More Flávio Soares »"/>More Flávio Soares »" /> Flávio Soares - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Flávio Soares

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Flávio Soares é baterista de Progressive Metal, subgênero do Progressive Rock e do Heavy Metal, que se caracteriza pela mistura livre de outros estilos musicais sem perder a identidade própria do estilo.

Flávio iniciou sua jornada na bateria no início do ano 2000, aos 15 anos de idade, e desde então, passou por diversas bandas de Rock e algumas bandas baile no Rio Grande do Norte/RN. Dedicou grande parte da sua carreira em dar aulas de bateria e teoria musical voltada para esse instrumento, além de ter participado em vários projetos musicais como baterista freelancer e fazendo assessoria em composição.

Atualmente, é baterista da banda natalense Willessence (2015) desde 2018 e está engajado na pré-produção do full álbum da banda que será lançado, provavelmente, no segundo semestre de 2023. O lançamento do álbum será um marco para a volta de sua atuação como músico, finalizando assim, uma pausa que iniciou no ano de 2017.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Flávio Soares para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 20.01.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Flávio Soares: Nasci no dia 01 de março de 1984 em Nova Iguaçu – Rio de Janeiro. 

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Flávio Soares: Na minha infância na década de 80, lembro que algumas vezes meu tio, em visita ao Rio de Janeiro, ouvia músicas do Jon Bon Jovi, Scorpions, Europe, Bryan Adams, Queen e até mesmo Beatles. De alguma forma, eu sentia que aquelas músicas mexiam comigo, já que me interessava pelas “batidas” dessas músicas e pelas melodias das partes cantadas, porém, não tive contato com nenhum instrumento.

Bem mais tarde, no início da minha adolescência, passei por uma fase de desinteresse pela música. As poucas coisas que escutava eram algumas músicas pop que ficavam conhecidas por fazerem parte das trilhas sonoras de novelas da época. Algum tempo depois, por volta dos 13 ou 14 anos de idade, conheci um amigo no ensino fundamental que era muito fã do Metallica e lembro que ele passou um bom tempo tentando me convencer a levar um CD do Metallica emprestado, o Ride the Lightning, mas, eu sempre inventava uma desculpa para não o levar. Certo dia, depois da escola, após mais uma insistência, acabei levando o CD para casa.

Recordo-me que quando cheguei em casa nem lembrei do CD e acabei indo fazer outras coisas. Mais tarde, sentei no sofá da sala e estava passando futebol na televisão e, como eu já odiava futebol, acabei plugando um fone de ouvido no som da sala e comecei a escutar. Lembro até hoje que escutava brevemente uma faixa e logo depois passava para a próxima porque estava achando tudo muito barulhento. Porém, uma faixa me chamou a atenção. Por ser meio que uma “balada” a faixa 4, fade to black, passou a ser um desafio para mim. Ouvi ela muitas e muitas vezes procurando entender como a bateria era tocada e nisso fui me interessando pelo resto das faixas do CD com o intuito de aprender a tocar as baterias das músicas na minha bateria imaginária ou batucando no sofá da sala.

Na década de noventa era muito caro e complicado conseguir instrumentos, então eu juntei algumas latas de tinta, uma cadeira, uma toalha de mesa de plástico e as tampas das latas de tinta e fiz uma bateria. Em outro dia, com a ajuda de um colega do bairro, que já havia feito uma “bateria de lata”, fizemos um pedal de bumbo com cabos de vassoura, alguns pedaços de madeira e tiras de câmara de ar de bicicleta. Passei certo tempo praticando o pouco que conseguia aprender escutando Metallica nessa bateria e depois me juntei a uns amigos, sem experiência como eu, para tentar tocar algumas músicas de bandas da época como Silver Chair, Red Hot Chili Peppers, Nirvana, Raimundos, Charlie Brown Jr.

Depois de um tempo, por muita sorte, soubemos que havia uma pessoa próximo a minha casa que estava vendendo uma bateria bem antiga, então, de pronto, eu e outro amigo juntamos tudo que poderíamos vender para conseguir o dinheiro para a compra dessa bateria. Depois de um tempo juntamos uma grana e demos uma guitarra que a pouco tínhamos comprado para a banda em troca da bateria. Lembro que esse foi um dos dias mais felizes da minha vida, porque até pouco tempo atrás eu nunca tinha visto uma bateria de perto. Nessa mesma época, comecei a praticar bateria por muitas horas após a escola durante o ensino médio por volta dos 15 anos de idade, pela minha dedicação evoluí rápido no instrumento e continuava a tocar com os mesmos amigos.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Flávio Soares: Durante o ensino médio frequentei um curso de bateria e teoria musical oferecido a alunos de baixa renda do ensino público em parceria com a iniciativa privada de 2001 a 2002. Aprendi muito com o professor de bateria Silael Dantas e a partir das aulas, pude aprender outros ritmos e estilos, desenvolvendo minha e musicalidade no instrumento de forma autônoma. Fora da música, eu sou graduado em Psicologia desde 2015, pós-graduado em Análise Comportamental e funcionário público.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Flávio Soares: Bem no início, eu tentava aprender tudo o que podia ouvindo alguns bateristas como Ben Gillies (Silver Chair), Dave Grohl (Nirvana) e Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), tentando imitar o que eles faziam nas músicas, mas quem realmente me influenciou foi Lars Ulrich (Metallica). Apesar da grande maioria dos seus arranjos de bateria ser relativamente simples, pude aprender muito sobre tocar com consistência, variação rítmica e ritmos e viradas com pedal duplo.

