More Darwinson de Melo »"/>More Darwinson de Melo »" /> Darwinson de Melo - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Darwinson de Melo

Darwinson autor Washington Mello3
Darwinson autor Washington Mello3
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O cantor, compositor, poeta, instrumentista, produtor goiano Darwinson de Melo é inventor do “Contrabaixolão”: instrumento de 8 cordas, que une baixo e violão.

Com três discos lançados, já tocou ao lado de Hermeto Pascoal, Toninho Horta e outros grandes, além de ter parcerias com Paulinho Pedra Azul, José Miguel Wisnik e Roberto Riberti. Ganhou 49 prêmios em Festivais de Música pelo país e já se apresentou em lugares como SESC Pompéia/SP, Sala Clamores/Madrid-Espanha, Teatro Dragão do Mar/Fortaleza-CE, entre outros.

Começou a tocar flauta-doce aos 6 anos e aos 8 anos de idade, adotou o violão como instrumento principal. Músico autodidata começou a se apresentar regularmente em Goiânia – GO no “Pátio Verde”, Bar de seu padrasto, o radialista e apresentador de TV, Silvio Medeiros. Sua mãe Darci Silva, eleita Rainha do Rádio de Goiás em 1964, teve grande influência em sua musicalidade, além de seu tio Pedro Saloimã Mello, um dos primeiros sambistas de Goiás, década de 40. Ex-acadêmico de Ciências SociaisUniversidade Federal de Goiás, continuou seu interesse pelas questões sociais e filosóficas, além da preocupação estética lítero-musical já existente em seu trabalho, valorizando sua brasilidade e ao mesmo tempo, antenado com as inovações e tendências do mundo em que vive.

Seu primeiro CD – “Voo dos Sons”, foi gravado em Fortaleza – CE, cidade onde morou de 1997 a 2001, patrocinado pelo governo cearense, graças a atitude de um dos maiores músicos do Brasil e do mundo: Hermeto Pascoal, que ao encontrar Darwinson se apresentando em uma casa de shows no dia 10/09/1998, em Fortaleza – CE, subiu ao palco e com sua Escaleta, o acompanhou durante quase uma hora. Quando terminou sua participação inusitada, fez um pedido ao público presente, dentre eles, funcionários e representantes da cultura local, que patrocinassem o músico, além de lhe fazer vários elogios. No ano seguinte, Hermeto Pascoal parou seu show no Teatro de Arena do Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza, por 5 minutos, para que seu público ouvisse Darwinson, que estava tocando perto do teatro, numa casa de shows. Posteriormente, lhe convidou para participar de dois shows seus, um em Fortaleza, ano 2000 e outro em Pirenópolis – GO, em 2001.

Além de Hermeto, Darwinson teve seu talento reconhecido por outros grandes músicos como, Toninho Horta que o chamou para algumas participações em shows, João Bosco, que além de ceder a abertura de seu show ao músico em Goiânia-GO em 1992, anos depois, citou o compositor goiano em sua entrevista a um jornal “O Popular”  de Goiás em 7/10/1999.

Seu trabalho é voltado para a música popular brasileira e outras influências, com grande diversidade rítmica e sonora, como o baião, samba, embolada, bossa-nova, funk, regaae, valsa-brasileira, afoxé, blues e outros, além da fusão desses ritmos. Suas letras abordam diversos temas urbanos, existenciais, amorosos, sociais e prima pela estética poética e preocupação com os valores culturais de seu país.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Darwinson de Melo para a www.ritmomelodia.mus.br  , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.04.2017:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Darwinson de Melo: Nasci no dia 06.11.1967, em Goiânia-GO. Registrado como Darwinson de Melo Rocha.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música?

Darwinson de Melo: Foi no ventre de minha mãe, pois ela cantava para mim todos os dias e colocava música clássica para eu ouvir. Isso deu certo, pois quando eu tinha sete anos de idade, meu programa de TV favorito era “Concertos Para a Juventude” (http://globotv.globo.com/rede-globo/memoria-globo/v/concertos-para-a-juventude-1965/2903109/).

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?

