“Eu sou um rosto na sombra e eu vejo você, mas você não vê / Caminho com furtividade, fazendo um barulho de ensurdecer / Cantando ideias subversivas em versos improvisados por plebeus / Dançando ao redor da fogueira feita de garrafas e pneus” – Eu sou Camarada Vini
Ao longo da carreira musical teve vários nomes artísticos: Vinícius César, Vinicius Duarte, Vini Duarte, Vini Duarte Blues e mais recentemente, através de votação do seu público seu novo nome artístico é Camarada Vini, que recebeu mais votos que a opção Vini Fora Da Lei.
Cantor, compositor, instrumentistas cuja obra é sobre resistência, sobre as opressões sociais que nos cercam e sobre como o mundo poderia ser quando todo esse caos capitalista acabar. Cada verso é um testemunho desde as jornadas de junho de 2013 até hoje.
Balas de borracha, remoções forçadas, corrupção, pandemia do Covid-19, e toda a dor que uma pessoa pode sentir diante de tais atrocidades estão nos seus versos. O próprio artista já morreu uma vez, afogado em seu próprio sangue, e voltou do inferno para tocar esse Blues pra vocês.
Já foi artista de rua, passando chapéu e tocando rock and roll no baixolão próximo às estações de metrô e sendo retirado pelos guardas sob ameaça de tomarem seu instrumento.
Já foi baixista de bandas autorais como Don Montillas e Mondo Caos, que acabaram em meio a brigas internas quando estávamos com propostas boas nas mãos. Já foi baixista de uma banda cover Guns/Slash, que também não foi pra frente e morreu logo no início.
Hoje segue carreira solo. Ao longo de sua jornada, houve quem dissesse que muitas das suas canções, nem todas, mas uma boa parcela delas é Blues, e eu gostou tanto que resolveu assumir a alcunha de Vini Duarte Blues e aprendeu de pouquinho em pouquinho o que é o Blues.
Antigamente se sentia inseguro e pedia para não lhe cobrarem conhecimento sobre Blues, porque ainda estava aprendendo, mas hoje já sente uma segurança muito maior em conversar sobre Blues e falar do que já aprendeu sobre este maravilhoso gênero musical, sem deixar obviamente de reconhecer que ainda preciso aprender muito mais.
Em 2019 lancei meu primeiro álbum solo Cantando Ideias Subversivas, com 43 músicas: https://soundcloud.com/user-52956295 este mesmo álbum lançou no dia 6 de janeiro de 2024 no Youtube, e assim que possível lançará em outras plataformas. Foram 43 dias, uma música por dia, até a última música ser lançada no dia 17 de fevereiro de 2024: playlist no Youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLs2cUqen1axsUOTSbzFpfYQpeP4nmcB0K
Também já atuou como baixista de Luana Faddlei, cantora de reggae e MPB, no período de 2019 e 2020, rendendo várias histórias musicais e amizades com o cenário reggae brasileiro. Com ela compôs: O Blues E A Bossa Nova (ainda não publicada) e Uma Linda Canção (já publicada no canal dela).
Já realizou várias edições do seu programa Meu Blues É Vegano. Tratava-se de um programa de culinária vegana com gente sendo entrevistada e com muita música de artistas independentes do cenário blues brasileiro tocando entre uma pergunta e outra. Tudo isso em transmissão ao vivo no Instagram.
No seu canal musical no Youtube eu consegui publicar reprise da maioria dos episódios. O programa começou durante a pandemia do covid-19, e se encerrou meses depois ainda na pandemia, pois sua saúde mental ficou bastante prejudicada, mas quando tiver uma estrutura melhor, ele deseja voltar com o programa Meu Blues É Vegano.