Depois de “dissecar” as linhas de bateria de Lars Ulrich, conhecer bateristas como Jörg Michael (Stratovarius), Ricardo Cofessori (Angra), Jason Rullo (Symphony X), Yoshiki Hayashi (X Japan), Aquiles Priester (Angra), Mike Portnoy (Dream Theater), Virgil Donati (Planet X) foi uma divisão de águas para mim, foi a época que mais estudei bateria na minha vida. Tinha um plano de estudo de pelo menos seis horas de prática todos os dias, sem contar com o tempo que passava assistindo vídeo aulas, escutando música e estudando teoria musical voltada para a bateria. Hoje em dia, ainda me influência muito o trabalho do Aquiles, do Portinoy, do Rullo, do Virgil e pelo baterista norueguês Truls Haugen da banda Circus Maximus.

Quanto aos bateristas que deixaram de ter importância, eu não diria que eles não seriam mais importantes para mim. Todo músico é um produto sempre inacabado, sempre em desenvolvimento que a cada influência guarda para si o que é relevante no momento para seu crescimento musical e pessoal. Faz bastante tempo que não acompanho artistas do meu início como baterista, no entanto, tenho certeza de que alguma coisa deles ainda sobrevive em mim e no meu modo de interpretar meu instrumento e traduzir meus arranjos para o público.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Flávio Soares: Acho que minha carreira na música iniciou, realmente, quando comecei a tocar em bandas por volta dos anos de 2002 e 2003 em Natal/RN, porque antes disso eu estava bem mais focado em me desenvolver como baterista mais do que como músico. Nessa época, a primeira banda em que atuei, sem contar com a banda que tinha com amigos, chamava-se Sonic Blast e era uma mistura de Rage Against the Machine e Nação Zumbi. Fiz alguns shows com a Sonic Blast e algum tempo depois a banda acabou.

Após isso, passei um tempo tocando na banda da igreja católica do bairro com alguns amigos. A experiência foi muito boa, pois tive a oportunidade de ter contato com outros estilos musicais e fazer vários shows em outras igrejas, bairros e alguns interiores do estado. Mais tarde, entrei em uma banda chamada 11 Set, cujo estilo era definido por possuir uma instrumental do tipo heavy metal e com vocal estilo Renato Russo (Legião Urbana). Essa junção de estilos era bem inusitada na época, mas funcionava bem, as músicas eram muito boas e foi a primeira vez em que toquei com músicos com um ótimo nível técnico. Infelizmente, depois do primeiro show ocorreu uma situação desagradável com o contratante e por isso decidi deixar a banda antes da finalização da pré-produção do álbum.

Enfim, considero que minha carreira como músico teve início com essas experiências porque pude sentir a “vibe” de como é compor, tocar ao vivo, buscar novos conhecimentos a partir das necessidades da banda e pelas dificuldades que aparecem no caminho do baterista “underground”.

06) RM: Quantos discos solos ou em grupo lançados?

Flávio Soares: No momento, ainda não tenho um disco solo, mas pretendo lançar um no futuro com amigos guitarristas (Carleton Leonard e Eckson Braya), já que temos algum material guardado, mas isso, com certeza, após a conclusão de outros dois projetos que estou bastante envolvido no momento.

Sobre discos lançados com bandas, em 2004 gravei um EP – “Warfare” com a banda Preface de Power Metal (Metal Melódico aqui no Brasil) de Extremoz/RN e foram quatro músicas e meu primeiro trabalho em estúdio.

Alguns anos depois, no final de 2012 fiz um trabalho freelance gravando as baterias da banda Distorção 011 de pop/rock de Natal/RN para o álbum “Sozinho nessa estrada”.

No início de 2013 gravei novamente as baterias das faixas da demo da Preface para uma nova e melhorada versão que até o momento não conseguimos relançar por diversos motivos, mas em breve pretendemos dar continuidade.

Após alguns longos anos dedicados apenas a dar aulas de bateria e teoria musical, trabalhos fora da música, cursando universidade e pós-graduação, voltei a gravar, desta vez para a coletânea Natal Metal Compilation IV de 2020. A faixa é “A silent place” da banda Willessence.