Darwinson de Melo: Sou músico intuitivo. Daqueles que não estudou nem teoria sozinho. Apenas recebi uma aula de um primo, o Dison, que me ensinou três notas: Ré, Lá e Mi, e a música “A Praça” (https://www.youtube.com/watch?v=fml9desBc8s)

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Darwinson de Melo: Quando criança, eu fui influenciado pela minha mãe, Darci da Silva, que foi cantora por 15 anos e foi coroada rainha do rádio de Goiás em 1964 e parou de cantar em 1965. Ela catava enquanto limpava a casa ou fazia comida, além dos LPs de Elizeth Cardozo, Altemar Dutra, Silvio Caldas, Elvis, Ray Charles, Frank Sinatra, entre outros. Aos 14 anos eu virei nacionalista e só ouvia Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Djavan, Gilberto Gil, João Bosco, além do samba e choro que todos os dias tocavam lá em casa. Eu morava num bar chamado “Pátio Verde”, de meu padrasto Silvio Medeiros, radialista e compositor, que recebia os melhores músicos de Goiânia para um lindo sarau. Nessa época comecei a compor, mas parei de jogar fora minhas músicas aos 19 anos de idade. Eu era muito exigente comigo mesmo. Na fase adulta, me apaixonei pelo Clube da Esquina e Toninho Horta, esse gênio que ficou meu amigo mais tarde. Nenhuma influência deixou de ter importância para mim.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira profissional?

Darwinson de Melo : Com quatorze anos de idade comecei a cantar nesse bar “Pátio Verde”, do meu padrasto e não parei mais.

06) RM: Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que entraram no gosto do seu público?

Darwinson de Melo: Tenho três CDs: CD – “Voo dos Sons” em 2000; CD – “Força de Pétala” em 2005 e CD – “Natureza” em 2016 e tive participações ótimas especiais, como: Toninho Horta, Arismar Do Espírito Santo, Jorge Helder, Marcelo Martins, François Lima e Walmir Gil, Celso Viáfora, Nilson Chaves, Marcelo Barra, Rudi Berger, Adelson Vianna, e muitos outros. Além de parcerias com Paulinho Pedra Azul, José Miguel Wisnik, Roberto Riberti e outros. O perfil musical de todos os meus discos sempre foi a música popular brasileira na sua diversidade e fusões de outros ritmos estrangeiros.

07) RM:  Como você define o seu estilo musical?

Darwinson de Melo: Um estilo bem brasileiro, com muita diversidade rítmica e fusões com ritmos estrangeiros.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Darwinson de Melo: Só com a minha mãe, que também não estudou e observando meus colegas. Recebi aulas num show de Edson Cordeiro, em que ele ensinou ao público como aquecer a voz antes de cantar e depois recebi toques de amigos.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Darwinson de Melo: É fato que sem o básico pelo menos, arriscamos a perder esse bem (a Voz). Acho que sei somente o básico.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Darwinson de Melo: Sara Vaughan, Milton Nascimento, Elis Regina, Vânia Bastos, Agostinho dos Santos, Ed Motta, entre outros. Dentre os compositores que cantam a sua própria obra: Milton Nascimento, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc, Guinga, Toninho Horta, Paulo Cesar Pinheiro, Gilberto Gil, Djavan, Tom Jobim, e muitos outros.

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Darwinson de Melo : Comecei aos 14 anos de idade e parei de jogar fora minhas composições com 19 anos, quando fiz o samba “Efêmera Beleza”. Componho de diversas formas: começo pela letra, começo pela música (melodia), os dois ao mesmo tempo, etc. Mas, sempre começa por uma inquietação advinda de um estado de espírito que não sei explicar, mas sei que vai acontecer música.

12) RM : Quais são seus principais parceiros de composição?

Darwinson de Melo: Paulinho Pedra Azul, José Miguel Wisnik, Roberto Riberti, Beatriz Azevedo, Ricardo Silvestrin, entre outros. Mas, tenho poucas músicas com parceiros.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Darwinson de Melo: É mais difícil se lançar no mercado pela mídia, mais difícil distribuição, tudo se torna mais difícil e quase impossível, por conta do jabá (pagar para ter as suas músicas tocadas nas rádios) e do vício das rádios em favorecer os “jabazeiros” e gravadoras. Mas, podemos ficar mais livres na área estética, sem ninguém para ficar nos obrigando a fazer o que a gente não quer. Dá mais liberdade artística.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira musical dentro e fora do palco?