Em 2022 gravou um clipe com sua música Noite De Festa, que faz uma paródia com o famoso escândalo da cocaína no avião presidencial, e o clipe foi lançado no dia 10 de setembro de 2022. Tal clipe contou com a participação de vários músicos e atores que foram contratados para dar vida a este projeto: https://www.youtube.com/watch?v=l9rf58pA2D8
Atualmente trabalha na educação e teve oportunidade de mostrar a cultura blues e reggae para as crianças através de canções estrangeiras que fez versões traduzidas, além de músicas tradicionais brasileiras. Doce Lar Heliópolis, que é sua versão em português da música Sweet Home Chicaco do Robert Johnson, que ensinou as crianças a cantar na escola onde trabalha: https://www.youtube.com/watch?v=tRtTkmJBvoE
Lançou um clipe em homenagem aos fãs de RPG de mesa e de World Of Warcraft, jogo que joga há anos e é parte importante de meu legado cultural. A música A Todos Os Ladinos, e para ouvintes desatentos é só uma música inspirada na cultura nerd sem nenhuma mensagem política: https://www.youtube.com/watch?v=mYD_wrSCpfY
Segue abaixo entrevista exclusiva com Camarada Vini para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 20.05.2024:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Camarada Vini: Eu nasci dia 18 de fevereiro de 1987 nessa aberração de concreto, poluição e colonialismo que eu odeio chamada São Paulo. Registrado como Vinícius Augusto Andrade Duarte.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Camarada Vini: Quando eu estava lá na minha adolescência, e em um aniversário ou natal (não tenho certeza) minha tia Denise me deu de presente um teclado. Mas eu não sabia tocar, então ele ficou um tempão parado no guarda roupas.
Aquilo começou a me incomodar, eu ver aquele teclado ali parado sem usar, mas meus pais não podiam me pagar aulas de música, então eu resolvi aprender na raça.
Na época eu tinha em casa um aparelho de som que abria uma gaveta que cabia 5 CDs, aí eu pus os CDs que eu mais gostava e fui ouvindo um trecho de cada vez, e pausava pra caçar no teclado as notas que eu tinha ouvido.
Fiquei fazendo isso durante horas do dia, estava de férias da escola e podia dedicar meu tempo a isso, e mais ou menos uns 5 ou 6 dias depois eu comecei a ficar craque nisso e nunca mais destreinei a habilidade de tirar música de ouvido.
Tempos depois eu peguei o violão do meu pai que estava parado, e com orientação de um amigo da escola que tocava eu fui treinando os acordes e as melodias.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Camarada Vini: Na área musical a minha formação é aprender a tocar na raça, foram poucos os momentos de minha vida que eu pude pagar professor pra me aprimorar.
Fora da música, eu sou formado em Letras Espanhol e Licenciatura Matemática. Antes de me formar em letras, eu cheguei a conquistar o certificado de espanhol avançado da Real Academia Espanhola, mas ainda não fui buscar o documento.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Camarada Vini: Eu tenho tanta influência musical que eu não vou conseguir listar nem meio por cento aqui nessa entrevista.
Na minha infância e adolescência eu fui muito influenciado pelo rock nacional, de todas as épocas. Gostava de Raul Seixas, Skank, Jota Quest, Legião Urbana, Cazuza, Charlie Brown Jr, enfim, o que você imaginar de rock brasileiro eu ouvia tudo.
E também ouvia um pouco de RAP de vez em quando, inclusive eu cresci num bairro desconhecido chamado Parque Fernanda que é muito perto do Capão Redondo eternizado nos versos dos Racionais MC’s.
Meu pai uma vez me contou que quando eu era bebê, ele pegava a vitrola e botava Pink Floyd do lado do meu berço pra me ninar, e deitava por perto pra ficar ouvindo também. Ao longo da infância, ele me mostrou bastante de rock de forma geral, principalmente Queen, além de música nordestina já que ele é oriundo da Bahia.
No final da adolescência eu comecei a conhecer mais rock internacional, eu tenho um primo mais velho que me apresentou Iron Maiden e Nirvana. Meus amigos de escola me mostravam muito das bandas de rock que eles curtiam, e foi por eles que eu comecei também a gostar de Green Day, Linkin Park, Audioslave, Bad Religion e muito mais.
Ao longo da vida eu fui acrescentando mais bandas ao repertório, em sua maioria rock mas também curtia um pouco de outros estilos, e quando vieram as jornadas de 2013 o meu repertório de músicas de protesto aumentou muito. Foi nessa época que eu comecei a ter mais contato, por exemplo, com as maravilhosas letras de Bezerra Da Silva.
Tempos depois, eu vi a direita começar a deturpar o rock and roll com ideias preconceituosas que destoavam muito da luta por liberdade que rock and roll sempre simbolizou pra mim, e como forma de resgatar o rock and roll como símbolo de resistência eu fui me aprofundando cada vez mais nas origens, até chegar no blues. Desde então, eu me apaixonei por este gênero musical e passei a ouvir e a compor cada vez mais em Blues.