Em 2021, gravei bateria em oito músicas do álbum – “Seja justo antes que o dia acabe” do Pássaro Unitário. Em 2022, gravei até o momento três músicas do segundo álbum do Pássaro Unitário. É um projeto de rock do poeta, jornalista, cantor e compositor potiguar Gladson Morais. A produção musical, a gravação da guitarra e do contrabaixo, a mixagem e a masterização foram feitas por Carleton Leonard.

07) RM: Como você define seu estilo como Baterista? Você toca outro instrumento musical?

Flávio Soares: Eu definiria meu estilo de tocar como “especializado”, já que apesar de possuir uma certa experiência em outros estilos musicais, uso na maior parte do tempo o conhecimento obtido para criar e tocar bateria dentro do segmento do metal progressivo. Acho isso bem legal porque o estilo me possibilita misturar vários ritmos diferentes sem haver nenhuma restrição e sem o resultado disso parecer “fora de contexto”.

Acredito que meu estilo de ter ideias de arranjos e a forma de traduzir tudo isso para o público está muito ligado ao que eu acho que a música está “pedindo” para a bateria. Encarando dessa forma, os arranjos de bateria soarão mais musicais e mais conectados com o resto dos instrumentos, fugindo dos excessos. Além disso, valorizo e presto muita atenção no que os outros instrumentos e a voz estão fazendo, assim, abre-se um maior leque de possibilidades de arranjos do que apenas pensar em criar partes de bateria como um baterista, de forma isolada.

08) RM: Quais as principais técnicas que o Baterista deve se dedicar?

Flávio Soares: Eu posso até estar errado, mas eu costumo dizer que a técnica precisa vir antes do “feeling” ou da “pegada”, porque com um bom nível técnico e intimidade com o instrumento fica bem mais fácil tocar da maneira como queremos, de forma consciente e consistente. Sempre priorizei a técnica antes de qualquer outra coisa, porque o estilo que eu escolhi tocar exige muita técnica e dedicação em algumas áreas da bateria, então quanto mais cedo o iniciante na bateria começar, melhor. Com isso, eu não quero dizer que investir principalmente em técnica funcione para todos, apenas afirmo que funcionou bem para mim.

Eu indico que o baterista deva se dedicar bastante nas técnicas single stroke, double stroke, paradiddle e flam tanto com as mãos quanto com os pés, fazendo exercícios iniciando também e principalmente com a mão e o pé mais fraco. Outra coisa importante é executar essas técnicas, inicialmente em baixo bpm, nos pratos e tambores para ganhar força e resistência devido aos diferentes níveis de tensão das peles e a maior dificuldade no rebote da baqueta nos pratos.

Por fim, é importantíssimo o estudo com o uso do metrônomo. Além de você obter consistência e precisão, possibilita a monitoração do seu progresso, já que se você praticou um determinado exercício ontem em 120 bpm, por exemplo, hoje continuará sua rotina de estudos com exatamente a mesma carga de esforço do dia anterior, porque nos dias em que estamos mais indispostos, tendemos a praticar um pouco mais lento e não iremos perceber sem o auxílio de um metrônomo.

09) RM: Quais os principais vícios técnicos ou falta de técnicas têm bateristas alunos e alguns profissionais?

Flávio Soares: O principal erro técnico de bateristas iniciantes e iniciados é pular etapas essenciais do processo de desenvolvimento no instrumento. Muitos alunos de bateria costumam negligenciar o básico, como por exemplo, a forma correta de usar as baquetas, aquecimento antes de tocar, como afinar um tambor, altura ideal do banco, como regular um pedal de bumbo e, principalmente, pulam os exercícios básicos como single stroke na caixa e no bumbo porque querem tocar logo coisas mais complexas e rápidas que seus bateristas preferidos tocam.

Dessa forma, lá na frente eles irão sentir muito a falta de uma base sólida e talvez fiquem até estagnados em seu desenvolvimento. Já no caso dos bateristas profissionais, eu não consigo identificar facilmente vícios ou deficiências técnicas. Eu acho que bateristas experientes quando tocam de forma apenas simples, tocam somente de forma complexa, ou até mesmo, tocam parecendo que não possuem um bom nível técnico, apenas estão tocando seu instrumento da forma que eles querem, da maneira que acham ser melhor para o seu estilo. Por exemplo, existem bateristas com bastante experiência que tocam segurando as baquetas com o indicador e o polegar e não usam o restante dos dedos como “mola” para impulsionar o corpo das baquetas, com esses dedos sem nenhum contato com as baquetas. Essa forma não facilita o rebote contra as peles dos tambores, aumentando o esforço ao tocar e aumentando os riscos de lesões. Isso quer dizer que esses bateristas estão tocando errado? Eu acho que não. Apesar dessa forma de tocar ser reflexo de uma negligência no início da aprendizagem com os conceitos básicos da bateria, esses bateristas profissionais conseguem se expressar através de seu instrumento perfeitamente bem.

10) RM: Quais são os Bateristas que você admira?

