GabiRua

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GabiRua é uma rapper brasileira que encontrou na música uma forma de expressar suas experiências de vida. Nascida em Maringá, no Paraná, teve seu primeiro contato com a cultura de rua Hip Hop aos 16 anos de idade (1996). Momento marcante pra muitos jovens daquela época. Aos 18 anos em uma Casa de Reabilitação conheceu o Rap Nacional e acreditou em suas rimas. A resistência em suas ideias a levou a responsabilidade do Rap neste milênio… “Rap Nacional não é brincadeira, é a nossa Voz, corpo, e mente…”  diz ela.

Aos 40 anos (2020), a artista decidiu mudar-se para o bairro Paraisópolis, zona sul de São Paulo, onde teve um encontro profundo com a cultura viva e vibrante do local, essa experiência foi o ponto de partida para dedicação a sua primeira música autoral, que fala sobre sua filha ainda não lançada.

Seu primeiro trabalho lançado em 2022 foi a música “Sem Falha – Paraná Na Bala”, produzida por ADR Produções e Dirigida por NEGRUXFIMS, essa faixa ganhou destaque e abriu portas para o seu trabalho no cenário musical.

Em 2022 apresentou seu primeiro álbum – “Estrada”, produzido por Triplo Jé, segunda a artista esse trabalho é um passo extremamente importante em sua carreira profissional, mostrando a versatilidade e a autenticidade com a abordagem de temas sociais, reflexões pessoais e histórias de vida que cativa os ouvintes com letras honestas e uma musicalidade envolvente. Esse álbum conta sua verdadeira história de vida marcada por superação e determinação.

GabiRua olhando para o futuro, promete continuar surpreendendo em 2023, a artista está determinada a levar sua música e sua mensagem a um público ainda maior, com novos projetos em mente e uma paixão inabalável pela cultura Hip Hop, no Rap Nacional ela está pronta para consolidar seu nome na cena musical brasileira com seu primeiro EP – “A Voz Do Coração” com três músicas.

Segue abaixo entrevista com GabiRua para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27/10/2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

GabiRua: Nasci no dia 18/04/1980, em Maringá – Paraná. Registrada como Gabryelle Lima Dias.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

GabiRua: Em 1989 o rolê eram os bailinhos, eu criança com 9 anos curtia dançado, brincando e aprendendo e vivendo junto com adultos e adolescentes. No som das fitas K7 gravadas músicas das rádios, a única forma de conseguir um variado de músicas nos 30 minutos de cada lado. Aos 13 anos as mesmas fitas K7, usando pra rimar em cima dos beats mesmo com o áudio original.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

GabiRua: Segundo grau completo e autodidata na música.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

GabiRua: Racionais MC’s, Dina Di, Sabotagem, NDee Naldinho, Gog, Consciência Humana, RZO, SNJ, Karol Kolombiana, Dbs gordão chefe e muitos outros. Lauren Priscila, Cris SNJ, Karol Kolombiana que resistiu, persistiu e está até hoje representado muito bem o Rap Nacional, principalmente o Feminino, que infelizmente estamos perdendo a voz, outros tempos vamos resgatar, Priscila MC, Rosana Reis, Mari Brito Cris SNJ não estão pra traz com a resistência feminina em seu Rap de qualidade e resgate.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

GabiRua: Em 2021 residindo no bairro Paraisópolis – São Paulo, comecei a escrever minhas primeiras letras, a primeira uma música para minha filha não lançada, daí saíram cinco músicas de uma só vez.

Em 2022 lancei meu primeiro álbum “Estrada”. Apresentei junto com minha amiga Sabrina Couto do Paraisópolis minha primeira apresentação Caverna Bar na Hebe Camargo, só com a batida sem produção nenhuma, músicas dela e minhas intercaladas.