Eu conheci a cantora e compositora Luana Faddlei, com quem tive bastante influência de reggae, MPB e música latina.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Camarada Vini: Eu tive muitos começos e recomeços. Em 2009 eu tentei começar solo, mas não estava preparado e fiz uma apresentação em um evento na Avenida Paulista que foi o momento mais vergonhoso da minha vida.
Entre 2010, eu comecei a fazer aulas de guitarra no Conservatório Vila Lobos, com o professor Adilson Oliveira. Ele corrigiu tudo que estava errado na minha postura e na minha técnica, e criou as condições pra eu ter chance de fazer boas apresentações no futuro.
Em 2011 eu pedi demissão do cargo público federal concursado que eu tinha na UNIFESP para arriscar a sorte na música, e nesse mesmo ano eu fui baixista da banda de rock Don Montillas de Diadema – SP. A banda se desfez um ano depois em meio a brigas.
Em 2012, eu fui chamado para ser baixista e vocalista da banda Shamatar, cujo guitarrista era o Luis Fiore que já tocou na banda Casa Das Máquinas. Fui expulso da banda meses depois e não entendi o porquê. Em 2013 eu fui chamado de volta pelo mesmo guitarrista para uma nova banda Mondo Caos com outro vocalista, em que eu seria apenas baixista. Mais uma vez, brigas internas fizeram a banda chegar ao seu fim.
Em 2016 eu tive um novo recomeço, fui chamado para ser baixista da banda cover Slash que tocava músicas de: Guns’n Roses, Velvet Revolver e entre outras mais. Demos apenas um show, e mais uma vez as brigas internas fizeram a banda se desfazer.
Eu passei muito tempo desempregado e todo ferrado, tendo que pedir dinheiro pros meus pais para as necessidades mais básicas, e no finalzinho de 2018 eu acabei voltando ao serviço público, pegando contrato de 1 ano, dessa vez em escola da prefeitura de São Paulo. O salário permitiu que em meados de 2019 eu conseguisse gravar e lançar meu primeiro álbum Cantando Ideias Subversivas, que contém 43 músicas e foi produzido por Clóvis Ribeiro em parceria com a Rádio Cidadã FM.
Nesse meio tempo conheci a cantora e compositora Luana Faddlei e fui parceiro amoroso e musical, por vezes atuando como seu baixista em festivais de reggae. Nós estávamos com shows marcados e perspectiva de crescer juntos na música, mas em 2020 veio a pandemia do Covid-19 e ferrou tudo.
Durante o período da pandemia do Covid-19 eu estive desempregado de novo, e eu e a Luana começamos a produzir máscaras artesanais para vender. Depois brigamos e nos separamos, e sem previsão de volta aos palcos eu comecei a realizar em meu perfil do Instagram um programa de culinária Meu Blues É Vegano, que eu transmitia ao vivo e entrevistava artistas de Blues enquanto eu fazia comidas veganas deliciosas. Tempos depois, ainda na pandemia, eu entrei em depressão e não consegui continuar o programa.
Nesse meio tempo, eu havia prestado de novo o concurso pra trabalhar na educação pela prefeitura de São Paulo, e no finalzinho de 2021 eu fui convocado pra tomar posse. A partir daí, eu passei novamente a ter recursos para financiar minha carreira musical.
Em 2022, às vésperas da eleição, eu lancei um clipe musical Noite De Festa, que conta a história de um presidente que tinha 39kg de cocaína no avião e chamou os amigos para dar uma festa. Em 2023 eu comecei a fazer trabalho musical com as crianças da escola onde eu trabalho, e em 2024 eu lancei outro clipe A Todos Os Ladinos, que para olhos desatentos é só uma homenagem aos fãs de RPG e de cultura nerd.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Camarada Vini: Lancei meu primeiro álbum Cantando Ideias Subversivas, nas plataformas digitais (Soundcloud e no Youtube) com 43 músicas com produção de Clóvis Ribeiro.