Flávio Soares: Hoje em dia, admiro muito o trabalho de bateristas como Virgil Donati (On the Virg, Planet X, Ring of Fire), Mike Portnoy (Dream Theater, Liquid Tension Experiment, Adrenaline Mob, Sons of Apollo), Jason Rullo (Symphony X) e Truls Haugen (Circus Maximus). Para quem ainda não conhece, vale a pena conhecer o trabalho desses caras. Aprendi e até hoje ainda aprendo muito com eles escutando e tocando suas linhas de bateria, sendo quase sempre um bom desafio tentar tocar junto.

11) RM: Existe uma indicação correta para escolher uma Bateria?

Flávio Soares: Sim e não. Sim, primeiro pela questão ergonômica, já que existem configurações de kits de bateria que, em tese, funcionam melhor para o estilo de tocar de alguns bateristas e para outros, nem tanto. Por exemplo, um baterista com a estatura mais alta não desenvolveria sua técnica de forma confortável em um kit com tambores de medidas pequenas já que a bateria ficaria baixa para ele. Sem contar que o banco teria que ser alto para evitar lesões. Segundo, depende também da intenção de uso da bateria, se é para gravação, para shows, para ensaios, etc. E, não, pelo fato de existirem alguns músicos que vão totalmente contra esse tipo de lógica que citei. Existem excelentes bateristas que são muito altos e tocam em baterias com tambores montados altos e com banco muito baixo. Ou seja, na música, a regra é não ter regras.

12) RM: Quais gêneros musicais que necessitam de uma bateria especifica? 

Flávio Soares: Isso é bem relativo. Todos os músicos, de certa forma, quando veem uma bateria com um tom, um surdo, um bumbo, uma caixa, um prato de ataque e um prato de condução, irão dizer que é uma bateria de Jazz. E quando veem uma bateria enorme, cheia de pratos e dois bumbos ou com pedal-duplo, dirão que é uma bateria de rock ou heavy metal. Mas, na música, a regra é não ter regras! Nada impede de um baterista de jazz tocar em uma bateria com vários tambores, pratos e com dois bumbos. Claro, a maioria dos bateristas seguem as “tendências” de seus estilos musicais, por isso que as configurações de seus instrumentos, marcas, modelos e cores viram verdadeiros ícones de certos estilos musicais.

13) RM: Qual a marca de Bateria da sua preferência?

Flávio Soares: Sempre gostei das baterias da marca japonesa Tama, primeiramente, por essa marca estar relacionada aos artistas que eu admiro e, depois, pela sonoridade incrível que me identifiquei. Até aqui ainda não consegui realizar esse sonho de adquirir uma bateria Tama com a minha configuração pessoal, mas estou trabalhando para realizar um dia essa conquista.

14) RM: Existe marca ideal para cada gênero musical ou é preferência pessoal?

Flávio Soares: Eu acho que a escolha da marca de bateria seria pela preferência pessoal, já que na grande maioria das marcas existem kits de bateria para todos os gostos e estilos musicais, com diversas medidas de tambores, tipos de sonoridade e várias configurações de montagem. Mas acho também que a preferência por uma determinada bateria depende muito mais das características do instrumento do que apenas de sua marca.

O baterista pode escolher, de forma consciente, pela sonoridade do tipo da madeira ou da mistura entre madeiras dos tambores; pela medida de profundidade e espessura dos tambores; pelo tipo de acabamento dos tambores (laqueado, revestido, formato das bordas, anéis de reforço interno, quantidade e tamanho do furo da saída de ar, etc.); tipos de pele batedeira e de resposta; pelos tipos de aros dos tambores; pela quantidade de parafusos de afinação e pelo tipo de material. Enfim, as possibilidades de escolha são quase infinitas.

15) RM: Quais os prós e contras de ser professor de Bateria?

Flávio Soares: Um ponto positivo de ser professor de bateria é, principalmente, poder auxiliar um aluno iniciante nessa jornada que é o estudo de um instrumento tão maravilhoso como é a bateria. Ver sua evolução com o passar do tempo e saber que alguma coisa sua o aluno irá carregar consigo, como uma técnica, um ritmo, a forma de se expressar, entre outros. E é mais gratificante ainda quando esse aluno alcança sua autonomia e não guarda todo esse conhecimento apenas para si, ajudando outros bateristas iniciantes a realizar o grande sonho de tocar bem.

Por outro lado, posso citar como ponto negativo de ser professor de bateria, a falta de respeito e valorização, não só com professores de bateria, mas também qualquer outro  instrumento, por parte de alguns alunos de relutarem a pagar as aulas; pedirem para abaixar o valor da aula, apesar de já ser um valor justo e acessível; colocarem a culpa da não evolução no professor apesar de toda a dedicação em ensinar; desinteresse ou preguiça em estudar de forma séria, fazendo com que o professor apenas perca seu tempo, entre outras situações que desmotivam qualquer profissional da música.

16) RM: Existe o Dom musical? Qual seu conceito de Dom?