Darwinson de Melo: Procuro fazer o que me vem na alma, no que acredito como beleza e verdade e me preocupo pouco com o que os outros pensam do meu trabalho. Divulgo o que posso via internet e confesso que ultimamente tenho poucas matérias em jornais, acho que “desenturmei” com os jornalistas. No palco, sou perfeccionista com som, equalização, etc e tento ser o mais verdadeiro possível. Não faço tipo, sou eu mesmo sempre.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você prática para desenvolver a sua carreira?

Darwinson de Melo: Investi em estúdio, para cuidar melhor dessa parte técnica de gravação e quando posso, faço banners, cartazes e outros, onde faço shows. Venho fazendo parcerias com leis de incentivo municipais e estaduais e pretendo usar outras leis de incentivo.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Darwinson de Melo: A internet ajuda muito na divulgação e também foi responsável pela diminuição das vendas de CDs. Espero que em breve, o comércio de vendas de músicas via internet fique rentável e substitua bem o comércio de CDs e DVDs.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia  de gravação (home estúdio)?

Darwinson de Melo: Esse avanço foi primordial para democratizar o acesso a nossas carreiras foi excelente. Claro que nas grandes gravadoras, se consegue resultados um pouco superiores na qualidade técnica, mas não chega a ser uma coisa gritante ou muito superior. Em alguns casos, o home estúdio, vem dando um baile nas gravadoras, por conta do talento de uns poucos.

 18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Darwinson de Melo: Tento ser eu mesmo, somente.

19) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Darwinson de Melo : O cenário é péssimo! A lista das músicas mais executadas nas rádios, ano após ano, só tem piorado! O sertanejo universitário domina! Músicas de péssima qualidade em todos os sentidos. Isso é um processo que começou na época em que as grandes gravadoras tinham força. Elas viram nesses sertanejos, potenciais de realizar contratos mais injustos, “explorativos” e custos bem pequenos de produção, com retornos maiores de ganhos. Os sertanejos topavam assinar péssimos contratos, se sujeitando à exploração. Claro, havia toda essa demanda das classes pobres ascendentes, o êxodo rural para às grandes cidades e empresários seguiram em seus planos. Poucos artistas foram relevados nas últimas décadas, como: Chico César, Lenine, Moska, Zeca Baleiro, Ed Motta, Marisa Monte, entre outros. Todos não tiveram o sucesso dos seus antecessores, que desfrutavam de muito prestígio da mídia, antes da década de 90. Prefiro não falar quem regrediu.

20) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Darwinson de Melo: Sara Vaughan, Milton Nascimento, Elis Regina, Vânia Bastos, Agostinho dos Santos, Ed Motta,Milton Nascimento, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc, Guinga, Toninho Horta, Paulo Cesar Pinheiro, Gilberto Gil, Djavan, Tom Jobim.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Darwinson de Melo: Tenho 32 anos de carreira, então já tive todas as situações que você citou. Mas, a mais inusitada delas, foi tocando em um bar em Fortaleza – CE, um cliente me pediu para cantar “Amarelo Deserto”. Após várias perguntas que eu fiz, ele me cantou um trecho assim: “Amarelo deserto e seus temores…”, (risos). Ri demais! Era “Oceano” do Djavan.

Agora, a melhor, foi quando Hermeto Pascoal invadiu meu palco, no Bar Caros Amigos em Fortaleza – CE, e tocou comigo por mais de 40 minutos e pediu para o público para me prestigiar sempre e disse muitos elogios, pedindo para a Secretaria da Cultura de lá me patrocinar um CD. E ele conseguiu! No ano seguinte, ele me convidou para eu lançar o CD num show dele, ele jogou o CD para plateia e tocou duas de minhas músicas. No outro ano ele parou o show dele por cinco minutos para o público do Teatro Dragão do Mar, que era aberto, me ouvir cantando num bar que estava próximo. Elogiou muito e após o show, foram me pedir autógrafos. Hermeto ainda me convidou para eu participar de um show dele no outro ano em Pirenópolis – GO, mais uma vez tocando minhas músicas. Tenho esse último gravado e disponível no www.youtube.com. É só digitar Darwinson e Hermeto.