Também lancei muitos singles, a maioria em formato de gravação simples com o celular que eu chamo de “Versão Caseira”, além de dois clipes com uma produção mais sofisticada.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Camarada Vini: Eu defino meu gênero musical como majoritariamente Blues. Às vezes tenho inspiração pra fazer um rock, reggae, ritmos latinos e mais recentemente eu comecei a compor samba também. Mas a maioria das músicas que eu faço são Blues, e cada dia vai ficando mais blues.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Camarada Vini: Cheguei a ter aulas de canto durante um ano com o Clóvis Ribeiro, na mesma época em que ele produziu meu primeiro álbum Cantando Ideias Subversivas. Os exercícios de aquecimento pré show eu faço até hoje antes de cantar.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Camarada Vini: Já vi muitos amigos acabarem com a voz por cantar sem o devido preparo, não quero que aconteça o mesmo comigo. Eu quero ser capaz de cantar cada vez melhor e quero ter saúde pra fazer isso até o fim dos meus dias.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Camarada Vini: Luana Faddlei que é uma cantora mais maravilhosa que eu já conheci.
De artistas famosos e consagrados, um que eu admiro muito é Ray Charles. Também gosto bastante de Ma Rainey e de John Lee Hooker.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Camarada Vini: A maioria das minhas músicas nascem em momentos aleatórios fora do meu controle. Às vezes eu estou pensando na vida no ônibus, ou estou na escola olhando as crianças, e a melodia começa a tocar na minha cabeça. Aí eu pego rapidamente o meu celular e gravo a melodia, e até mesmo parte da letra se vier junto, pra poder terminar de fazer a música depois.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Camarada Vini: Já compus uma música com meu produtor Clóvis Ribeiro, e duas com Luana Faddlei. Mas o que não falta são ideias de músicas minhas que eu quero terminar de compor com algum amigo ou amiga em específico.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Camarada Vini: O pró é que fazer de forma independente permite que eu crie bastante, sem ninguém me limitando.
O contra é ter que passar 11 horas do meu dia fora de casa, tendo que fazer tarefas fora das minhas habilidades artísticas pra poder pagar as contas, e não dar conta de fazer as minhas músicas no pouco tempo que me sobra porque eu me sinto cansado.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Camarada Vini: Minha principal estratégia é fazer músicas que dialogam com o máximo de realidades e existências possíveis. E tentar conseguir parceria de divulgação entre influenciadores que dialogam com essas realidades.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Camarada Vini: Eu já tenho planos de fazer objetos para vender inspirados minha carreira artística. Quem sabe abrir uma lojinha virtual de camisetas e canecas com frases de minhas músicas.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Camarada Vini: Eu não sei responder. Às vezes eu consigo ter um alcance de muitas pessoas em algumas publicações, mas não consegui ainda transformar toda essa visibilidade em público que apareça de fato nos meus shows. Alguma coisa eu estou fazendo muito errado no meu marketing nas redes sociais, não sei o que é, e preciso descobrir.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Camarada Vini: Na verdade, pro meu contexto específico o home estúdio só tem a desvantagem de sair muito caro. Como eu tenho um estilo de música bem simples, com gravações simples que lembram as gravações simples do cantor e compositor Ventania, eu não tenho porque investir caro em equipamentos de gravação sendo que o meu celular já tem qualidade suficiente dentro do que eu preciso.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Camarada Vini: Eu não faço nada pra me diferenciar. Eu simplesmente deixo a minha música ser o que é e ter a cara que ela quer ter.
É verdade que o jeito como eu faço minhas músicas é bem diferente em vários aspectos do que temos disponível por aí, mas o meu foco sempre foi fazer músicas agradáveis, sem me preocupar se são diferentes ou não.
19) RM: Como você analisa o cenário do Rock e Blues. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Camarada Vini: Essa pergunta eu passo por enquanto. Não sinto que eu tenho conhecimento suficiente sobre os cenários do Rock e do Blues para poder responder essa pergunta. Quem sabe no futuro.
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Camarada Vini: Acho que a pior de todas foi ter perdido a oportunidade de abrir o show do cantor e compositor Ventania em 2019, para fazer a prova do concurso. Tive pressão familiar para não fazer esse show, e até hoje eu penso que esse show poderia ter sido a grande virada de sucesso na minha carreira musical e que eu nunca mais vou ter outra oportunidade como essa na minha vida.