Flávio Soares: Eu não acredito em dom. Pessoas que são boas em alguma coisa com certeza em algum momento de sua história, a partir de uma experiência que lhe trouxe prazer, passaram a se dedicar em praticar com foco e dedicação determinada atividade para alcançar algum objetivo a médio ou a longo prazo. Nós fazemos isso algumas vezes durante nossa vida e às vezes nem percebemos. O sucesso em aprender e ser bom em alguma coisa irá depender de o quanto nos dedicamos ou fomos incentivados ou não para continuarmos.

Quando acreditamos que uma pessoa é muito boa em fazer algo devido a um dom que já nasceu com ela, estamos, primeiramente, considerando que ela é boa no que faz, simplesmente, por mágica ou por uma causa sobrenatural, desconsiderando assim, o fato de que ela para alcançar certo nível técnico gastou muitas horas de pesquisa, estudo e prática. Acredito que as pessoas, de modo geral, acreditam em dom porque estamos mais acostumados apenas a ver o resultado final de um processo de dedicação a algo, porque é mais fácil de perceber, do que acompanhar anos de prática que de forma fracionada e isolada não nos passam credibilidade ou sensação de sucesso.

17) RM: Quais os prós e contras de ser baterista freelancer acompanhando artista ou grupo?

Flávio Soares: Como ponto positivo, eu acho muito legal acompanhar um artista ou grupo como baterista freelancer, seja ao vivo ou em estúdio, porque é como se você entrasse no sonho de outra pessoa ou pessoas e, de certa forma, contribuísse com sua “assinatura musical” na empreitada daquele ou daqueles artistas na busca de um lugar no mercado. E um ponto muito negativo é que, infelizmente, existem “artistas” que tratam seus músicos, freelancers ou efetivos, como lixo. Eu digo isso por diversos relatos de alguns músicos próximos ou de fatos veiculados nas mídias, de artistas que pagam pessimamente seus músicos, além de não fornecerem, muitas vezes, as mínimas condições de estrutura, pagar os músicos com lanches de rua, entre outras coisas que tomariam muito espaço na entrevista.

18) RM: Quais os prós e contras de ser músico de estúdio de gravação?

Flávio Soares: Apesar de não ser um baterista que trabalha apenas gravando, as gravações que participei, sejam com bandas que toco ou para artistas, sempre foram ótimas experiências para crescimento musical por serem verdadeiras maratonas de estudo, preparação física e mental, prática e aprendizagem de coisas as quais você normalmente não teria conhecimento. Por isso, acredito que os prós de ser baterista gravando em estúdio é o fato de que você está fazendo um trabalho que vai ser eternizado, digamos assim, porque o que foi gravado ficará registrado em diversos tipos de mídias e muitas pessoas, até mesmo de outros países, terão acesso, sendo assim, um ótimo veículo de divulgação do seu trabalho.

Os contras, na minha opinião, é a trabalheira que dá gravar bateria acústica, além de ter que saber muito sobre equipamentos, processo de gravação, acústica, entre outras coisas, o baterista, se for um profissional sério e comprometido com a qualidade do resultado final, vai sofrer bastante até a finalização da gravação. Fora a dificuldade do baterista em adquirir instrumentos de qualidade para contribuir positivamente na qualidade das gravações, já que tudo no Brasil é muito caro. Somado a essas e outras dificuldades, caso o baterista trabalhe apenas gravando, ganhar dinheiro nessa atividade aqui é bem complicado.

19) RM: Quais grupos você já participou?

Flávio Soares: Já toquei bateria nas bandas Rekka of Soul, Sonic Blast, Preface, 11 Set, Raios Gama, Resgate, Jam Metal Reunion, Distorção 011, Tekila, Myriad, Willessence, Pássaro Unitário.

20) RM: Quais principais dificuldades de relacionamento que enfrentou em grupos?

Flávio Soares: Eu diria que a principal dificuldade de relacionamento entre membros de uma banda é causada pela falta de compromisso de algum ou de alguns membros. Eu sempre fui um cara que realmente “veste a camisa” dos projetos em que me disponibilizei a participar, então nada mais justo do que cobrar isso também de outras pessoas. Procuro, sempre que possível, praticar meu instrumento e me atualizar, assim como fazer minha parte para o crescimento da banda, por isso, acho um grande empecilho um membro da banda não estudar seu instrumento para manter-se hábil para suprir as necessidades musicais da banda, faltar ensaios, gravações ou shows, etc.

21) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Flávio Soares: É inegável que a internet é um recurso poderoso para a divulgação do trabalho de qualquer músico, quando usada de maneira efetiva. Hoje vemos muitas oportunidades que há dez anos atrás eram quase impossíveis, como por exemplo, uma banda totalmente independente lançar um álbum e fazer shows em outros países, tudo isso sendo possível graças a um trabalho de divulgação em diversos meios digitais da internet. No entanto, no mundo da internet tudo acontece muito rápido. Se você não acompanhar o ritmo da procura por conteúdo do público, provavelmente sua relevância cairá muito e você será substituído. Ou seja, uma banda para ser interessante e se destacar, cada vez mais, tem que fazer algo que as outras do seu mesmo segmento não faz. E isso nos dias de hoje é bem difícil, devido ao incalculável surgimento e superexposição de novas bandas que utilizam diversos meios da internet para divulgação e para produção de conteúdo para entretenimento.

22) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Flávio Soares: Até o momento, eu só enxergo vantagens nessa facilitação do acesso a equipamentos para gravação, principalmente, porque gravar em estúdio profissional ainda é muito caro. Por isso, eu destaco a grande importância que esse acesso tem para bandas independentes, porque com pouco investimento dá para produzir músicas com ótimo nível de qualidade. Possuir um estúdio de gravação em casa atualmente é bem comum e acho que essa é uma tendência de quem mexe com música. Grandes estúdios de gravação serão a exceção pelo fato da tecnologia de ponta estar acessível cada vez mais rápido. A pré-produção também se transformou em um processo bem mais rápido, já que vários softwares estão disponíveis hoje em dia, inclusive de graça, possibilitando a estruturação de músicas mais rapidamente, e até mesmo álbuns inteiros, sem precisar ensaiar exaustivamente com toda a banda.

23) RM: Como você analisa o cenário do Rock no Brasil? Em sua opinião, quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais bandas e artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Flávio Soares: O cenário do rock nacional sempre foi muito rico em diversidade, criatividade e altíssimo padrão técnico. Os músicos brasileiros são muito respeitados lá fora, apesar de não terem quase sempre nenhum tipo de incentivo e muito menos valorização adequada. Eu digo ainda, que as bandas brasileiras só conseguem ter um pouco de atenção na base do puro sofrimento e muito amor pelo que faz. Tudo para os músicos no Brasil é muito difícil. Nesse senário, conseguir se destacar o mínimo que seja, já é uma grande vitória. E, sim! Temos grandes bandas brasileiras e excelentes bandas desconhecidas ainda.

No seguimento do heavy metal/power metal, uma banda que foi uma grande revelação é o Angra. No ano de 1991, o Angra iniciou suas atividades e desde o início inovou com a mistura de Power Metal e música regional brasileira. Com esses elementos, passou a ser conhecida mundialmente e deu visibilidade para outras bandas brasileiras do mesmo seguimento até hoje. De uns anos para cá, o Angra apostou na mudança de estilo em suas composições, incluindo elementos do Progressive Metal, fato esse, para parte de seu público, não agradou muito. Apesar disso, o Angra, depois de mais de 30 anos de carreira, ainda se mostra bastante relevante, servindo de inspiração para as novas gerações de bandas brasileiras e estrangeiras.

Na minha concepção, a banda Roupa Nova se mantém brilhantemente relevante depois de tantos anos de carreira. E o mais incrível é que sua relevância é mantida por canções que marcaram época, sem precisarem lançar nada novo, mostrando todo o legado que a banda construiu. E isso é sensacional nos dias de hoje, já que muitos artistas conseguem alguns meses de fama com “músicas descartáveis” atualmente. Sou muito fã do Roupa Nova, cresci escutando-os, e até hoje suas músicas me emocionam. E acho que é isso o que está difícil de encontrar ultimamente: músicas que transmitam emoção, que façam cantar junto sem perceber e transmitam algo de bom.

24) RM: Quais as situações mais inusitadas que aconteceram na sua carreira musical?

Flávio Soares: Eu lembro de uma situação bem complicada que passei. Na época, acho que em 2003, estava tocando com uma banda de músicas autorais que era uma mistura bem improvável de Legião Urbana, Rage Against the Machine, Angra e Dimmu Borgir. Apesar dessa mistura louca, as músicas eram realmente boas, bem arranjadas e acessíveis a uma grande parcela do público, por incrível que pareça. Fomos convidados para tocar em um show com outras bandas em uma escola em Natal/RN.

O organizador do show era o filho da diretora da escola e ficou encarregado de fornecer todos os equipamentos para o evento, menos a bateria, pois ele não tinha. Já que eu era o único de todos os bateristas das bandas que iriam participar do show que tinha bateria, então ficou combinado que eu levaria a minha. Minha batera nessa época era bem antiga, tinha três tons (dois de 10”, sendo que um tinha a profundidade menor do que o outro e um tom de 14”), um surdo de 16”, uma caixa de metal de 14” e um bumbo de 24”. Apesar de ser antiga e um pouco acabada, lembro que eu tinha muito zelo e ciúmes dela, pelo fato de instrumentos musicais e, principalmente, baterias serem muito caro e difíceis de conseguir na época.