Eu senti as dificuldades, não mudou muito pra nós mulheres no Rap Nacional, infelizmente, tivemos conquistas, mas a consciência ainda é de um país patriarcal. E continuamos com migalhas pra manter nossa postura como mulher na cena musical, sem se vender, e nem apoiar ideias falsas, por isso fica mais difícil.

Sem desistir, depois em um ano consegui gravar meu primeiro álbum com muita dificuldade lançado em dezembro 2022. Por Mais mulheres no RAP Nacional.

06) RM: Quantos CDs lançados?

GabiRua: Em 2022 lancei o meu primeiro álbum “Estrada” com cinco músicas. Em 2023 meu primeiro EP – “A Voz Do Coração” com três músicas.

07) RM: Como você define seu estilo musical dentro do RAP?

GabiRua: RAP original, mesmo em músicas como drell mantendo sempre o estilo original que é como sempre aprendi escrever e interpretar. Bombap de preferência.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

GabiRua: Não.

09) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

GabiRua: Pra mim cantor (a) bom é quando passa sentimento ao escutar: Elis Regina, Elza Soares, Ellen Oléria, Cris SNJ, da minha quebrada Crioleza.

10) RM: Como é o seu processo de compor?

GabiRua: Coloco um Beat para marcar o tempo, escrevo até completar as ideias que comecei, depois vou acertando a ordem, refrão e flow do som, geralmente escrevo muito e vou cortando umas partes e acertando outras.

11) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

GabiRua: Componho solo. Eu e Deus meu maior maestro.

12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

GabiRua: A carreira independente nos dá a total liberdade de fazer um trabalho puro seu, sem influências externas. Mas deixa uma falha em divulgação, agenda, organização, patino nisso ainda, cheguei a ser convidada pra apresentar num evento e não cantar. Pessoal olhou pra mim e pensou, quem é essa aí?  Fiquei das 3h às 22h assisti todos e agradeci ao DJ peguei meu pen drive e fui embora. Se eu tivesse algum conhecido ou produtor no meio não precisava passar por isso.

O bom de não ter os conhecidos nem contatos no meio me mostra quem é quem é só deixa minha carreira mais sólida de pés no chão.  Aos poucos as pessoas vão escutando meu som me conhecendo e vendo que não vim pra brincar e sim pra somar. RAP é compromisso não viagem, né.

13) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

GabiRua: Organizo-me entre trabalho, vida pessoal e música, o RAP está em tudo isso, minha música é quem eu sou. Tenho muita vontade de trabalhar com crianças introduzindo a cultura Hip Hop em suas vidas. Trazendo a família pra rua junto com seus filhos.

14) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

GabiRua: Ainda não vivo da Música, mas me organizo em trabalho, vida pessoal e Shows.

15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

GabiRua: A internet sempre foi uma ótima ferramenta para desenvolver a carreira, mas a alguns anos atrás saí das redes sociais. Querendo me afastar de tudo que não me faz bem e fiquei em falta de me divulgar e desenvolver no que é hoje, o maior meio de comunicação. Tenho minhas redes sociais, mas sei que deixo a desejar. As pessoas e o sistema são cruéis, ou te manipula ou te deixa ao léu.

16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

GabiRua: O home estúdio deixou mais perto o artista da periferia acesso mais fácil a uma carreira musical independente, abrindo porta pra muitos artistas e produtores no futuro, deixando a criação de letristas saírem do papel e irem pra pista.

17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

GabiRua: Primeiramente ter minha identidade, sem copiar ninguém. Sou muito expressiva, aproveito isso no palco. E ser eu mesma, nada melhor.

18) RM: Como você analisa o cenário do RAP brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

GabiRua: Em 2023 o RAP Nacional tem de tudo. Basicamente separa em dois tipos. Quem gosta do estilo e quem vive o RAP. Sem esquecer somos todos humanos, falhamos todos os dias.

