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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

DJ Boca do Comunidade Carcerária

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DJ Boca é integrante do grupo de RAP Comunidade Carcerária, grupo que iniciou a sua trajetória como DJ em muitas apresentações e foi crescendo seu interesse em desenvolver suas aptidões artísticas e iniciou seus estudos nos toca discos.

Esta vivência inicial aconteceu em oficinas de música e poesia, desenvolvidas no Espaço Cultural GR2C, com a participação da mestra Patrícia Poeta e os MC’s WO e FW fundadores do grupo Comunidade Carcerária e oficineiros do projeto.

O DJ Boca influenciado por KL-Jay, DJ e fundador do grupo Racionais MC’s buscou inspiração nos mais diversificados ritmos e estilos musicais, criando assim uma forma única para se expressar de forma artística musical. Com essa bagagem e inspiração pretende repassar seus conhecimentos nas oficinas imersão musical disponibilizando a vivência de manusear os equipamentos, aprender sobre seus recursos e sua funcionalidade.

Fora da música tem formação: Técnico em Segurança do Trabalho – Senac – 2007 e na música fez o curso de DJ para iniciantes – Segredos do DJ e Jayboo Music. Fez participação no Território Hip Hop 2021; no Território Hip Hop 2022; Mês do Hip Hop Março de 2023; Participação no Território Hip Hop 2023.

O DJ Boca adquiriu experiências como DJ do grupo Comunidade Carcerária desde 2017; Arte Educador no Projeto de Inclusão para Pessoas com Deficiência através da discotecagem desde 2021; Discotecagem na Festa da Consciência Negra 2022 no Espaço Cultural GR2C; Artista Educador no Programa Território Hip Hop 2022 na CCM Hip Hop Sul; Festa do Programa o Rap Está Vivo 1°,2°,3°,4°,5°,6°, 2023; Sarau do Calamari 06/2023; Show Palestra na fundação Casa Feminina – Mooca 07/2023; Diretor organizador produtor e apresentador do Programa Comunidade RAP que vai ao ar todas as terças as 18h na www.radiopremiere.com.br  desde 2023.

Segue abaixo entrevista exclusiva com DJ Boca para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 22.04.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

DJ Boca: Nasci no dia 24/10/1984, sou da Vila Joaniza que fica na zona Sul de São Paulo. Registrado como Marcelo Marcos Gonçalves.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

DJ Boca: Em 1998 foi meu primeiro contato com a música RAP, quando ganhei meu primeiro CD do Racionais MC’s que tinha as músicas: Homem na Estrada, Vamos Passear no Parque, me identifiquei com o estilo musical que representava o que vivia naquela época na periferia da zona sul de São Paulo que tinha muita opressão e Violência.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

DJ Boca: Formei-me em 2006 como Técnico em Segurança do Trabalho e atuei por algum tempo na área. Em 2021 comecei meus estudos e pesquisas como DJ e hoje desenvolvo diversos trabalhos como DJ.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância? 

DJ Boca: Minhas influencias músicas no passado foram: Racionais MC’s, RZO, Sabotage, Expressão ativa, Realidade Cruel, Facção Central dentre outros e também gostava de ouvir MPB, Reggae.

Nos dias de hoje o Funk deixou de ter importância pelo fato de muitas vezes em suas músicas não trazer uma mensagem passando uma visão verdadeira, mas a maioria das músicas só falam de putaria e apologia ao crime.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira de DJ?

DJ Boca: Em 2022 comecei atuar como DJ no Espaço Cultural GR2C com o grupo Comunidade Carcerária, eles tinham todo o equipamento, mas não tinha um DJ, e sempre acompanhei o grupo em várias apresentações e o MC FW Guerreiro da Paz e o Jean Reis sempre falavam que eu tinha que ser o DJ do grupo, nunca levei muito à sério em assumir essa responsabilidade.

Já no final de 2021, após assistir a uma apresentação do DJ Kl Jay dos Racionais MC’s, despertou meu interesse em aprender mais sobre a profissão e equipamentos que são utilizados pelo DJ, desde então comecei a me dedicar e estudar sobre e em 2022 comecei a fazer parte do grupo Comunidade Carcerária e a partir daí comecei a desenvolver várias outras atividades como DJ.

Uma vez por semana tenho vivências para realizar no Espaço Cultural GR2C e sou apresentador do programa Comunidade RAP que vai ao ar todas as terças-feiras na www.radiopremiere.com.br  a partir das 18:00, também nestas atribuições sou Artista Educador no Programa Território Hip Hop e DJ residente do Espaço Cultural GR2C.