No dia do evento, apareceu pouca gente, mas o show em si foi muito bom. Deu ruim depois do show. Eu e a banda ficamos até amanhecer para ajudar o cara da organização a desmontar e guardar tudo. Nisso, depois que estávamos quase terminando, o organizador do show sentiu falta de um microfone. Procuramos por todo lugar e nada do microfone. Então, o cara da organização, puto da vida, resolveu que minha bateria só iria sair da escola depois que o microfone aparecesse. Diante dessa situação, os caras que tocavam comigo meio que “tiraram o deles da reta” quando propus que cada um daria uma parte do dinheiro para comprar outro microfone (pois é, entre os músicos, infelizmente, existe muita trairagem). Depois de mais ou menos um mês, consegui comprar sozinho um outro microfone e fui buscar minha bateria.

O que mais pesou para mim nesse ocorrido foi ter ficado quase um mês sem praticar bateria, já que na época eu seguia rigorosamente uma rotina diária de estudo. Até hoje não sei que fim levou aquele microfone. Alguém das outras bandas pode ter levado, ele pode ter se perdido durante a desmontagem dos equipamentos, ou até mesmo, o organizador do evento deve ter ficado bem insatisfeito com o pouco dinheiro apurado com as entradas e decidiu diminuir seu prejuízo “confiscando” minha bateria.

25) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Flávio Soares: Uma das coisas que me deixam feliz em ser músico é incentivar outras pessoas a também começarem a tocar algum instrumento musical a partir do meu estilo de tocar, ou mesmo, através de uma música em que participei como baterista. É muito gratificante ver o brilho nos olhos da galera que está iniciando, tirando dúvidas sobre como determinada parte foi tocada, qual equipamento devem procurar, o que estudar, quais bandas escutar, etc. Tenho muito orgulho de ter iniciado há muitos anos atrás com alguns amigos o movimento de bandas no meu bairro e em outros próximos, contribuindo para que muita gente começasse a tocar, e muitos deles tocam até hoje.

O que me deixa bastante frustrado na carreira musical é a falta valorização do musico. Já escutei aquela frase: “Você é músico? Melhor parar de fazer esse barulho e procurar um emprego”. E essa desvalorização se traduz na quase sempre impossibilidade de conseguir sobreviver como músico, na dificuldade de conseguir instrumentos e equipamentos de qualidade pelo alto custo no Brasil, pelo, ainda, preconceito de grande parcela da sociedade que não considera a música como um trabalho, a falta de incentivo do Estado na formação musical.

Tudo isso senti na pele, e muitos colegas também, tanto que no meu auge como baterista, chegou um momento que, infelizmente, tive que parar de tocar para trabalhar e ajudar financeiramente a minha família. E essas “pausas” como baterista aconteceram outras vezes por outros motivos. Mas é isso, para um músico no Brasil, o importante é nunca desistir, dar uma pausa, mas nunca parar.

26) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Flávio Soares: Eu diria para essa pessoa que estude o máximo que puder, porque você não sabe o dia de amanhã, quando você talvez seja obrigado a dar uma pausa no seu sonho. E se isso acontecer um dia, sentirá a sensação de que fez tudo o que podia para alcançar o nível musical que está. Pratique o máximo que puder seu instrumento, conheça outros estilos de música além do que você gosta, estude muita teoria musical, conheça muitos músicos. Enfim, desde o início, considere sua rotina de estudos e tocadas como um trabalho, o qual você precisa cumprir horários e metas, ter disciplina, tentando sempre ser o melhor no que faz, sem jamais ser arrogante ou mentiroso para si mesmo, tornando-se assim, um profissional da música que as pessoas lembrarão de você quando surgirem boas oportunidades de trabalho.

27) RM: Quais os erros na metodologia do ensino musical?

Flávio Soares: Acho que o ensino musical não deve ser pautado na presa. O aluno precisa de tempo para digerir tudo o que está sendo passado a ele. Para que amadureça e aprenda de que forma ele quer se expressar através de seu instrumento. E essa é uma decisão só sua. Sem respeitar esse tempo de maturação, atropelando-se as fases básicas, vai formando-se um músico com pouca musicalidade e muita técnica. Não adianta ter muito conhecimento técnico se não sabe como usar isso em prol da música que você toca. É a mesma coisa que dar uma pistola para um chimpanzé. Ele terá um grande poder de fogo nas mãos, mas bem provavelmente não saberá para que serve.

28) RM: Apresente seu método para o ensino de Bateria?

Flávio Soares: Meu método de ensino de bateria é bastante simples e tem seu foco voltado mais para um raciocínio estratégico e um treino mental do que a prática do instrumento em si. O primeiro passo para um iniciante na bateria seria se dedicar, primeiramente, ao estudo de técnicas estratégicas para que mais para frente ele não sinta dificuldades quando começar a estudar técnicas mais avançadas, e assim, avançar etapas. Por exemplo, em vez de focar no estudo do single stroke, focar bastante no four stroke e na dinâmica, porque com isso vai facilitar muito o estudo do double stroke e paraddidle, além de proporcionar mais controle e expressão no instrumento.