Eu sou só mais uma tentando através das minhas vivências vividas, melhorar e ser melhor para mim e para os outros. Paraná chegou com muito pra falar na última década, se destacando com nomes de peso na cena do RAP Nacional, parabéns.

T$G também, sempre no estilo Gangsta RAP original, com letras que nos identificam, pois o Zequinha cresceu junto com nossos filhos também. Hoje com mais compromisso ainda de artistas, com músicas como “Si Pude Fala Kun Deus”, “K4D3Lu$”, entre outras.

19) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

GabiRua: Cris SNJ, Comunidade Carcerária, Karatê, entre outros.

20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

GabiRua: Fico muito feliz em cada apresentação, o olhar das pessoas se identificando, aprendo muito, cada troca um aprendizado. O amor das crianças me vendo como exemplo, eles não me julgam fraca por ser mulher, eles enxergam a força de conseguir o meu respeito mesmo sendo mulher.

Infelizmente muitos homens não gostam de escutar as verdades do que praticam em casa, humilhação, violência, abandono. Até me senti coagida algumas vezes, e pensei em parar, até já escutei do palco que lugar de mulher é na cozinha. Quis me humilhar? Me deu mais força. Lugar de mulher é na cozinha, na rua, na estrada, aonde ela quiser. E tem mano que se desorienta e precisa se encontrar, e praticar mais o que canta…. fica até feio.

21) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

GabiRua: Só pagando o jabá para minhas músicas tocarem em rádios de grande audiência. Mas não pagaria com certeza para as minhas músicas tocarem dessa forma.

22) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

GabiRua: Digo para acredita na sua música, no seu sonho, seguindo a caminhada com humildade, fé, amor e pés no chão. Ninguém ganha nada de graça, então não se venda, mude se for preciso pra melhor, mas nunca pra ser aceito. E quando ficar muito difícil, descanse e se cuide, fale com Deus e depois prossiga. Nessa hora você já é o espelho de muitos, não é sobre fama e dinheiro, é sobre inspirar, ajudar, apoiar, música salva vidas, salvou a minha, salva a sua.

23) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

GabiRua: Não participei de Festival de Música, pois, tem que mandar release pra prefeitura e fazer aquela burocracia, então não sou convidada. Da hora os Reppers terem esse apoio da prefeitura em eventos públicos. Quem está na lista vai, eu ainda estou pensando sobre isso.  O que vejo de bom isso é cantar para um público maior, mais pessoas te conhecerem e um pequeno cachê.

24) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

GabiRua: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é um jogo, eles querem uma fatia do bolo de quem se destaca, o artista quer a mídia, assim o bolo vai sendo dividido… um comércio.

25) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI, Itaú, Banco do Brasil e CAIXA Cultural para cena musical?

GabiRua: Não sei nada sobre como entrar na agenda de apresentação para esses espaços.

26) RM: Quais os seus projetos futuros?

GabiRua: Tá pra sair uma Cyber Kalex, Função RHK e convidados. E uma pedrada com estúdio fazendo arte feat Marina. E trabalhar melhor meus álbuns na pista.

27) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs? 

GabiRua: (11) 97303 – 8309 | (11) 98416 – 2641 – Triplo Jé | https://www.instagram.com/gabiruaoficial

| [email protected]

Canal: https://www.youtube.com/@mcgabirua 

Gabi Rua – Sem Falha 2 (A Voz do Coração) VIDEO CLIP: https://www.youtube.com/watch?v=n0QbhkP9EYc 

Gabi Rua – Sem Falha (Paraná na Bala) [VIDEO CLIP]: https://www.youtube.com/watch?v=TwWHkAOFFYo 

Gabi Rua – Estrada (ALBUM COMPLETO): https://www.youtube.com/watch?v=37HOSiq8pWE 

Álbum – A Voz do Coração: https://open.spotify.com/intl-pt/album/0M8JFsSO2pd6see2TLyeGl?si=21QNmX0gRnaqBZckiKkZzQ&nd=1