06) RM: Quais motivos levaram você escolher o repertório RAP?

DJ Boca: Os motivos que me fizeram escolher o Hip Hop é que sempre curti RAP e foi um ritmo musical que me identifiquei muito e via a necessidade de trazer de volta a essência daquelas festas que fizeram sucesso nos anos 90 e início dos anos 2000 e que hoje não tem muitas músicas desse tempo tocando nas festas que eu frequentava e acabei me dedicando em me especializar meu repertório com as músicas do RAP nacional que fizeram sucessos nos 90 e início dos anos 2000.

07) RM: Como você escolhe o seu repertório?

DJ Boca: Em meu repertório procuro escolher de acordo com o público da festa, procurando direcionar as músicas que o público está curtindo na pista. Exemplo, se tem uma galera que curtia as festas dos anos 90 procuro focar nesse repertório, quando é uma galera da batalha de rima procuro escolher mais um Trap, Dril que também são vertentes que fazem parte do RAP nacional.

08) RM: Você é colecionador de disco?

DJ Boca: Não.

09) RM: Qual a importância do colecionador de disco?

DJ Boca: O colecionador de disco é de suma importância, pois ele traz consigo toda uma história através daqueles discos sendo muitas vezes alguns exemplares somente os colecionadores possuem e mostra o quanto é importante.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

DJ Boca: Admiro diversos cantores em vários seguimentos musicais: Mano Brown, Edi Rock, Pateta Código 43, Nocivo Shomon, Fabio Brazza, Raul Seixas, Gilberto Gil, Two Pac e mais uma diversidade de artistas.

11) RM: Apresente seu set up equipamentos.

DJ Boca: Nas minhas vivencias e apresentações utilizo uma DDJ pioner, Fone de ouvido, um Microfone, um Notebook e duas caixas de Retorno.

12) RM: Quais são seus principais equipamento para começar a função de DJ?

DJ Boca: Meus principais equipamentos são: controladora, Notebook, Fone de Ouvido, Retorno e Microfone.

13) RM: Quais as diferenças de entre usar um notebook como tocador de mp3 através de um programa como toca discos e os próprios toca discos?

DJ Boca: Existe uma diferença, pois com um notebook e uma controladora se tem mais facilidades em executar alguns recursos que somente com as tocas discos e um mixer seria mais difícil de executá-los.

14) RM: Quais os melhores periféricos e indispensáveis para o DJ?

DJ Boca: Cada DJ tem sua preferência de periféricos, eu gosto de tocar com DDJ SR2 da Pionner e o Cerato Dj pro que me oferece diversos recursos para que eu possa fazer uma boa performance durante os Shows com o grupo Comunidade Carcerária e também nas minhas apresentações que realizo.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

DJ Boca: Continuar desenvolvendo esse trabalho de palestras, shows, oficinas, vivencias, discotecagem e transmissão do programa na rádio web. E continuar melhorando e se profissionalizando através de estudos cursos, palestras para que no futuro possa ser reconhecido dentro do cenário do RAP nacional, não apenas como um DJ, mas como uma pessoa que fez o que aprendeu com o RAP que foi o resgate e levar a mensagem onde for necessário.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira de DJ?

DJ Boca: Utilizo das minhas redes sociais e também as redes sociais de amigos que acreditam no trabalho que desenvolvo que é até mais importantes, pois através da divulgação que eles realizam meu trabalho tem chegado a lugares que eu jamais imaginava levando o RAP.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira de DJ?

DJ Boca: Esse lance de internet é uma parada muito louca, pois se você souber utilizá-la da forma correta é uma das melhores ferramentas, pois através da mesma conseguimos fazer o trampo chegar do outro lado do mundo e é um ponto positivo.

Porém infelizmente existem diversas pessoas que fazem o uso da internet de uma forma errada, com informações falsas para todos que estão nessa corrida do resgaste. Na grande maioria das vezes por mais que utilizamos a internet da forma correta muitos não apoiam nosso trabalho e ainda tem a capacidade de julgar o que fazemos.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

DJ Boca: Temos vantagem com o home estúdio, pois não temos acesso e condições de arcar com um estúdio profissional. Mas quando um produtor musical experiente masterizar e mixar e até faz um sample ou criar um beat e quando conseguimos juntar todos esses elementos o som ganha vida, uma melodia e é essência que faz toda diferença.

19) RM: O que você faz efetivamente para se diferenciar como DJ e dentro do seu nicho musical?

