O cantor, compositor, arranjador, flautista e violonista mineiro Eduardo Knaip estudou na FACMUS – Bauru – SP no curso de Artes com habilitação em música e estudou no CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical).
Eduardo Knaip toca Violão e Flauta Transversa. Participou de várias edições do Festival Internacional de música colonial brasileira e música antiga de Juiz de Fora – MG.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Eduardo Knaip para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 07.10.2024:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Eduardo Knaip: Nasci no dia 29/06/1958 em Durandé – MG. Registrado como Eduardo de Oliveira Knaip.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Eduardo Knaip: Principalmente pelo rádio, pela compra de vinil, amigos que tocavam algum instrumento. E era comum à noite tocar e cantar ao som do violão pelas ruas da cidade, sentado na calçada, no banco da praça. E tudo aconteceu de maneira natural e aos poucos surgiu o desejo de também saber tocar um instrumento e o violão era o mais perto.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Eduardo Knaip: Depois desse período informal, na década de 80 tive a oportunidade de estudar música na FACMUS – Bauru – SP, fiz o vestibular para Artes com habilitação em música. Também estudei Violão numa filial do CLAM (Centro Livre para Aprendizagem Musical) dirigida pelo Zimbo Trio.
Já na década de 90, participei de várias edições do FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA COLONIAL BRASILEIRA, em Juiz de Fora – MG. Aulas de violão com Turíbio Santos, flauta com Odette Ernest Dias.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Eduardo Knaip: Desde o cancioneiro popular, elementos da música folclórica como a Folia de Reis, compositores da hoje chamada MPB e os músicos do Clube da Esquina: Milton Nascimento (Bituca), Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta, Tavinho Moura, enfim… todo o time.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Eduardo Knaip: A atuei mais na área do ensino e nos anos 90 participei de alguns festivais da canção.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
Eduardo Knaip: Participei da gravação de quatro álbuns quando participei do festival de Juiz de Fora – MG, lá era gravado o CD com músicas coloniais, participei do coro do festival.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Eduardo Knaip: Acredito que meu modo de ser tem muito do Clube da Esquina, por ter os discos, por ouvir e compor seguindo este estilo que ficou conhecido como música mineira. Percebo também influência da Folia de Reis, por participar de um grupo de foliões.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Eduardo Knaip: No festival de Juiz de Fora – MG, por participar do coro do festival, antes de começar a ensaiar as músicas, tinha o aquecimento vocal e exercícios para as vozes, e fiz regência coral, então esses cuidados com a voz me acompanham.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Eduardo Knaip: Primordial, pois a voz é nosso primeiro instrumento e se der problemas pelo mau uso, não tem como comprar outro. O cuidado para não perder a característica vocal, ou seja, por ser muito técnico ao cantar, a voz da gente ficar comum sem identidade.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Eduardo Knaip: Volto ao pessoal da Clube da Esquina: Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Tavinho Moura.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Eduardo Knaip: Sempre que leio uma poesia, ou um texto qualquer e se me identifico com o poema, passo a procurar uma melodia para vestir o poema. Tem vezes que ao ler, a melodia já vem sendo cantada em minha mente, como se alguém estivesse cantando para mim, (nada sobrenatural), apenas intuição. Preciso ter a identificação com o texto como se fosse escrito por mim. Mas, já musiquei poemas a pedido do autor.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Eduardo Knaip: Hoje em dia com as redes sociais ampliaram muito: tem Guerá Fernandes que é um poeta de Durandé – MG e toda vez que ele lançava um livro, musiquei poemas dele para o lançamento do livro.
Sônia Anja, de Porto Alegre – RS, não a conheço pessoalmente, mas tenho várias canções em parceria. Eu a conheci através do Clube Caiubi de Compositores. Em Portugal, a poetisa Etelvina Gonçalves, que também conheci no Clube Caiubi. E Cosme Elias que hoje vive em Portugal, estamos sempre em contato, o Cosme também é mineiro de Manhuaçu e temos várias composições em parceria, que inclusive estão no YouTube da vida. E com Marília Abduani, de Piedade de Ponte Nova, MG uma poetisa sensacional que tem parceria com meio mundo inclusive com Marcus Viana, compositor de temas para novela, como Pantanal. As poesias de Marília já são músicas prontas.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Eduardo Knaip: Acredito que todo mundo depende, ser independente é quase impossível, mas entendo a pergunta, estar fora de uma gravadora, de ir em busca de tudo, mas sempre estamos envolvidos com outras pessoas. Uma ajuda dali e outra de cá… e vamos em frente.
14) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Eduardo Knaip: A internet é a grande tábua de salvação. Não prejudica em nada, pelo contrário. Sabendo usar é tudo de bom.
15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Eduardo Knaip: Maravilha ter um home estúdio! De certa forma democratizou a possibilidade de gravar, antes impensável para a maioria de todos nós. Só vejo vantagens.
16) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Eduardo Knaip: Não me preocupo, pois faço as composições, divulgo na internet, canto aqui em casa, e vamos indo. A música é assim, o fazer musical.
17) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Eduardo Knaip: Como professor de música entendo que a música é para todo mundo, claro existem pessoas que conseguem ser mais musicalmente que outras, mas se você quer aprender a tocar um instrumento, a cantar, vá em frente. E se existe alguém que toca mais, que canta mais, parabéns pra ele, eu também quero dar o meu recado.
18) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical? Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois? Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Eduardo Knaip: Vou falar das 3 questões acima. Percebo que improvisar é como falar sobre um assunto, então tenho que dominar esse assunto para não falar besteira. Para isso tenho que de alguma forma conhecer sobre essa linguagem, estudando ou empiricamente.
19) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Eduardo Knaip: Estudei Harmonia Funcional no CLAM (Centro Livre para Aprendizagem Musical), depois tive aulas on-line com Ian Guest e em seus livros. Eu sempre quis estudas Harmonia. Mas é preciso estar atento a espontaneidade do fazer musical.
20) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Eduardo Knaip: Tudo indica que é preciso pagar para tocar nas rádios de grande audiência, os artistas famosos pagão para ir tanto nos programas de TV como nas principais rádios do país.
21) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Eduardo Knaip: Organize-se, música é arte e profissão, não fique pensando que você é um ser iluminado por tocar, por cantar, seja fiel ao seu estilo no sentido de passar uma verdade para quem te escuta, mas organize-se.
22) RM: Festival de Música revela novos talentos?
Eduardo Knaip: Existem muito festivais pelo país, é uma oportunidade para colocar sua música, conhecer outras pessoas, e se envolver com o fazer musical. É uma possibilidade de se mostrar musicalmente. E com isso se revelar para os outros.
23) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Eduardo Knaip: Música também é um produto que se investe e com isso se quer retorno financeiro e a mídia faz bem isso. Não está preocupada em talentos e sim se vai ter retorno financeiro.
24) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Eduardo Knaip: Não tenho contato com essas organizações, mas vejo que desempenham um ótimo papel no cenário musical brasileiro, e muitos artistas são beneficiados por projetos do SESC, etc.
25) RM: Quais os seus projetos futuros?
Eduardo Knaip: Estou organizando minhas composições, escrevendo as partituras, gravando em meu estudio, e aos poucos colocando em meu canal.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Eduardo Knaip: Instagram: https://www.instagram.com/eduardoknaip
Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100085919107754
Canal: https://www.youtube.com/channel/UC_Tyq4jqxWh-Gpc3MsbvYrw
Olhos de Nada – Choro – Canção: https://www.youtube.com/watch?v=i4JI7SawMJk
Sarapalha – Eduardo Knaip & José Carlos Souza: https://www.youtube.com/watch?v=Bhx5GkS02RQ
Primavera em seu olhar -Eduardo Knaip e Cosme Elias: https://www.youtube.com/watch?v=neeXZhc9Agw
Eduardo Knaip: https://soundcloud.com/eduardoknaip
Adorei a combinação desse artista de ser cantor, compositor, arranjador, flautista e violonista! Gostei da entrevista que como sempre foi bem conduzida.
Muito boa de se ler, essa entrevista.