21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Camarada Vini: Não tem absolutamente nada na minha carreira musical que me deixa feliz. Sei que alguns vão achar “antiprofissional” ou até “marketing negativo” eu responder dessa forma, mas eu preciso ser sincero. Até agora eu só morri na praia…
22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Camarada Vini: Eu odeio com todas as minhas forças quando alguém me diz que eu tenho o “dom da música”, ou que “deus escolheu você pra fazer música”, ou qualquer outra explicação sobrenatural e metafísica sem sentido.
O que mais me incomoda nesse discurso é que o pouco que eu aprendi a tocar até agora eu ralei muito pra conseguir. Como eu disse anteriormente, eu escolhi aprender a tirar música de ouvido na raça, e desde então eu decidi treinar música o máximo de horas que eu conseguisse.
Dizer que é “dom” faz parecer que eu nunca fiz nada pra ter as poucas habilidades que eu tenho, e as minhas lesões nos braços e nas cordas vocais se sentem muito ofendidas com isso.
23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Camarada Vini: Improvisação musical é uma habilidade que eu preciso praticar mais, sendo bem honesto. Ser capaz de ouvir uma banda tocando e conseguir acompanhar fazendo linhas melódicas legais, meu sonho.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Camarada Vini: Improvisação musical é algo que existe sim, mas requer muita habilidade de ouvido e de conhecimento musical pra conseguir fazer.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Camarada Vini: Eu teria que conhecer melhor os métodos de improvisação pra poder opinar sobre eles.
26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Camarada Vini: Estudar harmonia é essencial, permite o músico criar músicas mais complexas. Quando eu voltar a ter aulas de violão, uma das primeiras coisas que eu quero acertar é minha noção de harmonia.
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Camarada Vini: Sendo bem honesto, não. Mas atualmente as rádios não tem mais a mesma relevância de antigamente no sucesso de um artista, virou um nicho. A estratégia que eu quero tentar no futuro é encomendar vídeos reações dos meus clipes para canais no youtube de médio porte, não é garantido que vai funcionar, mas é algo que eu quero tentar, já que hoje em dia esse tipo de plataforma tem bem mais audiência que as rádios convencionais.
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Camarada Vini: Gostaria de poder dar dicas de sucesso, mas se eu soubesse a receita eu mesmo já teria feito sucesso há muito tempo. Mas se eu tiver oportunidade de juntar essas pessoas que querem começar uma carreira musical, e trabalhar em conjunto pra gente crescer junto e ganhar público junto, é uma coisa que eu adorarei fazer.
29) RM: Festival de Música revela novos talentos?
Camarada Vini: Não. Se for festival de música pouco conhecido, pouca gente vai e os poucos que vão dificilmente se dão ao trabalho de pesquisar sobre o artista depois. Se for festival de música bem renomado, o público ali presente só foi pra ver sua banda famosa favorita e tá pouco se lixando pros artistas menos conhecidos que estão tocando no evento.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Camarada Vini: Muito focada em artistas já consagrados e que podem gerar lucro rápido, deixando de escanteio artistas menos conhecidos que muitas vezes tem potencial de deixar um legado duradouro.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Camarada Vini: Como público, eu acho maravilhoso, a estrutura desses espaços é excelente. Como artista eu já não posso opinar, porque eu nunca toquei nesses espaços e não sei quais são os obstáculos pra conseguir tocar nesses espaços.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Camarada Vini: Tenho muitos. Se tem uma coisa que eu sou bom é em ter ideias de projetos artísticos que eu posso realizar. Vou evitar dar detalhes, pra ninguém pegar as ideias e fazer na minha frente, mas posso adiantar que eu tenho planos de fazer clipes que penetrem em várias bolhas distintas e desta forma inflar meu público.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Camarada Vini: (11) 97173 – 2141 | [email protected]
| https://linktr.ee/camaradavini
| https://www.instagram.com/camaradaviniblues
| https://www.facebook.com/camaradavini
Canal: https://www.youtube.com/@viniduarteblues1783
Álbum Cantando Ideias Subversivas, com 43 músicas: https://www.youtube.com/playlist?list=PLs2cUqen1axsUOTSbzFpfYQpeP4nmcB0K
Álbum Cantando Ideias Subversivas, com 43 músicas: https://soundcloud.com/user-52956295
Ótima entrevista!