DJ Boca: Procuro sempre ser eu mesmo e ser o melhor profissional enquanto ali estou desenvolvendo minhas atividades ou meu trampo, pois como DJ, além de ser o DJ do grupo Comunidade Carcerária, quando estou como DJ em um evento como o RAP Está Vivo, Batalha do Kaos, Podcasts Espaço D’Elas Eles por Elas procuro ser o mais profissional possível para garantir a melhor qualidade possível para todos sem diferença de A ou B, e dessa forma venho tentando me diferenciar.

20) RM: Como você analisa o cenário musical para o DJ no RAP. Em sua opinião quais os DJs foram as revelações nas últimas décadas e quais regrediram?

DJ Boca: No cenário musical tem espaço para todos os DJ, pois cada um tem seu estilo musical para discotecagem. No cenário do RAP além de inspiração, eu vejo o DJ Kljay do grupo Racionais MC’s, e sobre outros DJ seria complicado falar algo e dessa forma estaria sendo infeliz em qualquer colocação que fizesse.

21) RM: Quais os DJs já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

DJ Boca: São vários DJs, mas seria até injusto citar nomes, pois iria deixar alguns consagrados e vários do anonimato de fora da lista, pois falando em (Rap Anonimato) você está maluco, tem cada DJ que faz trabalhos dignos de troféu, porém não são reconhecidos e nem mesmo tem uma oportunidade de mostrar seu trampo.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

DJ Boca: Nossa são várias situações que algumas se contar parece até brincadeira, vou citar três situações que já passei: MC sem pendrive para tocar o som só com celular e na metade da primeira música dele o celular recebe uma ligação na hora da apresentação e ele olha para mim como se fosse eu que estivesse ligando para ele (risos).

DJ que veio no Espaço Cultural GR2C para tocar apenas para um grupo e depois queria discotecar durante toda a festa (risos).

MC que veio se apresentar e queria apresentar repertorio de 45 minutos sendo que o tempo era de 15 minutos para cada um durante a realização do evento (risos).

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira de DJ?

DJ Boca: O que me entristece, são algumas críticas ou comentários que vêm para nos entristecer, eu procuro o lado positivo da crítica e usar como motivação. E o que mais me deixa feliz são os Feedbacks positivos que recebo e sei que as pessoas que me passam são verdadeiras em seus comentários.

24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira como DJ?

DJ Boca: O que irei falar agora não é só para quem quer trilhar uma carreira de DJ, se você tem um sonho para realizar lute, acredite e persista, pois se você não acreditar na sua capacidade de fazer, ninguém fará por você, todo sonho é possível de se realizar, basta você acreditar em si mesmo.

25) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

DJ Boca: A cobertura feita pela grande mídia é muito precária, pois muitas das vezes um DJ só é reconhecido quando está presente com alguém renomado no cenário musical.

26) RM: Você acha que o DJ tomou o lugar do músico ou banda?

DJ Boca: Não, pois cada um é importante dentro do seu espaço para uma apresentação profissional, pois cada um tem o seu momento de aparecer e mostrar um pouco do seu trabalho. O MC tem o espaço dele, o DJ também tem sua vez de mostrar seu trabalho, a banda também tem e todos eles juntos irão fazer a diferença.

27) RM: Quais os seus projetos futuros?

DJ Boca: Meus Projetos futuros é continuar como DJ do grupo Comunidade Carcerária, manter nosso Espaço Cultural, pois sem a existência desse espaço hoje eu não seria DJ. E dar continuidade nas minhas vivências de DJ e de palestrante.

28) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

DJ Boca: (11) 98986 – 9130 | https://www.instagram.com/djbocacomunidadecarceraria 

Canal: https://www.youtube.com/@comunidadecarceraria-ofici7360 

O Prisioneiro da Grade de Ferro – completo: https://www.youtube.com/watch?v=UgL5zUKn_LY 

COMUNIDADE CARCERÁRIA 2018(22 ANOS DE RESISTÊNCIA: https://www.youtube.com/watch?v=JgmK9nmT1pU

200km h na contramão – Álbum visual: https://www.youtube.com/watch?v=VXF0sFP4QDo 

Comunidade Carcerária na Fábrica de Cultura no Jardim São Luís: https://www.youtube.com/watch?v=_lHwI97qtEs

Pocekt Show Escola Maria Luiza: https://www.youtube.com/watch?v=yz-hlBrNyGA 

Vivência de MC e DJ no Espaço Cultural GR2C: https://www.youtube.com/watch?v=A3w4L92fsxQ


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.