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Darwinson de Melo: Mais feliz, seria ver a minha verdade, que se encontra nas melodias e letras que faço, alterando para melhor a vida das pessoas, passando minha sensibilidade, alertando pras armadilhas do mundo ou mesmo protestando contra o que há de errado na sociedade. O que me deixa mais triste é esse monopólio de pagar o jabá para ter uma música tocando no rádio, que foi instituído na nossa mídia, que impede os verdadeiros artistas de divulgarem seus trabalhos na mídia.

23) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Darwinson de Melo : Em Goiânia tem muita gente boa aqui! Tem João Caetano, Gustavo Veiga, Gustavo Ribeiro, Bororó, Grace Carvalho, Nilton Rabello, Laércio Correntina, entre outros.

24) RM: Você acredita que as suas músicas tocarão nas rádios sem pagar o jabá?

Darwinson de Melo: Minhas músicas tocam nas rádios alternativas ou algumas do governo ou instituições federativas. São muito poucas.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Darwinson de Melo: Faça isso! Vai fundo! Desenvolva autocrítica e pesquise! Respeite os que vieram antes de você e aprenda com eles! Pegue a estrada! Não pense em sucesso e faça o que teu coração manda!

26) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Darwinson de Melo: Participei de muitos Festivais de Música. Não sei quantos, mas sei que ganhei 49 prêmios e muita experiência com eles. São ótimos para divulgar o artista, mas hoje, em pequena escala. É mais uma porta, que já foi muito grande no passado e hoje está menor. São imprescindíveis para novos compositores! Foi num Festival que fiz amizade com Toninho Horta, que estava no júri e me disse a que a minha música “Caneta e Papel” era a preferida dele no evento! Os shows que fiz em Sampa (São Paulo) na década de 90, só aconteceram por causa do meu sucesso nos Festivais. A gente tem que mostrar a “cara” em outros lugares e assim vão pintando amizades e convites para shows. Além de parcerias musicais e muito aprendizado.

27) RM: Fale como foi a experiência profissional de se apresentar em Madrid? Fez show em outras cidades na Europa?

Darwinson de Melo: Minhas músicas chegaram a Lisboa – Portugal, Atlanta – Geórgia – EUA, Paris – França, Barcelona – Espanha e outras cidades através de rádios. Começou em 2001 e em 2010 na Espanha. Madrid – ES foi uma das melhores experiências para mim, em termos de realização individual. Público ávido e aberto para minha música. Muito respeito e admiração, difíceis de ver por aqui no Brasil. Os europeus amam nossa música! Nunca fui tão bem tratado em toda a minha vida!

28) RM: Qual a sua relação pessoal e profissional com Pedro Moreno?

Darwinson de Melo: Antes dos shows que fizemos, era só amizade virtual. Admiração mútua e bons planos. Agora somos amigos. Foi lindo cantar com ele!

29) RM: Qual a sua relação pessoal e profissional com Jack Lima?

Darwinson de Melo: Somos amigos virtuais ainda. Espero que possamos virar amigos ao vivo (risos).

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela mídia da cena musical brasileira?

Darwinson de Melo: São mercenários que não primam pelo belo ou pela verdade. Querem apenas ganhar dinheiro, não se importando com o compromisso cultural e estético que lhes é devido, por serem detentores de concessões federais, que exigem essa contrapartida e que não é cumprida conforme a lei. São foras da lei.

31) RM: Quais os prós e contras de tocar com o Contrabaixolão? 

