhosa, consigo registrar minhas ideias a hora que eu quiser e desenvolver arranjos e transformar em um bom material autoral.

Para mim é fácil, pois quando faço uma música eu sei o que quero, mesmo sem ter o equipamento de um grande estúdio, consigo um bom resultado sonoro. Não vejo desvantagens no acesso à tecnologia de gravação.

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical? 

Gambona: Procuro a cada dia desenvolver mais meu estilo musical, mesclando minhas influências musicais, criando uma sonoridade nova. Tenho mais de 40 anos de música, de uns 10 anos para cá consegui definir meu estilo, estou sempre atento escutando coisas novas que tenham a ver com meu gosto musical, estudo e pratico diariamente bem mais hoje em dia do que antes, e sinto a música fluir cada vez mais em minha vida. Acho que acreditando e fazendo a música com amor, dedicação, não tem como dar errado, é relaxar, abrir o coração, respirar e viver.

16) RM: Como você analisa o cenário do Rock no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram? 

Gambona: O Brasil teve uma cena muito forte de rock nos anos 70, bandas como Mutantes, Tutti-Frutti, Made In Brazil, O Terço, Joelho de Porco, O Peso, Casa das Máquinas, Bacamarte, Vímana, A Chave (Curitiba), Bixo da Seda (Porto Alegre), e muitas outras mais que não me recorda agora.

Mas foi nos anos 80 que o rock brasileiro teve seu apogeu na mídia, Barão Vermelho, Capital Inicial, Legião Urbana, Ira, Titãs, RPM, Engenheiros do Hawai, Garotos da Rua, e por aí vai. Acho que as bandas dos anos 80 marcaram a cena do rock no Brasil até hoje.

17) RM: Como você analisa o cenário da música instrumental brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram? 

Gambona: A música instrumental no Brasil, não me recordo muito bem, mas creio eu que no final dos anos 80, ou inicio de 90, teve uma cena muito forte, vários instrumentistas e grupos começaram a lançar trabalhos voltado à música instrumental, o selo Nova trilha lançou discos memoriáveis, artistas como Ricardo Silveira, Rique Pantoja, Raul Mascarenhas, Cama de Gato e por aí vai.

Isso fez com que muitos grupos novos de música instrumental surgissem, aqui no Rio Grande do Sul, Cheiro de Vida e Raiz de Pedra foram grandes referências. Acho que depois disso a música instrumental foi se concretizando cada vez mais, misturando elementos de música folclórica e ritmos brasileiros, levando ao surgimento do termo Jazz Brasil.

Hoje, em cada estado do Brasil, existem grupos voltados a cena instrumental muito bons, com estilos próprios bem definidos. Na minha opinião acho que nenhum artista da cena instrumental regrediu, a maioria tá na ativa tocando, gravando, acompanhando artistas, a cena mudou muito, mas também existem muitos festivais de música instrumental Brasil afora, tem muito artista novo fazendo grandes trabalhos, mas citaria um em especial, o Yamandu Costa. 

18) RM: Apresente seus projetos com as bandas?

Gambona: Já participei de inúmeras bandas, acompanhei também diversos artistas, mas atualmente eu faço parte do projeto “Guitarras da Cidade”, com mais dois guitarristas gaúchos, de estilos diferentes, onde misturamos nossas músicas e estilos, tocando os três juntos, mais um baixista e um baterista.      

Participo também de um duo de violão instrumental, com outro guitarrista e violonista, o “Wood & Steel Duo”, onde tocamos releituras nossas de clássicos do rock, blues & jazz, temos um disco gravado e estamos começando a gravar outro com músicas autorais.

Tenho meu projeto Instrumental “Ventos do Sul”, só com composições minhas, e meu projeto rock/blues “Gambona”, onde toco músicas minhas e releituras de clássicos do rock & blues, e nesse projeto além de tocar guitarra, eu canto.

19) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)? 

Gambona: Dá para escrever um livro, tudo isso acima já aconteceu comigo, faz parte da estrada. Não me recordo agora de alguma situação específica, mas passei por tudo isso e muito mais (risos).

20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical? 

Gambona: A melhor coisa que existe é fazer música, criar, tocar, e ter o reconhecimento do imediato do público em geral, saber que sua música emocionou uma pessoa é o maior prêmio de todos. 

Agora o mais triste é saber que você tem um excelente trabalho musical, uma trajetória suada, não desistindo nunca e sempre superando as dificuldades (que são muitas), e não ter um reconhecimento e apoio por parte de certos órgãos culturais, imprensa e também de empresários ligados a cena musical, donos de bares e casa de shows, que não se preocupam com a qualidade musical, mas sim em ganhar dinheiro.

Hoje em dia um músico profissional com décadas de estrada, conhecimento e musicalidade, concorre de igual para igual com iniciantes, sem nenhuma bagagem musical, que tocam músicas de outros, que está na moda, para um público também que não está nem aí para quem está tocando, só querendo diversão.

A maior parte de casas de shows e bares é assim, o artista tem que levar gente, não importando a qualidade música. Isso sim, é muito triste e desanimador!

21) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios? 

Gambona: Nas rádios com grande audiência, não! Mas na maioria das rádios web ou de universidades, sim!

22) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical? 

Gambona: 99% dedicação e 1% talento! E tenha sempre uma segunda opção caso não dê certo.

23) RM: Quais os guitarristas que você admira? 

Gambona: São muitos! Admiro todos eles, mas vou citar os que influenciaram mais: Rory Galagher, Johnny Winter, Tommy Bolin, Joe Walsh, Steve Hackett, Jimmy Page, Pat Metheny, John Scofield, Robben Ford, Ry Cooder, Derek Trucks, Michael Landau.

24) RM: Quais os compositores eruditos que você admira? 