O segundo fator importante que eu considero é o treino para adquirir a capacidade de mentalizar o que está tocando na bateria ou o que outros bateristas tocam e “enxergar” toda teoria musical por trás. Essa habilidade possibilita que, a partir da prática para a teoria, o aluno consiga, por exemplo, compor arranjos de bateria mentalmente ou até mesmo aprender a tocar uma música sem ter que praticar no instrumento. Antes de possuir um home studio, era complicado praticar bateria quando eu tinha vontade, ou mesmo quando surgiam ideias de arranjos e eu queria testar.

Por esse motivo tive que aprender a “praticar mentalmente” fazendo a conversão de tudo o que eu escutava de bateria para partitura, e com isso, quando sentava na bateria eu já tinha esquematizado tudo o que iria tocar, o que iria ou não funcionar, que tipo de técnica poderia ou não usar, quais arranjos caberiam ou não em determinado compasso, etc. Com essa habilidade, muitas vezes, quando tinha que aprender alguma música para ensaiar com o resto da banda e não tinha tempo de praticar na bateria, eu aprendia mentalmente a música e no ensaio conseguia toca-la sem grandes problemas. Por esses e outros bons motivos, incentivo muito os iniciantes na bateria dedicarem-se a sempre terem curiosidade de entenderem como é o que estão tocando em partitura. Isso faz toda a diferença.

29) RM: Como surgiu o conceito em que Bateria e o Baixo trabalham juntos? Já caiu em desuso esse conceito?

Flávio Soares: Desde quando comecei a tocar bateria já tinha em mente que o contrabaixo acompanhava a bateria, mas nunca soube ao certo de onde e quando surgiu essa ideia. Deve ter surgido com bandas experimentais como o rock progressivo e jazz das décadas de 50 e 60, como também pela necessidade de manter os graves e os agudos das instrumentais equilibrados, mas isso é o pouco que sei sobre o assunto.

Esse conceito chega a ser bastante relativo, principalmente hoje em dia, pois não necessariamente o baixo precisa acompanhar a bateria. Há uns anos surgiu uma nova vertente do rock/metal progressivo chamado de “Djent” que ilustra bem essa relativização. Nesse estilo musical não existe o contrabaixo, geralmente, a banda é composta por três pessoas: um baterista e dois guitarristas. E o que chama atenção é o fato das guitarras possuírem 8 cordas, ou até mais do que isso, aumentando a quantidade das cordas graves. Nisso, os guitarristas revezam entre tocar arranjos que seriam mais característicos do baixo e outros arranjos, como solos e bases de guitarra.

Assim, nota-se que os instrumentos atuam bastante livres, interdependentes, como se fossem solistas. O estilo é bem interessante, inclusive, existem ótimas bandas não só instrumentais, como também com vocais. Vale a pena conferir as bandas Vitalism e Animals As Leaders. 

30) RM: Quais os seus projetos futuros?

Flávio Soares: Em 2023, pretendo entrar em estúdio para gravar as baterias do álbum da banda Willessence. Atualmente, estamos finalizando o processo de pré-produção das dez faixas, para depois disso, começarmos a procurar um estúdio e produtor que atenda bem aos propósitos da banda. Depois desse álbum gravado, vou me dedicar a gravar vídeos de bateria para o canal no Youtube. De início, eu penso em fazer vídeos explicando como algumas partes das linhas de bateria foram pensadas e como são executadas. Acho vídeos desse tipo bem interessantes, porque você compreende como se dá o processo criativo do batera e isso ajuda muito a galera que está começando a tocar.

31) RM: Quais os seus contatos para os fãs?

Flávio Soares: (84) 99931 – 3496 |  [email protected]

| https://www.instagram.com/flaviopreface

| https://www.instagram.com/willessencemetal

| https://www.facebook.com/Willessence?mibextid=LQQJ4d

Canal Willessence: https://www.youtube.com/@willessencemetal2813

Willessence Live at Whiskritorio November 2019: https://www.youtube.com/watch?v=1oOVULLkhIM

Willessence – A Silent Place (Acoustic Version): https://www.youtube.com/watch?v=YTkTt3kD8O8

Willessence Live at special party … “Short takes”: https://www.youtube.com/watch?v=d2qKOZx0ABk

Willessence — Lost in your eyes: https://www.youtube.com/watch?v=0qL3rVbNkGQ

Willessence — Please god help me: https://www.youtube.com/watch?v=SKAK8kEirQ8

Willessence — Wonder of Madness: https://www.youtube.com/watch?v=mCDX6JGNQ7o

Willessence Ao vivo no Festival Garagem de Rua 06/04/2019 Show complete: https://www.youtube.com/watch?v=SjRfKatHgW4

Willessence – Power (Helloween cover) Festival The Monsters of Rock Parnamirim /RN: https://youtu.be/VIGkaRROlRY

Pássaro Unitário – Álbum Completo (Seja Justo Antes Que o Dia Acabe): https://www.youtube.com/watch?v=afzOJUzxjJ4


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.