Darwinson de Melo: Eu não desenvolvi a técnica que os violonistas aplicam no Violão de 7 Cordas (Os Chorões) para tocar o Contrabaixolão. A técnica que uso é a de um violonista que ao mesmo tempo faz a marcação do Baixo. Dá pra fazer praticamente o básico no Baixo no Contrabaixolão que tem 8 cordas. Determinadas músicas ficam melhor com ele, pois lhe dá sincronia perfeita, mas na maioria das músicas fica melhor com um baixista tocando, afinal são 10 dedos a mais. Eu crie o Contrabaixolão e suas cordas têm quase a mesma espessura! Pouquíssima coisa a menos e são de nylon (www.youtube.com/watch?v=sOk_BdmJwrM).

32) RM: Apresente seu contrabaixolão de 8 cordas.

Darwinson de Melo: O contrabaixolão 8 cordas é um instrumento que inventei em 2006. Antes eram 4 cordas de contrabaixo e 4 de violão. Hoje são 5 cordas de baixo e 3 de violão. Tem a mesma afinação das 6 cordas do violão, sendo de da 4ª à 6ª são uma oitava abaixo (mais graves), acrescendo-se a sétima corda em Si (B) e a oitava em Sol (G). Possui captadores distintos para cada instrumento: um para o baixo e outro para o violão, com saídas diferentes para melhor controle de equalização, efeitos e dinâmica.

33) RM: Quais os prós e contras do seu contrabaixolão de 8 cordas?

Darwinson de Melo: Prós: sincronismo maior entre o Baixo e o Violão, maior independência, pois é um instrumento a menos para ensaiar com a banda e uma despesa a menos também com cachê, transporte e estadia. Contra: limitação de dedos e possibilidades de arranjo, menos diversidade de timbres.

34) RM : Você que constrói seu contrabaixolão de 8 cordas?

Darwinson de Melo: Eu apenas projetei, desenhando as formas e funções e meu luthier, José Dias construiu. A parte elétrica eu mesmo instalei. O grande lance está nas cordas que são de nylon, diferentemente das dos Contrabaixos normais, que são de aço. Isso permite que o tamanho do braço do instrumento seja o mesmo do Violão e não precise de entortar os trastes para acompanhar a afinação, como acontece nos instrumentos europeus, que usam a escala do Baixo que é um pouco maior que a do Violão. Esse é o grande diferencial do meu instrumento: a não necessidade de entortar os trastes e o som aveludado das cordas de nylon.

35) RM: Você criou um método de como tocar seu contrabaixolão de 8 cordas?

Darwinson de Melo: Fui obrigado a criar um método, pois tenho que fazer o papel de dois instrumentistas (baixista e violonista) ao mesmo tempo, usando apenas duas mãos. No começo foi bem difícil, pois não se pode deixar as cordas soltas que não são usadas, sem abafá-las, pois, elas vibram quando toco as outras e influi na afinação e no resultado final. Foi bem difícil acostumar com isso. Eu ainda não sistematizei, por não ter estudado teoria musical. Aprendi sozinho, e tive u mês de aula de teoria, e parei no conceito das “tríades”, ou seja, no início da teoria e como não continuei, já esqueci tudo. Essa aula de um mês foi há uns 20 anos atrás.

36) RM: Quais os seus projetos futuros?

Darwinson de Melo: Ser feliz! Não quero muito sucesso e nem muito dinheiro. Quero ser apenas meio conhecido. Tenho pânico de não poder ter minha individualidade e privacidade.

37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Darwinson de Melo: (62) 9.9134 – 7693 | www.wix.com/mpbdarwinson/music| https://soundcloud.com/darwinsondemelorocha

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCR_NRwVfs4EjP3gilNTDMAQ

Darwinson Live Aldir Blanc Remixada: https://www.youtube.com/watch?v=Iwd4tFIGRPk

Darwinson – 37 anos de História Na Música: https://www.youtube.com/watch?v=RywlYoC-IJA

Darwinson, o homem banda (Foot drums e contrabaixolão 8): https://www.youtube.com/watch?v=M77jnRpsUco

Corsário com Darwinson e Edimundo Santos: https://www.youtube.com/watch?v=irZudd8uPKU

COLLAB RARIDADE (MADAN, JOSÉ PAULO PAES): https://www.youtube.com/watch?v=xZrx0gOfBgo

Darwinson Live Aldir Blanc Remixada: https://www.youtube.com/watch?v=Iwd4tFIGRPk


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.