Gambona: Johann Sebastian Bach e Erik Satie.

25) RM: Quais os compositores populares que você admira? 

Gambona: Tom Jobim e Almir Sater

26) RM: Quais grupos e artistas do Jazz que você admira? 

Gambona: Herbie Hancock, Miles Davies, John Scofield, George Benson.

27) RM: Quais as principais diferenças e semelhanças de tocar Guitarra e Violão? 

Gambona: A semelhança são as 6 cordas, mesma afinação, o braço é o mesmo, a tocabilidade é um pouco diferente. A guitarra é elétrica, precisa de um amplificador para tirar o som, e o violão é acústico, geralmente na guitarra se toca com palheta e violão com os dedos. Eu pessoalmente, sempre quando estou em casa, estou com o violão, é mais prático, está sempre a mão, e eu gosto de estudar com o violão, aí quando pego a guitarra é mais fácil.

28) RM: Quais os outros instrumentos que toca além de Guitarra e Violão? 

Gambona: Baixo, Ukulele, Viola de 10 cordas, Ressonator e bem pouco de piano.

29) RM: Quais as principais técnicas que o aluno deve dominar para se tornar um bom Guitarrista e Violonista?

Gambona: Tanto na guitarra quanto no violão o importante é o aluno saber bem harmonia e escalas, a relação acorde-escala e divisão rítmica.

30) RM: Quais os principais vícios e erros que devem ser evitados pelo aluno de Guitarra e Violão? 

Gambona: Treinar e estudar sem metrônomo. Sempre começar tocando lento e depois aumentando a velocidade.

31) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música? 

Gambona: Primeiramente o ensino de música deveria ser obrigatório nas escolas. Antigamente era o aprendizado da leitura de partitura, isso afugentava muitos alunos, hoje em dia existem maneiras mais fáceis de ler música, tablatura, cifras, etc. Mas mesmo assim a leitura de partituras é o melhor, por isso é importante quando se é novo aprender música.

32) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical? 

Gambona: Sim, dom musical existe. Muitas vezes se manifesta cedo ou um pouco mais tarde. O dom é a facilidade com que a pessoa tem para aprender a tocar um instrumento, na maioria das vezes é autodidata, aprende a tocar sozinha.

33) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical? 

Gambona: A Improvisação Musical é a maneira que o músico tem de se comunicar musicalmente com outros músicos, e também com o público. Quanto mais conhecimento teórico e musical o músico tiver, melhor a sua maneira de improvisar e de se comunicar musicalmente. É que nem ler, quanto mais a pessoa lê, melhor ela se comunica, com a música é a mesma coisa.

34) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical? 

Gambona: Antigamente os métodos de improvisação eram um pouco complicados, custava um pouco para entender. Hoje em dia são mais didáticos, mas acessíveis. O mais importante na improvisação é fluir naturalmente, mesclar o conhecimento musical, os estudos e prática no instrumento com o feeling, a sensibilidade, soar natural e não técnico e frio. É melhor poucas notas bem colocadas do que várias que não dizem nada.

35) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois? 

Gambona: A maioria dos músicos improvisa sem saber, mesmo quando está iniciando no aprendizado musical. Com o tempo o músico vai percebendo que precisa se aprimorar mais, aí começa a estudar harmonia, escalas, divisão rítmica, etc, para aumentar seu vocabulário musical.

36) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical? 

Gambona: Considero o mesmo que os métodos de improvisação.  Antigamente era mais confuso, hoje são mais didáticos e acessíveis ao iniciante. Na minha opinião como músico, tem que ter uma união da parte teórica com a prática, isto seria os prós, não adianta você estudar harmonia e não saber tocar um instrumento.

37) RM: Quais os prós e contras de ser multi-instrumentista?

Gambona: Os prós é que você pode produzir sua música sozinho, gravando vários instrumentos, fazendo o que você quer realmente.  Acho que não tem lado ruim de você ser multi-instrumentista, não é impossível, mas é bem difícil você ser especialista em todos os instrumentos, são pouquíssimos os que dominam. Eu prefiro ser especialista e tocar bem o meu instrumento principal, que é a guitarra e violão.

38) RM: Você estudou técnica vocal? 

Gambona: Sim, fiz algumas aulas de canto no conservatório.

39) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidados com a saúde vocal? 

Gambona: Para quem realmente quer ser cantor, é a coisa mais importante. Para o cantor a voz é o instrumento dele, então ele tem que saber tudo sobre o seu instrumento, sem cuidados com a voz e estudos de técnica, a carreira de cantor é curta.

40) RM: Quais os seus projetos futuros? 

Gambona: Tenho um certo que é gravar agora em 2024 “Ventos do Sul 3”.  Minha ideia é gravar uma trilogia desse projeto que foi muito bom para mim. Já tem Ventos do Sul, Ventos do Sul 2, e finalizo com o terceiro. Durante a pandemia compus esse material todo, então tenho que registrá-lo. E deve surgir bastante coisa pela frente, pois estou sempre criando e aberto a novas ideias e caminhos.

42) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs? 

Gambona: www.gambona.com.br

| (51) 99986 – 8535 | [email protected]

| https://www.instagram.com/gambona_guitar

| https://www.facebook.com/gambonaguitar

Canal do Gambona: https://www.youtube.com/@gambonaguitar 

Playlist VENTOS DO SUL: https://www.youtube.com/watch?v=blQXmNJtgLA&list=PLehzy3Q2oJ0rnBxhxu9jV11dzEN_jCBGp 

Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=GfSuew4EiJk&list=PLehzy3Q2oJ0qG8LkPA7t7qWdUdv6DPzdu 

Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=SX0TTZbVDM0&list=PLehzy3Q2oJ0rgnvi1r6HuBs_Z52gGdSR-


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.